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A consciência histórica do Cristianismo

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domingo, 10 de março de 2013

XXXVI - Aspectos da vida de Jesus > seu corpo físico e processos biológicos

Durante séculos foi negada a Jesus Cristo uma humanidade integral e completa.

Pois bastante cedo influências platônicas e maniqueistas aluiram a doutrina da Igreja, engendrando primeiramente a doutrina docetista e, em seguida a monofisita ou eutiquiana. Mesmo a Cristandade Ortodoxa, cuja forma cristológica não havia sido alterada; acabou pagando tributo a tais preconceitos e diluindo o mistério da Encarnação.

Os maniqueus e docetas; considerando a matéria, a natureza e o corpo físico como entidades entrisecamente más, alardearam que a encarnação fora apenas aparente e que o corpo de Jesus era de natureza celestial, fluidica ou mesmo imaginária.

E embora os Evangelhos apresentem-nos o Salvador comendo e bebendo os teólogos das duas seitas explicavam dizendo que tudo não passará de farsa ou simulação.

Nem mesmo crucificado fora Jesus, mas um homem vulgar, posto pela divindade no lugar dele. Alguns opininavam que este homem fora o cirineu.

Outros alegavam que o corpo simplesmente desapareceu da cruz... evaporou-se; pois na verdade não passava dum fantasma diafano.

Outros ainda, mais comedidos, contentavam-se em supor que a matéria dele procedera dos céus e não da virgem e que esta não passará duma barriga de aluguel. Assim a natureza humana dele fora 'criada' como a do primeiro homem (!!!)

Sendo apenas similar mas na verdade diversa da nossa.

Embora a pena apostólica tenha registrado: "Em tudo semelhante a nós menos no pecado."

Destarte conheceu o docetismo certa atenuação.




Sendo abraçado por muita gente de boa fé.

Filiada a ortodoxia.

Evangelhos e crônicas foram escritos de acordo com este ponto de vista.

Aqui Jesus tem corpo mas doutra forma, tipo ou aparência; seja mais sólido ou luminoso e de forma alguma regulado pela lei natural.

Destas fontes suspeitas, senão culpadas é que procede a idéia segundo a qual Nosso Senhor era um castrado, como o bonequinho do 'amar é'; o bonequinho sem pênis.

A Jesus também foi negada uma genitália e quem se atreve-se a pensar em algo semelhante durante a 'boa idade da fé' acabaria tostado nas fogueiras de Roma ou de Genebra.

Então foi negada uma humanidade completa a Nosso Senhor e ele era visto como uma espécie de meio homem ou de ser assexuado.

Qual a razão disto?

A razão é que durante séculos alguns padres, mesmo gregos, relacionaram o pecado original ou melhor ancestral, com a sexualidade humana.

Destarte o sexo converteu-se em pecado e a genitália foi negada. Esta negação da sexualidade disposta pelo próprio Deus os teólogos classificaram como pudor e converteram em supremo gráu de virtude.

Durante milênio e meio viveram as pessoas como castradas, negando o próprio corpo, culpando-se a si mesmas ou cultivando a hipocrisia.

Felismente um judeu, de nome Freud, apesar de suas exagerações, redimiu a sexualidade humana; cumprindo assim um propósito eminentemente Cristão.

Homens como ele, W Reich e V Rosanov merecem ser considerados como benfeitores da humanidade.

Os maniqueus e seus herdeiros, como malfeitores.

Então principiamos admitindo que Jesus possuia genitália ou um pênis. Ao menos que isto seja pecado!

E inferimos que não fosse ele impotente, pois a impotência corresponde a uma enfermidade ou a uma imperfeição da natureza humana. Assim sendo...

Eis porque o Senhor bem poderia ter tomado esposa e exercido a sexualidade normalmente pelo simples fato de estar em posse duma natureza humana integral e perfeita.

No entanto discordamos dos falsificadores gnósticos, de Martin Scorsese, de Dan Brown, dos esotéricos e de tantos quantos encaram Maria Madalena como esposa do Redentor.

Talvez tenha sido por isso que ele lhe tenha dito: Não ouses tocar-me porque ainda não passei a meu Pai.

Deixando bem claro que não tinha qualquer tipo de envolvimento físico com ela.

Segundo cremos Jesus optou conscientemente pelo estado de vida celibatário tendo em vista uma maior comodidade para o anuncio do Evangelho. O qual viria a ser prejudicado caso ele tivesse constituido família.

Alias o propósito da presença do Senhor neste plano não foi buscar esposa mas educar nossa espécie.

Resta esclarecer se Jesus estaba sujeito a poluções noturnas como o comum dos mortais.

Uma vez que seu corpo era igual ao nosso, bem como seu metabolismo e processos orgânicos; não podemos negar que o corpo do Salvador produzisse fluido seminal e que ele devesse ser lançado fora ocasionalmente. Donde inferimos que o Senhor estava sujeito a este tipo de fenômeno.

A menos que alguém ouse classificar as poluções como pecados e lançar esta grave acusação sobre todos os santos. No caso deveria também culpar as mulheres pelas regras...

Ah já ia me esquecendo de que os antigos judeus haviam feito isto e classificado o ciclo menstrual da mulher como algo sujo. Havendo até hoje quem receba a classificação deles como divina...

Quanto a tais poluções virem a companhadas por sonhos de natureza erótica, nós optamos pela negativa tendo em vista - como veremos mais a frente - o cárater simples da mente de Jesus. Na qual impressão alguma de natureza inutil ou perniciosa ficava guardada.

Tampouco cremos que o Salvador tenha passado por tentações internas, pelo mesmo motivo acima citado.

Nem é preciso dizer que o Salvador urinava e defecava como todos nós.

Alias tais processos nada teem de vergonhosos uma vez que foram concebidos e decretados pelo próprio Deus. E tudo quanto ele não teve repugnância ao criar não pode ter tido repugnância ao assumir.

Não existe terceira via alguma entre nosso ponto de vista e o dos maniqueus. Nós nos límitamos a aceitar as últimas decorrências da Encarnação.


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