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domingo, 10 de março de 2013

XXXV - Aspectos da vida de Jesus > Celibato, necessidade ou opção???




Como ex protestante não me surpreendo mais ao ouvir pérolas como estas: O celibato é uma prática de origem pagã. Até Pedro, o primeiro papa, era casado.

Absolutamente inexato.

Pois eram os pagãos, via de regra, infensos ao celibato.

A ponto de Licurgo, Augusto e muitos outros legisladores terem condenado os celibatários a diversas penas infamantes e convertido o matrimônio em lei.

Os hebreus nutriam preconceitos semelhantes aos que eram acalentados pelos pagãos, embora algumas tradições apresentem Elias e Jeremias como eunucos.

Paulo no entanto, o Paulo sempre citado por Lutero e seus filhos, o Paulo que ousam colocar acima do Mestre amado, o Paulo que costumam apresentar como infálivel; assim se exprime: 'Casar é bom mas não casar é melhor... bem faz aquele que casa sua virgem, melhor faz quem não a casa.'

Teria ele aprendido com algum mestre pagão???

Não sei. Os protestantes que o decidam entre si.

Curioso como os protestantes se colocam acima das escrituras que dizem ser inspiradas. Pois tendo Paulo - contrariando o ensinamento do Evangelho -  sustentado que o governante secular é ministro de Deus; é o quanto basta para os protestantes tecerem apologia religiosa da tirania e do despotismo, apresentando-o como dogma sacratíssimo... agora quando o mesmo Paulo escreve: "O casado cuida das coisas do conjuge; o solteiro das coisas do Senhor." saem pela tangente dizendo que é melhor com o preceito divino do 'Crescei e multiplicai-vos' E põe já as fábulas e tonteiras israelitas acima da pena apostólica, malbaratando-a.

São os malabarismos ou ginásticas bíblicas do livre examinismo. Pelo qual cada um torce o sentido das escrituras...

E apesar da xaropada do 'crescei e multiplicai-vos', que põe já em risco a existência da humanidade, curvam-se os protestantes e prestam adoração a um celibatário!!!

Agora vejam só a inconsequência: condenam o celibato como uma heresia importada do paganismo e cultuam um eunuco.

Sim protestantes, fanáticos e sectários que apresentam o matrimônio como dogma sacratíssimo, pois o nosso Jesus jamais contraiu matrimônio, jamais casou, jamais fornicou; mantendo-se virgem.

E chorem protestantes porque não foi o 'capeta' mas Cristo Jesus quem disse: E há eunucos que eunucos se fazem por amor ao Reino!!! Palavras sagradas...

Agora vão lá ao poço salobro de Moisés e ousem opor a Jesus o 'crescei e multiplicai-vos.'

Jesus nos doutrina com palavras e exemplo e os protestantes batem o pé e gritam como papagaios: crescei e multiplicai-vos!!! Mas Jesus não quis dar sua metidinha e multiplicar.

Aqui atalha nosso protestante: Jesus não casou porque não pode pois era divino ou Deus (!!!).




SE JESUS PODERIA TER SE CASADO


Penso que melhor seria para a apologética protestante ter embarcado no reboque do gnosticismo e dos apócrifos e apresentar Jesus como consorte de Madalena ao invés de embrenhar-se pelo labirinto duma teologia putrica e cristologia corrompida.

Pois aqui mais uma vez embarcam os protestantes na canoa furada de Eutiques...

Esquecendo-se que além de verdadeiro Deus, Jesus também era verdadeiro homem.

Alias homem absolutamente perfeito em sua integralidade e não homem aparente, como certificaremos no próximo capítulo.

No entanto Jesus não poderia ter casado devido a união da natureza humana com a natureza divina.

Eh???

No que a união hispostática alterou a natureza humana, física ou biológica do Mestre; tornando-o inapto para o matrimônio.

É possível que alguém alegue que no caso de Jesus casar e gerar filhos, não seria capaz de gerar filhos puramente humano; mas deuses.

Miserável patacoada, pois jamais foi sabido que pessoa divina fosse gerada por via sexual!!!

Gerasse Jesus filhos segundo a natureza humana, tais filhos seriam puramente humanos. Possivel e provavelmente impecáveis; mas certamente humanos.

Portanto a geração de filhos não seria obstáculo plausível para que a categoria humana do Senhor burlasse o mandamento divino.

Caso o matrimônio correspondesse de fato a um mandamento divino nosso Jesus te-lo-ia cumprido como todos os demais...

Ou infrigido a lei divina e pecado...

Pois esta registrado que era 'Em tudo semelhante a nós menos no pecado.'

Portanto a semelhança de todos nós poderia, se quizesse, ter casado; exceto se classificarmos o casamento como um pecado.

Os maniqueus alegavam exatamente isto: que Jesus não contraiu matrimônio porque o matrimônio era mau e a sexualidade diabólica.

Os protestantes no entanto apresentam o matrimônio como uma espécie de qualidade da natureza humana (uma vez que todos devem casar-se)

Destarte não se compreende porque Jesus tenha deixado de proceder conforme uma natureza que nada tem de pecaminosa.

A conclusão é bastante simples: se Jesus não casou-se foi por livre escolha ou opção, isto é, porque não quis.

E porque não quis?

Porque aspirava por um tipo de vida mais elevada, ou seja, pela vida celibatária.

E porque?

Porque como disse Paulo o celibatário dispõe de mais tempo para tratar e cuidar das coisas santas e divinas enquanto que o homem casado dispende tempo com sua família humana.

Sócrates com sua Xântipa que o diga; pois tendo vivido mais que Jesus acabou dispondo de menos tempo do que ele para tratar das coisas santas.

Agora imaginem só o meigo Redentor que sequer tinha onde pousar a fronte cançada, peregrinando com uma costela a tira colo.

É pois o celibato mais funcional tendo em vista o ministério religioso na medida em que propicia mais tempo livre e liberdade ao missionário.

Neste sentido podemos dizer que ele é superior ao matrimônio. Pois aqui a atenção é dividida.

Aqui alguém poderia atalhar: mas acaso o celibato não é uma recusa ao amor?

As vezes em se tratando de um celibato, que por medo ou fragilidade, volta-se egoisticamente para si mesmo; até pode ser.

Tal no entanto não foi o celibato de que o Redentor é exemplo e modelo.

Pois este equivale a ampliar o amor. Amor que o casamento restringe.

Foi para servir a todos do melhor modo possível que o Mestre amado abdicou do direito natural ao casamento.

E tendo em vista a propagação da verdade, fez do celibato uma lei para os apóstolos e seus sucessores os Bispos.

Ordenando que se separassem das esposas e deixassem as famílias. Não para que constituissem novos matrimônios e originassem novas famílias, mas para que servissem apenas a nobre causa da boa nova.

Eis porque exigiu fidelidade exclusiva e o sacrificio dos apetites naturais. O que por sinal redundou em beneficio da disciplina e do martirio por parte das lideranças da congregação.

Daí um dos Santos apóstolo ter exclamado: Tudo deixamos para te seguir, que receberemos pois em troca?

Quanto as mulheres irmãs, citadas por Paulo, as quais acompanhavam os apóstolos em suas lides e serviam-nos; assemelhavam-se as santas mulheres que acompanhavam o Salvador e serviam-no (Maria, sua mãe; Madalena, Suzana, Salome, Maria de Cleofas, etc).

Ao invés de esposas ou concubinas pertenciam elas a ordem das viúvas, descrita pelo mesmo Paulo, e dedicavam-se a cozinhar e lavar para os Santos.

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