Como ex protestante não me surpreendo mais ao ouvir pérolas como estas: O celibato é uma prática de origem pagã. Até Pedro, o primeiro papa, era casado.
Absolutamente inexato.
Pois eram os pagãos, via de regra, infensos ao celibato.
A ponto de Licurgo, Augusto e muitos outros legisladores terem condenado os celibatários a diversas penas infamantes e convertido o matrimônio em lei.
Os hebreus nutriam preconceitos semelhantes aos que eram acalentados pelos pagãos, embora algumas tradições apresentem Elias e Jeremias como eunucos.
Paulo no entanto, o Paulo sempre citado por Lutero e seus filhos, o Paulo que ousam colocar acima do Mestre amado, o Paulo que costumam apresentar como infálivel; assim se exprime: 'Casar é bom mas não casar é melhor... bem faz aquele que casa sua virgem, melhor faz quem não a casa.'
Teria ele aprendido com algum mestre pagão???
Não sei. Os protestantes que o decidam entre si.
Curioso como os protestantes se colocam acima das escrituras que dizem ser inspiradas. Pois tendo Paulo - contrariando o ensinamento do Evangelho - sustentado que o governante secular é ministro de Deus; é o quanto basta para os protestantes tecerem apologia religiosa da tirania e do despotismo, apresentando-o como dogma sacratíssimo... agora quando o mesmo Paulo escreve: "O casado cuida das coisas do conjuge; o solteiro das coisas do Senhor." saem pela tangente dizendo que é melhor com o preceito divino do 'Crescei e multiplicai-vos' E põe já as fábulas e tonteiras israelitas acima da pena apostólica, malbaratando-a.
São os malabarismos ou ginásticas bíblicas do livre examinismo. Pelo qual cada um torce o sentido das escrituras...
E apesar da xaropada do 'crescei e multiplicai-vos', que põe já em risco a existência da humanidade, curvam-se os protestantes e prestam adoração a um celibatário!!!
Agora vejam só a inconsequência: condenam o celibato como uma heresia importada do paganismo e cultuam um eunuco.
Sim protestantes, fanáticos e sectários que apresentam o matrimônio como dogma sacratíssimo, pois o nosso Jesus jamais contraiu matrimônio, jamais casou, jamais fornicou; mantendo-se virgem.
E chorem protestantes porque não foi o 'capeta' mas Cristo Jesus quem disse: E há eunucos que eunucos se fazem por amor ao Reino!!! Palavras sagradas...
Agora vão lá ao poço salobro de Moisés e ousem opor a Jesus o 'crescei e multiplicai-vos.'
Jesus nos doutrina com palavras e exemplo e os protestantes batem o pé e gritam como papagaios: crescei e multiplicai-vos!!! Mas Jesus não quis dar sua metidinha e multiplicar.
Aqui atalha nosso protestante: Jesus não casou porque não pode pois era divino ou Deus (!!!).
SE JESUS PODERIA TER SE CASADO
Penso que melhor seria para a apologética protestante ter embarcado no reboque do gnosticismo e dos apócrifos e apresentar Jesus como consorte de Madalena ao invés de embrenhar-se pelo labirinto duma teologia putrica e cristologia corrompida.
Pois aqui mais uma vez embarcam os protestantes na canoa furada de Eutiques...
Esquecendo-se que além de verdadeiro Deus, Jesus também era verdadeiro homem.
Alias homem absolutamente perfeito em sua integralidade e não homem aparente, como certificaremos no próximo capítulo.
No entanto Jesus não poderia ter casado devido a união da natureza humana com a natureza divina.
Eh???
No que a união hispostática alterou a natureza humana, física ou biológica do Mestre; tornando-o inapto para o matrimônio.
É possível que alguém alegue que no caso de Jesus casar e gerar filhos, não seria capaz de gerar filhos puramente humano; mas deuses.
Miserável patacoada, pois jamais foi sabido que pessoa divina fosse gerada por via sexual!!!
Gerasse Jesus filhos segundo a natureza humana, tais filhos seriam puramente humanos. Possivel e provavelmente impecáveis; mas certamente humanos.
Portanto a geração de filhos não seria obstáculo plausível para que a categoria humana do Senhor burlasse o mandamento divino.
Caso o matrimônio correspondesse de fato a um mandamento divino nosso Jesus te-lo-ia cumprido como todos os demais...
Ou infrigido a lei divina e pecado...
Pois esta registrado que era 'Em tudo semelhante a nós menos no pecado.'
Portanto a semelhança de todos nós poderia, se quizesse, ter casado; exceto se classificarmos o casamento como um pecado.
Os maniqueus alegavam exatamente isto: que Jesus não contraiu matrimônio porque o matrimônio era mau e a sexualidade diabólica.
Os protestantes no entanto apresentam o matrimônio como uma espécie de qualidade da natureza humana (uma vez que todos devem casar-se)
Destarte não se compreende porque Jesus tenha deixado de proceder conforme uma natureza que nada tem de pecaminosa.
A conclusão é bastante simples: se Jesus não casou-se foi por livre escolha ou opção, isto é, porque não quis.
E porque não quis?
Porque aspirava por um tipo de vida mais elevada, ou seja, pela vida celibatária.
E porque?
Porque como disse Paulo o celibatário dispõe de mais tempo para tratar e cuidar das coisas santas e divinas enquanto que o homem casado dispende tempo com sua família humana.
Sócrates com sua Xântipa que o diga; pois tendo vivido mais que Jesus acabou dispondo de menos tempo do que ele para tratar das coisas santas.
Agora imaginem só o meigo Redentor que sequer tinha onde pousar a fronte cançada, peregrinando com uma costela a tira colo.
É pois o celibato mais funcional tendo em vista o ministério religioso na medida em que propicia mais tempo livre e liberdade ao missionário.
Neste sentido podemos dizer que ele é superior ao matrimônio. Pois aqui a atenção é dividida.
Aqui alguém poderia atalhar: mas acaso o celibato não é uma recusa ao amor?
As vezes em se tratando de um celibato, que por medo ou fragilidade, volta-se egoisticamente para si mesmo; até pode ser.
Tal no entanto não foi o celibato de que o Redentor é exemplo e modelo.
Pois este equivale a ampliar o amor. Amor que o casamento restringe.
Foi para servir a todos do melhor modo possível que o Mestre amado abdicou do direito natural ao casamento.
E tendo em vista a propagação da verdade, fez do celibato uma lei para os apóstolos e seus sucessores os Bispos.
Ordenando que se separassem das esposas e deixassem as famílias. Não para que constituissem novos matrimônios e originassem novas famílias, mas para que servissem apenas a nobre causa da boa nova.
Eis porque exigiu fidelidade exclusiva e o sacrificio dos apetites naturais. O que por sinal redundou em beneficio da disciplina e do martirio por parte das lideranças da congregação.
Daí um dos Santos apóstolo ter exclamado: Tudo deixamos para te seguir, que receberemos pois em troca?
Quanto as mulheres irmãs, citadas por Paulo, as quais acompanhavam os apóstolos em suas lides e serviam-nos; assemelhavam-se as santas mulheres que acompanhavam o Salvador e serviam-no (Maria, sua mãe; Madalena, Suzana, Salome, Maria de Cleofas, etc).
Ao invés de esposas ou concubinas pertenciam elas a ordem das viúvas, descrita pelo mesmo Paulo, e dedicavam-se a cozinhar e lavar para os Santos.
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