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segunda-feira, 11 de março de 2013

XL - Aspectos da vida de Jesus - Guerra ou paz???




Tem sido diversas vezes apresentado Jesus como revolucionário e outras tantas como pacifista radical.

A primeira apresentação é verdadeira em certo sentido; caso compreendamos que o divino Mestre violou as regras de conduta do tempo em que viveu, ignorando todos os preconceitos. Neste sentido dele deve ser encarado como um revolucionário... ou até como libertário.

No entanto caso compreendamos revolucionário como pessoa sempre disposta a violência e que apresenta a violência ou a força como fator capaz de resolver todos os problemas que acometem a pobre humanidade, então neste sentido; que é o de Bakunin, Sorel e Lênin, Jesus não era nem um pouco revolucionário.

A segunda apresentação também é verdadeira e válida, porém apenas até certo ponto. De fato Jesus ensinou seus discipulos a amarem e a promoverem a paz; declarando bem aventurados os pacificos... No entanto não nos parece que ele tenha ensinado a doutrina da paz a todo custo, inclusive a custo da justiça.

Chegamos aqui a termos muito próximos de Agostinho de Hipona. Amar sinceramente a paz, cultiva-la, busca-la, promove-la; até os últimos límites. Porém, atingido o último límite, que é o da justiça ou do bem comum; é necessário recorrer a força.

Trata-se da doutrina da guerra justa, aplicada especialmente nos casos em que a sociedade deva defender-se.

No entanto, em que nos baseamos para suster semelhante teoria???

Na cena em que Jesus é descrito fazendo um feixe de cordas e expulsando os vendilhões do templo de Jerusalem. Penso que al atitude deve ser encarada como uma legítima demonstração de força ou como um recurso a violência.

A menos que alguém proponha que Jesus estava apenas brincando com as cordas ou tentando assustar os vendilhões...

Aqui a evidência de que após realizarmos tudo quanto Thureau, Tolstoi e Gandhi recomendaram; podemos e devemos em último caso recorrer a violência com o intuito de solucionar os problemas de categoria SOCIAL. Pois a questão dos vendilhões no templo era de categoria social e não pessoal.

O mesmo não se dá no entanto no âmbito pessoal. Aqui vedado é aquilo que no âmbito social é permitido; ou seja, recurso a violência.

Os cristãos é que inadvertidamente teem misturado as coisas e aplicado ao político e ao social o que Jesus dispoz apenas e tão somente tendo em vista as relações pessoais.

Aqui é proibido até mesmo defender-se, quando o que está em questão são ódios e rixas... aqui se deve sempre estar disposto a perdoar e dar a outra face. Aqui se deve dar a capa e o manto...

Aqui se aplica a doutrina da não resistência.

Em todos os casos Jesus explicita claramente que a relação é de homem para homem e não entre o templo ou a nação; cujos critérios reguladores são doutra ordem.

Ao recomendar a não resistência a seus seguidores, quis Jesus de algum modo opor-se a onda de violência que assolava a Palestina de seu tempo, com bandos de ladrões e assassinos agindo por todos os lados e a efusão de sangue inocente. O vício dos duelos, presente em quase todo mundo antigo... o costume 'sagrado' das vinganças ou vendettas.

Aspirando que as pessoas civilizadas resolvessem suas questões nos tribunais.

Também defendeu e susteve ele a não violência em se tratando de questões religiosas ou de consciência.

Sabendo que é mais digno morrer pelo sagrado do que matar por ele. E de os únicos valores que merecem o preço do sangue são o bem e a justiça.

Por isso ergueu o chicote e de fato chicoteou aqueles que exploravam a boa fé pública no templo dos judeus.

Em todas as situações foi Jesus Cristo modelo de ponderação e equilibrio.

Destarte no que diz respeito das relações políticas e sociais, decretou o amor a paz, porém somente até certos límites. Não permitindo - como querem os pacifistas radicais - que o bem e a paz fosse ameaçados e não desejando que os fracos e inocentes deixassem de ser defendidos pelos fortes.

Nem por isso sancionou ele o ataque. Aquele que toma a iniciativa ou provoca a violência não esta no espírito de Cristo. Defender-se no entanto esta de acordo com tal espírito, pois o espírito não faz violência a natureza.

Já no que tange as relações pessoais, decretou Jesus a lei da não resistência ou da não violência; tendo em vista acabar com as vinganças, rixas, duelos, etc Para que as pessoas atacadas ou vitimizadas buscassem o auxilio da Lei ou dos tribunal, no caso, isento de passionalidade.

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