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A consciência histórica do Cristianismo

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sexta-feira, 8 de março de 2013

XXVII - Da finalidade dos milagres executados por N S Jesus Cristo





Aos ateus, materialistas, incrédulos, deistas e hesitantes pode parecer bastante estranho, que nós, mesmo repudiando a continuidade dos milagres até o tempo presente; admitamos no entanto a veracidade dos milagres atribuidos a Jesus Cristo e aos apóstolos no Novo Testamento e a alguns extremistas, adeptos do tudo ou nada, nossa postura até deve parecer arbitrária e incoerente.

E no entanto nossos raciocinios primam pela mais rigorosa linha de coerência.

Pois teem seu ponto de partida em nossa convicção a respeito da Encarnação ou seja da divindade de Jesus.

Nós cremos que Jesus seja verdadeiro Deus, o Todo poderoso Criador deste e de todos os incontáveis mundos.

Que o milagre seja possivel decorre da existência mesma de Deus.

Existindo o Deus todo poderoso não há como repudiar, a priori, a possibilidade do milagre, embora se possa questionar sua conveniência.

O homem sempre poderá posicionar-se contra a conveniência do milagre, mas de modo algum contra sua possibilidade. A menos que seja ateu...

Os deistas negam justamente a conveniência do milagre, nos termos em que aludimos no artigo anterior. E pelo menos até este ponto estamos de acordo com eles.

Nós não cremos que o mundo material ou a natureza seja má ou que precise ser consertada.

Os deistas no entanto levam seus argumentos mais além... sustentando que nada justifica a ocorrência de milagres.

E que eles são absolutamente inconvenientes.

Voltemos porém um tanto atrás.

Caso admitamos que Jesus seja Deus não há como negar que ele pudesse executar os sinais e prodigios que lhe são atribuidos pelo Evangelho.

Então a questão aqui limita-se a conveniência ou não do fenômeno. Não dizendo respeito a sua possibilidade...

Evidentemente que a questão da conveniência nos conduz a questão da finalidade.

Qual a finalidade das obras extraordinárias operadas por Jesus Cristo???

Corrigir algum defeito presente no mundo físico ou natural???
A quem pense assim. Nós no entanto julgamos que não.

Nós não acreditamos que o propósito do Senhor tenha sido atuar apenas no mundo material com o propósito de corrigi-lo. Neste sentido os milagres seriam dispensáveis...

O propósito do Salvador era doutra lavra e de categoria muito mais elevada.

Operou ele contra as leis que regulam a matéria tendo em vista interferir no mundo espiritual ou moral.

Foram os objetivos de Jesus Cristo de natureza ética ou moral.

Sua meta foi educar o gênero humano e reintegra-lo ao meio divino.

No entanto para atrair a atenção dos seres que desejou beneficiar, precisou ele satisfazer as espectativas de suas mentes carnais, impregnadas de fetichismo.

No caso os milagres foram uma concessão feita as exigências da mentalidade primitiva e grosseira.

Para chamar a atenção das pessoas procedeu ou Salvador exatamente da maneira como elas esperavam que Deus procedesse: Manifestando toda sua força e poder.

Pois no tempo de Jesus os homens conheciam apenas a linguagem da força e do poder. Eles não faziam a mínima idéia quanto ao cárater da lei natural e só podiam imaginar Deus ou deuses como interventores.

Destarte caso alguém revindicasse para si a divindade, deveria corroborar sua revindicação por meio de milagres.

Portanto teve Jesus que ser complascente para poder atrair as massas incultas e bárbaras.

Pois elas jamais se deixariam atrair, persuadir e educar por meio de belos discursos.

O deus que elas imaginavam e desejavam era o Deus Todo poderoso. Jesus teve de assumir sua forma para convence-las.

Os apóstolos também precisavam deste adjutório tendo em vista implantar a Igreja Católica entre as diversas nações da terra e garantir sua sobrevivência e crescimento.

Eis porque lhes foi concedido e facultado o mesmo poder. De fato as primeiras gerações de Cristãos foram atraidas e convencidas por obra e graça do sobrenatural.

Sem o concurso do miraculoso os apóstolos teriam atraido um número bastante restrito de almas.

Correspondem os milagres executados pelos apóstolos e discípulos as estacas ou apoios que costumamos colocar junto as plantinhas pequenas para que se firmem e cresçam.

A Igreja é esta plantinha. Daí nos primórdios ter sido implantada e conservada a custa de sinais e prodigios.

Quando a igreja cresceu e teve sua existência definitivamente assegurada, as estacas ou apoios foram retirados; porque já haviam cumprido sua finalidade e não eram mais necessários.

Cessou desde então a economia dos milagres cedendo lugar as leis inflexiveis da natureza.

Garantida a sobrevivência da instituição Cristã, da revelação divina e da boa doutrina não havia mais precisão de tais recursos, sobrenaturais. Assim sendo foram suspensos.

E passou e tem passado a Igreja muito bem sem eles.

Resta-nos responder a seguinte pergunta: Teria Jesus Cristo obtido algum resultado ou sucesso caso tivesse optado por não realizar milagres.

Certamente que teria obtido algum resultado mas não na mesma proporção e medida.

Corresponde portanto o milagre a melhor saida ou solução possivel tendo em vista os efeitos planejados e desejados por Deus; especialmente quanto a duração de tempo envolvida no processo.

Sem os milagres tudo teria ocorrido em ritmo mais lento, tomando a História outros rumos e caminhos.

Então compreendemos que o milagre correspondeu ao propósito divino e a uma redenção disposta para os mundos espiritual e moral e não para o mundo físico ou natural.

Eis porque, quando chegou o momento propício, foi cancelado.

O que ja havia sido indicado pelo Apóstolo quando escreveu: as profecias acabarão, as linguas cessarão, etc De fato tais fenômenos acabarão e cessarão após a era apostólica.






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