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domingo, 21 de abril de 2013

CVI - Padres apostólicos. Que são e quem são???







De acordo com a Enciclopédia Católica o termo "Padres Apostólicos" foi criado em 1672 por Jean Baptiste Cotelier (Cotelerius) tendo em vista a publicação da obra intitulada: 'SS. Patrum qui temporibus apostolicis floruerunt ópera' ou "Obras dos Santos Padres que floresceram nos tempos apostólicos." Em 1699 o título foi abreviado para Bibliotheca Patrum Apostolicorum ou Biblioteca dos Padres Apostólicos.

Por padres apostólicos devemos compreender um seleto grupo de escritores e obras cujo florescimento se situa entre a segunda metade do primeiro século e a primeira metade do segundo século desta nossa Era.

Queremos dizer com isto que tais homens foram ouvintes, colaboradores e sucessores imediatos dos Apóstolos i é das testemunhas oculares da palavra. E que suas obras conservam a tradição legada pelos emissários, vigários e arautos do abençoado Salvador as primeiras gerações; assim a doutrina pura, imaculada e perfeita.

Face aos apóstolos eles seriam Diádocos, enquanto os Padres propriamente ditos, discípulos seus seriam Epígonos.


Seriam eles o 'elo de ligação' - perdoem a redundância - entre os primeiros padres propriamente ditos, que floresceram a partir da segunda metade do segundo século e aqueles que o Verbo escolheu, dignificou, santificou e enviou para que iluminassem as nações, i é os Apóstolos. Quanto ao Isnad ou testemunho ocupam o primeiro lugar ou posto. Assim a autoridade de um padre subsequente deve estar vinculada a um padres apostólico enquanto via de acesso aqueles que foram chamados por Jesus Cristo.

Cronologicamente falando, os escritos deles sucedem imediatamente aos escritos que temos em conta de canônicos. Sendo assim fica fácil compreender porque alguns dentre eles - Como o Didaqué por S João Damasceno, a Carta de Barnabé e o Pastor de Hermas no Codex Sinaiticus e as Cartas de Clemente romano no Codex Alexandrinus e no Cânone dos Apóstolos LXXXV - não foram apenas apontados como canônicos mas efetivamente anexados ao corpo da Escritura.

Este testemunho é mais do que suficiente para demonstrar o apreço e a consideração de que tais escritos eram objeto nos primeiros séculos. A ponto de terem sido associados aos escritos canônicos...

A Igreja no entanto alijou-os do Canôn, que fechou-se com o livro da Revelação.

Sem que no entanto, ao menos no Oriente, o prestígio de tais obras sofresse qualquer tipo de dano.

Pois para a consciência genuinamente Cristã constituem eles o que há de mais precioso após o Novo Testamento. Na medida em que correspondem a compreensão que os ouvintes e colaboradores dos apóstolos faziam a respeito de suas obras, inspiradas e canônicas.

Eis porque a importância dos mesmos é insubstituível, caso tenhamos em vista um padrão de compreensão histórico/objetivo dos escritos cuja inspiração postulamos. Eles são os portadores do sentido...

Para nós Ortodoxos eles constituem a parte mais nobre e excelente daquela tradição que denominamos 'apostólica'.

Devendo ser examinados com toda reverência e atentamente estudados.

Eis porque julgamos vantajoso oferecer ao estudante Católico uma listagem de tais escritos:



  • A Didaqué ou 'Doutrina do Senhor ministrada pelos apóstolos as nações'; escrito de origem Síria composto entre os anos 90 - 110 ou mesmo entre os anos 70 - 80 desta Era.
  • A Carta escrita por S Clemente de Roma a Igreja apostólica de Corinto na Grécia. Cerca de 96/97 desta nossa Era.
  • A Carta atribuída ao apóstolo Barnabé. Composta entre os anos 90 e 120 desta nossa Era.
  • A coleção de sete cartas escritas por S Inácio Mártir, Bispo de Antakia, cerca do ano 110 desta Era.
  • A carta de S Policarpo aos Filipenses, composta cerca de 120 desta nossa Era.
  • Os fragmentos das 'Exegeses das palavras do Senhor' composto entre 120 a 140 por S Papias, Bispo de Hierápolis.
  • O livro intitulado 'O pastor' composto por Hermas irmão de Pio I, cerca de 130 - 140 desta nossa Era.

As obras intituladas: "Apologia de Aristides, o filósofo a Adriano" composta cerca de 125, "A Apologia de Quadrato de Atenas" ou Digneto (P Andriessen), "O Dialogo entre Jasão e Papisco" composta cerca de 120 - 130 por S Aristion de Pela, amanuense de Marcos de Jerusalém e as obras de S Justino Mártir 120 - 160 e de S Melito de Sardes apesar da vetusta antiguidade, não são contadas entre os 'padres apostólicos' por uma razão bastante simples e compreensível: Foram escritas por conversos do paganismo e do judaísmo num momento qualquer posterior ao ano 100 desta Era e, consequentemente, após as mortes dos apóstolos, com os quais não tiveram contato direto. Assim Aristides parece ter recebido a fé após a morte de S Clemente, Ariston parece ter aderido ao caminho no tempo de segunda rebelião judaica e Justino enfim abraçado a verdade cerca de 120 ou mesmo 130 desta era. Portanto embora tivessem sido, talvez, contemporâneos das derradeiras testemunhas não entraram em contato com elas porque não pertenciam a igreja de Cristo.





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