O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Kata Ioannes












Calvino assim principia seus desrazoados: "Agora pronuncie-se o Supremo Juiz e Mestre."


Sem dúvida, pois Jesus é o Juiz de toda controvérsia. Nisto estamos de acordo.


"Percebendo tão grande dureza em seus ouvintes, assim que diante da multidão quase sem fruto estivesse a verter palavras, para que a este obstáculo proveja remédio exclama:


'TUDO QUE O PAI ME DÁ VIRÁ A MIM POIS ESTA É A VONTADE DO PAI, QUE TUDO QUANTO ME HAJA DADO, NADA SE PERCA." Jo 6,37-39


E assim comenta:


"Para que a proteção e patrocinio do Cristo sejamos trazidos, o ponto de partida se faz da benevolência do Pai."


Até aqui estamos de pleno acordo.


E mais a frente: "Os eleitos se dizem ter sido do Pai, antes que do Filho unigenito."


Isto pouco se dá porque a vontade das pessoas divinas é una, comum e concomitante.




Até aqui estamos de pleno a absoluto acordo.


Todas estas citações e textos versam sobre uma eleição ou escolha para a vida eterna, escolha feita por Deus e anterior aos séculos tendo em vista a imutabilidade de sua natureza.


Deus nada fez ou faz de improviso, mas aquilo que fez no tempo revestido de carne havia já deliberado desde toda a eternidade.


Ainda nisto mantemos acordo.




Nosso desacordo esta em quem sejam os eleitos.


Não quanto a sua qualidade ou natureza pois concordamos que sejam os seres humanos, mas quanto a sua quantidade ou número.


Pois enquanto nós na esteira do Evangelho e dos apóstolos afirmamos a eleição de todos os seres humanos ou da humanidade para o conhecimento do Testemunho de Jesus Cristo - mesmo dos que não haverão de corresponder a dita eleição afastando-se voluntariamente dele - Calvino algo bem distinto pois sustem a eleição de um pequeno grupo de seres humanos para a salvãção ou aceitação do testemunho de Cristo e a não eleição dos demais ou sua reprovação, desde toda a eternidade.


No primeiro caso temos um plano eterno segundo o qual o Pai amoroso pretende atrair todos os seres humanos a informação ou testemunho de seu Filho - o qual a ninguém regeita e que por poder algum é vencido - tendo em vista a opção de cada um em seguir livremente ou em arrenegar este Filho e a lei trazida por ele.


No segundo caso também temos não um plano mas um 'decreto horrendo' segundo o qual apenas a alguns é concedida uma graça interior a qual produz não apenas a fé para a salvação, mas a perseverança mesma sem consideração de obras futuras. Aos demais não é concedida graça ou chance, ou redenção alguma, permenecendo abandonados ao jugo do pecado e da morte para a condenação.


Eis as palavras do ímpio heresiarca:


"Se todos indiscriminadamente dobrassem seus joelhos diante do Verbo, geral seria a eleição (assim como cremos); agora da reduzida parcela dos que creem se manifesta a distinção e aparece.






Confessa pois Calvino que dos textos precedentes tão citados por seus sucessores não se aduz prova alguma de eleição parcial para a fé ou a salvação.


Do contrário não apelaria a outro texto para estabelecer a distinção como efetivamente faz.





Examinemos pois detalhadamente os textos precedentes, para em seguida analisarmos o 'texto capital' que Calvino nos oferece sobre a distinção.



"TUDO QUANTO O PAI ME DA VIRÁ A MIM, POIS ESTA E A VONTADE DO PAI, QUE TUDO QUANTO ME HAJA DADO, NADA SE PERCA."





"TODO O QUE O PAI ME DÁ VIRA A MIM E O QUE VEM A MIM EU NÃO LANÇO FORA." AM id KJV



"Omne quod dat mihi Pater ad me veniet et eum qui venit ad me non eiciam foras." reza a vulgata





O texto em questão nada sabe sobre distinção entre eleitos e não eleitos.


Limita-se a afirmar: Todos os que vem a Cristo são aceitos por ele, porque foram remetidos pelo Pai.


Não diz nem quem são nem quantos são esses todos.


Calvino diz: alguns e nós com o mesmo direito disemos: todos.


Entretanto Calvino replica: mas nem todos exercem fé!


E onde lemos no texto a palavra fé (pistis)?


O texto não diz: todo o que o Pai ne dá cre em mim para a vida eterna, mas VIRÁ a mim, querendo dizer que todos os seres humanos seriam informados sobre o Verbo e teriam conhecimento dele, direto ou indireto, natural ou sobrenatural, humano ou profético.


Não lemos no texto nem afirmamos que os que foram enviados foram enviados para a crença, a perseverança e a salvação, mas que foram enviados a presença de Cristo, para conhece-lo e tomar posição.


Calvino porém parece insinuar que aqueles que foram enviados pelo Pai foram enviados para a fé e a salvação de modo que aqueles que não foram enviados pelo Pai - no sentido de Calvino - mesmo tendo conhecimento de Cristo não podem crer e tampouco obter a salvação.


Parece que o afamado reformador sequer folheou um desses opusculos de exegese que seus sucessores escreveram e divulgam sobre a importancia do contexto para o conhecimento do siginificado de cada texto.


O ditador de Genebra parece ter tomado um texto, fora do contexto, para fazer prestexto como dizem hoje os livre exaministas de ontem...


Já os padres da Igreja como Teodoro de Mopsuestes - "O comentador das escrituras por excelência" e um dos criadores (junto com Origenes e Eusébio) do método crítico - alertava os leitores desta passagem para a importancia do verso anterior:



"Entretanto vocês vieram até mim e não creem." v 36



No verso 30 haviam dito: que sinal nos das para que exerçamos fé em ti?



Esta pois Jesus polemizando com seus adversários que não criam nele e censurando a incredulidade dos mesmos.


Agora atribuamos por um instante as palavras do verso 37 o significado predestinacionista que Calvino atribui e coloquemo-la no contexto duma disputa com os incrédulos:


Não teriamos já uma censura ou acusação dirijida aos escribas e fariseus, mas antes uma desculpa. Pois seria como se Jesus estivesse dizendo: "Vôces vieram até mim mas não creem em mim porque não foram enviados pelo Pai (ou seja predestinados), porque meu Pai não lhe concedeu o dom da fé e a graça da salvação, porque foram premeditadamente regeitados pelo Pai desde toda eternidade, portanto é natural que voces não creiam em mim, não me surpreende."


Predestinados a não crer os farizeus ficam inocentados... pois o que poderiam fazer para crer?


Nada...


Como o deus que lhos predestinou a incredulidade e a perdição poderia ficar intrigado diante da resistência deles?


Entretanto Jesus ficou pasmado diante da resistência e incredulidade daqueles que o Pai conduziu até a sua presença fisica, e por isso exclamou:


"Porque não me podeis escutar? Porque minha palavra não penetra em vós?"


Porque Jesus fez tais perguntas se sabia que o autor da predestinação, da regeição e da incredulidade foi seu Pai e ele mesmo em comunhão de vontade com o Pai?


Estaria Jesus encenando ou brincando?


Primeiro não concede aos fariseus e escribas a graça de crer para a vida eterna e depois se pergunta cinicamente porque não podem crer...


Tivessem os fariseus alguma noticia sobre as doutrinas de Calvino e poderiam ter respondido a Cristo com toda justeza:


Não podemos te escutar porque não nos concedestes a graça interior da regeneração.


Tua palavra não penetra em nós porque não nos predestinastes para recebe-la.


Portanto se Jesus estava censurando os fariseus e escribas por sua incredulidade após terem sido conduzidos até ele pelo Pai dos espíritos é porque lho regeitaram livremente sendo culpados e os unicos culpados por tal regeição.


Neste caso o sentido do texto seria este: Se vôces foram trazidos até minha presença pelo Pai e eu vos acolho, vocês ME REGEITAM E SE AFASTAM DE MIM LIVREMENTE.


É como se Jesus desculpa-se a si e ao Pai pela incredulidade e pela infidelidade deles atribuindo-lhes a sua vontade e rebeldia toda culpa.


É como se estivesse dizendo: eu e o Pai tudo fizemos para vos convencer e salvar, mas vôces não quizeram.


O Pai enviou os profetas e estabeleceu a Igreja no Espírito Santo para dar testemunho de mim, eu recebo todos os que vem até mim, lhes concedo minha graça e poder para que obtenham a vitória sobre o mal.


Entretanto vocês mesmos se apartam de mim e do Pai, se apartam sa minha mão, regeitam meu poder e voltam ao vómito.


Não são dos nossos porque não correspondem a eleição e não fazem juz a oferta. Apenas se aproximam de nós ou permanecem conosco por um momento.


Foram atraidos, chamados e acolhidos, mas não quizeram perseverar no chamamento da eleição.





Entretanto dizem os calvinistas:


A vontade do Pai é que de tudo quanto tenha sido entregue ao Cristo nada se perca.


Como dizeis pois que há eleitos que se perdem?


Se se perdem tal perca não pode corresponder a vontade do Pai, porquanto esta escrito na epistola dos Ts II: A VONTADE DE DEUS É QUE TODOS SEJAM SALVOS PELO PLENO CONHECIMENTO DA VERDADE.


Se Deus deseja que todos se salvem é porque a todos elegeu e remeteu a Cristo.


Sendo a vontade de Cristo uma só com o Pai, é uma impiedade crer que a culpa daqueles que se perdem é de Nosso Senhor Cristo ou que ele regeite a algum dos eleitos que lhe tenha sido enviado.


Nem o Pai nem o Filho desejam a perdição de qualquer ser humano, mas a conservação para a vida...


Entretanto, afirma o Calvinista: alguns seres humanos se perdem?


Ficaria pois frustrada a vontade de Deus?


Melhor supor que a boa vontade e o amor de Deus ficam frustrados e que ele não logra salvar todos os seres humanos do que afirmar que regeitou a maioria destes seres ou que é o autor de sua perdição.


Uma coisa é dizer que Deus não logra salvar a todos tendo em vista a resistência da vontade humana e outra dizer que ele deseja a condenação de muitos.


No primeiro caso teriamos a obra e o poder de Deus limitados pela vontade má de alguns seres humanos e quiçá um deus fraco, no segundo caso teriamos um deus positivamente mau.


A única saida para o dilema é admitir com o grande Origenes, Clemente, Nisseno e outros mestres da antiguidade que a perdição ou castigo são provisórios, regeitando a falsa doutrina das penas eternas.


Cremos pois que todos os seres serão restaurados no fim do sistema e reintegrados ao Pleroma sendo reduzida toda má vontade e destruido o mal.


Veremos mais adiante que esta é a doutrina ensinada pelo apóstolo Paulo em oposição a teoria das penas eternas.


Resta-nos adiantar que a palavra grega AIDIOS, que significa eternidade jamais é empregada nos registros sagrados.


Mais a frente discutiremos detalhadamente esta vã doutrina responsavel por tanta confusão e rebeldia.


Entretanto, supondo que houvessem reprobos não o seria por culpa de Cristo, o qual tudo fez e daz pela conservação dos seus, mas por culpa deles mesmos, por terem se afastado da unidade e comunhão em Jesus Cristo.


Jesus a ninguem lança fora.





Calvinista: Jesus disse também - E NINGUEM LHOS PODE TIRAR DE MINHA MÃO.


Ou seja uma vez salvo, salvo para sempre.


Nada mais falso.


Mostra-nos o contexto que Jesus endereçou tais palavras aqueles que nele havia crido e que estavam sendo assediados pelos escribas e fariseus.


Querendo dizer com isso que se lhos havia tornado livres em seu nome e verdadeiramente livres, nenhum poder seria capaz de submete-los novamente: nem os escribas, nem os fariseus, nem os Diabos e demonios, nem maus espíritos, nem feitiçaria ou poder algum...


Caso desejassem permenecer nele ele lhes comunicaria graça e força para tanto e lhos tornaria invictos em seu nome.


Pois sendo Onipotente nenhum poder rival seria capaz de derrota-lo e aos que nele estavam.


Tal o sentido de ninguém pode tira-los de minha mão.


Porque a mão de Jesus é soberana para salvar e livrar os que desejam ser salvos e libertos e nenhum poder é capaz de suplanta-la.


Isto não quer dizer que eles mesmos, os que estavam nas mãos de Jesus não pudessem mudar de vontade e sair voluntariamento delas...


Não podem ser retirados das mãos do Senhor: a menos que o queiram.


O senhor é com eles, lhes defende e protege, enquanto lho desejam e querem.


Entretanto se mudam de vontade e rompem a aliança, o Senhor que lhos fez livres respeita sua opção.


Os calvinistas e anabatistas negam-no enfaticamente, entretanto o douto Apolo em sua carta aos hebreus, trata detidamente das apostasia dos eleitos que não perseveram correspondendo a Santa e eleição.


Não é em vão que o apóstolo adverte seus leitores: "Tomai cuidado para que não caiais de vossa firmeza." I Pe 3,17


E outro: "Não seja neofito para que não venha cair na mesma condenação que o Demonio" I Tm 3,6





Não há pois nenhum trecho do sexto capitulo do quarto Evangelho que não possa ser compreendido enquanto eleição total e generica de todos os sers humanos para o conhecimentom de Cristo.


Cumpre pois examinar o texto escolhido por Calvino para restringir a eleição divina a alguns apenas e afirmar a regeição dos mais.


Ei-lo:


"NÃO ROGO PELO MUNDO, MAS POR ESTES QUE ME DESTES PORQUE SÃO TEUS." Jo 17,9


Donde conclui o homem de Noyon: Nem todos pertencem ao Criador, mas a maldição, ira e morte perpétua, a NÃO MUITOS arrebata a graça, os quais doutra sorte também haveriam de perecer. O MUNDO ABANDONA-O POREM A RUINA A QUAL FOI DESTINADO.


Vêde como pautado em uma única frase de Cristo e sem fazer caso do contexto Calvino já se põe a fazer calculos e a dar o número dos eleitos> não muitos ou seja a minoria dos seres humanos, e porque?


PORQUE O MUNDO ABANDONA-O A RUINA A QUE FOI DESTINADO.



Entretanto se prestamos atenção ao Evangelho que estamos lendo percebemos que a econômia divina se sucede de modo oposto a exposição de Calvino, pois o divino João afirma que: DEUS AMOU TANTO O MUNDO QUE ENTREGOU SEU UNIGENITO FILHO PARA QUE TODO O QUE CREIA NÃO PEREÇA MAS HERDE A VIDA FUTURA. Jo 3, 16


Ora uma parcela mínima do mundo não é o mundo, portanto se esta escrito que Deus amou o mundo é certamente porque amou, no mínimo a maioria dos habitantes do mundo e não a minoria ou um número insignificante.


Cumpre entretanto investigar minuciosamente o contexto do verso apresentado por Calvino, assim poderemos expor seu autêntico sentido e expor a manobra do velhaco genebrino.


E ja adiantamos que o capítulo em questão contem a oração derradeira ou sacerdotal de Nosso Senhor Jesus Cristo.


E já o verso segundo desmente a teoria restrita de Calvino:


Reza o texto: ASSIM QUE EU CONCEDA A VIDA ETERNA A TODOS OS QUE ME DESTES.


Conforme no inciso precedente havia dito quem são estes que lhe foram dados:


CONFORME SOBERÂNIA ME FOI DADA SOBRE TODA CARNE.


Haja visto que a escritura toma carne por HOMEM.


Segundo esta escrito: O VERBO SE FEZ CARNE.


Quer dizer: o Verbo se fez homem pleno e verdadeiro com Corpo e alma na unidade e não uma carne preenchida pelo Logos conforme creu o Santo Bispo de Laodicéia Apolinário.


Calvino não é apolinarista e tampouco seus filhos, por isso leem na Verdade:


O VERBO SE FEZ HOMEM.


Portanto a soberania aludida no verso segundo do capítulo décimo sétimo diz respeito a TODO HOMEM ou melhos A TODOS OS HOMENS, A TOTALIDADE DO GÊNERO HUMANO.


Todos os homens ou carnes foram entregues aos cuidados do Pastor e médico divino pelo Pai dos espíritos.


No verso sexto principia a interceder por aquele grupo de pessoas que lhe foi especialmente dado: os apóstolos.


Porque os apóstolos são a base e fundamento de sua casa.


Por isso intercede particularmente por eles, porque a Igreja de Deus está firmada sobre os apóstolos e se se fundamento esboroar-se ela não pode permanecer de pé.


Por isso suplica antes pela Igreja que foi retirada como primícias do mundo e não pelo mundo que permanece na iniquidade.


E convinha que assim fizesse suplicando primeiro pela Igreja pois ela é sua continuação no mundo segundo esta escrito: Quem vos ouve (aos apóstolos) a mim me ouve e quem vos descarta a mim descarta.


Porque a Igreja é o corpo do Espírito Santo, a herdeira dos oráculos proféticos e grande sacramento de salvação para todo carne.


Por isso faz uma oração particular por ela ou seja pelos apóstolos excluindo os que não ainda não pertencem a ela na ocasião.


Em vista disso alude a um deles - Judas - no verso 12.


É o próprio Calvino que referindo a Judas faz esta emenda: Enumera Judas PORQUE SE REFERE APENAS O MUNUS APOSTÓLICO.


O mesmo se pode dizer do presente verso alegado por Calvino: Não peço pelo mundo, mas por estes que me destes e são teus.


Pede especialmente pelos apóstolos ou pela hierarquia da igreja excluindo dela os demais ou seja os não apóstolos, porque aos apóstolos cumpria a missão de divulgar sua palavra no mundo e de congregar os que haveriam de crer e perseverar.


Portanto se temos de receber este verso no sentido estrito devemos confesar que Jesus pediu apenas pelos doze ou no máximo pelos outros setenta e dois ou pelos cento e vinte reunidos no cenaculo.


Conclusão: se se trata dos predestinados a salvação não passam de cento e vinte, de oitenta e quatro ou de doze o numero dos salvos que por ocasião da oração sacerdotal de Cristo pertenciam ou a Igreja ou ao colégio apostólico.


Portanto tal prece pela Igreja não pode dizer respeito ao numero dos eleitos ou a salvação, mas apenas e tão somente ao ministério deles.


Por isso mais abaixo, no verso 20:


NÃO ROGO SÓ POR ESTES - que estão na Igreja e não no mundo - MAS POR TODOS QUANTOS HAVERÃO DE CRER EM MIM.


Ora se haveriam de crer nele no futuro é porque ainda não criam, e se não criam é porque estavam no mundo.


Portanto após rezar pelos que já não estavam no mundo (17,9) Jesus acrescenta outra oração por aqueles todos que estando no mundo haveriam de crer nele.


De quantos se tratam de alguns, de um grupinho, duma minoria, de muitos ou de todos?


O texto não diz nada a respeito do número dos que haveriam de crer.


Não presta pois apoio algum a tese restritiva de Calvino...


Porque não revela, não enumera, não diz: NÃO MUITOS.


Quem lho diz e contabiliza é Calvino e não a prece sacerdotal do Senhor.


Diz apenas os que haveria de crer.


Também não diz que estavam predestinados a crer ou que lhos faria crer dando a entender que haveriam de crer livremente e não magicamente como sustem Calvino.


Pois não há nem sombra de predestinação ou fatalismo na prece do Senhor.


Diz: os que haverão de crer quando deverir ter dito: os que farei crer ou que constrangerei a crer...


A 'Certa especie' que ele denota do gênero humano em sua oração (verso 19) é a espécie dos apóstolos ou dos discípulos.


Cre Calvino que eles se salvaram com exclusão de todos os mais?


Certamente que não pois do contrário ele mesmo, Calvino, ficaria privado de luz, graça e salvação uma vez que não fora apóstolo nem discípulo do Senhor...


Sabe pois Calvino que Jesus incluiu varios pedidos e preces em sua grande oração: uma em particular pelos apóstolos ou pela Igreja e outra por aqueles que se tornariam filhos da Igreja pela água, segundo cremos todos os seres humanos ou ao menos a imensa maioria deles.







O mais interesante é que Calvino também faz petição a Jo 6,44: "Ninguem pode vir a mim se não for mandado pelo Pai, mas aquele que ouviu do Pai vem a mim."


Mais uma vez estamos diante de um verso que não se pronuncia sobre o numero dos que virão a Cristo se são alguns, se é a maioria ou se são todos.


Tampouco o texto alude como quer Calvino a fé, a graça e a salvação.


Pois não diz como deveria dizer: ninguem pode crer em mim se não for escolhido pelo Pai.


Diz vir a mim ou seja achegar-se de sua presença, tomar conhecimento dele, informar-se sobre sua pessoa, ouvir sua pregação, receber seu testemunho se não for predisposto pelo Pai.


Predisposto como?


Segundo Calvino por uma graça interna concedida a pouco, ele vive citando as tolices do bemaventurado Agostinho a este respeito - pois a tal graça previniente foi inventada pelo bemaventurado Agostinho - e lhas repete como qualquer papista ou jansenista.


Entretanto o referido texto silencia por completo sobre a tal grala interna, presente apenas nos comentários do dito hiponense e a revelia da tradição apostólica.


Como então o Pai prepara e envia a humanidade a Cristo?


Desde o Éden lha tem preparado e advertido quando disse a mãe comum no pecado:


Inimizade porei entre ti e a serpente, ele esmagara a cabeça dela e será ferido no calcanhar.


Calcanhar que segundo Irineu é a carne de Cristo imolada na cruz do calvário.


E depois continuou a anunciar a encarnação de seu Verbo em meio as nações por meio de vatícinios e profecias sobrenaturais, enviando profetas aos hebreus e síbilas e poetas aos gentios informando todos os homens sobre a grande salvação preparada e convocando-os a buscarem esse Logos encarnado.


Por isso Jesus disse: TODOS SERÃO ADVERTIDOS POR DEUS.


Mas quem são esses todos?


Não havendo restritivos a particula todos assume um sentido absoluto e podemos le-la sem obstaculo: TODOS OS SERES HUMANOS e não TODOS OS ELEITOS, como querem os filhos de Calvino.


Pois convem aos textos prova que se refiram explicitamente a um grupinho especial e separado de eleitos.


É o que não se sucede pois nenhum dos textos alegados por Calvino alude a número, a graça preveniente, a moção espiritual interna ou a predestinamento...


Por isso diz noutra parte: QUANDO FOR ERGUIDO NO MADEIRO COMO A SERPENTE O FOI NO DESERTO ATRAIREI TODOS A MIM.


Diz todos e recebemos o texto em sua simplicidade, sem nada acrescentar, lendo: Todos e não parte ou alguns.


Os Calvinistas é que acrescentam a palavra ou a noção eleitos, a qual nos deveriam apontar e demonstrar nesses mesmas escrituras e textos uma vez que seus pensamentos e palavras não são sagrados pala nós e menos ainda as opiniões, comentários e palavras de Calvino.


Queremos a palavra pura e imaculada de Cristo e não as injunções e teses de Calvino as quais nem estão escritas nem levam em conta o contexto.






Convem todavia responder aos calvinistas com a escritura santa e cala-los demonstrando o número dos eleitos.


E tal esta registrado no livro dos Atos apostolicos II,17: DERRAMAREI MEU ESPÍRITO SOBRE TODA CARNE.


E como vimos que carne sempre designa homem, podemos ler:


DERRAMAREI MEU ESPÍRITO SOBRE TODOS OS HOMENS. Jl 2,28


E como derramou-o?


Derramou-o através dos oraculos dos profetas, sibilas e poetas disseminados por todo mundo antigo séculos antes do advento do Mestre, gerando expectação pela chegada do Messias mesmo entre os povos mais longinquos como reconheceu Josefo nos seus livros sobre os hebreus.


Por meio da tradução grega chamada septuagintes, das estradas e comunicações implementadas pelo império romano, pela unificação das linguas grega e latina, por meio das síbilas e poetas entre os pagãos e de profetas e sábios entre os hebreus, foi prepadara a chegada do Logos, sua encarnação e magistério e todos os homens foram e continuam sendo convocados.


Conforme a mãe Igreja, esposa de Cristo, tabernaculo e corpo do espírito santo, apossou-se de todos estes testemunhos santos e celestiais divulgando-os entre os povos da Jahilya e cumprindo dos designios do Pai que é a convocação de todos os seres humanos para que exerçam a fé, obtenham a graça, amem-se uns aos outros e observem os mandamentos do Evangelho.


Por isso disse o Senhor aos que lho ouviam: "Outras ovelhas tenho que não estão neste redil." querendo significar os pagãos que por igonrância estavam fora do pacto. Entretanto seriam chamados, atraidos e exercendo fé viva formariam um só corpo pastoreado por Cristo o pastor supremo de que são meras imagens e figuras os apóstolos e seus sucessores.


Poucos eram os eleitos sob a econômia mosaica porque ela era apenas preparação ou vestibulo e não realidade. Entranto muitos ou melhor todos são os chamados e convocados a este pacto indispensavel tendo em vista a evolução espiritual e moral do gênero humano.


Por isso ele deseja paz na terra aos homens de boa vontade. (Almeida)


Porque a todos é oferecida a salvação nestes termos: QUEM TEM SEDE VENHA A MIM E BEBA.


E também: Ide e evangelizai toda a criatura, quem crer e for batizado salvo será, mas quem não cre será condenado.


Porque se já estivesse salvo ou condenado o anuncio da boa nova oferencendo a salvação a todos seria uma farça.


Alias seria inutil, pois os predestinados sequer precisariam ser instruidos e batizados: seriam conduzidos pela graça interna e mesmo se recusando a aceitar as ordenanças permaneceriam salvos.


Certificado e demonstrado que o "Supremo juiz e Mestre" nada sabe de presdestinação, graça interna, restrição, etc cumpre examinar as sentenças do apostolo para verificar se ele de algum modo postulou o dito "decreto horrendo" oferecendo base e fundamento ao Calvinismo.


Em nome do Pai de Amor, do Filgo benevolente e do Espírito misericordioso que é um só e verdadeiro Deus. Amem.


Santa Maria e Virgem, intercede por todos os que amam o Senhor na verdade.











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