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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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sexta-feira, 8 de março de 2013

Considerações racionais em torno do milagre 1

Não creio na ocorrência de milagres no tempo presente.

Como Cristão, Católico e Ortodoxo creio apenas e tão somente nos milagres citados no registro do Novo Testamento. O que me é facultado pela mãe Igreja e a todos os crentes.

Apenas os sinais e prodigios efetuados pelo Divino Mestre e por seus apóstolos pertencem ao depósito da fé imaculada.

Portanto sou livre para crer que o tempo ou o periodo dos milagres cessou.

E porque?

Porque os milagres correspondiam a um determinado objetivo.

Atingido tal objetivo eles perderam sua razão de ser.

Esta distinção é capital.

Pois aquele que creem na continuidade e perenidade do milagre, inda que inconscientemente a creditam que o propósito de tais fenômenos consiste em solucionar problemas relacionados com a estrutura do próprio mundo.

Intervem o divino para corrigir os defeitos presentes no mundo material ou natural.

Então eles creem que o propósito divino é interferir no plano material, como que redimindo-o de alguma imperfeição. Enquanto que nós cremos que o próposito divino executado por meio dos sinais e prodigios consiste em interfirir no plano ético ou moral

Então nós não acreditamos que o escopo da ação divina seja consertar ou recauchutar a natureza.

Pelo simples fato de ter sido a natureza concebida e produzida por Deus, pelo Deus perfeito.

Admitir que Deus precise intervir ou inteferir constantemente implica que não soube planejar.

A correção ou o intervenção implicam numa ação a posteriori, que só faz sentido em se tratando de seres temporais que ignorando o futuro atuam por meio de erros e acertos ou seja por meio de testes. Verificando os resultados para em seguida aprimora-los.

Ora este tipo de procedimento é incompátivel com a idéia de um ser plenisciente, i é, que tudo sabe e conhece.

Este não precisa esperar os resultados da ação para executar uma ação melhor, ou seja, não precisa consertar o que fez ou interferir.

Deus só pode agir a priori ou seja planejando com máxima qualidade e perfeição e evitando os erros e problemas antes que ocorram.

Eis porque não poderia ele construir um relógio imperfeito, cuja corda precisasse ser dada de tempos em tempos para funcionar.

Pode o perfeito produzir algo que seja inferior a si.

Mas não pode produzir, sendo perfeito, algo que seja imperfeito em seu gênero.

Assim produziu Deus o homem como inferior a si, mas como perfeito em seu tipo que é o humano.

Todas as coisas que procedem de Deus são boas e perfeitas em si mesmas.

Eis porque o mundo físico ou natural deve ser bom e suas leis absolutamente perfeitas. Excluindo qualquer necessidade de intervenção, e assim sendo, a continuidade do elemento miraculoso.

É o universo como um relógio ou melhor dizendo como uma máquina automática ou auto regulavel pelas leis baixadas pelo Supremo Legislador.

Grande parte dos Cristãos não tem compreendido isto, mas apresentado deus como um ser limitado e imperfeito; o que a nosso ver é bem pouco reverente.

Eles creem num deus interventor ou melhor querem um deus interventor, porque compreendem muito precariamente as leis naturais, porque julgam equivocadamente a natureza a partir do ponto de vista da moralidade e enfim porque encaram a natureza como má.

Crendo alguns deles que ela chegou a ser afetada ou atingida pelo pecado ou seja por um ato de volição humana. O que comporta voluntarismo...

Tais os resíduos do maniqueismo presentes na instituição Cristã.

Nós no entanto já declaramos que não cremos que o pecado tenha poder suficiente para transtornar a obra boa do Deus bom ou para subverter o mundo físico ou natural.

Mormente quando o mal ou o pecado não é, isto é, não subsiste em si mesmo mas apenas e tão somente na condição do homem pecador.

Nós não podemos admitir que qualquer entidade inferior, e logo subordinada ao Criador, possa corromper por completo as criaturas que ele produziu e declarou boas. Nós cremos que apesar do homem, da vontade e do pecado tal gênero de coisas - materiais - pemanece sendo bom.

Então não percebemos a necessidade de que Deus deva operar na matéria contra as leis mesmas que ele sancionou. Se tais leis foram promulgadas por ele devem funcionar e não serem canceladas...

Não compreendo que seja bom suspender a lei boa decretada pelo Deus bom, exceto se tal suspensão corresponda a uma esfera de bens diversa e de natureza mais elevada.

Portanto a ninguém é lícito acusar-nos de fetichismo por admitirmos os milagres executados por Cristo e seus apóstolos sem antes ouvir ou ler nossa justificação.

Nem atribuir a nossas pessoas as crenças correntes entre o vulgo a respeito da continuidade dos milagres e do objetivo deles no plano da natureza material. Nós não compactuamos com tais teorias e não admitimos que milagres sejam executados no tempo presente.

Tal e qual os ateus, materialistas, incrédulos e religiosos mais esclarecidos nós cremos que o tempo presente é regulado apenas e tão somente pela lei natural, sem qualquer possibilidade de alguma intervenção sobrenatural ou extraordinária.





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