O verbo se fez carne...

O verbo se fez carne...

A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

sexta-feira, 15 de março de 2013

XLIX - Famintos e sedentos de justiça




"Consiste a justiça, segundo Agostinho, em atribuir a cada ser aquilo que lhe pertence ou que lhe é próprio."

Ideal perseguido pelo homem desde a aurora dos tempos e posto como fundamento a 'República' ideal pelo sábio Platão.

Apesar de Hans Kelsen e sua escola; sempre que contemplamos o fórum apossasse de nossas mentes um ideal de justiça... e quando ouvimos falar a respeito de advogados, promotores, magistrados, etc um impulso atávico faz com que nossas mentes se voltem para ela...

No que tange a esfera da política não poucos de nós aspiram pela aprovação de leis que expressem cada vez melhor e com maior exatidão este nosso obstinado ideal.

Na vida, no direito, na política, etc pugnamos por um ideal de justiça!

De fato bem que tentamos edificar sobre ele nossas instituições esperando que obtivessem fundamento inabalável...

E no entanto quanto ainda estamos longe dela!!!

Pois qual uma folha levada pelo vento, quando cremos toca-la com nossos dedos, já vai ela mais além e tanto mais se afasta...

Perseguimos insistentemente a justiça; e ela qual fantasma vaporoso foge de nós... e vai se dissipando.

Pois enquanto escrevemos estas considerações Gil Rugai, Bruno, Misael e outros tantos matadores, após terem matado com requintes de crueldade, são brandamente julgados e postos ao acesso da liberdade.

Ficando a justiça para ser cumprida.

Enquanto isto cuida o vulgo que 'Aqui se faz aqui se paga'

Seduzidas as massas pela literatura romântica acreditam elas piamente que mais cedo ou mais tarde todo vilão é punido e todo mocinho recompensado, aqui mesmo neste nosso mundo.

A mente tanto mais educada no entanto sabe que não é assim.

Estando perfeitamente cônscia de que nem tudo quanto aqui se faz aqui se paga, e que muita gente sai mesmo devendo...

E a par de que o vilão nem sempre acaba mal e de que o mocinho nem sempre acaba bem.

Como nos romances da sra Barbara Cartland, nos quais as pessoas buscam pelo que desejam, embora o que desejam só exista ali nas folhas e papel e inexista na realidade...

Porque a realidade do mundo não é justa e mesmo poucas vezes, apesar de nosso aparato politico e jurídico, satisfaz a justiça.

Então como ficara a situação da justiça?

Já foi advertido por Sócrates ou por Platão que a questão da justiça não tem resolução alguma nos termos do materialismo.

Se a justiça não é plenamente satisfeita na terra e a alma morre ou acaba juntamente com o corpo; triunfa na realidade a injustiça e muito pouco motivo há para vivermos uma existência sem esperança...

Somente a luz do espiritualismo ou da imortalidade alguma luz é lançada sobre o problema. Aqui é dada a consciência que aspira por justiça alguma esperança...

Na medida que se acena com ela no além túmulo.

Então o que não foi executado pelos legisladores e juizes daqui; poderá ser consertado pelo Supremo Legislador e Juiz perfeito que é Deus!!!

Lá, no mundo espiritual, todas as causas serão revisadas e a justiça cumprida com absoluta exatidão por aquele que jamais falha.

Lá punições e recompensas serão dispensadas aos ímpios e aos justos sem necessidade de sucessivas apelações.

Lá pena alguma precisará ser revista.

De lá criminoso algum haverá de fugir. Pois não haverá nem colarinho branco, nem fraude, nem guarida algum para os corruptos, ricos e poderosos.

Haverá então a certeza de que os famintos e sedentos de justiça serão saciados e fartos.

E haverá sobretudo esperança!


Nenhum comentário:

Postar um comentário