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A consciência histórica do Cristianismo

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terça-feira, 19 de março de 2013

LXXII - O homem de Cariot




Tal a sina daquele que trairá Jesus.

Arrependido foi ter com os sacerdotes e escribas para devolver-lhes as trinta amaldiçoadas moedas pelas quais havia vendido o próprio Deus vivente.

E lançou-as a escadaria do templo.

Donde foram retiradas e serviram para comprar o campo do oleiro.

Desde então aquele campo passou a servir de cemitério aos gentios que morriam na cidade.

E passou a chamar-se 'campo de sangue'.

Quanto ao Iscariotes, sentindo-se angustiado e oprimido, tomou uma corda, fez laço, passou pelos galhos de um sicômoro e enforcou-se.

E como ninguém percebesse inchou o corpo. Até que a corda partiu-se e o cádaver estatelou-se no chão.

Segundo Papias uma carroça vindo em desabalada carreira pelo caminho partiu o cádaver em duas bandas e as entranhas saíram 'para fora' ou seja derramaram-se.

Assim acabou-se a vida de Judas...

No entanto até hoje muitos se perguntam se ele fora escolhido para trair Jesus e se este era seu destino inevitável; ou se poderia não te-lo traído.

E não poucos asseveram que estada predestinado, desde toda eternidade, a executar seu triste ofício.

Todavia caso não tenha agido livremente não teria tido culpa alguma.

Caso deus o tivesse constrangido a cometer seu crime não seria mais criminoso e sim inocente.

Todavia como foi declarado culpado e criminoso devemos concluir que não foi constrangido a trair Nosso Senhor, e que bem poderia ter agido doutro modo.

Deus no entanto viu, conheceu e soube desde toda eternidade o uso que Judas fez de sua liberdade, ou seja, soube que seria atraiçoado por ele.

Sem todavia te-lo constrangido ou influenciado.

Não fez o Senhor com que Judas o traísse; apenas teve ciência antecipada a respeito da livre opção ou decisão de Judas.

Portanto Judas não foi constrangido nem predestinado a trair.

Era perfeitamente possível que procedesse doutro modo, todavia, livremente, deliberou fazer aquilo que fez.

E tendo feito o que fez passou como vilão ao imaginário popular.

Daí o péssimo costume dos falsos cristãos malharem ou esbordoarem, bonecos ou estátuas, daquele a quem Jesus; mesmo após sua apostasia, tratou por amigo.

O Cristão no entanto não pode odiar, nem a Judas, nem a Calvino, nem a Hitler, nem a homem algum; limitando-se a deplorar seus erros e crimes.

Assim não devemos perder a esperança de que mesmo esta alma atormentada possa vir a reconciliar-se com o Mestre amado e passar ao Reino da graça, da luz e da paz.









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