O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

sexta-feira, 1 de março de 2013

VII - A mãe do Verbo Encarnado








Já dissemos que se não nos é dado escolher nossas próprias mães, tal possibilidade foi facultada ao autor deste Universo, o qual escolheu por mãe uma Virgem chamada Maria, nome cuja raiz de procedência egipcia (Meryt) significa amada em máximo gráu.

Refere a tradição que a Virgem pertencia a tribo sacerdotal de Levi (apud Celso, Juliano e Fausto) e que seus pais chamavam-se Joaquim e Ana. Joaquim significa 'preparação para o Senhor' e Ana 'graça'. (S Epifânio, S João Damasceno e S Modesto de Jerusalem)

Refere a tradição que eram de condição remediada ou como costumamos dizer, comoda.

Ao que parece estavam já casados há algum tempo mas ainda não tinham gerado um único rebendo, o que constituia uma desgraça para qualquer família judaica, especialmente para a mulher caso passasse a ser encarada como estéril... circunstância que para a grande maioria dos escribas justificava o divórcio ou repúdio.

Ana, sendo considerava 'velha' inclusive, para a época, devia sofrer muito com isto e como qualquer mulher daquela geração recorrer a preces e jejuns, além de verter copiosas lágrimas; tal como referem as mesmas tradições. Tal e qual Sidarta e Iashodara, devem ter Joaquim e Ana acorrido repetidamente ao templo de Jerusalem e oferecido sacrificios com o intuito de obter a graça de ao menos um filho.

O filho no entanto não aparecia.

Então a semelhança da mãe de Samuel, segundo lemos nos registros judaicos, consta que certo dia Ana ergueu seus olhos aos céus e proferiu uma comovente prece. No mesmo dia tendo ela e o marido tido relações, veio ela a conceber e a parir uma menina que recebeu o nome de Maria.

Cheios de felicidade os pais da afortunada menina não pouparam gastos, oferencendo a Deus diversos sacrificios laudatórios, segundo o costume do época.

Posteriormente tiveram no mínimo uma outra filha, mais nova, citada nos Evangelhos como sendo a irmã de mãe do Senhor. Ela tamém teria recebido o nome de Maria e com um certo Cleófas, daí ser cognominada como Maria de Cléofas. Tal o nome da única tia de Jesus mencionada pelos registros.

Ainda segundo a tradição parece que Joaquim e Ana não viveram muito tempo mais e que vieram a falecer quando ambas as meninas ainda eram bastante pequenas. E assim viram-se ambas desamparadas...

E não sabemos ao certo o que se sucedeu com elas.

Tradições, duvidosas talvez e bastante incertas referem que as duas meninas foram internadas numa espécie de reformatório ou de orfanato junto ao templo de Jerusalem. Todavia nós não conhecemos qualquer referência positiva a semelhante instituição e é de se estranhar que o Talmud não faça qualquer tipo de menção a ela.

O mais provável é que as duas meninas foram adotadas pelos essênios e criadas no mosteiro deles onde vieram aprender algum tipo de oficio. Tal suposição nada tem de fantasiosa, pois tal e qual os shakers parece que os essênios - que eram celibatários - costumavam adotar crianças orfãs e/ou repudiadas, e cria-las na comunidade, da qual vinham a tornar-se membros.

É possivel no entanto que por algum motivo as duas Maria tenham abandonado este recanto de paz e santidade, talvez requisitadas por algum parente distante e oportunista. Para serem dadas em matrimônio a algum 'bom partido'; muito provavelmente aparentado com a família.

Parece que foram dadas em matrimônio a dois irmãos José, o mais velho; e Cleófas.

Como os parentes viviam em Nazare, as bodas foram contraidas no lugar. Algumas tradições apresentam S José como extraordinariamente idoso e encarquilhado.

Não era certamente um ancião decrépito (como alegam S Epifânio e S Modesto) mas certamente um homem bem mais velho (Niceforo Calixtino) - idoso para a época - viúvo e cujos filhos (Tiago, Joset e os tais irmãos do Senhor) estavam já casados.

Do contrário, sendo decrépito, não poderia ter protegido a Virgem e o menino Deus, conduzindo-os em segurança a terra do Egito, ou mesmo exercido oficio de artezão.

Ao que parece a Virgem exercia o oficio honroso de fiandeira e José o oficio de tekne ou seja de fabricante de móveis e peças de maderia, segundo refere S Justino.

Segundo Niceforo Calixtino, a Virgem teria concebido o Salvador com cerca de quinze anos de Idade, o que para a época era perfeitamente normal.

Estava já comprometida a Santa Virgem com José, quando pouco antes do escurecer, tendo se dirigido a uma fonte com o cantaro a mão, para buscar água, foi surpreendida pelo emissário divino.

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