Alguns dos nossos visando, com toda boa fé e cinseridade, salientar a generosidade da operação divina, descrevem-na como infálivel e asseveram que Deus tanto poderia como não poderia encarnar-se.
Naturalmente que tais pessoas encaram a liberdade como uma qualidade divina.
Martinho Lutero por exemplo, asseverou que a liberdade era apanágio exclusivamente divino!!!
Só Deus no caso seria livre.
Até hoje muita gente pensa assim.
Em Deus como ser simultaneamente livre e perfeito.
Não vou discorrer aqui em termos escolásticos a respeito de que a liberdade pertence a um esquema de movimento que tende a perfeição.
Direi apenas que Deus sendo perfeito não pode ser livre.
Ser livre importa escolher entre duas ou mais alternativas, as quais são correspondem a diferentes gráus de perfeição.
No caso o homem sempre pode exercer sua liberdade, realizando escolhas menos perfeitas ou imperfeitas. Nada obriga ou constrange a criatura racional a escolher sempre o que seja mais perfeito.
Deus no entanto sendo perfeito não pode agir senão perfeitamente.
Donde é constrangido por sua própria natureza a escolher sempre o mais perfeito e jamais o menos perfeito ou imperfeito.
No caso, como Deus não pode escolher senão o mais perfeito, segundo sua natureza, somos levados a concluir que todas as suas escolhas e atos são absolutamente necessários e não livres.
Deus só seria livre caso pudesse optar pelo menos perfeito. O que no entanto não se dá em virtude da própria perfeição divina.
Assim Deus não é livre e a liberdade é apanágio exclusivo das criaturas racionais em estado de imperfeição.
Concluimos pois que a Encarnação não corresponde a um ato livre, mas a um ato ou decisão necessário; que não poderia deixar de ter sido executado.
Donde se infere que a Encarnação corresponde igualmente ao mais perfeito gráu de eficiência tendo em vista o objetivo proposto: a aniquilação do mal e do pecado.
Em suma ela não poderia deixar de ter sido implementada pelo Ser Perfeito.
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