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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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quarta-feira, 20 de março de 2013

LXVII - A vida da Igreja em seus primórdios




Qual o resultado desta assiduidade a Eucaristia e de fidelidade a prece???

"Todos os fiéis estavam unidos E POSSUÍAM EM COMUM TODAS AS COISAS. Vendiam seus bens e propriedades, repartindo com todos segundo a necessidade de cada um. Todos os dias permaneciam unanimemente no templo, o pão era repartido em cada casa e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Isto produzia bom efeito entre o povo e a cada dia aumentava o número dos que tomavam posse da salvação." Atos 2,44

Tal a Era de ouro da Igreja.

Para qual todo aquele que é puro olha com saudosismo.

Embora alguns tenham chegado a declarar que jamais realizou-se. Não passando de uma idealização ou fantasia do hagiógrafo, a qual, sem embargo, classificam como bela.

Ainda aqui Budismo e Cristianismo aproximam-se mais uma vez.

Pois as duas religiões tiveram sua origem numa sanga ou mosteiro: A primeira em Benares e a segunda em Jerusalem.

Posteriormente ambas tiveram de acomodar-se as exigências de um mundo egoísta e cruel.

Então adotaram os cristãos a vida ordinária ou secular e a fruição da propriedade privada; até converterem-na em deus.

Os homens mais virtuosos no entanto, aspirando por manter aquele regime original, erigiram mosteiros ou conventos com o intuito de preservarem a vida comum e regular estabelecida pelos Santos Apóstolos em Jerusalem.

Assim Antonius, assim Macárious, assim Basílio, assim Arsenious, e outros varões ilustres.

Os quais espelharam-se no passado glorioso da igreja, olhando para a Jerusalem apostólica.

Importa saber que semelhante regime de vida não era imposto.

Segundo inferimos das seguintes palavras ditas a Ananias: "Porventura não te era  livre ficar com o campo e após a venda reter o produto?" At 5,4

Tal a diferença entre o Cristianismo e o Comunismo: que o primeiro procura estabelecer o auxílio mútuo e a fraternidade livremente ou seja admoestando; enquanto que o segundo estabelece-o por decretos e a força das armas...

No primeiro caso a igualdade é recomendada como um tipo de vida superior enquanto que no segundo caso é imposta pelo poder.

No primeiro caso o homem procede livremente fazendo-se merecedor. No segundo caso nada merece pois procede sob coação.

E o Cristianismo um tipo de socialismo que até certo ponto e dentro de certos limites (não admite o acumulo ilimitado de bens materiais) apela a vontade, a liberdade e a consciência; reconhecendo que até certo ponto é o homem senhor de seus destinos. Já o comunismo é um tipo de socialismo totalitário que trata o homem como uma pedra ou pedaço de madeira sem considerar sua autonomia pessoal.

Aqui mais uma vez manifesta-se a mais absoluta incompatibilidade existente entre a lei e regra dos Cristãos e o liberalismo econômico.

Pois enquanto este último, assumindo a forma de um darwinismo social (H Spencer) propõe a concorrência ou a rivalidade como objetivo da espécie e motor da evolução social; o Cristianismo propõe o serviço fraterno, a assistência comum, o auxilio mútuo, o cooperativismo...

Enquanto um apresenta os homens como competidores a serem superados ou vencidos na luta pela vida o outro apresenta-os como irmãos ou semelhantes que identificam-se pela mesma natureza e condições e que por isso mesmo procuram ajudar-se.

De fato pretende o Catolicismo limitar o economicismo subordinando-o a princípios e valores não econômicos ou seja de natureza ética. Já o liberalismo econômico postula uma independência total ou absoluta para o econômico, tomando por norma e regra as exigência do mercado e não as exigências da dignidade da pessoa humana... assim ele se faz irredutivel a ética embora corresponda a uma atividade humana.

No plano da ética estamos diante de um relativismo econômico na medida em que os princípios e valores procedem do Mercado, isto é do regime de produção e distribuição de bens, e não de Deus ou duma lei universal.

Ora o Catolicismo não pode admitir nem admite as pretensões descabidas do liberalismo econômico; pois sua visão de mundo é a um tempo teista e outro humanista. Teista porque compreende que a Lei moral, correspondendo a mente do supremo Criador e legislador, seja universalmente válida e verdadeira; independentemente das exigências do mercado... humanista porque julga estar esta lei voltada para a proteção e benefício do gênero ou elemento humano na medida em que faz galas de certos princípios e valores como a alteridade, a justiça, a caridade, a fraternidade, a paz, a honestidade, etc

E e sempre será a mente Católica uma mente plasmada na pequena comunidade socialista de Jerusalem e ela não pode flertar com o liberalismo sem antes atraiçoar sordidamente a si mesma e negar suas raízes históricas.

Se por amor a liberdade é o Catolicismo inconcilíavel com a estatolatria ou o totalitarismo comunista; é da mesma forma e modo, por amor a igualdade e a justiça incompatível com o espírito do capitalismo; que é um espírito de acumulo insaciável e de relativismo moral, fundamentado sobre a doutrina materialista.

Ambos implicam materialismo.

O liberalismo econômico porque faz tudo derivar das relações materiais de produção e distribuição de bens e o comunismo por negar explicitamente a dimensão espiritual ou religiosa da pessoa. Historicamente porem é o comunismo epifenomeno ou produto do liberalismo, do qual recebeu o conteúdo materialista que posteriormente veio a desenvolver e a professar. Um corresponde a ação e o outro a uma reação que partiu das massas sofridas e exploradas, tendo no caso certa razão de ser e até certo mérito, apesar de seus vícios.

Também é necessário dizer que face a ética Cristã tem o comunismo uma vantagem face ao liberalismo econômico. Porque o comunismo é um materialismo assumido e honesto, que joga abertamente com a Santa Igreja de Cristo; enquanto que o liberalismo econômico é uma materialismo tão virulento, porém dissimulado e sultil; que chega até mesmo a assumir e a aparentar valores religiosos com o premeditado intuito de usar a religião em seu favor ou de coloca-la a serviço de interesses econômicos.

E o comunismo sincero e nós reconhecemos o valor da sinceridade onde quer que esteja.

Já o liberalismo procede como o casal Ananias e Safira; que com motivações e interesses financeiros tentou enganar e ludibriar os santos apóstolos; merecendo perecer miseravelmente.

Assim os que manipulam despudoradamente as crenças e valores religiosos das massas...




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