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A consciência histórica do Cristianismo

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segunda-feira, 25 de março de 2013

LXXXIX - Uma outra vinda de Jesus: A destruição de Jerusalém...




Tendo Jesus iniciado a proclamação da boa Nova em 27/28 e terminado em 33/34; a metade de seu ministério corresponde a 30/31 desta era. Sendo possível que neste ano tenha passado da Galileia a Judeia e Jerusalém.

Compreendemos já porque, o fim dos quarenta anos de penitência reservado aos judeus, corresponde a 70 desta Era, ocasião em que o Templo foi destruído.

No que concerne a destruição do Templo dos judeus é necessário fazer um esclarecimento necessário.

Pois muitos tem ensinado que Jesus Cristo desejou exercer vingança contra os judeus e castigar a cidade infiel.

Ora esta explicação é totalmente falsa e blasfematória.

Pois aquele que disse: "Amai-vos uns aos outros." jamais excluiu o povo judeu.

De fato ele abominava a religiosidade e os falsos princípios adotados pelos filhos de Abraão; mas não os filhos de Abraão, aos quais sempre amou e desejou conduzir a verdade.

Por outro lado sendo Deus eterno e impassível jamais encheu-se de cólera como um homem ou pretendeu vingar-se daqueles que criou para beneficiar apenas.

Jamais desejou Jesus punir ou castigar uma nação ou cidade.

Toda esta ideia é muito primitiva e absurda.

Havia no entanto a necessidade de destruir o Templo.

Porque a maior parte dos Cristãos procedentes do judaísmo permanecia espiritualmente ligada a ele. E mesmo um apóstolo da estatura de Paulo não deixava de observar os ritos judaicos.

A totalidade do povo de Cristo acreditava que o judaísmo correspondia a uma espécie de dispensação ou de Revelação anterior ao Cristianismo; destarte subsistiam duas dispensações, revelações ou instituições, paralelamente... e isto não podia deixar de produzir certa confusão espiritual.

Grosso modo podemos dizer, que para a irmandade daquele tempo, a manutenção do sacerdócio judaico, dos sacrifícios e do templo significava que aquele padrão não havia sido oficialmente revogado por Deus, e; logo, que permanecia válido, devendo o Cristianismo permanecer ligado a ele como uma seita e respeita-lo.

Esta situação anormal opunha-se aos interesses sagrados do Cristianismo e não poderia estender-se por muito tempo.

Todavia o Salvador desejara dar algum tempo aos habitantes de Jerusalém e assim salvar da catástrofe o maior número deles. Eis porque em seu amor e misericórdia, concedeu-lhes Jesus Cristo quarenta anos!

Nem deixaram os líderes do povo de prevaricar durante todo este tempo; expulsando os apóstolos, maltratando os discípulos e oprimindo com braço forte a congregação de Jesus. E já vimos como os fanáticos deram cabo dos dois Tiagos, encarceraram Pedro e tramaram contra Paulo...

Entrementes a condição moral daquele povo se deteriorava. Assim, cerca de 60/65 Yhoanan Ben Zachai; pupilo de Gamaliel, diante de um número tão grande de adultérios, optou por suspender o ritual das águas amargas.

E enquanto o povo passava fome os filhos de Sadoc levavam uma vida principesca... Daí a parábola: "Ganhei um cordeiro para cear, veio um filho de Sadoc e disse: os quartos são meus; e logo mais outro que disse: o peito me pertence, e outro, e outro... até que não me sobraram nem mesmo os pés e fiquei sem ter o que comer. Eles no entanto mostravam a barriga sempre estufada."

Enquanto a miséria, a imoralidade e a angústia aumentavam os zelotes açulavam o povo! E acenavam com a promessa do Messias assegurando que após terem tomado as armas contra os romanos ele viria em auxilio deles.

E não poucos profetizavam sua vinda iminente.

Em breve as nuvens do céu se abririam e o guerreiro invencível desceria, esmagando as legiões romanas com o sopro da sua boca e inaugurando o reino milenar.

Bandos de vagabundos inspirados reuniam-se nos bosques, desertos e montanhas; das quais saiam com o intuito de passar os soldados romanos e demais estrangeiros a fio de espada.

A rebelião principiou em 66 quando o procurador romano Floro requisitou dezessete talentos de ouro ao tesouro do templo.

Indignados os judeus fizeram uma 'coleta' simbólica e enviaram a Floro.

Este, enfurecido, entregou parte da cidade de Jerusalém ao saque e mandou crucificar aqueles que haviam concebido a 'troça' e dela participado.

E como os judeus não dessem qualquer mostra de receio, decretou uma carnificina geral. Assim muitos homens e mulheres inocentes foram passados a espada nos logradouros públicos.

O próprio filho do sumo sacerdote, Eleazar, compos tropa e ocupou a fortaleza Antonia. Feito isto os rebelados sitiaram a III Legião (Gallica) em Mariane e ao cabo de alguns dias massacraram todos os seus componentes - mesmo sob rendição - a exceção do prefeito Metelo. Em seguida os zelotes tomaram Massada, Ciprus, Maqueronte, etc Assim a revolta chegou a Idumeia e a Galileia granjeando inúmeros partidários.

A hora da redenção havia chegado.

Tendo acabado de substituir Valério Córbulo frente a prefeitura da Síria, Caio Céstio Galo cuidou talvez ser este seu momento de glória. Assim sendo juntou quatro legiões (cerca de 28.000 combatentes) e poz-se a caminho de Jerusalém, acreditando que os judeus se renderiam assim que contemplasse seu exército, sem mesmo ditar quaisquer condições...

E tendo posto cerco a cidade levantou-o, sem qualquer explicação, após cinco dias; tendo em vista a estrada para Lod.

Foi quando os Cristãos da cidade, após terem contemplado as águias romanas, recordaram-se das palavras de Jesus e atravessando o Jordão rumaram para Pela na Peréia. Assim puderam retirar-se facilmente enquanto a tropa dos zelotes ia no encalço de Céstio, ficando a cidade pouco guarnecida.

Tampouco foram eles molestados pelos habitantes do Leste; pois estes haviam acorrido em massa a cidade para a festa dos tabernáculos.

Assim tudo foi propício aos adoradores e servos de Jesus Cristo.

Mas não a Céstio, que teve seu exército atacado em Beth horon, escapando-se para Cesaréia com pouco mais de 400 homens e deixando 6000 mortos espalhados pelo caminho; além dos estandartes.

Este desastre foi tão feio que Céstio faleceu em menos de um mês; pois angustiado cessou de alimentar-se...

No começo de 67 Tito Flavio Sabino Vespasiano foi designado por Nero para conter a revolta dos judeus; em junho deste mesmo ano tomou Gabara e sitiou Jotapata; rendendo-a em menos de dois meses e passando logo a Galiléia; onde capturou Tverias, Tarychaeae, Gamala e Giscala; assenhorando-se de toda Galiléia.

Feito isto passou a Judéia onde capturou Jericó e a fortaleza de Cyprus; em seguida dirigiu-se a costa submetendo Lida e Iavné; té retornar ao centro e tomar Emaus.

Em seguida Vespasiano dirigiu-se a região do Mar Morto onde destruiu o centro essênio de Qumran e laço parte de seus ocupantes as águas do Mar Morto. E saindo desta região tornou ao centro, destruiu diversas vilas e aldeias situadas nas montanhas e cercou Al Kudush com suas tropas.


"Durante quarenta anos depois que a condenação de Jerusalém fòra pronunciada pelo Salvador; ainda quis o ele retardar seus juízos a respeito da infeliz cidade. Maravilhosa foi a longanimidade de Cristo para com aqueles que haviam repudiado seu Evangelho. A parábola da árvore infrutífera representa o destino final do templo; assim fôra decretado: "Seja cortada; pois ocupa a terra inutilmente e sem produzir qualquer fruto."

Prevaleceu a misericórdia no entanto e ela foi poupada por algum tempo ao invés de ter sido imediatamente varrida. Muitos havia entre o povo que nada sabiam a respeito de Jesus e sua mensagem. E os filhos não haviam desfrutado daquela luz que os pais haviam feito apagar. Assim mediante a pregação dos apóstolos e discípulos; Deus faria com que a luz resplandecesse por uma última vez entre eles.

Assim foram comunicados e informados não só sobre a vinda, o nascimento e o ministério de Jesus Cristo; mas ainda a respeito de sua morte e ressurreição.]

Os filhos não foram condenados pelos pecados dos pais; quando porém, ficaram cônscios da graça que fora concedida e rejeitada pelos pais; os filhos quiseram imita-los, procedendo do mesmo modo e maneira e  desprezando a oportunidade que lhes fora concedida; tornaram-se participantes da obstinação e da cegueira dos pais e antepassados.

A protelação no entanto apenas confirmou os hebreus em sua contumácia. Em sua loucura, como refere Eusébio, eles perseguiram os santos de sinagoga em sinagoga dando-lhes caça como a animais selvagens; assim repudiaram a derradeira oferta de paz e misericórdia que lhes era feita pelo Eterno Deus.

Retirou deles o Pai a sua benção e entregou-os aos desejos infrenes de seus corações.

E sem acesso ao sagrado suas almas voltaram-se para o mal.

E foram completamente subjugados por suas paixões e instintos destrutivos.

Assim não mais puderam raciocinar."

E por isso não deram ouvidos as sábias palavras de seu próprio rei Agripa II; o qual estando entre eles proferiu discurso repassando a História de cada nação conquistada e mantida pelo império romano: Atenas, Esparta, Macedônia, Gália, Ibéria, Egito, Etiópia, Arábia Pétrea, etc Salientando que os latinos dominavam do Eufrates a Gades; do Saara a recém descoberta Britânia (Albion ou Inglaterra)... e que não havia quem lhes fizesse frente ou resistisse.

A arrematou aconselhando para que permanecessem em paz.

Então arremessaram-lhe pedras tal e qual os Aztecas haveriam de fazer a Montezuma, e expulsaram-no da cidade.

"Sinais e prodígios parecem ter assinalado a aparição iminente do juízo. Ao meio da noite luzes pairavam como larvas soturnas sobre o templo e o altar; assustando os transeuntes. Sobre as nuvens do céus com cores de sangue apareciam figuras de carros e homens de guerra...

Os sacerdotes que oficiavam pelo turno da noite relatavam terem ouvido gritos e gemidos vindos do lugar santíssimo.

E durante a hora do sacrifício mais solene sacerdotes e levitas ouviram nitidamente as seguintes palavras: "Saiamos deste lugar."... no mesmo dia a meia noite a grande porta oriental, tão pesada que dificilmente poderia ser aberta por vinte homens fortes; abriu-se por si só.

Durante sete longos anos um homem esteve a subir e a descer as ruas e ladeiras da cidade santa gritando em alta voz: 'Voz do Oriente, voz do ocidente, voz dos quatro cantos, voz contra esta cidade de Jerusalém e voz contra este templo; voz contra noivos e noivas, voz contra os enlutados, voz contra fiéis e sacerdotes, e voz contra todo este povo.". Foi este personagem diversas vezes preso e açoitado sem que jamais deixasse de exclamar "Ai de Jerusalém e de seus habitantes."; enfim deram-no por louco e não mais se ocuparam dele. Té que durante o cerco dirigiu-se a uma das praças da cidade e gritou: "Voz contra mi mesmo." sendo de imediato atingido por um projétil e eliminado.

No entanto após terem dizimado as tropas de Céstio, encasquetaram os habitantes de Jerusalém que Deus os estava a proteger com sua mão poderosa e que já não poderiam ser derrotados pelos romanos. Videntes, profetas e sacerdotes a chusma puzeram-se a declarar a invencibilidade do povo e a vinda iminente do rei Messias... fanático algum duvidava que o Império romano estava com seus dias contados e comemoravam já a inauguração do reino tão esperado.

Deus se lhes manifestara e demonstrava que, como nos tempos da arca do pacto, lutava por eles.

E no entanto Tito fez cercar a cidade na ocasião da Páscoa, quando milhões de peregrinos judeus, vindos de todas as partes do mundo habitado lá estavam.

Para piorar a situação as provisões de víveres que tendo sido amontoadas e vindo a ser bem administradas poderiam suster os naturais da cidade por mais de cinco anos; haviam sido destruídas devido as lutas suscitadas entre as facções.

Assim sendo toda aquela multidão estava posta aos horrores da fome.

Uma simples medida de trigo valia um talento.

E assim os mais pobres, que nada possuía, principiaram a devorar seus cintos, suas sandálias e as coberturas dos escudos.

Diante disto não poucos atreviam-se a sair da cidade, na calada da noite, com o objetivo de colher ervas silvestres que cresciam no entorno das muralhas; e tantos quantos eram apanhados eram estripados e postos a cruz pelos romanos...

Enquanto os que regressavam com víveres para os seus, eram deles despojados a força pelos soldados.

Aqueles que aparentavam não estar perdendo peso ou sofrendo com a fome; eram denunciados e postos a tormentos com o objetivo de declarar onde estavam escondidas suas reservas.

Assim desapareceu daquela cidade toda reverência.

Ali marido tirava o pão da boca da mulher e mulher tirava provisão a boca do marido.

Os jovens sendo mais fortes disto prevaleciam para arrebatar alimento aos próprios pais e avós.

A pergunta do profeta: "Acaso pode uma mãe esquecer-se do filho que gerou em suas entranhas?" recebeu, dentro dos muros da cidade condenada, uma resposta inaudita: "As mãos das mulheres piedosas assaram os próprios filhos e alimentaram-se deles por ocasião da destruição da cidade real."

"Maligno sera o olho da mulher mimosa contra seu esposo e seu próprio filho... e tantos mais tiver; devorara cada um deles as ocultas durante o cerco; e com mais aperto o inimigo irrompera a tuas portas!"

E como aquele obstinado povo não consentisse em negociar ou em abrir as portas da cidade; determinou o amável Tito que tantos quantos fossem pegos e aprisionados fossem sumariamente crucificados diante dos muros da cidade; e diariamente centenas de cruzes eram erguidas do Vale de Josafá ao Getsemani; até que não haviam mais árvore alguma nas redondezas; e uma muralhas de madeira cercou a cidade; como se ela toda estivesse crucificada."

Escapou-se a custo Yhoanam ben Zachai dentro de um féretro, fazendo-se passar por morto.

Tito tudo fez para por termo aquela hecatombe; evitando assim a destruição total da cidade. E mostrava vivo horror ao ver os Vales atulhados de cadáveres.

No entanto, a guerra e a fome associou-se a terceira parca: a peste; pois os mortos permaneciam insepultos e os vivos estavam fragilizados... Foi quando a peste fez com que caíssem como moscas pelas ruas e praças...

O general tendo dado com as vistas no soberbo templo, deu ordem para que nenhuma de suas pedras fosse tocada.

Quando isto veio a acontecer já não se notava qualquer sinal de fumaça saindo dos pátios; pois como já não haviam cordeiros na cidade, após centenas de anos a fio, os sacrifícios cessaram de ser oferecidos.

Cumpriam-se as palavras de Jesus: "Eis que venho para eliminar vossos sacrifícios; cessai de imolar ou exercerei juízo sobre vós!" Ev dos Hbs

Diante disto, o remanescente do sacerdócio, tido em conta de inútil e odiado por ter se oposto desde o princípio a revolta, passou a ser dizimado pelos zelotes.

Tendo tentado inutilmente escapar foi o derradeiro sucessor de Aarão e Sadoc, com suas barbas untadas e cabelos aromatizados; encontrado nos túneis dos esgotos e imediatamente passado a espada.

Nem por isto deixavam as facções rivais de Ya ir, Simon Bar Giora e Yhoanan de Giscala de dar combate sem tréguas umas as outras...

Como o rei Agripa havia predito e como já havia sucedido a Cartago; dia houve em que os legionários enfurecidos fizeram brecha a cidade impenitente e irromperam em seu interior.

A esse tempo Jerusalém mais parecia um cemitério a céu aberto do que outra coisa; estando ruas e praças atulhadas de cadáveres insepultos.

Os fanáticos no entanto acorreram ao Templo. Pois acreditavam que o lugar era invulnerável e que Javé não permitiria que o romano profanasse o santuário; assim sendo ele fico completamente lotado, e suas pesadas portas foram fechadas.

E erguendo aos mãos e os olhos para os céus os hebreus entoavam Salmos e hinos, suplicando pela vinda do Messias.

Consternado foi Tito até eles e rogou aos líderes para que não o constrangessem a macular o local sagrado com sangue. Se lhes fosse do agrado eles poderiam sair e o derradeiro combate travar-se-ia noutro lugar mais apropriado... pois romano algum estava disposto a violar a santidade do templo.

O próprio Josefo se lhes dirigiu a palavras assegurando que ao renderem-se salvariam a si mesmos, a cidade; e o que era mais importante, o Templo.

Eles no entanto, compreenderam que tais palavras não passavam duma vã tentativa para afasta-los dum sítio 'invulnerável' que os próprios romanos sabiam ser impossível conquistar, e lançaram pedra e setas contra seu derradeiro mediador humano, que acenava-lhes com a possibilidade de salvação.

Os judeus haviam rejeitado os apelos e rogos do Cristo e agora estavam disposto a ir até o final, as últimas consequências. Embalde foram os esforços de Tito para preservar o Templo da destruição; imperador mais elevado decretara que dele não sobraria 'Pedra sobre pedra' e que seria completamente devastado.





Assim decidiu Tito por tomar o Templo de assalto; resolveu-se todavia a salva-lo da destruição.

No entanto, como estivessem os legionários exacerbados com a resistência dos fanáticos, não foi atendido.

Pois assim que se retirara para sua tenda, os judeus, dando uma sortida fora do templo, atacaram alguns soldados; um destes, indignado lançou um archote através das janelas, e imediatamente o cortinado precioso pos-se a arder e pouco tempo depois o revestimento interno feito com cedro do Líbano.

E aquilo converteu-se logo num palheiro de chamas.

Tendo Tito sido informado a respeito do que se sucedera acorreu ao local acompanhado por seu estado maior; e instou com os legionários para que apagassem as labaredas. Sem prestar-lhe atenção os soldados puseram-se a lançar mais archotes nas salas contíguas ao santuário...

E enquanto milhares de milhares de judeus morriam queimados aqueles que tentavam sair e escapar eram passados a fio de espada pela soldadesca ensandecida; té que rios de sangue escorriam pelas escadas e ladeiras.

Acima de tanto barulho alguns ouviram uma voz que dizia: Ichabod ou seja 'Foi-se a glória'...

Aspirou Tito por ser o último mortal ao contemplar o santo dos santos ou lugar santíssimo.

E comovido diante de tanta beleza fez mais um esforço para salva-lo. Liberalis, o centurião, tudo fez para persuadir os soldados a conterem o incêndio, todavia quando deram com o brilho do ouro que ornamentava as paredes ficaram como que 'loucos', pondo-se a destroçar tudo... foi quando um deles, furtivamente, lançou uma tocha por entre os gonzos da porta; fazendo com que os cortinados de seda e o revestimento de madeira ardessem... O denso fumo e o fogo, logo vieram a cobrir os oficiais e a obriga-los a abandonar o nobre edifício a sua própria sorte.

E assim, engolfados pelas chamas de fogo consumiram-se as auríferas abóbadas e desabaram-se marmóreas colunas umas após as outras; com tremendo fragor tudo vinha abaixo e o cume do Moriah mais parecia um vulcão em atividade do que qualquer outra coisa.

Posteriormente foi aquele lugar lavrado como um campo...

E tal espetáculo era assistido por tantos quantos haviam buscado refúgio entre as montanhas vizinhas, no alto das muralhas, nas fortalezas e nos palácios... Um grito uníssono de espanto e horror atravessava toda cidade e seus arredores.

Desde então os judeus abandonaram toda resistência e deixaram-se matar como cordeiros; havendo quem fosse de encontro aos furiosos legionários para obter a consolação da morte. Ninguém mais faziam questão de conservar a vida...

As grandes fortalezas e os grandes palácios foram abertos e abandonados... como energúmenos os fanáticos vagavam pelas ruas.

Homens, mulheres, velhos, jovens e crianças; fiéis e sacerdotes eram literalmente retalhados pelo romano após mais de dois anos de espera. Assim excedeu o número de mortos largamente o dos matadores... de modo que os conquistadores caminhavam sobre cadáveres e não podiam ver as pedras do pavimento. Mais de um milhão de judeus haviam encontrado a morte durante esta rebelião...

Milhares de milhares foram vendidos como escravos..

Acorrentados ao carro triunfal de Tito, foram os líderes conduzidos a Roma e em seguida lançados as feras...

E Tito ao contemplar as muralhas e fortalezas da cidade declarou: "Penso que algum deus entregou esta cidade em minhas mãos; pois mortal algum teria sido capaz de conquista-las, tal a altura e solidez destas ameias."

Desde então cessaram os sacrifícios e separaram-se os cristãos dos judeus; a igreja da sinagoga, os servos de Jesus dos filhos de Abraão.

Quanto aos judeus é necessário esclarecer que as facções essênica e saducéia desapareceram para sempre; subsistindo apenas os fariseus e os zelotes.

Desde então foi o controle da religião exercido pelos rabinos nas sinagogas. Segundo o padrão remanescente dos fariseus.

Eles instalaram-se em torno de Lida e Iavné, depois em Kaiseroi e Sephoris, depois na Babilônia; e lá compuzeram a Mishná e a Guemara; enfim o Talmude.

Mas nós não temos nada a declarar sobre os infiéis.













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