O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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domingo, 17 de março de 2013

LXI - Eucaristia, a segunda Encarnação do Verbo





Não satisfeito em ter assumido a humana natureza deliberou o Eterno Deus fazer-se pão.

Para feito pão ser consumido pelos homens mortais e diviniza-los através de sua carne divina.

Como os terapeutas imunizam os homens mortais introduzindo neles matérias e células doutros corpos optou o Salvador por imunizar seus adoradores e servos, introduzindo em seus corpos e almas sua carne transmutada e sua divindade eterna.

O mistério da Eucaristia corresponde a este antidoto ou soro divino idealizado por Jesus.

Assim ele se encarna na Virgem para encarnar-se no pão e encarna-se no pão para encarnar-se em cada um de seus seguidores ampliando o mistério.

Da Virgem ao pão e do pão a cada ser humano; para que todos sejam atingidos e transformados...

De certo modo adiantou-se a mente carnal a este mistério de amor por meio do canibalismo e da antropofagia, e estabeleceu um ministério de horror.

Destarte conhecendo bem o Senhor o tipo de ser que havia produzido aceitou converte-se em única vítima deste festim e ser devorado por ele.

Eis porque reunido com os seus no cenáculo, tomou o elemento do vinho em suas mãos e disse:

"Este é o meu sangue, bebei dele todos; porque é o sangue no Novo Pacto que será derramado por todos os homens para a contemplação do pecado; fazei isto sempre em memória de mim. Pois do fruto da vide já não hei de provar até que convosco venha a bebe-lo no meu Reino."

E assim tomou do pão, abençoou, santificou e partiu dizendo:

Tomai dele e comei todos porque é o meu corpo partido por vós e por todos os homens para a contemplação do pecado; assim fazei em memória minha.

A explicação procede dele mesmo:

"Eu sou o pão vivedor que desceu dos céus; quem dese pão come não terá mais fome nem morrerá
Eu sou o pão vivedor que desceu dos céus; quem deste pão comer viverá perpetuamente
O pão que dou é minha própria carne para a vivificação do mundo...

Se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue não sereis vivificados
Quem como minha carne e bebe do meu sangue tem em si o dom da vida eterna e eu o levantarei de novo no último dia.
Assim é minha carne verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida.
Quem come da minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele.

Assim como o Pai vivo vive de si mesmo e eu vivo por aquele que me gerou; assim quem me devora, vivera também por mim.

Este pão é infinitamente superior ao maná que os antepassados comeram no deserto; pois comeram e pereceram; quem como deste pão vivera para todo sempre." Jo 6


Aqui temos o evento e a explicação dada em termos bastante claros pelo próprio Senhor e Mestre; explicação que dispensa não só a dos apóstolos, mártires e padres; mas também a de Zwinglio.

De fato nós não precisamos que venham Paulo, Tarcísio, Justino, Cirilo, Damasceno e Zwinglio; dar-nos um sentido que é fornecido pelo próprio Deus Nosso Senhor e Mestre.

Podem os homens malvados torcer as palavras de Paulo ou discordar orgulhosamente das de Tarcísio, Justino, Cirilo, Eutimio, etc

Agora que ousem discordar abertamente das palavras do Verbo e a tripudiar do Evangelho é coisa que faz até mesmo um sectário fanático parar e pensar...

Somente as testemunhas de Jeová e os Mormons tem ousado manipular descaradamente as palavras sagradas.

Os demais heréticos no entanto ainda não dominados pelo pudor...

E no entanto desde Zwinglio - porque já certificamos em diversos tratados que o latino Berengarius não repudiava a presença real do Senhor no Sacramento mas apenas a interpretação materialista dada pela igreja romana - deram os mesmos sectários a negar a presença real do Senhor e a postular uma interpretação simbólica que faz da Eucaristia mero lanche ou simples pão abençoado.

Já escrevemos muito a respeito das fontes pagãs e protestantes de Zwinglio, da opinião de Lutero, das teorias de Bucer e Calvino, do alegado sonho tido pelo mesmo Zwinglio, das intermináveis disputas entre os protestantes, etc

E no entanto em oposição a símbolo ou a figura, no capítulo sexto de João, o Senhor assevera que a comida e a bebida oferecidas por ele são VERDADEIRAS.

Tentando encontrar algum tipo de explicação possivel com que obscurecer o mistério, caem os protestantes num erro fatal.

Pois aplicam-lhe as palavras do verso 64: "O Espírito é que vivifica, a carne para nada serve."

Com que Jesus Cristo havia aludido a mentalidade carnal de seus ouvintes judeus.

Sem se darem conta de que a carne em questão aqui é a carne do próprio Jesus.

Como se o Mestre tivesse ensinado que sua própria carne não prestasse para nada.

A carne gerada pelo Espírito Santo, a carne ligada a divindade, a carne que haveria de sofrer e padecer no alto da cruz para nos salvar...

Como não serve para nada a carne que suspensa no alto do calvário redimiu a humanidade???

Como não presta a carne que após a ressurreição gloriosa foi recebida nos tabernáculos celestiais???

Como não serve a carne que esmagou a morte com a morte e concedeu-nos a vida eterna???

Então porque o Senhor teria assumido um corpo de carne???

Seria ele tão idiota a ponto de ligar-se a um veículo que 'para nada presta'???

Só mesmo a mente carnal dos protestantes, em tudo semelhante a dos judeus ouvintes de Jesus, para conceber uma explicação assim tão ímpia, tão sacrílega e tão blasfematória.

Então já sabemos que o que não presta nem serve para nada é a teoria protestante, fruto de cogitações grosseiras que chegam ao abismo do docetismo...

Nós no entanto honramos a natureza humana e corpo físico de Nosso Deus; crendo que tendo sido gerada pelo Espírito Santo e exaltada no Reinos dos céus; serviu e prestou para elaborar nossa redenção e santificação.

Eis porque afirmamos a presença real dessa carne divina e sagrada no sacramento da Eucaristia.

Porque se se trata de comer e beber pela fé; isto se faz a todo instante e momento sem qualquer necessidade de pão e vinho. Tanto sabem isto os protestantes de matriz zwingliano que foram paulatinamente abandonando o uso deste sacramento; mesmo sabendo que Jesus dissera: repeti isto em memória de mim!!!

No que seria mais excelente que o batismo um simples ato de fé??? Em nada pois o batismo é ato de fé tanto mais solene, embora a tradição constante da Igreja sempre tenha encarado a eucaristia como mistério muito mais nobre... porque contem em si um tipo de dom superior a fé. Um dom divino que é a presença de Deus, a presença real de nosso Senhor Jesus Cristo.

É isto que a faz e torna superior ao Batismo, que quanto a fé é o ato primacial e mais importante; raiz e fonte de todas as graças e dons.

Eis porque repete ele, o Senhor (em João 6), as expressões: comer e beber...

Aqui dizem os protestantes que comer e beber é sinônimo de crer.

Explicação que por parte alguma dos evangelhos, do Novo e mesmo do Antigo Testamento, se confirma.

Jesus jamais empregou os termos 'comer e beber' para com eles aludir explicitamente a fé.

Não há base histórica ou contextual alguma para semelhante hipótese ventilada pelos protestantes.

Então porque eles insistem tanto sobre a fé e alegoria; descartando a presença real do Salvador no Sacramento???

Eles alegam que por diversas vezes o Senhor recorreu a tipos e figuras com que apresentar a si mesmo.

Dizendo ora ser a 'porta das ovelhas' sem se transformar em porta, ora ser a 'videira original' sem se transformar em videira, ora sendo fonte e água sem se converter em fonte, ora sendo cordeiro sem se converter em cordeiro... eis porque bem poderia ter se apresentado como pão e vinho sem se converter em pão e vinho.

Daí insistirem eles no sentido alegórico ou mistico, supondo que a instituição da eucaristia deve ser encarada como uma espécie de parábola.

Mas também é verdade que tais comparações foram feitas dentro de sermões ou de discursos, e que Jesus não estava diante de quaisquer elementos materiais. Do contexto saltava a vista que não passavam de comparações cujo sentido era meramente simbólico.

Nada ali induzia a crer que Jesus estivesse assumindo materialmente a forma de porta, videira ou cordeiro; embora assumir tais formas não fosse impossível para ele.

Segundo esta escrito: "Nada há para Deus que seja impossível."

O contexto da Eucaristia no entanto é totalmente diverso.

Porque não se trata de discurso ou de sermão; mas de um ritual de alguma maneira relacionado com a ceia pascal dos antigos judeus; uma instituição material e real.

Assim sendo tem Jesus os elementos diante de si, os elementos materiais do pão e do vinho; dos quais a alegoria e a fé, grosso modo, prescindem.

Imaginemos então que Zwingilio, Lutero, Calvino, Malafaia ou qualquer outra peça de carne e sangue toma o elemento do vinho e declara: é meu sangue; toma o elemento do pão e diz: é minha carne...

Das duas umas: ou o homem ensandeceu; devendo ser conduzido a Juquiri ou Itapira; ou esta falando alegórica ou simbolicamente querendo significar alguma coisa.

E porque???

Porque a homem mortal ou criatura alguma seria possível converter vinho em sangue ou pão em carne.

Estaríamos diante do impossível e só nos restaria a hipótese da simbologia. Aqui Zwinglio mereceria ser coroado!!!

E no entanto este Jesus que temos diante de nós não é mero homem.

Mas o mesmo criador do Universo.

Segundo esta escrito: "Por meio dele tudo foi feito e sem ele nada do que foi feito, feito foi."

Daquele que violando as leis da natureza nasceu de Virgem sem concorrência de varão...

Daquele que ressuscitou três mortos antes de ressuscitar a si mesmo.

Daquele que dez serenar uma tempestade.

Daquele que caminhava sobre as ondas do mar.

Daquele que fez enxergar cegos de nascença.

Daquele que purificada leprosos.

Daquele que endireitava e fazia andar os aleijados.

Daquele que multiplicava pães e peixes; produzindo pão a partir do nada...

Daquele que transformou a substância da água em vinho...

Portanto aqui a coisa muda totalmente de figura e as cogitações de Zwinglio e seus seguidores caem por terra.

Pois aquele que tinha pão e vinho diante de sí bem poderia transforma-los no que bem entendesse caso fosse sua vontade faze-lo.

Aqui a transformação, o milagre, o prodígio, etc não conhecem impossibilidade alguma.

Pois aquele que declara: é meu sangue & é meu corpo não é apenas homem como Zwinglio ou RRSoares; mas Deus vivo, verdadeiro e todo poderoso.

Portanto, se era perfeitamente possível a ele realizar nos elementos o que com os lábios declarava, deveria; em se tratando duma alegoria, informar seus ouvintes, os quais por reverência para consigo não ousariam duvidar da realidade caso não fossem conscientizados e ensinados por ele mesmo a respeito do simbolismo.

Não tendo Jesus ensinado aos seus ou a igreja o sentido alegórico; quando nada obrigava seus seguidores a deduzi-lo infalivelmente, podemos dizer que ele mesmo induziu a igreja no erro.

Acrescentar a palavra símbolo ou figura, como fazem já algumas versões protestantes, só lhe teria custado um pouco mais de clareza, prudência, seriedade, etc e muito menos trabalho a Zwinglio e seus filhos; os quais não conseguem provar a superioridade ou a necessidade do sentido alegórico pelo simples fato de Jesus ser divino e todo poderoso; logo capaz e executar o que dizia.

Que culpa tem os Católicos se tais palavras procedem da boca de seu Deus que é todo poderoso? Sendo assim como poderiam encontrar motivos para duvidar da realidade delas???

Os Católicos apenas são coerentes; os protestantes incoerentes, pois para que a alegoria fosse óbvia ou necessária deveria proceder de elemento meramente humano. Pois aqui somente estaríamos diante de impossibilidade física.

Então a fé da Igreja Ortodoxa esta de pleno acordo com a natureza divina do Mestre; para a qual não havia barreira alguma.

Aqui dizer que a 'Realização da eucaristia nos termos Católicos' seria impossivel; é pura e simples reprodução do argumento emitido pelos judeus e maometanos contra o mistério da Encarnação. Então respondemos aos protestantes como respondemos a eles: Para Deus não existe a palavra impossivel.













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