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A consciência histórica do Cristianismo

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quarta-feira, 6 de março de 2013

XVI - Encarnação sim. Contenção não...

É Deus ilimitado e infinito, logo incontido por Natureza.

Lastimavelmente algumas preces compostas pela piedade mal orientada já nos primeiros séculos, descrevem o mistério da Encarnação de modo bastante incorreto é indesejavel.

Dando a entender que 'O incontido se fez contido' e alegando que a Natureza divina fora contida pelo seio da Virgem, como antes contida fora pelo complemento ou pela natureza humana de Jesus Cristo.

Então eles concebem a encarnação tal e qual concebem a relação existente entre nosso corpo e nosso espírito; supondo que o segundo esteja dentro do primeiro e por ele seja contido. Esta posição até pode ser sustentada se levarmos em consideração que nossos espíritos imateriais recebem forma e limitação da alma material... o que da vezo a suposição de que o espírito tendo recebido a forma da alma é posto dentro do corpo físico.

Parece no entanto que o espírito, mesmo sendo envolvido pela forma da alma, envolve por sua vez o corpo físico. Neste caso o corpo físico é que estaria inserido no bojo do espírito sendo contido por ele.

Talvez esta explicação seja a mais correta. Embora não tenhamos como resolver a questão.

No caso da encarnação porém, o primeiro tipo de solução não é possivel uma vez que Deus não poderia receber forma e ser contido sem deixar de ser infinito, ilimitado, e; logo, divino.

Eis porque S Gregório de Nissa ao explicar o mistério, declara que ao contrário do que diziam e criam os mais ingênuos, a natureza divina, ilimitada e infinita jamais fora contida, seja pela natureza humana ou pelo seio da Virgem. Continua o mesmo doutor advertindo que não deveriamos imaginar o mistério como a natureza divina sendo enfiada ou acondicionada na natureza humana.

Hoje diriamos não ser muito reverente imaginar a Encarnação como o diabinho metido na garrafa.

Completa o já citado mestre espiritual dizendo que o modo mais apropriado para compreender-mos o mistério era imaginando a natureza divina como envolvendo intensamente a natureza humana ou como concentrando-se sobre ela no mais alto gráu; o que não exclui uma concentração ou presença interna; sem que no entanto haja contenção ou aprisionamento da divindade...

Segundo cremos jamais foi formulada definição ou descrição mais elevada a respeito do mistério.

Seja nossa fé a fé douta e esclarecida de Gregório Nisseno.

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