Elencamos e comentamos, como haviamos prometido, mais de meia centena de textos do Novo Testamento empregados pelos principais líderes calvinyya em suas disputações.
Segundo pudemos constatar em quase noventa porcento delas houve defeito de tradução ou puro e simples desconhecimento do contexto.
Corretamente traduzidas e examinadas dentro do contexto em que se encontram a imensa maioria das passagens revindicadas pelos calvinistas não aludem a qualquer decreto de regeição ou de reprovação.
Quarenta e dois textos pois estão definitivamente descartados por nós como favoraveis a predestinação positiva para o pecado e condenação.
Restam entretanto seis textos possiveis de calvinismo:
- At 13,48
- Rom 9
- II Cor 4,3
- Fil 1,29
- I Pe 2,8
Aos quais já nos referimos enquanto alegados pelos primeiros expositores da seitas.
Podemos entretanto acrescentar também Jo 12,39
Conforme são posicionadas as palavras da frase todos estes versos possibilitam uma leitura de teor calvinista, entretanto em sua maior parte essa possibilidade é vedade pelo próprio contexto.
Tal o caso dos seis primeiros textos.
Apenas quanto a este último texto - Jo 12,39 - nenhuma das interpretações parece ser diretamente facilitada pelo contexto.
Donde inferimos que a dignidade das traduções e interpretações é igual.
Resta-nos entretanto a possibilidade de recorrer aos comentaristas dos primeiros séculos e verificar com que sentido era lido pela igreja.
E o saldo é que, a começar pelo próprio Agostinho todos os padres antigos rechaçam a opinião determinista.
No entanto a questão não poder ser dada por encerrada ou ganha.
Pois fora estes existem dois textos de sabor acentuadamente calvinista dentre aqueles que foram analisados por nós.
Ou melhor dizendo: Um e o único possivelmente favoravel ao calvinismo na acepção pura da doutrina e um outro favoravel ao fatalismo.
Tratam-se do já reconhecido apoc 17,8 e de apoc 17,17.
Como podemos observar pertencem ao mesmo livro e a mesma sessão podendo ser classificados como uma 'ilha contextual' calvinista.
Nos seis primeiros casos é possivel que haja apenas e tão somente o emprego de fórmulas e palavras ambiguas das quais se serviam os rabinos e os hebreus daquela geração - fatalistas ou predestinacionistas não nos importa - ou seja de um resíduo meramente cultural.
Pois os apóstolos estavam inseridos na cultura hebraica, haviam sido educados pelos rabinos e pensavam de certo modo como seus parentes, os fariseus.
Pode-se admitir também certa confusão de pensamento ou certa tentativa - em voga ainda hoje - de se conciliar a doutrina da liberdade, ensinada pelo Senhor Jesus Cristo, com as crenças ancestrais.
Nós entretanto, como não somos hebreus e não cremos num deus eminentemente soberano ou todo poderoso, mas sim no Pai de amor revelado pelo Filho adoravel não temos nenhuma necessidade de buscar conciliação entre tais doutrinas - correntes no At e na literatura apocaliptica - e a revelação Cristã.
Optamos conscientemente por regeitar as doutrinas e crenças hebraicas - exceto o monoteismo e o Decalogo - e conservar apenas e tão somente as doutrinas consignadas no Evangelho.
Faltar-nos-a alguma coisa?
O sábio deste mundo que se habilita e nos responda.
Com Jesus entretanto estamos em boa e suficiente companhia.
Teria ele omitido alguma doutrina essecial?
Pensamos que não.
Haverá algum mestre ou expositor igual a ele?
Julgamos que não.
Será sua palavra menos clara que a dos patriarcas e profetas?
Cremos que não.
Então?
Então Jesus nos basta e queremos só Jesus e aqueles que ele comissionou.
Entretanto se há, como há - ao menos aparentemente - discrepâncias entre os ensinamentos daqueles que ele comissionou é nosso dever investigar a origem de tais discrepâncias ao invés de sofismar levados por uma falsa doutrina sobre a inspiração bíblica...
A piedade exige que encaremos o problema de frente ao invés de guiar os homens a incredulidade ou de ficar em cima do muro tentando conciliar o que é de 'per si' inconciliável.
Admitimos pois uma discrepância - ao menos verbal - entre os hagiografos no que diz respeito a salvação.
E diante dela somos levados a concluir que uma das expressões ou opiniões detectadas não tem sua origem no Evangelho mas sim no testamento Velho e nas tradições rabínicas.
Com que critério porém?
O critério é simples:
- A doutrina que esta ausente no Evangelho ou melhor que não é ensinada expressamente pelo Senhor Jesus Cristo é a doutrina expuria ou seja aquela que os apóstolos não receberam de seus divinos lábios.
O Evangelho é pois o primeiro e supremo critério> digo as palavras e ensinamentos do Mestre amado.
- Em segundo lugar qual a tése que é endossada pelo maior numero de livros e de passagens.
Pois se a doutrina do qadar for detectada apenas em um ou dois livros sagrados e a doutrina da liberdade em dez ou quinze posto está que esta é a doutrina primacial, a doutrina legítima, a doutrina pura oriunda do Senhor.
Por outro lado se Paulo afirmou ou pareceu afirmar duas ou tres vezes o qadar e trinta ou quarenta textos tanto mais claramente a doutrina da liberdade devemos dar por certo que os dois textos ou significam um estado de confusão na mente do apóstolo, ou expressão meramente literária ou até mesmo uma corrupção do texto sagrado, como opinava o Bemaventurado Agostinho.
É pois necessário partir para o calculo numérico de probabilidades.
Da associação dos resultados obtidos se infere a verdade: pois nem a palavra de Cristo pode estar equivocada nem o maior número de passagens claras e diretas induzir ao erro.
Quanto ao segundo caso: do fatalismo ou do predestiancionismo no Apoc optamos por admitir que procede dos apocalipses ante Cristãos sobre os quais este parece estar embasado, pelo que lho regeitamos como doutrina falsa e errônea.
Pois suster doutrina contrária a doutrina expressa em todo corpo do NT (especialmente no Evangelho) com base numa 'ilha contextual' é rematada loucura. É inverter toda ordem divina em nome duma doutrina falsa e supersticiosa sobre a inspiração bíblica.
Restamos oferecer um número maior de passagens claras e diretas em que o autor do apocalise afirma e sustenta a doutrina da liberdade.
Mostraremos pois que se as passagens alegadas pelos calvinistas de fato lhos favorecem existem duas doutrinas ou teorias paralelas no livro.
Provaremos pois com abundância de provas que o apoc se contradiz e que é necessário optar por apenas uma de suas partes ou teorias. Teremos pois apoc contra apoc à escolha...
Nossa escolha no caso será guiada pelo mesmo processo acima descrito.
Roteiro -
Nosso trabalho será regulado pela origem das passagens em questão.
Temos pois:
NENHUMA DE CRISTO.
- Uma (01) de S lucas> Atos 13,48
- Uma (01) de S Pedro> I Pe 2,8
- Uma (01) de S João, o apóstolo > jo 12,30 - ESTÁ NO EVANGELHO A GUIZA DE COMENTÁRIO MAS NÃO FOI DITA PELO SENHOR JESUS CRISTO. (!!!)
- Três (03) de S Paulo, o apóstolo > Rom 09 / II Cor 4,3 e Fil 1,29 - O QUE JÁ ERA DE SE ESPERAR POIS O PRÓPRIO APÓSTOLO PEDRO AFIRMA QUE A LINGUAGEM DO APÓSTOLO PAULO É DÍFICIL DE SE COMPREENDER E QUE OS HERÉTICOS DELA SE APROVEITAM PARA DAR COMBATE A SÃ DOUTRINA.
& duas (02) do presbitero João (um discípulo do Senhor segundo o testemunho de Papias) no décimo sétimo capítulo do apocalipse. (muito provavelmente extraidas de apocalipses judaicos pré Cristãos)
Começaremos pois por S Lucas procurando elencar um número superior (a hum - 01) de passagens suas a favor da liberdade, depois iremos em ordem aos escritos de Pedro, João, Paulo e João, o presbitero com o mesmo obejtivo.
Terminado o exame da pena apostólica publicaremos as conclusões manifestando a derrota do calvinismo e a vitória da liberdade.
Encerraremos a parte técnica deste trabalho com chave de ouro passando a analise minuciosa de cada frase e palavra dita por Jesus a favor da liberdade, do principio da escolha, da boa vontade humana, etc
A analise das palavras de Cristo particularmente seguirão a norma de praxe:
- Comparação de todas as traduções possiveis.
- Analise do texto original (grego)
- Escrupuloso exame do contexto imediato e de todas as passagens paralelas.
- A apresentação de todos os comentários dos padres da Igreja e dos grandes teólogos protestantes.
Obs.: Sempre que possivel REVELAREMOS AO GRANDE PÚBLICO AS MANIPULAÇÕES PRESENTES NAS ANTIGAS VERSÕES CALVINISTAS (ou seja os sacrílégios) BEM COMO OS COMENTÁRIOS IMPUDENTES DE SEUS LÍDERES, o que será de grande interese a todos e redundará em sumo proveito a causa da verdade.
Quanto ao método argumentativo continuaremos a empregar o método lógico dialético dos escolásticos - pautado por sua vez em Platão e Aristóteles - adotado igualmente por Calvino, Turretini, Johan Gehard, etc
Temos pois a pretensão de associar as analises: litero/gramatical, hermeneútica e historicista ao método escolástico a que somos tão afeiçoados oferecendo ao povo grego ortodoxo e a todos os homens de boa vontade uma mêdula teologica relativamente segura a ser empregada nos embates contra o inimigo comum, isto é o calvinismo.
Terminado este segundo livro, daremos inicio a analise dos cinco pontos de doutrina sustentados pelo Calvinismo (a começar pela doutrina da corrupção total da natureza - alias partilhada por todos os sectarios protestantes -) procurando impugnar metodicamente uma a uma de suas bases que são os textos sagrados.
Nossas exposições serão acompanhadas duma lição histórica sobre a origem e o teor do agostinianismo, suas lutas contra o pelagianismo e o semi-pelagianismo e seu desenvolvimento até os dias da falsa reforma.
Encerrar-se-ão com um elenco de citações comentadas extraidas dos padres apostólicos e apologetas dos primeiros séculos em resposta a Toplady, o qual afirmou que dos ditos padres eram todos calvinistas de sentimento. É o que haveremos de ver.
Não pretendemos pois deixar um mísero argumento dos qadarit sem resposta.
Pois ordenados fomos a oferecer a razão de nossas esperanças e a vindicar o nome por quem fomos chamados a esta grande graça.
Que os padres teóforos nossos maiores peçam por nós ao Senhor e Mestre Jesus Cristo e a seu vigário o Espírito Santo com o qual é Um só, para que nos ampare e conforte espiritualmente em nossos trabalhos.
Dedicamos esta obra a Santa, Imaculada e sempre pura Mãe de Nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo> Maria, al Batulah (a Virgem).