O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

quarta-feira, 6 de março de 2013

Um Deus que age e que se move, mas que é imutável e não muda.

Testifica a razão que Deus é imutável, querendo dizer com isto que sua vontade não conhece oposição.

Refere o mesmo a escritura inspirada quando declara: "Deus é imutável e sem sombra de alteração."

E no entanto Deus se fez homem, o que implica transformação e em certo sentido mudança.

E antes de fazer-se homem produziu um Universo, o qual espacialmente falando, nele subsiste como conteudo num continente. Deus ilimitado e infinito é o continente deste e de tantos quantos mundos possam existir.

E este universo é dinâmico ou seja move-se...

Não devemos pois compreender o termo imutável como sendo sinônimo de imóvel. Move-se o Deus verdadeiro dos Cristãos...

Mas se se move, move-se para uma perfeição que não possui, diz a boa filosofia.

Mas pode ser que seja movido pela própria perfeição que já possua, atalhamos nós humildemente.

Então dizemos não é movido para a perfeição e sim pela perfeição.

Portanto quando nossos adversários os infiéis, alegam que Deus não poderia ter se encarnado ou se tornado homem porque implicaria mudança de estado, respondemos dizendo que caso não pudesse ter encarnado não poderia ter produzido este ou mais universos. Pois também a produção de universo implica movimento e talvez mudança.

A isto respondem eles que o universo foi produzido 'fora de deus'... Como se algo pudesse subsistir fora do ilimitado e do infinito. Donde retrucamos dizendo que o Universo que subsiste em Deus, em Deus foi produzido...

A isto respondem os falsos profetas dizendo que é movimento, mas de modo algum mudança ou alteração da vontade se considerarmos que Deus apenas executou o que concebera e desejara desde toda eternidade, sem jamais mudar de resolução. Portanto a existência do universo ou seu surgimento corresponde a um designio eterno e imutavel.

Ora, nos aplicamos todos estes raciocinios ao mistério da Encarnação e asseveramos que aquilo que ele executou na Palestina, sob Augusto Cesar, determinara executar desde toda eternidade. De modo que Deus só mudaria quanto a vontade - o que é impossivel - caso tivesse deixado de se fazer homem.

Então quando o Verbo se faz carne cumpre um designio ou decreto eterno que sempre acalentara e concebera. Ele não fez nada de improviso, mas tendo previsto a fuga desta ovelha e desejando traze-la a luz da existência, previu igualmente a terapia ou remédio com que recupera-la.

Perceba que o Verbo não se faz carne por capricho ou como quem busca uma possivel solução. Faz-se o Verbo carne tendo em vista uma necessidade imposta pelo amor infinito e perpétuo.

Por outro lado devemos observar que a idéia de um deus imovel, paralizado e estático não corresponde a realidade. Já porque o universo em movimento encontra-se inserido nele.

Donde inferimos que o movimento é uma qualidade potencialmente presente na vontade divina desde toda eternidade.

Há pois movimento nele e ele próprio movimenta-se externamente sem que por isso sua vontade conheça alteração. No sentido de que ele não deixa de querer ou de desejar hoje o que quis e desejou ontem e que não haverá de querer ou de desejar outra coisa amanhã...

Neste sentido é a vontade divina constante, imutavel e sem sombra de variação.

Portanto ao fazer-se homem realiza Deus no tempo e no espaço o que desde toda eternidade concebeu e quis.

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