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A consciência histórica do Cristianismo

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domingo, 24 de março de 2013

LXXXVI - A fundação e o cárater da igreja romana.

Predomina entre parte dos ocidentais a fantasia segundo a qual governou Pedro não só a Igreja de Roma; mas toda Igreja Católica; como rei ou soberano absoluto.

Teria sido ele um verdadeiro 'papa' nos moldes de Hidelbrando ou Pio IX.





Com sólio dourado, sede gestatória, manto, coroa tríplice, cruz de ouro, cáligas, etc E de fato não poucas estatuas e pinturas tem representado Pedro e os primeiros Bispos de Roma desta maneira ou seja anacronicamente.

Outros adiantando-se mais a frente não exitam em apontar Pedro como tendo sido o fundador da Igreja romana e seu único e supremo pastor.

É típico do ser humano projetar suas crenças no passado... assim os romanistas forcejam por encontrar o papado nos primeiros séculos; quando não existia; enquanto os protestantes esforçam-se por achar o biblismo e o livre examinismo naquelas priscas eras...

E quando há oportunidade falseiam descaradamente a História já afirmando que haviam papas, já sustentando que não haviam Bispos ou hierarquia...

Tal a saga dos monarquistas e dos anarquistas 'cristãos'...

Sabemos no entanto que parte considerável das Igrejas primitivas foi fundada pelos convertidos de pentecostes; os quais, regressando as cidades de origem levaram consigo a fé imaculada.

Assim, anonimamente, plantada por gente humilde e simples, surgiram as Igrejas de Damasco, Antakia, Skandaria, Cartago e Roma; as quais posteriormente foram ocupadas e lideradas pelos apóstolos e discípulos do Senhor.

Eis porque escreve Paulo a congregação plantada em Roma cerca de 56, ou seja, quatro ou cinco anos antes da chegada de Pedro a cidade e dois ou três anos antes de sua própria chegada.

Por Suetônio somos informados que dez anos antes, cerca de 44, disputavam os judeus da cidade a respeito de Jesus Cristo; donde se infere que havia Cristãos entre eles, a saber, um remanescente de Pentecostes.

Naturalmente que se tratava duma congregação judaico/Cristã; a qual foi assumida cerca de 60 por Pedro e por ele liderada por quase sete anos.

A Igreja gentílica deve ter sido organizada cerca de 58/59, por ocasião da chegada de S Paulo; embora possa ter sido organizada alguns anos antes (entre 50 e 55)  por alguns discípulos seus. Seja como for ela aglutinou-se em torno dele a partir de 58/59.

Haviam pois e Roma duas igrejas paralelas e bem distintas uma da outra: a da circuncisão ou dos judeus e dos gentios. Uma igreja petrina por assim dizer e uma igreja paulina.

Diversos críticos racionalistas e protestantes avançam dizendo que cada congregação possuía sua fé. Alguns supondo que a Igreja de Pedro fosse judaizante enquanto que a Igreja de Paulo fosse solifideista... somente quando foram reunidas numa só, por Clemente, chegou-se a um 'equilíbrio' doutrinal; repudiando a igreja petrina as 'obras judaicas da Lei' e admitindo a igreja Paulina as obras éticas ou morais do Evangelho.

Que a Igreja de Pedro comportasse certos elementos radicais procedentes do farisaísmo e por assim dizer legalistas é perfeitamente admissível; que a mensagem de Paulo sobre a Lei judaica fosse mal interpretada por parte de seus seguidores em sentido solifideista, infere-se da leitura da epístola de S Tiago...

Em ambas as comunidades havia extremistas ou núcleos dispostos a heresia; sem que os líderes Pedro e Paulo fossem responsáveis por tal situação. O Ensino de ambos era ortodoxo e por assim dizer idêntico; bem como o sentir da maior parte dos membros de ambas as congregações...

Cerca de 66 Pedro e Paulo passaram aos lugares celestiais, sendo o primeiro sucedido por Anacleto ou Cleto e o segundo pelo fiel Lino de Volterra.

Quando Cleto e Lino passaram ao Pai, entre 80 e 90; o estimado Clemente assumiu ambas as congregações, unificando-as e adquirindo grande fama.


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