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quinta-feira, 28 de março de 2013

XCIII - A sorte de Tomé






Tendo saído de Al Kudush com os demais apóstolos, seguiu Tomé Dídimo - cujo prenome era Judas - com Bartolomeu, Simão e Judas Lebeus para jundo de seu pupilo Addai em Edessa (Urhoi).

Ali se separaram seguindo Bartolomeu para o Norte em demanda da Armênia e da Citia, e Simão e Judas até Cetsifonte, Tomé seguiu e direção do Leste atravessando a partiena até a Sogdiana, a Aracósia e o Beluquistão que hoje se chama Paquistão e que antes fazia parte da Ìndia.

É duvidoso que tenha atingido a parte oriental do Pais que fica para lá do Ganges ou mesmo atravessado o Indo; pois Bardesaian escrevendo no ano 180, assevera que não havia Igreja alguma naquelas regiões.


Então devemos compreender que ele plantou a igreja que floresceu entre o Paquistão e o Afeganistão e não a igreja de Cormandel ou Kerala; junto a Meliapore e Travancor; as quais todavia devem ter sido estabelecidas pelos membros da igreja de S Tomé em meados do século III, sendo bastante provável que parte das relíquias do apóstolo tenham sido levadas para lá.

A principio ele obteve sucesso convertendo o rei Gondofares e parte de seu povo.

Passando porém as terras do rei Mahadeva e tendo atraido sua esposa Terítia e seu filho Jusanes; atriu a fúria do potentado, o qual fez carrega-lo de cadeias e po-lo na prisão.

E tendo feito isto determinou que fosse supliciado.

Temendo no entanto o povo saiu com Tomé em demanda dos arredores da cidade. E como todos pensassem que ele desejava consultar o servo de Jesus Cristo, não houve quem levasse a mal, exceto Jusanes.

E chegando a um ermo tornou o rei a cidade deixando o apóstolo sob a guarda de quatro soldados e com ordens expressas para que fosse morto.

Alcançou-os no entanto Jusanes e tomando o homem santo pela mão fazia menção de leva-lo consigo para liberta-lo.

Tomé no entanto resistiu e disse: "Não posso pagar tão elevado preço que são estas quatro almas sobre as quais teu pai exercerá vingança caso eu venha a escapar."

Toma pois algumas das moedas que tens contigo e entrega a eles enquanto faço minhas orações.

E enquanto Jusanes pagava o serviço dos soldados, o apóstolo, tendo erguido suas mãos e olhos para o céu, proferiu estas palavras:

"Meu Senhor e Deus, Mestre e esperança de todos os povos e nações, eis que tenho te servido fielmente até este dia sem desviar-me por outros caminhos. Assim tenho executado o decreto que ouvi da tua boca e anunciado aos infiéis a tua palavra da Verdade. E para libertar esta gente me fiz escravo. E para conduzi-los a perfeição que vem de ti caminho para o fim desta vida terrena. E tendo encerrado minha carreira caminho para ti sem qualquer receio. Só uma coisa eu te peço: que firmes este rebanho na tua palavra, e que não se perca qualquer um daqueles que se voltaram para ti com o coração sincero. Eu te rendo graças Senhor, Deus e Mestre pelos séculos dos séculos. Amim."

Tendo dito isto o justo voltou-se para os soldados e disse: Exercei agora o ofício para o qual fostes bem remunerados.

E eles quase que ao mesmo instante atiraram suas lanças contra ele; e atravessado por elas ele rendeu o seu espírito.

E segundo o mistério da grande piedade ele foi sepultado pela congregação.

Posteriormente suas relíquias ou melhor, parte delas, foram trazidas para Edessa (Urhoi); segundo testifica Efraim, o diácono. Elas devem ter sido depositadas na Igreja de S Tomé, na qual, segundo a peregrina Etéria, os Atos ou memórias deste apóstolo ainda eram lidos em meados do século V.


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