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sexta-feira, 15 de março de 2013

LII - Qual a lei que jamais seria destruída?





Após alistar as bem aventuranças, declara o Salvador: "Não cogiteis nem penseis em vossos corações que eu vim abolir a lei e os profetas; destruir eu não vim mas cumprir. E digo céus e terra se dissolverão antes que a menor palavra da lei seja revogada."

No decorrer dos séculos tais palavras tem dado muito o que falar e a incompreensão de seu sentido acometido inumeros males a Santa Igreja de Jesus Cristo.

Então devemos saber e crer com exatidão a respeito de que lei jamais passará.

Para que jamais deixemos de observa-la; sem no entanto sermos obrigados a observar qualquer outra lei já revogada.

Lamentavelmente não poucos dentre os sectários tem compreendido que a lei que jamais seria revogada corresponde a totalidade da lei dos antigos hebreus. Assim compreenderam os ebionitas de outrora e alguns fanáticos que ainda hoje afetam viver como os antigos israelitas... eu mesmo dei com tais aberrações vindas do Chile no centro da cidade em que resido no litoral paulista com suas tendas, túnicas, cavalos...

E penso que até mesmo os Amish recuariam apavorados diante de tal gente...

Saida diretamente do seriado 'O tunel do tempo'.

Outros tantos sectários referem que tudo quanto da Lei dos judeus, não foi explicitamente revogado por Jesus Cristo permanece de pé...

Sem sequer atentarem as palavras acima 'nenhum traço desta lei será abolido'.

Outros grupos aderem a tese contrária, alegando que tudo quanto não fora explicitamente confirmado por Nosso Senhor foi abolido...

E assim discutem os sectários perpetuamente em torno da lei de Moisés e ninguém se entende.

Grosso modo cada qual toma dela apenas o que lhe agrada e declara que o mais foi revogado...

Este trabalho de seleção é que deu origem as mais diversas seitas.

Eis porque os bem orientados não podem ignorar esta instrução.

E para começo de conversa devem saber que a Lei dos antigos hebreus não era una, mas na verdade dividida em categorias ou tipos: Lei civil: pertinente a organização social, lei religiosa ou canônica: pertinente as disposições espirituais, lei cerimonial: pertinente aos sacerdotes e sacrifícios e lei moral, a saber, o decalogo.

A lei civil pertenciam os seguintes estatutos: Aquele que descobrir a nudez de sua mãe sera exterminado e não raspareis vossas barbas segundo a maneira dos egipcios.

A lei religiosa pertenciam estas normas: Não permitiras que viva a feiticeira e diariamente recitaras: ouve israel o Senhor teu deus só é o Senhor.

A lei canônica regulava os sacrificios como o das águas amargas e o da vaca vermelha.

A lei do decálogo norteava os atos morais condenando o roubo, o assassinato, a mentira, a traição, etc

Tais as leis que associadas uma a outra formavam a lei.

Então já sabemos que o divino Mestre, ao proclamar a perenidade da lei dos judeus não poderia estar se referindo a lei deles ou a lei de modo geral i é como a um todo; mas a uma de suas partes.

Prova disto é que no tempo presente mesmo os judeus ortodoxos não conseguem mais por toda a Lei em prática.

Basta dizer que já não queimam feiticeiras... e que já não fazem com que suas esposas suspeitas de adultério bebam as águas amargas...

Quanto aos judeus moderados desistiram francamente de observar muitas das leis estatuídas pela taurat.

Os sectários protestantes em sua cegueira não tem sido mais felizes ou bem sucedidos em cumprir toda lei de Moisés...

Eles até podem proclamar que toda ela permanece de pé... cumprir e executar no entanto...

O apóstolo no entanto declarou "Quem falha num só ponto da lei peca contra toda ela."

Então os protestantes afirmando a validade da lei moisaica em sua totalidade fazem-se réus da lei na medida em que não conseguem cumpri-la.

Outros como já dissemos escolhem entre o que deve e o que não deve ser cumprido... fazendo-se juizes da lei... e critérios individuais da verdade universal.

Supor que Jesus desejasse impor a lei civil dos judeus a todos os povos da terra, encadeando a civilização inteira a padrão tão baixo; seria de fato a pinta-lo como um homem malvado...

Em parte algum dos Santos Evangelhos damos com semelhante hipótese ou teoria.

Quanto aos penalidades religiosas contidas na taurat também parecem incompatíveis com o ensinamento daquele que disse: Amai-vos uns aos outros...

A respeito da lei canônica não há no Evangelho uma só menção elogiosa a seu respeito, e tampouco qualquer recomendação para que os apóstolos oferecessem sacrifícios sangrentos.

Tais evidências levam-nos a concluir que de fato Jesus desejou a revogação das leis civil, religiosa e cerimonial dos antigos judeus; preservando apenas a lei moral enquanto pálido reflexo da vontade divina.

É aos dez mandamentos ou a parte da lei escrita nas tabuas e posta no interior da arca, que Jesus se refere quando diz que a 'lei' jamais seria derrogada.

Pois em tempo algum seria permitido ao homem matar, roubar, mentir, trair ou cobiçar sem manchar sua consciência.

Não pôde nem desejou Jesus cancelar esta lei porque corresponde a vontade imutável de Deus gravada na consciência de todos os homens.

Destarte nem revogou ele a lei dos judeus como um todo de modo que não subsistisse ao menos parte dela - o decalogo - como válida; nem pretendeu mante-la em sua integralidade desejando que todos adotassemos os costumes dos judeus, que castigassemos os heréticos com a morte ou que oferecessemos sacrifícios sangrentos a divindade.

As leis civil, religiosa e cerimonial foram suprimidas; enquanto que a lei moral permaneceu nem vigor.




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