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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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segunda-feira, 18 de março de 2013

LXVIII - O destino dos santos...





Muitos se perguntam e questionam a respeito do que se sucede com o homem após a morte, ou seja, se a alma ou o espírito sobrevivem a morte do corpo e se há uma esperança para o além túmulo.

Outros perguntam ainda se o homem haverá de ressuscitar no corpo e a respeito de como ressuscitará.

Platão, em seus diálogos, reuniu diversos argumentos racionais a favor da sobrevivência da alma. Embora Aristóteles, seu aluno, tenha asseverado que do ponto de vista racional jamais poderemos adquirir um tipo de certeza absoluta a respeito.

As pesquisas no campo da metapsíquica ou da parapsicologia; ramo científico inaugurado no décimo nono século por Wallace, Croockes e Richet, também parecem indefinidas; embora algum resíduo irredutível a critica naturalista pareça apontar para a sobrevivência.

Aspiram os homens no entanto por saber quais sejam os ensinamentos de Jesus Cristo a respeito de nossa situação ou condição após a morte corpórea.

Que teria ensinado o divino filho de Maria?

Que teria revelado ele?

Que teria dito e proclamado?

A pergunta é pertinente porque existem milhares de seitas protestantes, as quais, apresentando-se como tendo sido fundadas por Jesus, ministram ensinamentos diferentes e contraditórios a respeito deste assunto.

Alguns como os luteranos e calvinistas mantiveram a doutrina das igrejas romana e Ortodoxa a respeito da imortalidade consciente e da ressurreição final.

Embora tenham mantido as falsas doutrinas do juízo particular e das penas eternas. Inventadas na Idade média pela cúria romana.

Os anabatistas acenaram já com a doutrina judaizante do sono da alma, até que os unitários e russelitas formularam a doutrina da inexistência ou da aniquilação da alma.

Quanto aos pentecostais cada seita ou fiel tem esposado a doutrina que mais lhe agrada, havendo entre eles quem creia igual a igreja e quem creia no sono ou mesmo na morte da alma. Verdadeiro saco de gatos em que ninguém se entende.

Já escrevemos bastante a respeito em nosso livro sobre a discordância doutrinal das seitas.

E assunto molesto a respeito do qual não convém insistir em demasia.

Importante mesmo é certificar quais são os ensinamentos de Jesus Cristo.

Debalde vão os sectários com verdadeira gana ao testamento velho e abolido, tomar aos antigos hebreus lições de mortalismo saduceu. Pois os antigos hebreus não são nossos Mestres, nosso Mestre é Jesus Cristo.

Pelo qual nos foi dada a graça e a verdade; e o qual profere palavras de vida eterna com exclusividade.

De fato eram os primitivos israelitas mortalistas para os quais o destino do homem e do bruto eram idênticos. Esta doutrina materialista deixou abundantes vestígios no livro do eclesíastes....

Criam os antigos hebreus que a alma fosse o sangue que circula pelo corpo, ou o sopro morno que sai da boca dos homens vivos...

Bem sabeis que tanto o sangue quanto o sopro, corrompem-se e desaparecem...

Posteriormente adotaram eles a crença no Sheol, que era uma espécie de cova em que as almas viviam misturadas umas as outras; como sombras pegadas ao pó. Assim o arallu dos sumérios e o tartaroi dos antigos gregos, descrito por Homero na Odisséia.

Enfim durante o predomínio dos persas adotaram eles a crença da ressurreição. A qual combinaram com o sono ou com a imortalidade consciente da alma; formulando diversos sistemas.

Os fariseus do tempo de Jesus, influenciados pelos platonizantes de Alexandria, eram imortalistas; havendo dentre eles que já se inclinasse a reencarnação ou ao gilgul. Os saduceus eram rigorosamente mortalistas e repudiavam tanto a doutrina da imortalidade quanto a da ressurreição. Alguns acreditavam que a alma dormia no sepulcro até ressuscitar no último dia...

Jesus no entanto, que teria ensinado?

O sono da alma? O mortalismo?

De fato antes de ressuscitar a filha de Jairo, declarou o Senhor: Ela apenas dorme; donde inferem os adeptos do sono da alma que imediatamente após a morte a alma entra em coma, entorpece ou perde a consciência...

No entanto, se compreendes que Jesus é verdadeiro Deus sob forma humana, compreenderas em que sentido ele disse: Ela dorme. Pois para ele era tão simples e fácil trazer de volta a vida um morto quanto para mim ou para ti despertar alguém que cochila. Para nós outros, mortais, ela esta morta; pare ele no entanto ela apenas cochila, porque esta prestes a desperta-la...

No mais os apóstolos durante a tempestade ao verem o Senhor caminhando sobre as ondas, ficam aterrorizados por cuidarem que fosse um Dibuk, ou um fantasma; como observa o hagiografo. Ora o termo grego correspondente a fantasma só é aplicável a espíritos ou almas errantes, crença da qual, obviamente, comungavam os apóstolos. Donde se infere que não eram nem mortalistas nem adeptos da doutrina do sono da alma.

Diante disto, fosse a doutrina da imortalidade consciente uma doutrina falsa ou errônea, estava o Mestre e instrutor divino, obrigado a corrigir seus discípulos. Jesus porém nada diz ou declara que seja contrário a doutrina da imortalidade ou mesmo a crença em fantasmas... e quem cala, aqui, consente.

Concebe Jesus uma parábola a respeito do além túmulo. Descrevendo-a em termos de imortalidade consciente, recompensas e punições...

Trata-se apenas duma parábola, atalham os mortalistas, e nada mais.

Acontece que não era do talhe ou do feitio de Jesus, forjar suas comparações a partir de doutrinas falsas, perniciosas ou heréticas. A simples prudência recomendada por ele, excluiria semelhante tipo de petição ou recurso...

Donde se infere que em traços gerais o relato deve corresponder a realidade do além túmulo.

E não a um conto de teor puramente fictício. De que não há exemplo algum nos Santos Evangelhos.

Noutra ocasião é Jesus interrogado pelos saduceus a respeito do levirato e da ressurreição.

Ele lhes responde da seguinte maneira:

"Eu sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. ORA DEUS NÃO É DEUS E MORTOS MAS DE VIVOS; E NELE TODOS ESTÃO VIVOS." Lc 20,37

Aqui o significado salta a vista.

Corporal ou fisicamente estavam já os patriarcas mortos a centenas de anos.

Apesar disto a escritura declara: Deus de Abraão...

No entanto, se nada resta ou sobrevive dos patriarcas é Deus, Deus de mortos, defuntos, cadáveres e ossos...

Daí atalhar Jesus: Deus não pode ser Deus de mortos mas de vivos.

Querendo dizer com isto que algo dos patriarcas, a saber suas almas, permanecia vivo.

E arremata em alto e bom som NELE TODOS ESTÃO VIVOS, inclusive os mortos, dentre os quais os patriarcas.

Vivos como?

Vivos em espírito, pela sobrevivência do espírito. Pela imortalidade consciente.

Quando declara que Deus não é deus de mortos, parece significar também que Deus desejou fixar a lei da imortalidade e não a lei saduceia do mortalismo.

Aos heréticos só resta a alternativa infantil, primitiva e desonesta de observar que de fato 'Todos estão vivos' na 'mente de deus'... rsrsrsrs

Mas que vem ao caso a mente de deus, se Jesus não faz qualquer alusão a ela???

Fosse este o caso o próprio instrutor ou mestre divino teria dito "Todos estão vivos na mente de deus.".

Ao invés de omitir tão importante explicação.

Então nós não carecemos de que os sectários protestantes venham adicionar palavras que não pertencem as escrituras com o objetivo de obscurecer o sentido óbvio e natural.

Por fim ele acena com a imortalidade a Dimas:

"Em verdade eu te digo, Hoje mesmo estarás comigo no paraíso."

Os sectários russelitas no entanto fixam a virgula após o hoje, violando mais uma vez o sentido óbvio e natural e forjando uma construção monstruosa:

Eu te digo hoje, estarás comigo no paraíso.

Não acode a mente de tais sectários que o tempo presente ou o hoje, esta já embutido no tempo do verbo 'digo'; o qual exige que a ação seja implementada no momento mesmo.

Eis porque ninguém jamais se exprimiu assim: Te digo hoje; pela absoluta impossibilidade de dizer 'te digo ontem' ou 'te digo amanhã'.

O tempo verbal por si só exclui a necessidade da observação: 'hoje' ou 'agora'.

De modo que enfiar semelhante troço na boca de Jesus é apresenta-lo como um tosco, imbecil ou retardado mental.

Ademais nem a virgula faz parte do original inspirado; porque o grego antigo ignorava o emprego de sinais; nem o sentido dado pelas russelitas a frase do Salvador era conhecido pelos Cristãos durante todo o primeiro milênio; a contar do tempo dos apóstolos. Correspondendo pois a uma novidade profana engendrada pelo livre examinismo.



Além da doutrina da imortalidade da alma Jesus também ensinou a doutrina da ressurreição dos corpos no último dia por ocasião de sua segunda vinda.

A respeito disto porém, dissertaremos quando analisarmos os ensinamentos do apóstolo Paulo e tanto mais de perto quando focalizarmos a figura de Origenes de Alexandria.














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