O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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terça-feira, 5 de março de 2013

Cristianismo - a religião da Encarnação

Se me perguntassem: O que faz a diferença no Cristianismo? não exitaria um instante em responder: o mistério da Encarnação pelo qual o Deus dos Cristãos é igualmente verdadeiro homem.

O monoteismo é partilhado igualmente pelo judaismo e pelo islamismo.

A doutrina da Encarnação não.

Repudiada nos mais desbragados termos, denunciada, combatida pelos infiéis e apostatas;  a Encarnação constitui por assim dizer a marca caracteristica ou o 'selo' do Cristianismo.

Equivale a religião Cristã a manifestação, aparição ou Encarnação do Criador e a sua presença física, material ou biológica neste nosso mundo.

Este é o fundamento, o alicerce, a base, o centro e o fóco da instituição Cristã, a mensagem segundo a qual 'O Verbo se fez carne e habitou entre nós.'

Correspondem o judaismo e o islam a transcedência absoluta pela qual o deus deles, como uma espécie de ser finito, formal e localizado, encontra-se separado do mundo ou fora dele. Crendo alguns inclusive que esteja assentado sob um trono posto acima das nuvens do céu!!!

O delírio deles consiste em atribuir aquele que jamais encarnou-se categorias e formas finitas de origem humana. É o delírio do antropomorfismo, a qual corrompe como uma chaga a doutrina do espiritualismo.

Nós não atribuimos a deidade em si mesma, a natureza ou a condição divina; categorias e formas finitas como aparência, corporeidade, etc Nós Católicos mantemos a doutrina pura; a divindade é por natureza e condição: completamente imaterial ou espiritual e como tal insubstancial, informe, infinita, ilimitada, eterna e perfeita... os Cristãos honran devidamente a transcendência e afirmam-na de modo absolutamente correto.

Dizem no entanto que Deus não é apenas transcendência ou transcedência pura como os filósofos antigos; mas que é também imanência; pois no tempo e no espaço desejou associar-se a uma natureza humana e como tal material, substâncial, formal, finita, limitada, temporal e perfeita em seu gênero, o qual todavia é um gênero inferior. Assim por união, associação e participação tornou-se a deidade, a principio e em si mesma transcendente; imanente.

Destarte por o Deus dos Cristãos ser descrito como o Transcedente imanente.

Ou como transcendência em intima união ou comunhão com a imanência.

Assim sem ser a principio e em si mesmo formal torna-se o Deus Cristão formal no momento mesmo em que pelo ato da encarnação associa-se a forma finita da natureza humana tomada a Virgem Maria. E podemos dizer que Deus tem braços e pernas no complemento da natureza humana e mortal que desejou assumir... que Deus tem corpo físico no tipo da condição humana a qual desejou estar unido.

Importa dizer que pelo mistério da Encarnação a comunhão entre Deus e homem assume um novo significado, infinitamente mais rico e fecundo. Deus se fez homem para que o homem retorne a Deus se faça divino pela comunhão retomada com ele.

Se Deus se faz carne pela união hipostática, torna-se o homem divino pela união moral em virtude da qual: 'Eu e meu Pai viremos a ele e nele faremos morada.'

E pelo homem, pela humanidade, pelo gênero humano; chamado a uma unidade mais intima e perfeita pelo mistério da encarnação; a matéria, a substância fisica como um todo é por assim dizer incorporada, não só espacialmente, mas moralmente ao ser divino. A relação de espacial que era passa a ser moral e a presença divina mais intensa.

Da criatura racional reintegrada ao Pleroma decorre o mistério da ressurreição, o qual implica a glorificação de certa parcela do elemento material destinado a um futuro tanto mais glorioso.

A Encarnação também assegura que se as formas do céu e da terra passarão, surgirão novos céus e nova terra após uma renovação sem precendentes de origem sobrenatural. Também a terra em seus elementos transformados será chamada a uma comunhão ou proximidade maior com a divindade na medida em que servirá de espaço ou lugar para a natureza humana glorificada do Redentor e dos justos redimidos. Eis porque a morada divina é descrita como uma espécie de Noiva ou esposa do Senhor Cristo.

Pois ao desposar nossa natureza mortal com os elementos constituitivos de origem material, ele desposa esta nossa terra e o universo inteiro.

Somente do ponto de vista Cristão a doutrina da ressurreição e da glorificação fazem pleno sentido a luz do dogma da Encarnação. Ressurgem os homens no complemento da carne porque o Criador tomou para si o complemento da carne e após morrer ressuscitou. Ora como ele se encarnou por nós, nós haveremos de ressuscitar para ele...

Removido o mistério da Encarnação o Cristianismo converte-se em apenas mais um tipo de monoteismo. Um entre três. Mantido o mistério mantem o Cristianismo sua especificidade caracteristica.



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