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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Kitab al hourriyat حرية





EM NOME DA SANTA E VIVIFICANTE CRUZ, EMBLEMA DE NOSSA SALVAÇÃO








Elencamos e comentamos, como haviamos prometido, mais de meia centena de textos do Novo Testamento empregados pelos principais líderes calvinyya em suas disputações.




Segundo pudemos constatar em quase noventa porcento delas houve defeito de tradução ou puro e simples desconhecimento do contexto.




Corretamente traduzidas e examinadas dentro do contexto em que se encontram a imensa maioria das passagens revindicadas pelos calvinistas não aludem a qualquer decreto de regeição ou de reprovação.


Quarenta e dois textos pois estão definitivamente descartados por nós como favoraveis a predestinação positiva para o pecado e condenação.


Restam entretanto seis textos possiveis de calvinismo:


- At 13,48

- Rom 9

- II Cor 4,3

- Fil 1,29

- I Pe 2,8


Aos quais já nos referimos enquanto alegados pelos primeiros expositores da seitas.


Podemos entretanto acrescentar também Jo 12,39


Conforme são posicionadas as palavras da frase todos estes versos possibilitam uma leitura de teor calvinista, entretanto em sua maior parte essa possibilidade é vedade pelo próprio contexto.


Tal o caso dos seis primeiros textos.


Apenas quanto a este último texto - Jo 12,39 - nenhuma das interpretações parece ser diretamente facilitada pelo contexto.


Donde inferimos que a dignidade das traduções e interpretações é igual.


Resta-nos entretanto a possibilidade de recorrer aos comentaristas dos primeiros séculos e verificar com que sentido era lido pela igreja.


E o saldo é que, a começar pelo próprio Agostinho todos os padres antigos rechaçam a opinião determinista.


No entanto a questão não poder ser dada por encerrada ou ganha.


Pois fora estes existem dois textos de sabor acentuadamente calvinista dentre aqueles que foram analisados por nós.


Ou melhor dizendo: Um e o único possivelmente favoravel ao calvinismo na acepção pura da doutrina e um outro favoravel ao fatalismo.


Tratam-se do já reconhecido apoc 17,8 e de apoc 17,17.


Como podemos observar pertencem ao mesmo livro e a mesma sessão podendo ser classificados como uma 'ilha contextual' calvinista.


Nos seis primeiros casos é possivel que haja apenas e tão somente o emprego de fórmulas e palavras ambiguas das quais se serviam os rabinos e os hebreus daquela geração - fatalistas ou predestinacionistas não nos importa - ou seja de um resíduo meramente cultural.


Pois os apóstolos estavam inseridos na cultura hebraica, haviam sido educados pelos rabinos e pensavam de certo modo como seus parentes, os fariseus.


Pode-se admitir também certa confusão de pensamento ou certa tentativa - em voga ainda hoje - de se conciliar a doutrina da liberdade, ensinada pelo Senhor Jesus Cristo, com as crenças ancestrais.


Nós entretanto, como não somos hebreus e não cremos num deus eminentemente soberano ou todo poderoso, mas sim no Pai de amor revelado pelo Filho adoravel não temos nenhuma necessidade de buscar conciliação entre tais doutrinas - correntes no At e na literatura apocaliptica - e a revelação Cristã.


Optamos conscientemente por regeitar as doutrinas e crenças hebraicas - exceto o monoteismo e o Decalogo - e conservar apenas e tão somente as doutrinas consignadas no Evangelho.


Faltar-nos-a alguma coisa?


O sábio deste mundo que se habilita e nos responda.


Com Jesus entretanto estamos em boa e suficiente companhia.


Teria ele omitido alguma doutrina essecial?


Pensamos que não.


Haverá algum mestre ou expositor igual a ele?


Julgamos que não.


Será sua palavra menos clara que a dos patriarcas e profetas?


Cremos que não.


Então?


Então Jesus nos basta e queremos só Jesus e aqueles que ele comissionou.


Entretanto se há, como há - ao menos aparentemente - discrepâncias entre os ensinamentos daqueles que ele comissionou é nosso dever investigar a origem de tais discrepâncias ao invés de sofismar levados por uma falsa doutrina sobre a inspiração bíblica...


A piedade exige que encaremos o problema de frente ao invés de guiar os homens a incredulidade ou de ficar em cima do muro tentando conciliar o que é de 'per si' inconciliável.


Admitimos pois uma discrepância - ao menos verbal - entre os hagiografos no que diz respeito a salvação.


E diante dela somos levados a concluir que uma das expressões ou opiniões detectadas não tem sua origem no Evangelho mas sim no testamento Velho e nas tradições rabínicas.


Com que critério porém?


O critério é simples:


- A doutrina que esta ausente no Evangelho ou melhor que não é ensinada expressamente pelo Senhor Jesus Cristo é a doutrina expuria ou seja aquela que os apóstolos não receberam de seus divinos lábios.


O Evangelho é pois o primeiro e supremo critério> digo as palavras e ensinamentos do Mestre amado.


- Em segundo lugar qual a tése que é endossada pelo maior numero de livros e de passagens.


Pois se a doutrina do qadar for detectada apenas em um ou dois livros sagrados e a doutrina da liberdade em dez ou quinze posto está que esta é a doutrina primacial, a doutrina legítima, a doutrina pura oriunda do Senhor.


Por outro lado se Paulo afirmou ou pareceu afirmar duas ou tres vezes o qadar e trinta ou quarenta textos tanto mais claramente a doutrina da liberdade devemos dar por certo que os dois textos ou significam um estado de confusão na mente do apóstolo, ou expressão meramente literária ou até mesmo uma corrupção do texto sagrado, como opinava o Bemaventurado Agostinho.


É pois necessário partir para o calculo numérico de probabilidades.




Da associação dos resultados obtidos se infere a verdade: pois nem a palavra de Cristo pode estar equivocada nem o maior número de passagens claras e diretas induzir ao erro.





Quanto ao segundo caso: do fatalismo ou do predestiancionismo no Apoc optamos por admitir que procede dos apocalipses ante Cristãos sobre os quais este parece estar embasado, pelo que lho regeitamos como doutrina falsa e errônea.


Pois suster doutrina contrária a doutrina expressa em todo corpo do NT (especialmente no Evangelho) com base numa 'ilha contextual' é rematada loucura. É inverter toda ordem divina em nome duma doutrina falsa e supersticiosa sobre a inspiração bíblica.


Restamos oferecer um número maior de passagens claras e diretas em que o autor do apocalise afirma e sustenta a doutrina da liberdade.


Mostraremos pois que se as passagens alegadas pelos calvinistas de fato lhos favorecem existem duas doutrinas ou teorias paralelas no livro.


Provaremos pois com abundância de provas que o apoc se contradiz e que é necessário optar por apenas uma de suas partes ou teorias. Teremos pois apoc contra apoc à escolha...


Nossa escolha no caso será guiada pelo mesmo processo acima descrito.





Roteiro -



Nosso trabalho será regulado pela origem das passagens em questão.


Temos pois:


NENHUMA DE CRISTO.


- Uma (01) de S lucas> Atos 13,48

- Uma (01) de S Pedro> I Pe 2,8

- Uma (01) de S João, o apóstolo > jo 12,30 - ESTÁ NO EVANGELHO A GUIZA DE COMENTÁRIO MAS NÃO FOI DITA PELO SENHOR JESUS CRISTO. (!!!)

- Três (03) de S Paulo, o apóstolo > Rom 09 / II Cor 4,3 e Fil 1,29 - O QUE JÁ ERA DE SE ESPERAR POIS O PRÓPRIO APÓSTOLO PEDRO AFIRMA QUE A LINGUAGEM DO APÓSTOLO PAULO É DÍFICIL DE SE COMPREENDER E QUE OS HERÉTICOS DELA SE APROVEITAM PARA DAR COMBATE A SÃ DOUTRINA.

& duas (02) do presbitero João (um discípulo do Senhor segundo o testemunho de Papias) no décimo sétimo capítulo do apocalipse. (muito provavelmente extraidas de apocalipses judaicos pré Cristãos)


Começaremos pois por S Lucas procurando elencar um número superior (a hum - 01) de passagens suas a favor da liberdade, depois iremos em ordem aos escritos de Pedro, João, Paulo e João, o presbitero com o mesmo obejtivo.


Terminado o exame da pena apostólica publicaremos as conclusões manifestando a derrota do calvinismo e a vitória da liberdade.


Encerraremos a parte técnica deste trabalho com chave de ouro passando a analise minuciosa de cada frase e palavra dita por Jesus a favor da liberdade, do principio da escolha, da boa vontade humana, etc





A analise das palavras de Cristo particularmente seguirão a norma de praxe:


- Comparação de todas as traduções possiveis.

- Analise do texto original (grego)

- Escrupuloso exame do contexto imediato e de todas as passagens paralelas.

- A apresentação de todos os comentários dos padres da Igreja e dos grandes teólogos protestantes.


Obs.: Sempre que possivel REVELAREMOS AO GRANDE PÚBLICO AS MANIPULAÇÕES PRESENTES NAS ANTIGAS VERSÕES CALVINISTAS (ou seja os sacrílégios) BEM COMO OS COMENTÁRIOS IMPUDENTES DE SEUS LÍDERES, o que será de grande interese a todos e redundará em sumo proveito a causa da verdade.


Quanto ao método argumentativo continuaremos a empregar o método lógico dialético dos escolásticos - pautado por sua vez em Platão e Aristóteles - adotado igualmente por Calvino, Turretini, Johan Gehard, etc


Temos pois a pretensão de associar as analises: litero/gramatical, hermeneútica e historicista ao método escolástico a que somos tão afeiçoados oferecendo ao povo grego ortodoxo e a todos os homens de boa vontade uma mêdula teologica relativamente segura a ser empregada nos embates contra o inimigo comum, isto é o calvinismo.


Terminado este segundo livro, daremos inicio a analise dos cinco pontos de doutrina sustentados pelo Calvinismo (a começar pela doutrina da corrupção total da natureza - alias partilhada por todos os sectarios protestantes -) procurando impugnar metodicamente uma a uma de suas bases que são os textos sagrados.


Nossas exposições serão acompanhadas duma lição histórica sobre a origem e o teor do agostinianismo, suas lutas contra o pelagianismo e o semi-pelagianismo e seu desenvolvimento até os dias da falsa reforma.


Encerrar-se-ão com um elenco de citações comentadas extraidas dos padres apostólicos e apologetas dos primeiros séculos em resposta a Toplady, o qual afirmou que dos ditos padres eram todos calvinistas de sentimento. É o que haveremos de ver.


Não pretendemos pois deixar um mísero argumento dos qadarit sem resposta.


Pois ordenados fomos a oferecer a razão de nossas esperanças e a vindicar o nome por quem fomos chamados a esta grande graça.


Que os padres teóforos nossos maiores peçam por nós ao Senhor e Mestre Jesus Cristo e a seu vigário o Espírito Santo com o qual é Um só, para que nos ampare e conforte espiritualmente em nossos trabalhos.


Dedicamos esta obra a Santa, Imaculada e sempre pura Mãe de Nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo> Maria, al Batulah (a Virgem).



domingo, 26 de julho de 2009

Adenda II - A propósito de um texto do Testamento antigo










Preâmbulo -




Tanto Zanchius, quanto Turretini, Toplady e Boettner, misturaram um bom número de citações do Testamento abolido as referências sacadas ao Novo e perpétuo Testamento.

Ao deparar-me com as palavras divinas do Verbo ao lado das palavras de um Moisés, de um Samuel ou de um David - citados como se tivessem sido chamados pelo próprio Senhor ao apostolado - até senti saudades das 'Institutas' de Calvino, pois a pretensa demonstração de Calvino sobre o decreto é praticamente toda fundamentada no Novo Testamento.

É assaz sabida por todos a opinião de Calvino sobre esses teologos de fancaria que vivem a buscar alusões a Santa Trindade nos escritos dos judeus... opinião que temos por judiciosa e sábia.

Pois cada odre contem um tipo de vinho... a doutrina cristã só é contida nos odres do Evangelho e no resto do Testamento Novo.

Odres velhos não prestam para conter vinho novo...

Entretanto misturaram a pena apostólica com a pena evangélica, a pena evangélica com a pena profética, a pena profética com a Torá e foram nivelando as verdadeiras palavras de Deus com as palavras dos sacerdotes e escribas dos judeus, homens isentos de graça e de verdade.

Aprouve a essa canalha infecta igualar a palavra de seu Senhor as palavras dos emissários, inclusive daqueles emissários que só viram sombras...

Tendo o sol da justiça diante de sí foram pedir luz as sombras e tendo diante de sí a fonte das águas vivicadoras foram cavar poços no deserto...

Que Zanchius, Turretini e mesmo Toplady tenham procedido deste modo va lá!

Pois viveram em eras mais recuadas do que a nossa...

Que o Sr Boettner lho tenha feito é absolutamente vergonhoso!

Que os calvinistas façam-no ainda hoje é o cúmulo da malignidade!

Quando pois recorrerem a autoridade de Josué ou Habacuc em matéria de doutrina Cristã, atalhe-mos com toda sobriedade> Vai discursar neste sábado na sinagoga dos judeus, talvez os rabinos te aplaudam e ovacionem lá.

Fora com teus sábados, sinagogas e citações do Testamento Velho.

De fato elas são verdadeiras palavras de Deus quando cumprem seu propósito: anunciar o Cristo e testificar sobre ele.

Quando empregadas com outra finalidade porém são palavras de homem e palavras de confusão. Como poeira lançada pelo adversário nos olhos do lutador honesto.

Combatamos pois o bom combate sempre a Luz, a Luz do Evangelho, a Luz do Sol, a Luz do Verbo, a luz de Cristo...

Acaso no terreno do Evangelho nos faltará algo?

Somos gratos ao Pai pelo testemunho profético que o Testamento Velho contem sobre o Cristo, pois é caminho, senda e vereda apta para conduzir todo homem de boa vontade até ele e para faze-lo assentar-se a seus pés...

Entretanto a lição e o aprendizado emanam dos lábios dele e não de outro...

O Filho apenas foi enviado pelo Pai com palavras de vida eterna para anunciar abertamente toda verdade. Nele não há pecado, nem deficiência, nem limitação...

Nele tudo é perfeito...

Seus exemplos, gestos, palavras....

Sobre ele apenas disse a voz vinda do céu: Este é meu Filho amado> ouvi-o!

Quem tem ouvidos e lhos dá a ele chegou ao termo da peregrinação, chegou a verdade, atingiu a verdade que liberta.

Não precisa mais de anuncios, vatícinios, sombras e enigmas.

Esta a luz, a luz do meio dia, do dia que jamais terá fim.

Os que a exemplo dos judeus tornam a olhar para trás ou para as figuras é como se tivessem um véu diante das vistas, pois deixando de honrar e de buscar exclusivamente ao Verbo vão perdendo o Verbo de vista e confundindo o Senhor com os servos e ministros até que se tornam aptos para judaizar ou passar ao islan...


Que os hebreus discutam suas crenças com base em Moisés... nós porém somos Cristãos.


Não somos discípulos dos profetas mas daquele que foi profetizado.


"Um só é vosso mestre: O Cristo"


Por isto não perderemos nosso tempo precioso descendo a arena do Testamento Velho, sujo teor fatalista por sinal reconhecemos...


Não jogaremos fora nosso tempo discutindo sobre a Taurat, os Ketubiin ou os meghilots...


Abandonamos pois a Mikra, os targuns e as vãs disputações sobre o hebreu aos judaizantes.


Nós só aceitariamos discutir com os sectários dentro dos LXX sabendo que esta foi a versão empregada pelo Santo e por seus abençoados apóstolos...


E disto não haveria proveito algum...


Cortaremos pois o passo indo primeiramente aos apóstolos beber das palavras deles e depois ao Verbo sempiterno e todo poderoso encerrando nossa demonstração com chave de ouro ou melhor com a chave da eternidade e do mundo invisivel que é o Senhor Cristo.


Sem embargo de tudo quando acima foi escrito haveremos de discutir um desses textosnesta sessão, um texto apenas. Texto pertencente a pena profética e amplamente empregado pelos calvinyya em suas demonstrações...


Pois a liberdade com que empregam o referido texto despertou nossa indignação.


Por isto resolvemos ir a liça, vindicando o sentido do texto.






Explanação -



Refiro-me obviamente ao quinto verso do primeiro capitulo da profecia de Jeremias:


"Antes que tua mãe te engendrasse em seu seio eu ja te conhecia, antes do teu nascimento já te consagrara, e te havia escolhido como profeta das nações."


Nesta pequena e singela passagem a trupe de Calvino é capaz de enchergar a salvação da alma, a graça irresistivel, a segurança do crente e até mesmo o decreto de reprovação. (!!!)





Examinemos pois, examinemos:





1) "Antes que tua mãe te engendrasse em seu seio eu ja te conhecia."


Qual o significado deste misterioso versículo?


O sentido é literal: Antes que o profeta fosse gerado ou concebido Deus já o conhecia ou seja conhecia seus atos e operações livres desde toda eternidade.


Eh?


Refere apenas a presciência ou a precognição divina segundo a qual, Deus, estando para além das categorias finitas do tempo e do espaço tem pleno conhecimento sobre as ações e operações de todos os seres humanos...


Segue-se dai que por conhecer nossas ações e operações desde toda eternidade lhas determine ou crie ele mesmo?


Acaso o fato de vôce saber que seu vizinho morrerá vitimado por um cancer incuravel em menos de três meses implica em que vôce seja a causa do câncer?


Sabemos quando choverá ou estiará sem sermos a causa da chuva ou da seca, sabemos que o Delta do Nilo ou do Chat el arab aumenta de ano a ano sem sermos a causa deste aumento...


Por isso o texto não diz: 'ja te salvará' ou 'te presdestinará a salvação' mas te conhecia, porque deus conhece todas as coisas, inclusiva as que não causa.





2) "Antes do teu nascimento eu já te consagrará"


Mas porque o consagrará antes de nascer?


O termo precedente é que nos mostra a causa da consagração expressa neste termo.


Foi consagrado ou separado porque antes fora conhecido.


Separou-o pois porque antes soube que serviria perfeitamente ao objetivo que tinha em mira.


Pois se soubesse que morreria na infância, que seria dado a bebidas fortes, que cultivaria o amor as riquezas em seu coração ou que desenvolveria certas moléstias não lho teria consagrado ou separado, mas a um outro.


Tendo sabido que seria saudavel, bem proporcionado, virtuoso, espiritualizado, etc consagrou-o.


Consagrou-o devido a seus méritos ou predicados pessoais, pois soube que cooperaria ativamente com seus planos. Separou-o porque conheceu sua boa vontade, sua capacidade e sua fidelidade.


Afinal como escreveram Tomás de Aquino entre os nossos e Iben Khaldun entre os infiéis a profecia depende em parte da natureza e do cárater do elemento receptor que é o profeta.


De modo que o profeta deve ter o organismo saudavel, a mente equibrada, o espírito virtuoso e certas disposições mentais que nós certamente ignoramos.


Deus porém lhas conhece muito bem e por isso conhece os melhores instrumentos ou canais para comunicar as profecias.


Todos e cada um dos profetas foi cuidadosamente escolhido pelo Pai dos espíritos tendo em vista a qualidade ou a forma dos oráculos comunicados.




3) "Pois havia te escolhido como profeta das nações."


A ordem do verso é esta: no segundo inciso indica que Jeremias foi consagrado ou posto a parte, no primeiro dá a causa material porque fora consagrado: porque fora simultaneamente conhecido e conhecido como util a obra do Reino...


Entretanto - caso o texto parasse por aqui - restaria ainda uma pergunta: Certamente separado porque conhecido, entretanto para que conhecido e separado?


Refiro-me pois a causa final ou ao objetivo divino.


Felizmente o texto prossegue e nos esclarece sobre o porque do conhecimento e da separação.


Jeremias fora separado para ser 'profeta entre as nações'.


E não paga ganhar de bandeja a vida eterna ou para ser salvo.


Pois a escritura não diz: "E te elegi para a vida eterna ou para ser salvo" mas para o ofício de profeta, como pregoeiro da encarnação, como mensageiro de sua vinda...


Foi para preparar seus caminhos e nivelar suas veredas que Jeremias fora conhecido, separado e escolhido e não para habitar o Reino celestial.


No que tange a salvação eterna o profeta estava como todos nós na dependência da liberdade e da boa vontade e não de um suposto decreto...






Fica pois desfeita a manobra dos calvinistas e patenteado que a predestinação de Jeremias foi para o ofício profético e não para a aquisição da vida eterna.


Foi conhecido e separado para ser vindente e não para ser salvo.




Ps.: Tudo quanto aqui foi escrito aplica-se e até com mais propriedade a escolha do apóstolo Paulo.


Daí ter recebido a alcunha de 'vaso de eleição'.






Adenda I > Um texto tupiniquim.

Acautelai-vos quanto aos lôbos em peles de ovelhas pois o anjo das trevas sabe passar por anjo de luz.












Tais os textos de Calvino, Zanchius, Turretini, Toplady e Boettner, os quais, juntamente com o Dr Warfield são como que as colunas do sistema.



Todavia ao examinarmos algumas obras sobre o assunto escritas aqui no Brasil nos deparamos com uma contribuição específica de nossos calvinícolas...



Trata-se de I Jo 2,19:



"Sairam dentre os nossos mas não eram dos nossos pois caso fossem dos nossos teriam permanecido conosco, mas desertaram para que se manifestasse que não eram dos nossos."



Segundo os calvinistas e anabatistas desta terra esta passagem depõe inequivocadamente sobre a doutrina da perseverança do crente ou de sua salvação definitiva.



Conforme dizem entre sí: Uma vez salvo, salvo para sempre!



'Sairam dos nossos' ou seja da Igreja ou do corpo Cristão.

'mas não eram dos nossos' quer dizer que jamais haviam pertencido a igreja ou seja que na verdade não eram Cristãos.

'pois caso fossem dos nossos' ou seja filhos da igreja, cristãos verdadeiros, predestinados, iluminados, espirituais...

'teriam ficado conosco' ou seja não teriam desertado ou apostatado.

'mas desertaram para que se manifestasse que não eram dos nossos' quer dizer que os verdadeiros cristãos ou predestinados jamais podem apostatar.

Conclusão: os predestinados ou salvos perseveram até o fim conforme a graça interna que lhes é disposta. Graça irresistivel por sinal.

Já os não predestinados inda que pertençam a igreja externa e visivel, não pertencem a igreja invisivel dos eleitos.

Assim sendo privados da graça estão dispostos a apostasia.

Tais as conjecturas desses arrogantes e blasfemos.





A este texto os calvinistas acrescentam mais este:



I Pe 2,22: "A porca lavada voltou a revolver-se no lodaçal."



E conjecturam que não é da natureza dos bodes transformarem-se em ovelhas ou da natureza do Joio converter-se em trigo, e exclamam:



Porca sempre porca, bode sempre bode e joio sempre joio!





Querendo dizer com isto que os porcos, bodes e ervas daninhas foram regeitados desde toda a eternidade, que mesmo quando entram na igreja entram aparentemente e que não pertencendo verdadeiramente a ela estavam dispostos a apostasia ou a deserção...



Tais as conjecturas dos sacrilegos!







Agostinho entretanto, discorrendo sobre a proibição de se arrancar o joio antes do tempo nos dá a explicação correta: "É por isso que proibe de arrancar o joio junto o trigo, PORQUE MUITO JOIO ACABARÁ POR TRANSFORMAR-SE EM TRIGO, pois se não demonstrarmos paciência diante de seus erros não haverão de mudar, e caso fossem cortados se arranacaria ao mesmo tempo o tempo durante nosso exercício é capaz de toca-los." in Quaest. Evange XII



Admitia pois o padre hiponense que os homens maus eram capazes de verdadeira conversão e mudança e disto inferia que não era lícito suprimir-lhes a vida.

E Jerônimo de Stridon: "Existe a penitência. Por isso nos proibe de supliciar aos irmãos, pois pode se suceder que sendo herético hoje, amanhã se arrependa e passe a verdade." in Loc



Quanto aos calvinistas todos eles sabem, e muito bem, que a frase escrita por Pedro pode ser compreendida com muito mais simplicidade nestes termos: O pecador batizado regressou ao mundo (ou seja ao pecado).



Por isso que o porco mesmo após o batismo não deixa de ser porco: Pois deixando de ser pecador em ato pela submissão a lei de nosso Senhor Jesus Cristo, não deixa de ser pecador em potência ou seja de ser um homem sugestinado ao pecado, tentado, capaz de vir a pecar e de perder a salvação.



Não queremos dizer com isto que a conservação da santidade ou a impecabilidade seja impossivel após o batismo - muito pelo contrário afirmamos não só que é possivel mas necessária - ou que a graça de Cristo desampare os fiéis, o que queremos dizer é que o homem permanece livre e que sua vontade inclinando-se para o mal pode leva-lo ao pecado e mesmo ao vício que é a apostasia.



Pois se é possivel que o Cristão caia após o batismo, não é licito que viva caindo ou pecando mas que faça penitência, sofra pelo pecado e seja restaurado para fidelidade e não para o vício e a iniquidade.



Na verdade os que se associam a Cristo e que se tornam espigas de trigo ou ovelhas nem por isso deixam de trazer algum joio ou algum sangue de lobo dentro de si mesmos enquanto trazem imagens malignas dentro de si mesmos e enquanto tais imagens sempre haverão de sugestiona-los para o mal ou de tenta-los.



A tentação é a imagem ou fragmento do joio e a herança do lôbo que sempre fica naqueles que se transformaram em espigas de trigo ou em ovelhas.



No entanto a graça do Senhor é poderosa e eficaz para impedir que a boa vontade entre na tentação ou seja de impedir que os santos cheguem ao deleite que é o pecado.



O cão só tornará ao vômito na medida em que sua vontade faça livre opção pelo mal ou o pecado.



Portanto nestes casos de pecado e apostasia não é a graça mas a boa vontade que falha e nos desampara.



Os santos podem apostatar e de fato apostatam porque são livres.









Todavia I Jo 2,19 comporta outras possibilidades de interpretação tão válidas quanto a calvinista e que se harmonizam melhor com a mensagem do Evangelho. Vejamos:



'Sariam dos nossos': Sairam da Igreja.

'Mas não eram dos nossos': Na verdade jamais haviam pertencido a alma da igreja ou sido Cristãos.

'pois caso fossem dos nossos': pois se fossem verdadeiros filhos da Igreja ou membros pertecentes a sua alma.

'teriam ficado conosco': ou seja não teriam abandonado a igreja, desertado ou apostatado.

'mas desertaram para que se manifestasse que não eram dos nossos.' sem embargo apostataram porque não eram verdadeiros filhos da igreja ou membros de Cristo.

Conclusão: Aqueles que amam a Cristo e a Igreja, mesmo se cairem algumas poucas vezes não romperão com a unidade ou seja não apostatarão, restando uma penitência para eles a qual se submeterão.





Já aqueles que não amam o Cristo e sua Igreja mesmo tendo ingressado externamente no corpo da mesma - pela recepção do batismo - por motivos de ordem excusa, não teem como permanecer fixos nela. Mais cedo ou mais tarde tais elementos haverão de apostatar.



Há pois no corpo da igreja dois tipos de pessoas: as sinceras, que entraram verdadeiramente na comunhão de Cristo e na comunhão da graça e as hipócritas ou dissimuladas, que entraram no corpo da igreja sem fé, sem esperança e sem caridade ou seja por fingimento.



Na verdade esta ultima categoria de fiéis jamais entrou na igreja e jamais pertenceu a ela.



Pois jamais desejou estar em contato com Cristo.



Por isso, não sendo dos nossos - ou seja dos crentes verdadeiros e sinceros que estão em Cristo - não são capazes de permanecer conosco ou de permanecer na unidade.



Seu fim é pois a defecção ou a apostasia.



"Porque neles jamais habitou o amor de Deus."



Merecem pois ser classificados como anti-Cristos.



Porquanto entraram no rebanho de Cristo como espias, ou tendo em vista a aquisição de vantagens neste mundo.



Jamais foram dos nossos, pois como hipócritas jamais passaram pela regeneração espiritual, jamais experimentaram os efeitos do batismo, jamais receberam os sacramentos com frutos, tudo profanaram, tudo conspurcaram e por isso se apartaram da comunhão ou formaram seitas a parte.



Portanto segundo cremos não lhes faltou eleição ou chamamento mas boa vontade, sinceridade e sobretudo amor.



Jamais pertenceram a Igreja pois jamais amaram.



Permaneceram mortos nos pecados e por isso tornaram a pecar.



Jamais nasceu neles ou viveu o home novo subsistindo o homem velho.



Jamais entraram no pacto na vida.











A apostasia é pois uma triste realidade.



Todos quanto entraram na igreja sem cuidar da salvação na verdade fingiram que entraram e se fingiram que entraram haverão de sair.



Portanto todo aquele que sai é porque não foi sincero, é porque não acreditou é porque não amou.



E não tendo crido e amado não entrou de verdade.



Não pertenceu pois a igreja, como filho legitimo, como membro de seu corpo místico ou de sua alma.



Portanto tudo quanto conheceu, soube, aprendeu e experimentou juntamente com os filhos da Igreja verdadeiramente desperdiçou...



Malbaratando os veiculos dos dons de Deus.



Não há pois predeterminação alguma para a apostasia, apenas má vontade e má fé.



Quando aos verdadeiros filhos da Igreja: que amam sinceramente ao Cristo, estão de fato garantidos e seguros.



Pois o amor associado a graça lhos preservera do pecado.











As duas interpretações são possiveis, cremos porém que a nossa, firmada na tradição da Igreja e nos homens base, seja superior representando a posse do sentido do texto ou seja da verdade.

sábado, 25 de julho de 2009

O textos de Loraine Boettner V - Apoc 17,17









Cita por fim a apocalipse 17,17:


"Conforme Deus poz em seus corações cumprir seu designio: entregar sua realeza a Besta até que suas palavras sejam cumpridas."


Aqui reconheceremos estar diante dum texto verdadeiramente calvinista caso os calvinistas assumam ser aquilo que de fato são: fatalistas e tão fatalistas quanto os muçulmanos.


Quando o Sr Boettner sustem que o fatalismo exclui a idéia de um deus pessoal mente cinica e descaradamente pois o Islan - a forma mais abstrata e transcendente de monoteismo por sinal - afirma simultaneamente a personalidade divina e crença num destino fixado por esta personalidade.


O calvinismo pode evidentemente escapar a acusão de que ensina a doutrina 'pagã' do fatalismo... seja! Entretanto não pode fugir a acusação de ser como é um fatalismo teista ou melhor um fatalismo judaico/muçulmano.


E por fatalismo judaico/muçulmano queremos designar um tipo de fatalismo muito mais grave e culpado do que todos os outros.


Pois os pagãos afirmando uma necessidade superior ao próprio Zeus não expunham Zeus a culpa.


Os judeus e muçulmanos a seu tempo blasfemam contra deus, mas não contra o DEUS VERDADEIRO que é a Santa e indivisivel Trindade.






- Calvinismo: uma avaliação




Os únicos que associam a doutrina do destino ou da necessidade ao Deus da verdade e ao Verbo Santíssimo, expondo-os a irrisão, são os calvinistas.


Nenhum pagão ou infiel por afirmar a necessidade maculou a reputação do Deus verdadeiro, os calvinistas no entanto se vangloriam nisto: em associar essa doutrina impura e monstruosa a figura adoravel de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Paz aos pagãos em sua ingenuidade, paz aos judeus e muçulmanos que buscam a verdade, paz aos hereges que reconhecem a liberdade e isentam o Senhor de culpa... o calvinismo entretanto deve ser combatido como a praga das pragas no corpo do Cristinismo nominal.


Deve ser denunciado e combatido dia após dia como ervá daninha jamais plantada pelo Pai Luminoso.


Não nos associemos a gente como e eles jamais nos calemos diante de suas blasfemias, pois aquele que se omite e se cala participa do pecado deles.


Todo erro é toleravel enquanto não atinge em cheio a natureza ética de Deus.


Triste é errar sobre a personalidade de Deus e regeitar a existência das três pessoas.


Tristíssimo é regeitar a divindade do Verbo amado.


Porém o mais triste de tudo é perverter a natureza ética da Santa Trindade ou do Senhor Jesus Cristo.


Pois quando o homem lê nas escrituras Santas que Deus é Amor e apesar disso ousa dizer que esse mesmo Deus regeitou a maior parte da humanidade condenando-a a suplícios eternos e inextinguives merece verdaderiamente ser considerado como ímpio.





AQUI LANÇO REPTO PÚBLICO A TODA SEMENTE CALVINISTA DA FACE DA TERRA - e firmado na palavra de Deus peço as razões de sua esperança - E LHES PERGUNTO:


REGEITAR MILHÕES DE PESSOAS CONDENANDO-AS A UM SOFRIMENTO ETERNO SEM LHES DAR SEQUER UMA OPORTUNIDADE É ATO DE AMOR?


Não quero saber se é justo ou se não é, se diz respeito a soberânia divina, se está escrito... não quero saber de nada disto, quero saber dos calvinistas apenas uma coisa:


SE O DECRETO DE PERDIÇÃO OU REPROVAÇÃO É UM GESTO OU SINAL DE AMOR PARA COM OS REPROVADOS?




Como estou predestinado a tatear nas trevas gostaria que algum mestre calvinista me esclarece-se ou me ilumina-se: pois se esse Deus me ama devo respeita-lo mesmo quando me regeita...


Mas se não me ama então melhor seria que não existisse...


Para que serviria a existência de um Deus que não fosse aquilo que ele é, ou seja, amor?


Aqui na terra comumente os pecadores dizem que quem ama não mata...


E mostram imenso horror diante daquelas mulheres que destruindo os frutos de suas entranhas mostram-se desnaturadas...


Tal o deus calvinista na minha opinião - abro espaço nos comentários para que os calvinistas defendam publicamente a opinião contrária (pois o espirito do erro não pode ser superior ao espírito da Verdade) - monstro desnaturado...


O Deus do profeta porém afirma: "PODE ACASOU UMA MULHER ESQUECER DAQUELE QUE AMAMENTA? NÃO TER TERNURA PELO FRUTO DE SUAS ENTRANHAS? MESMO QUE ASSIM SE SUCEDE-SE EU JAMAIS ME ESQUECERIA DE TÍ." Is 49,15




- Diante desta acusação de fatalismo ou islamismo só resta aos calvinistas de ontem e hoje aliviarem a barra...


Já Lutero dizia: "Oh estouvado não estou falando a respeito de vacas, cavalos, dinheiro ou imóveis, mas apenas e tão somente sobre Deus e a alma, se há liberdade no que diz respeito a salvação." (citação livre de Denifle)


E o sr Boettner foi obrigado a admitir que: "Segundo a doutrina do decreto a liberdade e a responsabilidade humanas são totalmente preservadas. Deus sabe o que ocorrerá certamente mas permanece a liberdade."


Mistifica entretanto.


Na verdade a doutrina calvinista sustenta que "...aqueles que foram abandonados ou regeitados por deus, não podem sequer "pensar no bem", quanto mais deseja-lo ou faze-lo." Claro que o homem é dotado de vontade - afirmam despudoradamente - mas duma vontade voltada para o mal e escravizada por ele. Cfssão Helvética IX


A esta meia vontade direcionada apenas para o mal é que costumam chamar de liberdade com o objetivo de ludibriar aos incaútos.


Para eles a vontade do homem natural é escrava e não livre e foi deus mesmo quem lha escravizou ao recusar seu auxilio aqueles que poderia - caso quizesse - ter libertado.


E não havendo liberdade enquanto simples possibilidade de se conceber bons pensamentos ou de desejar o cultivo da virtude não há responsabilidade alguma.


Pois ninguém pode ser responsabilidade por não poder fazer o que esta acima de suas forças.


Quando pois o deus calvinistas pune aos que cometeram pecado esta punindo aqueles que ele mesmo fez pecadores deixando de libertar do pecado. Castiga-os pois por uma falta que é sua, pois somente ele poderia te-los capacitado para o bem.


Age pois como um pai que se recusa a levar o filho, paralítico, a fisioterapia e depois lhe da uma sova acusando-o por não ser capaz de andar...


Nem pode haver liberdade para os eleitos caso devam levar uma vida santa e isenta de pecado. Pois neste caso o poder de deus lhos impediria de pensar no pecado ou de pecar.


A menos que os predestinados possam cometer quaisquer pecados, mas ja estamos no terreno do antinomiasmo com o qual nos haveremos noutra oportunidade...


(Tais as aventuras dum protestantismo totalmente desorientado)



Nem é verdade que um calvinismo mais refinado sustenha o fatalismo ou o destino apenas no que tange a salvação ou a alma, sem cogitar das coisas terrenas.


É verdade que todo calvinista com ares de intelectual se esforça por passar tal idéia admitindo que os homens são plenamente livres quanto aos assuntos seculares, profanos ou temporaes.


No entanto nós, que viemos donde viemos, sabemos que não é assim.


Pois sabemos que boa parte dos calvinistas é quase tão fatalista e supersticiosa quanto aos judeus e muculmanos.


Meu irmão - que é professor e ativista social - e eu ouvimos de um calvinista a seguinte explicação sobre um resgate feito pela equipe de bombeiros de nossa cidade: Os bombeiros retiraram as vítimas de lá MAS QUEM RESGATOU FOI DEUS E SE DEUS NÃO QUIZESSE TERIA IMPEDIDO O RESGATE.


Já Ambroise Paré costumava dizer: Eu fiz o curativo mas Deus curou! Sem cuidar de que por um lado Deus não precisava de seus curativos e por outro que a imensa maioria dos que não recebiam seus curativos acabavam morrendo.


Creem pois os calvinistas - como a plebe analfabeta e nominalmente papista - que deus interfere diretamente nos atos humanos modificando-os a seu bel prazer ( para não falarmos nas leis da natureza ), seja castigando (!!!), causando acidentes, desgraças, mortes, etc


Sim, multidões de protestantes - os calvinistas em quase sua totalidade - e de papistas não frequentantes ousam atribuir diretamente a deus todos as ações e operações que ocorrem no mundo natural e na sociedade do mesmo modo que os selvagens hebreus costumavam fazer séculos antes do nascimento de Cristo e da mesma forma como os muçulmanos fazem ainda hoje quando dizem: Inshalla ou maktub!


E os símbolos mesmos compostos pelos pais do calvinismo dão suporte e alimentam tais doutrinas.


Conforme podemos ler na cfssão Helvética (VI e IX) que Deus mesmo enviou o homem de Beijamim a Saul (I Sam 9,16) e que desejando os irmãos de José mata-lo, deus não permitiu, porque sua vontade era outra.


Como sempre os calvinistas vem a baila com seus textos do Testamento velho querendo a todo custo passar por Cristãs as doutrinas e crenças dos judeus...


Por isso o calvinismo é o que é: uma instituição judaizante e porta de todas as seitas.


Pois o mudar o fóco do Evangelho ou do Novo Testamento para o testamento velho e abolido o protestantismos serve a causa do judaismo e do islan ou seja a causa da descristianização e da apostasia.


Firmemo-nos pois no campo e terreno dos Evangelhos.


Efetivamente o povo calvinista crê como creram seus pais e os antigos judeus.


Creem pois que deus manipula diretamente as vontades dos seres humanos como lhe apraz, tal e qual manipulou a vontade dos irmãos de José, do faraó, do homem de Beijamim, etc


Donde lhes cabe o título de fatalistas ou qadaritas.






- O texto em questão



E como os apóstolos sendo judeus, empregaram a linguagem dos judeus no Testamento Novo, chegando mesmo a manter e a tentar conciliar suas algumas de suas crenças com a doutrina revelada, os calvinistas recorrem a todas as expressões favoraveis ou aparentemente favoraveis a sua doutrina que se encontram no corpo do Novo Testamento.


Cuidam com isso poder apresenta-las como doutrinas apóstolicas e legitimamente Cristãs!


Inda que o Mestre amado tenha silenciado totalmente a respeito delas...


É justamente o caso do presente texto (apoc 17,17)


Pois não se trata de modo algum de um texto favoravel a doutrina calvinista compreendida como um decreto eterno favoravel a uns e desfavoravel a outros.


Embalde qualquer calvinista procurara no contexto desta citação qualquer alusão a um decreto de reprovação referente aos tais reis e menos ainda a um decreto anterior a fundação do mundo.


Não estamos pois diante duma passagem que diga respeito a eternidade ou a restauração dos seres humanos, mas diante duma passagem alegórica pertinente ao livro mais complexo de todo o Novo Testamento.


Dum livro demasiado simbólico e com liberdades de linguagem que comportam diversas interpretações, uma inclusice historicista e outra preterista.


Como em toda literatura apocaliptica porém - e o apocalipse é uma colcha de retalhos composto por pedaços de diversos apocalipses judaicos - é natural que nele nos deparemos com um ou alguns textos de teor, não digo predestinacionista (porque nenhum decreto eterno ou reprovação está em jogo) mas certamente fatalista.


Estamos pois diante de um texto legitimamente fatalista - alias o único presente em todo corpo do Novo Testamento - segundo o qual a vontade de dez reis será diretamente governada por deus e quiçá modificada.


Tal e qual no caso dos irmãos de José, do Faraó e do homem de Beijamim deus é apresentado como sendo o autor imediato das ações humanas tendo para isso quebrado ou violado a vontade do executor humano. Nestes casos a liberdade é pura e simplismente negada ou inexiste...


E como todas as excessões somadas e multiplicadas se transformam em leis...


(É pois perfeitamente presumivel que os fundamentaistas e judaizantes de toda casta - incluidos evidentemente os calvinistas - afirmem ao fatalismo a guiza de dogma Cristianíssimo...


É inevitavel que seja assim porquanto invertem toda ordem e esquema divinos colocando o Testamento Velho acima do Novo, o apocalipse acima de João e Tiago, Paulo acima do Evangelho e Jesus Cristo sempre por último, isto porque se apresentam como 'Evangélicos'.


Procedem entretanto como Mosaistas, apocalipticos, paulinos...


Não é para se estranhar que sejamos acoimados de heréticos e infiéis por cumprirmos com nosso dever: afirmar a suprema soberânia do Evangelho e a suprema autoridade de Cristo em matéria de doutrina e controvérsia.


Um fanático jamais poderá admiti-lo pois não esta em Cristo e o Evangelho tolhe seus passos.


Por isso quando diz Evangelho quer dizer Bíblia - o Velho ou Novo Testamento - e não Mateus, Marcos, Lucas e João! E se contender com ele espere para ouvir um: só isso!


Assim eles ultrajam ao Senhor que os resgatou, fazem de tudo medida para o Evangelho e do Evangelho medida para coisa alguma...


Se pudessem nos enfiariam todos na fogueria com os romanistas, espiritas, agnóstas e ateus, felizmente porém as leis da civilização lhos contem.)





Portanto se desejam para sí o apoio deste texto retirem a máscara da face e assumam seu fatalismo!


Pois a vontade de Deus - admitindo hipoteticamente que ele quebre a liberdade do homem - é sempre fatal e irresistivel.





Entretanto o fatalismo esboçado nesta passagem pelo autor do apocalipse (o presbitero João e não o apóstolo homônimo) não se coaduna com o calvinismo.


E por uma razão bastante simples:


A interferência da vontade divina aqui referida não teve seu princípio num decreto de predestinação, mas, como explicita o segundo verso deste mesmo capítulo (décimo sétimo) na má vontade ou na liberdade mal empregada daqueles dez reis, os quais "Se prostituiram com ela (a prostituta)..."


Portanto a iniciativa do pecado de prostituição partiu da liberdade deles -os reis - e não de Deus ou dum decreto de predestinação.


Do contrário - conforme o entendimento dos calvinistas sobre a inspiração - o hagiografo teria escrito: "... Deus prostitui-os" ou "... os reis que foram prostituidos por Deus".


Inferimos pois que os reis pecaram livremente ou seja que tomaram a iniciativa no que diz respeito a iniquidade e que tendo em vista - por pré cognição - o emprego inadequado que fizeram de suas liberdades Deus deliberou suspende-las futuramente passando a controlar a vontade deles.


O esquema não seria pois: decreto de predestinação (o qual sequer é aludido no texto) > suspensão da liberdade > condenação; mas: emprego inadequado da liberdade> suspenssão da mesma com propósito meramente temporal.







- Avaliação do contexto:


Cumpre advertir por fim que toda a cautela é pouco diante de livros eminentemente simbólicos como o apocalipse.


Pois sua linguagem ja livre, já irregular, já alegórica pode servir de pretexto - como tem servido - para a afirmação de qualquer teoria exótica ou falsa doutrina que passe pela cabeça dos apóstatas.


Que dizer então a respeito de um único texto ou seja duma autêntica ilha contextual.


Suster qualquer doutrina - ignorada pela Cristandade durante séculos -com base numa ou duas passagens do apocalipse é sectarismo patente e indice de má fé.


Basta dizer que sendo maus tanto a prostituta quanto a Besta ( certamente os reis que a servem ) esta escrito que haverão de se 'odiar e lutar' 17,16


Afirmação que não se sustenta em face a palavra de Cristo: "TODO REINO DIVIDIDO PERECERÁ, SE SATANAZ POIS COMBATE A SATANAZ QUE É DE SEU REINO?"


Infere-se pois da PALAVRA DE DEUS que as potências do mal não estão divididas e que não podem dar combate umas as outras.


Tal e doutrina pura e infalivel do Evangelho.


O autor do apocalipse entretanto nos apresenta a divisão, a luta e o combate entre os potências maléficas. Doutrina inconciliavel com a doutrina legitimamente Evangélica!


Por isso dizemos: Nele está a palavra de Deus enquanto contem ensinos que procedem de Jesus, mas ele não é de modo algum a palavra de Deus, mormente quando contradiz a sentença do Evangelho.


Repudiamos pois conscientemente a todo e qualquer ensino ou doutrina que proceda da sinagoga e dos rabinos, especialmente quando se opõe aos ensinamentos claros e insofismáveis de Nosso grande Salvador Jesus Cristo.


De fato acolhemos ao apocalipse e lho veneramos enquanto receptaculos de alguns ensinos e palavras divinas procedentes do Evangelhos, amamos entretanto acima de tudo aos mesmos Evangelhos e repudiamos tudo quando - esteja onde estiver - não concorde com as palavras de Deus nele contidas.




- Conclusão:


a) O texto refere a supressão de algumas vontades por parte de Deus.


b) Trata-se pois de um verso fatalista inspirado no Testamento Velho, nos escritos apocalipticos compostos antes da vinda do Senhor e nas tradições judaicas.


c) O conteúdo deste verso é incompativel - como veremos mais adiante - com a doutrina Cristã apresentada pelo Santo Evangelho.


d) Se os calvinistas lhos aceitam merecem ser classificados como fatalistas ou melhor como maometanos.


e) Não há nenhuma referência no texto ou no contexto a qualquer decreto de predestinação.


f) O ponto de vista do hagiografo parece ser mais favoravel ao arminianismo pois deixam bem claro que primeiro os reis em questão empregaram mal suas liberdades - dando ouvidos a grande prostituta - e que devido a este mal emprego foram alijados delas, a guiza de punição. Assim a supressão da liberdade deles seria uma punição por terem abusado dela.


A cauda da supressão da liberdade estaria no abuso da mesma e não num decreto qualquer da parte de Deus.


g) O contexto referente a divisão e conflito entre as potências malignas não pode ser interpretado literalmente sob pena de contradizer o ensino autorizado do santo Evangelho, o que depõe sobre a obscuridade do capítulo e do livro.


h) O ato de se recorrer a um ou dois textos isolados (ilha contextual) inseridos num livro altamente simbólico e obscuro com o objetivo de firmar uma doutrina essencial (dogma) ignorada durante séculos por todo povo Cristão só pode ser qualificado como desonestidade cinica e monstruosa.









O textos de Loraine Boettner IV - Atos 13,41 > A farsa calvinista




"A dissimulação engendra o ódio."





Cita por fim a Atos 13,41:





"Desprezadores pasmai e morrei de espanto. Pois vou realizar uma obra espantosa em vossos dias, obras em que não crerieis se alguém vo-la contasse."





E comenta sem a menor cerimônia: Eles são chamados a ver tais coisas apenas de modo externo, pois haverão de permanecer em seus pecados.





Gostei do comentário: CHAMADOS PARA VER AS COISAS APENAS DE MODO EXTERNO.





Pois na verdade estão impedidos de ver, de ver em verdade justamente por aqueles que os chama...





Estando impedidos de ver a verdade são chamados: para ver uma aparência de verdade.





Tal o cárater do deus calvinista não é apenas cruel, sádico, mesquinho, insensivel, despótico, mas sobretudo HIPÓCRITA, FINGIDO E DISSIMULADO.





Pois tendo presdestinado parte dos homens ao castigo eterno DEVERIA - POR UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA - DETERMINAR A EVANGELIZAÇÃO APENAS E TÃO SOMENTE DAQUELES QUE PREDESTINOU E NÃO A DE TODOS OS HOMENS, PARTE DOS QUAIS ELE MESMO EXCLUIU E IMPEDIU DE CORRESPONDER.





O único modo de classificar esta atitude sua é como: farsa, encenação, teatro, engodo...





Pois determina que todos sejam evangelizados impedindo ele mesmo parte dos evangelizados de corresponder a evangelização que ele mesmo determinou...





Ordena a evangelização de todos e impede a salvação de todos.





Quando poderia caso quizesse ter determinado apenas e tão somente a evangelização daqueles que lhe pertence.





Donde o aspecto universal da evangelização - cada criatura e todas as nações - é ficticio ou aparente e não real.





A única evangelização real é a dos predestinados ou eleitos. A dos réprobos é de mentirinha ou de brincadeira...





Imagine que vôce mesmo tenha optado porque um de seus filhos tenha nascido com as pernas atrofiadas e determinado que viva preso a um leito.





Num belo dia vôce reune seus filhos em casa - os sãos e o aleijado - com o objetivo de dar-lhes uma barra de ouro a cada um deles, com a condição de que fossem até sua mesa retira-la.





Sabendo que seu filho aleijado não poderia cumprir com a condição estipulada vôce, mesmo sendo um homem limitado, lho convidaria a vir pegar a barra?





Certamente que não pois sabe que seria um constrangimento inutil ou melhor puro sadismo e não é comum que os pais humanos sejam sádicos para com seus próprios rebentos...





Entretanto o deus calvinista faz assim mesmo convidando seus filhos aleijados - que abandonou a paralisia - para que venham tomar posse de algo de que não são capazes de tomar posse...





Não satisfeito em excluir tantos filhos da vida eterna o deus calvinista faz questão de zombar deles convocando-os cinicamente para que venham tomar posse dela.





Este é o verdadeiro sentido da expressão "modo externo" chamar "externamente" é determinar algo que não pode ser feito ou determinar algo que se impede previamente de ser realizado...





Acaso vôce mandaria seu cão voar ou seu peixinho caminhar sabendo que voar ou caminhar não pertence a natureza deles?





Claro que não.





E mesmo assim vôce é um ser imperfeito...





O deus calvinista entretanto manda oferecer prêmios a naturezas que estão incapacitadas de obte-los...





Nada mais patético do que oferecer um paraiso a pessoas que se lançou ao inferno.




















Diante da malignidade corrente entre os calvinistas cumpre esclarecer mais uma vez que estamos diante doutra passagem que não pertence a pena apóstolica ou melhor dizendo a uma pena 'Cristã' e sim diante duma passagem pertencente ao testamento abolido dos hebreus, se bem que a pena profética. Pois trata-se duma sentença extraida de Habacuc 1,5





Não estamos pois diante de palavras de Jesus e tampouco de algum de seus apóstolos.





Já ouço o calvinista gritando a plenos pulmões: Sofista, acaso Paulo não é apóstolo, acaso não se trata de Paulo citando ao profeta ou de Paulo empregando Habacuc?





Portanto não é a autoridade do apóstolo que desprezas ao desprezar esta passagem?





Acontece que não desprezamos a passagem empregada pelo apóstolo, o que desprezamos é a apenas e tão somente a interpretação calvinista da mesma, inda que firmada no sentido original das palavras de Habacuc...





Queremos dizer com isto que os profetas nem sempre estavam cientes ou perfeitamente cientes sobre o conteúdo das profecias que recebiam.





Tal o caso dos sacerdotes que narraram a tomada de Jericó e referiram ao pedaço de pano vermelho pendurado por Raabe no teto de sua casa, o qual serviu como sinal de remissão a si e aos seus... para os sacerdotes a importância estava no 'fato' e nada sabiam para além dele.





Para nós entretanto e para a humanidade que proveito trâs este fato em si?





Nenhum, como assinalou o grande Origenes.





Por isso que todos os Padres a começar por Clemente romano, Hipótilo, etc viram neste pano o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, sinal de vida eterna para os que são de sua casa.





Alem disto os videntes do passado por vezes alteravam a forma dos oraculos comunicados e misturavam-nos com suas próprias crenças ante-cristãs.





E quando encetavam interpreta-los incorriam em erros.





Tomas de Aquino da parte dos Cristãos e Iben Khaldun da parte dos muçulmanos tendo estudado a fundo o cárater das profecias dissertaram magnificamente sobre a compreenção dos profetas.





E tiveram de admitir que a profecia só pode ser conhecida após sua realização.





Quanto as profecias expelidas pelos profetas hebreus e sibilas pagãs, todas foram comunicadas por Cristo, em Cristo e para Cristo, com o objetivo anunciar sua vinda e suas obras.





Não prestam pois como fundamento imediato a doutrina Cristã, mas apenas e tão somente de fundamento mediato e indireto.





Pois testificando sobre a natureza do Mestre divino testificam igualmente sobre a doutrina ensinada por ele.





Donde as profecias afirmando a preexistência, a eternidade e a divindade do Verbo, dão suporte a infalibilidade da doutrina enunciada por ele.





A doutruina dele entretanto não esta contida nas profecias, mas nos santos e divinos Evangelhos.





Eles e tão somente eles são o receptáculo da doutrina Cristã e a palavra pura e perfeita de Deus encarnado.





De modo que os apóstolos tiveram que 'recorrer' diversas vezes a 'aplicação' com o objetivo de fixar o verdadeiro sentido das profecias, independentemente do sentido original.





Pois quando em exodo 12,46 os sacerdotes determinaram que 'nenhum osso fosse quebrado' nenhum deles teve diante de si o Cristo crucificado, mas o cordeiro material que todos os anos imolavam por ocasião da velha páscoa.





E quando Caifaz vaticinou 'Que morra um só para que não pereça o povo' sua intensão não foi dissertar sobre o dogma do resgate...





Tudo isto foi aplicação.





Aplicação empreendida pelo Espírito Santo, sem fazer caso do sentido original...














Suponhamos pois que neste passo o sentido original disse-se respeito a algum decreto de reprovação, estariamos nós então obrigados a professa-lo?





Não, de modo algum ao menos que o próprio Cristo lho tivesse sancionado e conferido uma chancela divina.














Entretanto se fazemos caso do sentido histórico da passagem percebemos que diz respeito a vinda temporal dos caldeus e não a salvação ou a vida eterna.





Nada há no primeiro capítulo de Habacuc que diga respeito ao decreto perpétuo de nossa eleição, quanto mais a um suposto decreto de reprovação, o qual só existe dentro das cabeças vazias dos calvinistas.














Resta-nos examinar o contexto em que Paulo recorre a dita passagem do profeta para buscar o sentido da 'aplicação' uma vez os caldeus já não exerciam poder algum no século primeiro desta era.





Examinemos pois o verso precedente:





"CUIDAI POIS QUE NÃO SE SUCEDA CONVOSCO O QUE FOI VATICINADO PELO PROFETA."





Posto está que não tem em vista qualquer decreto ou predestinação para o pecado.





Pois sendo a predestinação fatal e inevitavel não teria dito:





CUIDAI PARA QUE NÃO SE SUCEDA o que equivale a: PROCURAI EVITAR.





É pois a incredulidade evitavel e não inevitavel.





Livre e não predeteminada ou fatal.





O que concorda com o oráculo, pois principia com estas palavras: Desprezadores pasmai e morrei de espanto.





Refere-se pois a desprezadores ou seja a homens que desprezaram ou que foram agentes e autores do desprezo.





E não a homens desprezados ou abandonados por Deus. Pois do contrário teria dito:





"Desprezados - por deus - pasmai e morrei de espanto." e o calvinismo estaria vindicado...





E continua: "VOU EMPREENDER UMA OBRA ESPANTOSA EM VOSSOS DIAS."





Tendo em vista a destruição de Jerusalem pelos romanos em 70 d C e o crescimento da igreja entre a gentilidade, obra verdadeiramente espantosa aos olhos dos hebreus daquela geração.





E certamente nenhum daqueles que estavam a ouvi-lo haveria de crer que o Templo seria incendiado, o sacerdócio desaraigado e a igreja Cristã completamente desvinculada do Judaismo...





(Tal o parecer do grande Champlinn)





Cremos entretanto que a 'obra espantosa' vaticinada pelo profeta seja a encarnação do Verbo, na qual os judeus não creram embora o Senhor lha tivesse anunciado ou contado com séculos de antecedência.





Querendo com isso alertar aos catecumenos da gentilidade para que não imitassem a incredulidade dos hebreus diante dum mistério assim tão profundo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Os textos de Loraine Boettner III - Joânicos

"MUDEI A ESCURIDÃO EM LUZ E AS SENDAS TORTUOSAS EM ESTRADAS PLANIFICADAS, ESTAS MARAVILHAS FIZ E ESTAS OBRAS NÃO DEIXEI DE EXECUTAR." Is 42,16






"A DOÇURA E BENEVOLÊNCIA DE NOSSO DEUS FARÁ BRILHAR NO PAVILHÃO DOS CÉUS UM SOL NASCENTE DE JUSTIÇA, ELE HÁ DE ILUMINAR AQUELES QUE JAZEM ASSENTADOS NA REGIÃO DAS TREVAS E DA SOMBRA DA MORTE E DE GUIAR NOSSOS PASSOS NA VEREDA DA PAZ." Lc 1,76







Recorre em seguida a João 9,39:





"Eis que venho para trazer juizo a este mundo, a fim de que aqueles que não vejam passem a ver e aqueles que veêm sejam feitos cegos."





E comenta "É díficil encarar o adoravel redentor e Salvador dos homens, como Salvador apenas de alguns e pedra de tropeço para todos os mais, todavia é isto que as escrituras afirmam."





Entrentanto estas escrituras não afirmam nada disto e tampouco qualquer outro dito ou expressão exarada pelo divino Mestre.





Que as escrituras dos judeus lho afirmem isso é lá com eles pois não somos hebreus. Nosso Mestre é um só: o Cristo e não carecemos doutros mestres...





Que os apóstolos por vezes reproduzam, ao menos quanto a letra, os toscos ensinos dos rabinos e escribas não nos admira, entretanto um só é nosso Mestre: o Verbo e os apóstolos quando doutrinam em nome dele...





Dificil para os calvinistas impossivel para nós.





Imaginar que o meigo Salvador tenha escolhido meia dúzia de gatos pingados para povoar seu paraiso e regeitado a imensa maioria dos seres humanos reservando-lhes torturas perpétuas no corpo e na alma é o Supremo ultraje com que podemos feri-lo.





Nem mesmo os escarros que a soldadesca romana despejou em sua sagrada face se comparam com as afirmações diabólicas de Calvino e seus herdeiros sobre os limites de seu amor e de sua misericórdia!





Limitam o que de per si é ilimitado!





Seja Deus verídico e Calvino reconhecido por mentiroso, falso profeta e sedutor do povo!





Pedra de tropeço ele foi, é e será para aqueles todos que desejam tropeçar em si pela má vontade.





Juiz inexoravel será igualmente para os que se recusam servi-lo.





Entretanto para todo aquele que deseja permanecer de pé ele será esteio e fundamento de sua morada e para todo o que deseja servi-lo na obediência será Salvador fiel.





"Venho trazer juizo a este mundo."





Tal juizo não pode ser encarado como condenação, pois noutro passo foi dito:





"Deus não enviou seu Filho para condenar o mundo mas para que o mundo seja salvo por ele." Jo 3,17





Posto está que o juizo pertinente a este verso é juizo de separação ou de distinção entre aqueles que são postos diante da luz.





Que a luz em questão seja o próprio Senhor di-lo ele mesmo: Luz sou eu deste mundo aquele que me segue não caminhará na escuridão, mas terá a luz que vivifica.





Dois são os estados possiveis daquele que é posto perante a luz:





- De lucidez, conforme é capaz de ver a luz sem que seus olhos sejam feridos.





&





- De cegueira, conforme é incapaz de captar a luz ou de contempla-la sem se ferir.





Por isso, o Senhor tendo acabado de curar um cego de nascença de sua dupla cegueira: carnal e espiritual, toma este cego que recobrou a luz como exemplo para a lição que pretende ministrar aos seus.





Advirta-se ainda que ao estabelecer a comparação em fóco o Senhor estava cercado por escribas e fariseus e que estes estavam como sempre a murmurar contra ele.





Os hebreus estavam perfeitamente cientes de que o Messias haveria de 'devolver a visão aos cegos.' entretanto mesmo após terem contemplado o portento realizado pelo Senhor procediam como se não tivessem visto absolutamente nada, como se não tivessem contemplado coisa alguma.





Porque não estavam dispostos a reconhece-lo como sendo o 'prometido libertador'.





Era capazes de observar a menor das nuvens do céu, de examinar sua tonalidade e de prever se choveria ou não no dia seguinte, mas não eram capazes de perceber os grandiosos sinais executados debaixo de seus olhos.





Eram cegos não por defeito corporal como aquele pobre homem curado por Jesus, mas cegos porque vendo não queriam ver e surdos porque ouvindo não queriam ouvir...





Temos pois duas situações espirituais bem definidas:





- A cegueira que simboliza a incredulidade frente a pregação do Evangelho.





&





- A lucidez que simboliza a fé nas palavras e ensinamentos do Senhor.





Admitindo que o Logos é a Luz e a verdade aqueles que aderem a sua pregação merecem a alcunha de lúcidos enquanto aqueles que lha desprezam merecem a alcunha de cegos.





O texto porém revela-nos algo mais, pois nos revela uma inversão espiritual ocorrida por graça da manifestação da luz.





Segundo tal inversão diante do brilhos da luz, cegos haviam que se tornariam lúcidos e lúcidos haviam que se tornariam cegos.





Por isso que Westcott e Hort - os maiores críticos de todos os tempos - vertem a passagem do seguinte modo: "... cegos passem a ver e aqueles que veêm tornem-se cegos."





Querendo dizer com isso que enquanto a lucidez é causada em parte pela luz (sem luz não há lucidez como não há lucidez sem olho) enquanto o olho se esforça por capta-la, a cegueira não é causada por ela e sim pela atitude do olho que se fecha e se recusa a capta-la.





Tornam-se cegos porque são agentes ou causa material de sua própria cegueira. Neste caso a manifestação da luz não passa de causa condicional.





Pois não havendo luz e brilho não pode haver lucidez e sem a existência da lucidez a cegueira tanto pode ser atribuida a inxistência da luz quanto a inexistência ou a má utilização do aparelho receptor.





Como prova de que há luz o Verbo se fez carne.





Para que todo o aparelho receptor possa capta-lo.





Entretanto alguns aparelhos podendo capta-lo recuzaram-se a faze-lo.





É pois a luz causa material de sua cegueira?





De modo algum, pois o Senhor Jesus Cristo não disse que fechou seus olhos ou que cegou-os desde toda a eternidade.





Por isso Teodoro de Mopsuestes, Cirilo Alexandrino, João Crisóstomo, Teodoro de Heracléia, Teodoreto de Cirro, João Damasceno, Euthimyos e Theophilacto de Ochrida dentre outros fazem notar que a partícula PARA nem sempre significa causalidade material ou absoluta, mas muitas vezes causalidade ocasional ou mera oportunidade ou resultado: isto que dizer que Jesus Cristo não se encarnou para cegar a quem quer que fosse, entretanto, homens houveram que ao lhes ser ofertada a luz, fecharam seus olhos recusando-se a recebe-la... e assim se tornaram cegos.








Disse apenas que a aparição da luz serviu de oportunidade para que a cegueira ou a má vontade deles se torna-se manifesta.





Parte pois a cegueira deles mesmos, de sua má vontade, de sua contumácia e não do Senhor Jesus Cristo, e não da luz.





Pois o objetivo pelo qual a luz se manifestou foi para que todos vissem.





Se alguns não viram foi porque não quizeram ver.

















O Dr Adam Clarke - partindo de Cirilo e Crisóstomo - sustem que os cegos eram os pagãos sepultados na idolatria enquanto que os lucidos eram os hebreus possuidores do decalogo e do monoteismo.





Entretanto se a cegueria diz respeito a luz da divina graça tantos quantos precederam o Senhor estavam cegos e verdadeiramente cegos fossem judeus ou gregos.





Judeus houveram que perceberam sua enfermidade e cegueira e que por isso se tornaram tão saudaveis e lucidos como os pagãos.





A maioria entre eles porém permaneceu cega.





O termo cego portanto não designa a todos os hebreus senão aqueles que criam estar em posse da saude, da visão e da liberdade ou seja aos sacerdotes, escribas e fariseus.





Pois recusando-se a reconhecer suas misérias desprezaram o médico, a luz e o Filho que lhos poderia ter salvo.





Por isso dissera o Senhor: Não são os sãos mas os enfermos que carecem de médicos.





Querendo dizer com isto que somente aqueles que reconhecem os sintomas da enfermidade que os aflige procuram o médico, fazem uso dos remédios indicados e logram ser salvos enquanto que aqueles que se julgam sãos (porque na verdade não havia um só homem são ou impecavel naqueles tempos) acabam morrendo.





Eles porém revidaram: "Jamais fomos escravos de quem quer que fosse.", e recusaram a liberdade que lhes fora generosamente ofertada.





Como peritos nas tradições e nas escrituras eles também acreditavam estar em posse da luz e enchergar perfeitamente bem...





Por isso permaneceram cegos...





Pois não perceberam a própria cegueira e dispensaram o ministério da luz.





Os galileus, samaritanos e pagãos entretanto reconheceram sua cegueira e assim puderam ser iluminados, curados e emancipados.





Os sacerdotes, escribas e doutores da lei - senhores de jerusalem - crendo ver permaneceram cegos até os dias de hoje enquanto que os galileus, samaritanos e pagãos reconhecendo a própria cegueira obtiveram a luz eterna.








Segundo foi exposto pelo abençoado Paulo: "Parte de Israel - os mestres e lideres de Jerusalem - entrou na cegueira enquanto a maior parte das nações pagãs recebeu a plenitude na luz."











Certamente que o texto se refere a uma cegueira, enquanto desejo expontanêo de não se ver algo. (no caso o Cristo)





E a uma lucidez, enquanto atitude receptiva com relação a luz.





Não é o Cristo que ilumina a uns - sem fazer caso da vontade livre - e que cega a outros.





É o Cristo que a todos oferece a mesma luz sendo acolhido livremente por uns e repudiado por outros.























E depois a:








- Jo 15,16:





"Não fostes vós que a mim me escolhestes, mas eu que vos escolhi e vos constitui para que deiteis frutos e vossos frutos permaneçam."





E assim se expressa sobre seu sentido: Não é o cristão que escolhe seguir a Jesus e ser Cristão é Jesus que através de seu decreto elege ou escolhe quem haverá de ser cristão e de salvar-se.





E conclui como de praxe afirmando que se escolheu a estes ou seja aos eleitos regeitou a outros ou seja aos réprobos.





Portanto os calvinyya são capazes de encontrar nesta pequena passagem toda sua doutrina: a predestinação de alguns para o céu e a predestinação de muitos para os tormentos eternos.





Vamos por partes.





Que Jesus tenha escolhido a humanidade antes que esta pudesse corresponder a seu chamamento é o cúmulo da obviedade...





Pois sendo ele eterno e incriado enquanto os eleitos não passam de criaturas vindas a luz da existência no tempo e no espaço é natural que lhos tenha escolhido desde toda a eternidade, logo antes de que eles e o próprio universo em que vivem viessem a existir...





Que a iniciativa ou o plano da restauração anteceda a existência de seus objetos enquanto parte efetiva da vontade de Deus é algo que salta as vistas de todo Cristão.





Pois sendo imutavel e perfeita a Santa Trindade nada realiza de improviso.





Para os apóstolos entretanto é possivel que a coisa não fosse assim tão obvia e que algum deles até cuidasse de ter amado ao Senhor em primeiro lugar e de ter conquistado seu afeto...





Por isto João registrou no prefácio que escreveu para este Evangelho: AMEMOS A DEUS PORQUE ELE NOS AMOU PRIMEIRO!





Querendo dizer com isto que ao homem enquanto criatura só é dado corresponder...





Não nos foi dado nem nos é possivel: escolher primeiro ou amar primeiro.





Por isso diz: Não fostes vós que me escolhestes, referindo-se não ao tempo - em cujo plano de fato nós o escolhemos - mas a eternidade.





Quando nós o escolhemos no tempo e julgamos te-lo amado antes é porque ele já nos escolheu e amou primeiro...





A prioridade é sempre dele: não fostes vós que me escolhestes...





Porque fomos escolhidos antes e nossa escolha esta fundamentada na sua.





Caso o Senhor não nos tivesse escolhido antes - desde toda eternidade - nossa liberdade não teria serventia alguma.





Se podemos empregar bem as nossas liberdades aderindo a mensagem da cruz foi porque ele livremente nos escolheu e amou, desde muito antes.





Cumpre perguntar agora a quem foram direcionadas estas palavras: se a alguns apenas ou a todos.





Pois se foram direcionadas apenas e tão somente aqueles que estavam na sala com o Senhor e que tiveram a graça de ouvi-las as portas do céu se abriram apenas para doze ou noventa...





Agora se foram dirigidas a todo aquele que é capaz de le-las ou de escuta-las temos um grupo bem mais amplo.





Afinal quando afirmamos que tais palavras não se aplicam somente aqueles que lhas escutaram no instante em que foram proferidas pelo Senhor estamos já ultrapassando o fundamento histórico e a letra da escritura, constrangidos pelo bom senso.





Pelo mesmo bom senso que nos autoriza a afirmar que tais palavras não tendo sido direcionadas apenas aqueles que lhas escutaram quando foram proferidas pelo Senhor foram direcionadas a todos os homens isto é ao gênero humano.





Sacando a conclusão segundo a qual todo o gênero humano foi escolhido com Cristo, por Cristo e em Cristo.





Pois quem alarga o sentido de um texto para abranger alguns pode alarga-lo do mesmo modo ao máximo fazendo com que abranja outros ou melhor todos.





Até posso ouvir os calvinistas murmurando indignados: entretanto nem todos conhecem e amam a Jesus!





Todavia se o primeiro impulso para a restauração parte de Jesus não há problema algum: Jesus conhece e ama a todos...





E conhecendo e amando a todos certamente escolheu a todos desde sempre.





Que Jesus nos tenha escolhido primeiro concordo em gênero, número e gráu...





Agora se alegais que só ele escolhe e que ao homem não é dado corresponder, respondo com as palavras do próprio Senhor:





"E NÃO QUEREIS VIR ATÉ MIM PARA RECEBER A VIDA." Jo 5,40





Pois uma coisa e não poder escolher primeiro ou antes e outra coisa bem distinta é não poder escolher de modo algum...














Tampouco podemos silenciar que o Santo veio a nós, isto é ao mundo, quando ainda jaziamos sob o jugo e a canga do pecado para nos trazer a libertação.





Não esperou em vão que nos libertassemos a nós mesmos.





Não nos abandonou.





Não nos desprezou.





Antes veio até nós, do modo como estavamos para então nos chamar a transformação.





Portanto não fomos nós que merecemos sua vinda segundo as obras da juventude, ele é que livremente resolveu aproximar-se de nós e curar-nos para que nos tornassemos fecundos.





Pois se nos amou e escolheu primeiro enquanto nossas obras eram iniquas nem por isso nos escolheu sem motivo.





Não levando em conta uma santidade e perfeição que não possuiamos, resgatou-nos para a santidade e a perfeição...





Sabendo que a comunicação da graça nos capacitaria para as obras santas que determinou.





Por isso disse: DETERMINEI: VÃO E PRODUZAM FRUTOS, FRUTOS QUE PERMANEÇAM.





Determinação que testifica contra o antimoniasmo.





Nada merecendo pelo passado criminoso, tudo merecemos pelo futuro promissor.





Assim nos escolhendo antes não nos escolheu sem prever nosso futuro e sem saber que abundariamos em boas obras.











"Disse isto aos santos apóstolos - que se adiantou e veio a eles quando eles ainda eram pecadores - para que eles seguindo o exemplo dele também se adiantassem aos demais homens e antes que estes cogitassem na possibilidade da remissão esta lhes fosse oferecida. Como ele veio nos procurar determinou que os apóstolos procurassem aos pecadores ao invés de esperar que eles tomassem a iniciativa e viessem até eles." Leôncio de Bizâncio.