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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Textos de Zanchius XI - Textos maiores G > Os textos de apoc sobre o Livro da vida.

09) Os últimos textos referidos pelo Dr Zanchius foram extraidos ao último livro das escrituras canonicas do Novo e Perpétuo Testamento que é o livro do apocalipse ou da revelação, redigido por um certo João, muito provavelmente o 'Presbitero João' referido nos fragmentos de Papias.

(sobre a autoria, composição, significado, canonicidade e autoridade do Apocalipse recomendamos nossa obra "Preterismo sim!")

Ei-los: "E adorada foi pelos habitantes todos da terra, cujos nomes não se encontram registrados no livro da vida do cordeiro desde a fundação do mundo." 13,8

&

"A besta que viste a já não é, e que sobe do abismo, segue para a danação e com ela os que habitam a terra - cujos nomes não estão escritos NO LIVRO DA VIDA DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO - os quais se admiram percebendo que era, já não é e ainda é." 17,8

E podemos dizer que este último texto é o grande texto e o maior trunfo dos calvinistas.







EXPOSIÇÃO:



Antes de entrar no texto original, versões, tradução e sentido dos textos em questão convem assinalar que o livro do Apoc se distingue bastante e de diversos modos dos demais livros do Novo Testamento.

Distingue-se por sua origem não apostólica tal e qual os dois últimos Evangelhos e a carta aos hebreus.

Por comportar pedaços ou parte de diversas obras apocalipticas compostas antes do advento de Nosso Senhor Jesus Cristo, embora tais recortes não tenham sido explicitados pelo autor.

Por sua linguagem altamente simbólica e cheia de alegorias as quais tornam sua leitura e compreenção bastante dificeis mesmo para os especialistas.

Por seu pensamento ou ideário tipicamente judaico ou judaizante em oposição por exemplo a epistola aos hebreus, a primeira carta de João e o 'corpus paulinum'; literaturas bastante impregnadas pelo pensamento helênico. (o enfoque alegorico do AT, o Logos, citações de sábios gentios, etc)

E distingue-se finalmente por seu sentido incerto conforme alguns lho atribuem um significado preterista, outros um significado profético ou futurista e outros ainda um significado gradual ou historicista para sermos suscintos.





Fornecendo aos que odeiam a verdade farto arsenal de sofismas com que dar combate a divina revelação.

Conforme a simbologia do livro pode ser interpretada de qualquer modo pelo ímpio e empregada para servir de veste a sua teorias...

E de fato é o que tem se sucedido desde os tempos de outrora, os falsos profetas e sectarios um após o outro tem se servido deste livro para a atacar a mãe igreja e firmar as casas da heresia.





Como a destinação do livro é indeterminada e também o tempo a que se refere os sofistas hora lhe conferem destinação universal, hora particular; hora lho aplicam ao passado; hora ao presente e hora ao futuro, conforme lhes convem e interpretam os simbolos e alegorias como lhes dá na vêneta...

E assim encaixam qualquer doutrina e qualquer pregação na revelação divina.




Não é para se admirar pois que o calvinismo dele faça seu último e mais sólido reduto, como o sabatismo, o jeovismo, o anabatismo e todas as organizações que os homens edificaram para a sua própria glória em oposição a cidade de Deus.




Começemos pois nossa obordagem parte por parte:


I ) - Há livros com páginas de papiro ou pergaminho no mundo espiritual?


No verso quinto do capítulo terceiro - que serve de base as duas passagens em fóco - é mencionado pela primeira vez o 'livro da vida'. Mas não pela primeira vez no corpo do Novo Testamento, pois fora citado primeiramente - se a memória não me desampara - pelo abençoado Paulo na carta aos Filipenses (4,3) e depois por Apolo em Hb 12,23 sob a designação de 'Livro dos céus" ou de Deus.

Posto está que entre livro dos céus, livro de Deus e livro da vida não há diferença alguma.

Alias para os antigos hebreus os livros eram em número de três: o livro das boas ações ou da vida, o livro das más ações ou da morte e o livro das boas e mas ações.

Posteriormente os tanains e amorains afirmaram que cada ser humano vive acompanhado por dois escribas celestiais um dos quais anota num livro todas as suas boas ações enquanto o outro anota num outro livro todas as suas más ações - e já temos dois livros para cada ser humano! - e nas suas fábulas referem as cores dos dois livros (dourado um e negro o outro), como serão abertos, de como serão pesados na balança de deus e outras quejandas. Os muçulmanos também recederam esta fábula e creem que na hora da morte o anjo das más ações haverá de pesar os livros e achando o seu mais pesado espancará o moribundo com uma massa de ferro até que a alma se retire pela boca (a dos justos será suavemente retirada pelo nariz).

Estas bibliotecas invisiveis se encontram mencionadas nas seguintes fontes: Sl 66, 8 / Mal 3,16 /
Nee 13,14 / Is 65,6 / Enoc 81,4 etc / apoc de Br 24,1 / Dn 7,10 e Asc de Is 9,12, fora os Targuns e o Talmud.

Evidentemente que os antigos judeus - exceto talves os helenistas - encaravam tais livros como reais ou seja como existentes em si mesmo e não como simbólicos ou alegoricos. Parece-me que os adventistas do movimento de reforma também creem na existência real e material de tais livros como podemos ler nas obras e comentários de Balbach... outros sectários também parecem crer na realidade de tais livros mas não se pronunciam muito claramente, talvez com receio de serem ridicularizados.

Até onde sei os calvinistas não encaram tais livros como reais ou existentes, embora eu tenha conhecimento de alguns dentre eles que vivem a debater e até mesmo a disputar sobre os diversos tronos (de cores e tamanhos diferentes) sobre os quais Deus se assenta (!!!) ou se assentará... Tais debates eu vi e ouvi com meus olhos na presença de testemunhas.

Entretanto nenhum dos eruditos e expositores -mesmo calvinistas - dá créditos a tais tonteiras e superstições.

Devemos pois nos acautelar quanto ao sentido de passagens ou versos que citem livros celestiais para que os preconceitos não nos subam a cabeça.

Ora de Deus está dito: Deus é espírito! Jo 4,24

Ou seja Ser insubstâncial, isento de forma e matéria. Como disse Hermas: sendo infinito ele tudo contem e por nada é contido.

E seu Reino que é ele mesmo também é um Reino espíritual ou seja isento de matéria e forma.

Não há pois livros, tronos, trombetas, tabernaculos, altares, incensários ou quaisquer outros objetos e elementos materiais em seu Reino.

Tudo isto é sombra e figura contendo algum ensinamento, doutrina ou mistério.






2 ) - Qual o significado da palavra 'livro' nos livros religiosos dos hebreus?


Por livro devemos compreender a memória de Deus conforme ele retem em sí todas as informações e de nada se esqueçe, como se toda História deste e dos outros mundos estivessem arquivadas em seu Ser.

O livro da vida designa a memória de Deus com relação a nossas virtudes ou boas obras para a salvação e o livro da morte os nossos vícios ou ações iniquas para a perdição.

Neste caso ter o livro gravado no livro da vida significa viver virtuosamente e ter o nome apagado dele significa tornar-se indigno da restauração que nos foi concedida em Cristo Jesus.




3) A idade do livro e seu escrevente


Em se tratando da memória de Deus podemos inferir que os livros existem antes da criação do mundo, sendo eternos.

Por isso apoc 13,8 não diz: "Que não se encontram registrados no livro da vida do cordeiro desde a fundação do mundo."

Como querem alguns dando a entender que Deus mesmo registrou no livro os nomes dos que seriam salvos desde toda a eternidade.

Mas apenas e tão somente que: "Não estão escritos no livro da vida do cordeiro morto desde a fundação do mundo." Almeida. KJV, Darby, NVI, NAS, AKJV, etc, etc, etc

O cordeiro é que foi morto antes de fundação do mundo. E não o livro que foi escrito pelo próprio Deus...

Quanto a gravação dos nomes o texto admite varias traduções tais como: não estão, não foram, não tem sido, etc

E não há como julgar definitivamente a questão canonizando uma delas.

Pelo que nos é defeso receber o sentido de VPI, Palavra de Deus, KJV, ASV, Douay, Webster, weymouth, Almeida, Nacar Colunga, Diodati, Jerusalem, etc a saber a grande maioria delas que verte o ato de escrever no tempo presente.

O nome não esta escrito porque o titular não fez juz a inscrição, mas poderia ter sido escrito se titular tivesse feito juz.

Quanto aos escreventes do livro os livros dos judeus geralmente designam um ou varios anjos, o apoc todavia nos apresenta outro escrevente como veremos logo mais adiante.




4) Se existem nomes não escritos ou ausentes no livro desde toda a eternidade?


Pautados em apoc 17,8 os calvinistas alegam que sim, segundo reza o texto na maioria das versões por nós compulsadas:

"... e com ela os que habitam a terra - cujos nomes não foram escritos no livro da vida DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO - os quais se admiraram percebendo que era..."

Este texto dizem os calvinista é suficientemente claro pois menciona nomes que não foram escritos no livo da vida desde a fundação do mundo, certamente porque foram regeitados desde a fundação do mundo.




Diante de tal afirmativa corroborada pelo supracitado verso que nos resta fazer?





Antes de tudo devemos examinar o texto grego original para ver se há outra construção possivel e após isto cotejar as versões.

Quanto ao original ei-lo: "...ta onomata epi to biblion thV zwhV apo katabolhV Kosmou..."

E a tradução literal: "...os nomes estão no livro da vida desde a fundação do mundo..."

Entretanto algumas versões lho traduzem do seguinte modo:

"Cujos nomes não estão no livro da vida, tendo sido gravado desde a fundação do mundo." Weymouth

Pretende com isto indeterminar desde quando os nomes não se encontram no livro e determinar quando o livro foi gravado, querendo dizer com isto - que o livro é que existe desde a fundação do mundo.

"Cujos nomes não estão no livro da vida, o qual existe desde a fundação do mundo."

ou melhor que existe "antes da fundação do mundo." (cfme a expressão exata de Jo 17,24 - PRO katabolhV Kosmou)

Donde de vê que a linguagem do livro e suas expressões não nos autorizam a deduzir doutrinas!!!

Pois tanto a expressão "livro da vida" - que simboliza a mente divina - quanto a intenção do Filho em ser imolado como cordeiro e o preenchimento dos livros segundo creem os calvinistas não podem proceder "APO KATABOLHV" (ou seja a partir) mas PRO KATABOLHV ou seja antes da fundação do mundo, que é a eternidade.

Ou admitem os calvinistas que a mente divina, a intenção divina do sacrificio e o decreto sobre o qual tanto falam tem sua começo ou principio DESDE A FUNDAÇÃO DESTE MUNDO?

Evidentemente que não...

Entretanto por no mínimo seis vezez APO é empregado no lugar de PRO com o objetivo de designar proprósitos eternos que antecedem ao mundo.

Conclusão: a linguagem do apocalipse é tanto mais livre e chã quanto a de Tiago, Lucas e Paulo é mais cuidada e regulamentada.







Almeida, Weimouth e algumas outras versões apresentam a referida passagem entre barras ou colchetes, pelo que fui levado a investigar o porque dos mesmos.

Segundo o profo Champlin - um dos maiores biblistas vivos desta geração - isto se dá porquanto alguns eruditos supõe que trata-se aqui duma repetição, cópia ou reprodução de apoc 13,8.

Se bem que - conforme tivemos ocasião de verificar pessoalmente - a forma das palavras tenha sido mudada porquanto o autor deste livro é extremamente descuidado empregando-as com a liberalidade já assinalada.




É pois bastante possivel que o autor tenha omitido algumas palavras entre ZwhV (vida) e apo (desde) talvez as mesmas palavras já presentes em apoc 13,8. Neste caso teria empregado uma espécie de elipse com a costumeira irregularidade ou liberalidade.

Como de fato quizesse dizer: No livro da vida que EXISTE antes da fundação do mundo...






E APOCALIPSE 3,5???



Uma vez que os calvinistas alegam que o presente texto se refere a regeição de parte da humanidade, cujos nomes jamais haviam sido escritos no dito livro, devem admitir - como alias admitem - que os nomes escritos desde toda eternidade no mesmo livro são os nomes daqueles predestinados, que segundo a doutrina calvinistas estão seguros e não podem ser perder de modo algum.

Devem pois os calvinistas - conforme o significado que são a este verso - admitir que a situação dos réprobos e remidos tendo sido estabelecida ou determinada ja la ab eterno não pode de modo algum ser alterada.

Logo se algum outro texto do mesmo livro nos mostrar que tal situação pode ser alterada, somos obrigados a concluir que o sentido dado pelos calvinistas a apoc 17,8 é falso, enquanto que a tradução de Weymouth esta correta.


Como prova do que estamos a dizer convidamos os calvinistas para que examinem ao quinto verso do terceiro capitulo deste livro:

"Ao que for vencedor darei umas vestes brancas, de modo algum riscarei seu nome do livro da vida, e lho confesarei diante de meu Pai."

"... To onoma autou ek thV bibliou thV zwhV kai exomologhsomai to onoma autou enwpion..."
"... O nome dele não deste livro da vida porei para fora o nome dele diante..."


Tendo consultado dezenas de versões nas linguas latinas e no inglês não me deparei com um única tradução diferente, nem há omissões da parte de qualquer manuscrito.

Trata-se dum texto limpo com uma unica forma de tradução e o significado desta tradução é que nomes podem ser riscados do livro da vida.

Afinal para que diria: Não riscarei os nomes dos vencedores caso nome algum pudesse ser riscado do livro?

Fica implicita a possibilidade de que nomes sejam riscados do livro da vida.

Certamente os nomes dos apostatas...

Donde somos levados a concluir que todos os nomes estão escritos no livro da vida e que vão sendo riscados na medida em que se afastam de sua vocação.

É o que se depreende de Jub 30,22: "Assim se violarem esta minha lei cometendo abominações em seus caminhos serão registrados nos livros celestiais como inimigos, serão riscados do livro da vida e escritos no livro da morte e assim serão desarraigados da terra."





Conclusão: como a vontade de Deus é fixa e imutavel a uníca explicação plausivel para este versículo é os nomes de todos os homens estão escritos nos livros e que vão sendo apagados na medida em que eles não correspondem ou não perseveram.

Todos estão na mente ou memória de Deus para a salvação, entretanto nem todos correspondem a vontade divina ou nela perseveram, sendo apagados ou esquecidos.

Donde se segue que nome algum deixou de ser escrito previamente.

Pois se são pagados é porque antes estavam escritos e se não estivessem escritos antes não poderiam ser apagados depois.

Portanto o sentido de 17,8 não pode ser o sentido comum que lhe dão os calvinistas.

A menos que se admita haver contradição entre os dois textos...

De minha parte acho mais simples tomar o texto mais fraco - 17,8 enquanto possivel repetição de 13,8 ou elipse da palavra "existe" - e concilia-lo com o mais forte (3,5) e com todo corpo das santas escrituras do que transforma-lo numa ilha contextual.

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