
03) Cita obviamente a Mt 13,10:
"Os discípulos dele se aproximaram e indagaram: Mestre porque lhes falas em parabolas?
Respondeu-lhes Jesus e disse: A vós são revelados os mistérios divinos, a eles não.
Ao que tem muito será acrescentado, mas ao que não tem até o que tem lhe será tomado.
Assim lhes digo parabolas: para que vendo não possam ver, e ouvindo não ouçam e assim não percebam o sentido.
Assim encontra cumprimento o oráculo de Isaías: Tapa pois seus olhos e ensurdece seus ouvidos para que vendo não vejam e ouvindo não ouçam e o coração não percebam; e não se convertam e não haja quem os liberte."
Esta passagem se encontra registrada no princípio do livro das parabolas, logo após Jesus ter empregado a primeira delas, a do Semeador.
Conforme o hagiografo nesta ocasião: "Havia muita gente assentada a seus pés, e ele dum barco os doutrinava enquanto se ajuntavam na praia."
Havia pois muita gente ansiosa por ouvir os ensinamentos do Rabi nazareno e a maioria esperava certamente ouvir palavras claras, diretas e perfeitamente compreenssiveis e não parabolas.
Entretanto Jesus, surpreendendo-os empregou diversas parabolas.
Certamente que a metodologia por ele empregada nada tinha de nova.
Muito pelo contrário era empregada no Oriente desde os tempos imemoriais, quiçá antes de invenção da escrita como forma de ensino tradicional.
De que temos exemplos já na antiga Súmeria. (ocorre-me a parabola da vespa e a cobra sobre os professores)
Parece-me que a primeira parabola inserida nos livros dos judeus seja a parabola sobre as árvores que faz parte dos Sofetins.
Os rabinos lhas empregavam comumente, em especial quando desejavam abordar os mistérios mais elevados da religião, pois afirmavam que as pérolas da doutrina divina não deviam ser atiradas aos porcos ou seja a plebe inculta e ignara. De Meir afirma o "Santo dos Padres" que um terço de seus ensinamentos eram constituidos de parabolas e que quando baixou a sepultura extinguiu-se a ciência das parabolas entre o povo.
Trata-se dum provérbio - na lingua dos judeus Mashal - em forma de comparação, com figuras ilustrativas tomadas em geral da natureza - preferencialmente do reino Animal ou fauna - em geral.
Diante do presente texto o povo Cristão fica como que transtornado porquanto sendo as parabolas do Evangelho duma claridade meridiana para ele, desenvolveu uma falsa teoria segundo a qual as parabolas eram empregadas pelo Senhor com o piedoso intuito de facilitar ou favorecer o entendimento dos ouvintes.
Milhares de obras tem sido escritas por teologos e doutores bem intencionados, nas quais é asseverado que Jesus empregou as parabolas como um meio didático ou pedagógico para tornar seus ensinamentos mais compreenssiveis...
Entretanto, cumpre insistir, que esta analise - facilitadora por assim dizer - não parte da realidade histórica, mas de nossa experiência ou da experiência Cristã com relação ao siginificado das parabolas. Imaginamos que as parabolas foram absolutamente claras para os antigos hebreus do mesmo modo que o são para nós, entretanto não é assim...
Porque não lhes falas abertamente mas por meio de parabolas?
Empregou-as justamente para não ministra-los claramente perante o grande público.
Empregou-as com o intuito de obscurece-los.
Empregou-as como ele mesmo diz para torna-los mais dificeis de serem compreendidos.
Pois uma parabola para ser compreendida exige um perfeito conhecimento da situação descrita e certo esforço para que a situação e a crítica possam ser descobertas por analogia.
De modo que quanto menos se conhece a realidade da situação ou do problema abordado tanto mais esforço se despende para compreende-la.
E esta dificuldade nos sugere uma gama muito grande de interpretações:
- Jesus não podia ensinar claramente os mistérios do Reino aos hebreus porque do contrário teria sido acusado e supliciado pelos fanáticos antes 'da sua hora'.
Por isso, com o objetivo de escapar as acusações de seus inimigos empregou parabolas, porque são capazes de comportar vários significados.
Agiu pois como aconselhou os seus: sêde prudente como as serpentes.
- Jesus sabia que o coração daquele povo estava fechado para sua doutrina, que a vontade deles era má e que sua pregação não surtiria eleito entre eles, exceto por exaspera-los ainda mais e faze-los murmurar.
Por isso optou por dirigir-se a eles através de parabolas.
Ele bem sabia que os espirituais dentre eles, conhecendo perfeitamente bem os principais problemas religiosos de sua geração se esforçariam para compreender as parabolas e que vindo a compreende-las exerceriam fé nele.
Empregou pois as parabolas para selecionar antecipadamente os filhos do Reino dentre os judeus de boa vontade.
Conforme os homens de boa vontade haveriam de buscar a compreenção do que foi dito enquanto os de má vontade desesperariam de busca-la e deixariam passar.
Assim provou, trabalhou e recompensou a boa vontade de alguns e puniu a má vontade de muitos.
Por isso comenta o Crisóstomo: "Teve em consideração a retidão de seus corações, pois preocupados primeiramente com o próximo os apóstolos não perguntaram : porque nós falas a nós deste modo? mas: Porque te diriges a eles em parabolas."
in Mat 45,1
- Jesus também sabia que conhecida a história dos hebreus pela gerações futuras o sentido das parabolas tornar-se-ia evidente e facil de se guardar. Assim pensou também em facilitar o entendimento e o aprendizado, não dos antigos hebreus, mas dos futuros Cristãos.
Hoje quem de nós ignora o sentido das parabolas do semeador, do filho pródigo ou do samaritano, que tantas lições nos ministram já sobre a ética, já sobre a fé?
"Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino."
Não quer dizer que os apóstolos fossem capaz de conhecer tais mistérios magicamente, mas que eram aptos para escutar as explicações que lhes ministrava tendo em vista sua boa vontade.
Jesus é quem lhos dava a conhecer tais verdades explicando abertamente o sentido de cada palavra como podemos nos certificar examinando o capítulo décimo terceiro de Mateus.
Assim a disposição ou inclinação para o bem lhos tornava aptos a ouvir a instrução que aos mais era negada ou concedida com mais dificuldade.
"A eles não é dado"
Que dizer que Jesus não explicava abertamente, ao populacho, o sentido de suas parabolas.
A explanação não era para eles, não lhes era dada mas negada.
E porque lhes era negada?
Porque o Senhor conhecendo seus corações sabia que haveriam de regeitar a verdade e de blasfemar.
"O Evangelho não foi abertamente proclamado aos escribas e fariseus porque o Senhor sabia que eles não haveriam de crer nele." Remigio
"Aos que tem muito lhes será acrescentado."
Isto diz respeito aos apóstolos e aqueles poucos que se esforçavam por compreender suas parabolas.
Ou seja aos homens de boa vontade ou a "terra boa" mencionada na parabola.
A estes que estavam livremente dispostos para crer foi-lhes acrescentada não só a fé, mas a esperança e a caridade.
E assim puderam produzir fruto trinta, sessenta e cem por um.
Também lhes foi acrescentada a vida eterna conforma tais frutos são tesouros juntados no céu.
"Aos que não tem até o que tem será tomado."
Refere-se aos que não tinham boa vontade ou que não estavam livremente dispostos a abraçar a mensagem.
A estes até o pouco do que tinham: o monoteismo, o decalogo, o sacerdócio e os ritos, foi tomado e entregue aos primogênitos segundo a fé.
Conforme assevera S Hilário: "Como não quizeram exercer a fé no Cristo perderam até mesmo a lei de Moisés." in Mt XIII
"Não se destrói com isto o livre arbitro - adverte o divino Crisóstomo - ... conforme o Senhor nos faz pereceber que O PRINCÍPIO DOS DONS DIVINOS ESTA EM NÓS (semi - pelagianismo) por isso diz "Ao que tem se lhe dára" ou seja ao que tem desejo e zelo lhe serão dados os dons divinos mas aquele que não lhos possui este tornar-se indigno de recebe-los e assim tudo põe a perder." Id, iden
"Para que vendo não vejam, ouvindo não ouçam e nada compreendam."
Afinal para que lhes serviriam ver, ouvir e entender se não tinham boa vontade e não estavam dispostos a crer senão para um agravamento da culpa?
Por isso uma vez que endureceram seus corações e se fecharam antecipadamente ao Evangelho, o Evangelho foi como que retirado de suas vistas e ouvidos por meio das parabolas.
E assim salvo da profanação.
E nisto há um mistério que de fato penetra a eternidade.
Pois desde toda a eternidade teve Cristo conhecimento sobre a dureza de coração do povo hebreu e sobre a regeição de seu minstério.
Fe-los seus justamente para que os seus não lho recebendo.
Desejando ser regeitado, torturado e morto escolheu ministros habeis antes da fundação do mundo.
Queremos dizer com isto que Deus optou por encarnar-se no meio deles conhecendo de antemão tudo quanto haveria de padescer na mão deles.
Escolheu os filhos de Abraão tendo em vista ser regeitado por eles, despoja-los de suas prerogativas temporais e oferecer a salvação a todos os povos da terra.
Elegeu este povo justamente por saber que não seria capaz de corresponder a eleição e que seria infiel.
Escolheu-os para a apostasia tendo em ista beneficiar aos que estavam fora da aliança carnal.
Não lhos predestinou a infidelidade antes conheceu anteriormente que seriam infiéis.
Não violou a liberdade deles, apenas soube que dela abusariam.
Não lhos fez maus, somente escolheus tendo em conta sua maldade.
Porque seu propósito era ser traido, padescer e ser imolado como foi.
Portanto o principio da cegueria e da surdez foi a má vontade deles, por isso não puderam ser libertos pelo Filho e continuaram a ser escravos até os dias de hoje.
Aqui Rabano Mauro: "O coração dos hebreus foi endurecido pela própria maldade e devido as obras más e iniquidades não podiam compreender a doutrina do Senhor."
O que de certo modo fora dito pelo próprio Jesus: Aquele que ama a iniquidade foge da luz para que suas obras não sejam vistas por todos.
Não foi a homens de boa vontade que Cristo impediu de ver, ouvir e entender ensinando através de parabolas, mas a homens que sabia serem incapazes de ver, ouvir e entender segudo a malignidade da vontade livre.
Houvesse boa vontade neles e Cristo tudo lhes teria dito as claras, tal e qual disse a mulher de Samaria, porque teve conhecimento de sua boa vontade.
Outro que teve boa vontade foi Nicodemos, o qual não tendo compreendido a principio o que o Senhor queria dizer não cessou de perguntar durante uma noite interia e mereceu ser instruido.
E Iusif Ben Gorion (de Ar matain) também teve boa vontade e se uniu ao Senhor.
Os demais porém acabaram por se decepcionar diante das parabolas ministradas e lhe voltaram as costas.
Tanto melhor pois assim pode cumprir seu tempo entre os mortais, e preparar, e instruir, e dignificar, e santificar, e confortar a sua Shahaba.
Conclusão: "Para que não creiamos que a "dureza de coração e a surdez de ouvido" procedem da natureza deles e não de sua vontade, expressa o Senhor que o pecado é filho da liberdade ao dizer: taparam seus ouvidos (de mau grado/vontade ouviram)." Jerônimo de Stridon
"Os discípulos dele se aproximaram e indagaram: Mestre porque lhes falas em parabolas?
Respondeu-lhes Jesus e disse: A vós são revelados os mistérios divinos, a eles não.
Ao que tem muito será acrescentado, mas ao que não tem até o que tem lhe será tomado.
Assim lhes digo parabolas: para que vendo não possam ver, e ouvindo não ouçam e assim não percebam o sentido.
Assim encontra cumprimento o oráculo de Isaías: Tapa pois seus olhos e ensurdece seus ouvidos para que vendo não vejam e ouvindo não ouçam e o coração não percebam; e não se convertam e não haja quem os liberte."
Esta passagem se encontra registrada no princípio do livro das parabolas, logo após Jesus ter empregado a primeira delas, a do Semeador.
Conforme o hagiografo nesta ocasião: "Havia muita gente assentada a seus pés, e ele dum barco os doutrinava enquanto se ajuntavam na praia."
Havia pois muita gente ansiosa por ouvir os ensinamentos do Rabi nazareno e a maioria esperava certamente ouvir palavras claras, diretas e perfeitamente compreenssiveis e não parabolas.
Entretanto Jesus, surpreendendo-os empregou diversas parabolas.
Certamente que a metodologia por ele empregada nada tinha de nova.
Muito pelo contrário era empregada no Oriente desde os tempos imemoriais, quiçá antes de invenção da escrita como forma de ensino tradicional.
De que temos exemplos já na antiga Súmeria. (ocorre-me a parabola da vespa e a cobra sobre os professores)
Parece-me que a primeira parabola inserida nos livros dos judeus seja a parabola sobre as árvores que faz parte dos Sofetins.
Os rabinos lhas empregavam comumente, em especial quando desejavam abordar os mistérios mais elevados da religião, pois afirmavam que as pérolas da doutrina divina não deviam ser atiradas aos porcos ou seja a plebe inculta e ignara. De Meir afirma o "Santo dos Padres" que um terço de seus ensinamentos eram constituidos de parabolas e que quando baixou a sepultura extinguiu-se a ciência das parabolas entre o povo.
Trata-se dum provérbio - na lingua dos judeus Mashal - em forma de comparação, com figuras ilustrativas tomadas em geral da natureza - preferencialmente do reino Animal ou fauna - em geral.
Diante do presente texto o povo Cristão fica como que transtornado porquanto sendo as parabolas do Evangelho duma claridade meridiana para ele, desenvolveu uma falsa teoria segundo a qual as parabolas eram empregadas pelo Senhor com o piedoso intuito de facilitar ou favorecer o entendimento dos ouvintes.
Milhares de obras tem sido escritas por teologos e doutores bem intencionados, nas quais é asseverado que Jesus empregou as parabolas como um meio didático ou pedagógico para tornar seus ensinamentos mais compreenssiveis...
Entretanto, cumpre insistir, que esta analise - facilitadora por assim dizer - não parte da realidade histórica, mas de nossa experiência ou da experiência Cristã com relação ao siginificado das parabolas. Imaginamos que as parabolas foram absolutamente claras para os antigos hebreus do mesmo modo que o são para nós, entretanto não é assim...
Porque não lhes falas abertamente mas por meio de parabolas?
Empregou-as justamente para não ministra-los claramente perante o grande público.
Empregou-as com o intuito de obscurece-los.
Empregou-as como ele mesmo diz para torna-los mais dificeis de serem compreendidos.
Pois uma parabola para ser compreendida exige um perfeito conhecimento da situação descrita e certo esforço para que a situação e a crítica possam ser descobertas por analogia.
De modo que quanto menos se conhece a realidade da situação ou do problema abordado tanto mais esforço se despende para compreende-la.
E esta dificuldade nos sugere uma gama muito grande de interpretações:
- Jesus não podia ensinar claramente os mistérios do Reino aos hebreus porque do contrário teria sido acusado e supliciado pelos fanáticos antes 'da sua hora'.
Por isso, com o objetivo de escapar as acusações de seus inimigos empregou parabolas, porque são capazes de comportar vários significados.
Agiu pois como aconselhou os seus: sêde prudente como as serpentes.
- Jesus sabia que o coração daquele povo estava fechado para sua doutrina, que a vontade deles era má e que sua pregação não surtiria eleito entre eles, exceto por exaspera-los ainda mais e faze-los murmurar.
Por isso optou por dirigir-se a eles através de parabolas.
Ele bem sabia que os espirituais dentre eles, conhecendo perfeitamente bem os principais problemas religiosos de sua geração se esforçariam para compreender as parabolas e que vindo a compreende-las exerceriam fé nele.
Empregou pois as parabolas para selecionar antecipadamente os filhos do Reino dentre os judeus de boa vontade.
Conforme os homens de boa vontade haveriam de buscar a compreenção do que foi dito enquanto os de má vontade desesperariam de busca-la e deixariam passar.
Assim provou, trabalhou e recompensou a boa vontade de alguns e puniu a má vontade de muitos.
Por isso comenta o Crisóstomo: "Teve em consideração a retidão de seus corações, pois preocupados primeiramente com o próximo os apóstolos não perguntaram : porque nós falas a nós deste modo? mas: Porque te diriges a eles em parabolas."
in Mat 45,1
- Jesus também sabia que conhecida a história dos hebreus pela gerações futuras o sentido das parabolas tornar-se-ia evidente e facil de se guardar. Assim pensou também em facilitar o entendimento e o aprendizado, não dos antigos hebreus, mas dos futuros Cristãos.
Hoje quem de nós ignora o sentido das parabolas do semeador, do filho pródigo ou do samaritano, que tantas lições nos ministram já sobre a ética, já sobre a fé?
"Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino."
Não quer dizer que os apóstolos fossem capaz de conhecer tais mistérios magicamente, mas que eram aptos para escutar as explicações que lhes ministrava tendo em vista sua boa vontade.
Jesus é quem lhos dava a conhecer tais verdades explicando abertamente o sentido de cada palavra como podemos nos certificar examinando o capítulo décimo terceiro de Mateus.
Assim a disposição ou inclinação para o bem lhos tornava aptos a ouvir a instrução que aos mais era negada ou concedida com mais dificuldade.
"A eles não é dado"
Que dizer que Jesus não explicava abertamente, ao populacho, o sentido de suas parabolas.
A explanação não era para eles, não lhes era dada mas negada.
E porque lhes era negada?
Porque o Senhor conhecendo seus corações sabia que haveriam de regeitar a verdade e de blasfemar.
"O Evangelho não foi abertamente proclamado aos escribas e fariseus porque o Senhor sabia que eles não haveriam de crer nele." Remigio
"Aos que tem muito lhes será acrescentado."
Isto diz respeito aos apóstolos e aqueles poucos que se esforçavam por compreender suas parabolas.
Ou seja aos homens de boa vontade ou a "terra boa" mencionada na parabola.
A estes que estavam livremente dispostos para crer foi-lhes acrescentada não só a fé, mas a esperança e a caridade.
E assim puderam produzir fruto trinta, sessenta e cem por um.
Também lhes foi acrescentada a vida eterna conforma tais frutos são tesouros juntados no céu.
"Aos que não tem até o que tem será tomado."
Refere-se aos que não tinham boa vontade ou que não estavam livremente dispostos a abraçar a mensagem.
A estes até o pouco do que tinham: o monoteismo, o decalogo, o sacerdócio e os ritos, foi tomado e entregue aos primogênitos segundo a fé.
Conforme assevera S Hilário: "Como não quizeram exercer a fé no Cristo perderam até mesmo a lei de Moisés." in Mt XIII
"Não se destrói com isto o livre arbitro - adverte o divino Crisóstomo - ... conforme o Senhor nos faz pereceber que O PRINCÍPIO DOS DONS DIVINOS ESTA EM NÓS (semi - pelagianismo) por isso diz "Ao que tem se lhe dára" ou seja ao que tem desejo e zelo lhe serão dados os dons divinos mas aquele que não lhos possui este tornar-se indigno de recebe-los e assim tudo põe a perder." Id, iden
"Para que vendo não vejam, ouvindo não ouçam e nada compreendam."
Afinal para que lhes serviriam ver, ouvir e entender se não tinham boa vontade e não estavam dispostos a crer senão para um agravamento da culpa?
Por isso uma vez que endureceram seus corações e se fecharam antecipadamente ao Evangelho, o Evangelho foi como que retirado de suas vistas e ouvidos por meio das parabolas.
E assim salvo da profanação.
E nisto há um mistério que de fato penetra a eternidade.
Pois desde toda a eternidade teve Cristo conhecimento sobre a dureza de coração do povo hebreu e sobre a regeição de seu minstério.
Fe-los seus justamente para que os seus não lho recebendo.
Desejando ser regeitado, torturado e morto escolheu ministros habeis antes da fundação do mundo.
Queremos dizer com isto que Deus optou por encarnar-se no meio deles conhecendo de antemão tudo quanto haveria de padescer na mão deles.
Escolheu os filhos de Abraão tendo em vista ser regeitado por eles, despoja-los de suas prerogativas temporais e oferecer a salvação a todos os povos da terra.
Elegeu este povo justamente por saber que não seria capaz de corresponder a eleição e que seria infiel.
Escolheu-os para a apostasia tendo em ista beneficiar aos que estavam fora da aliança carnal.
Não lhos predestinou a infidelidade antes conheceu anteriormente que seriam infiéis.
Não violou a liberdade deles, apenas soube que dela abusariam.
Não lhos fez maus, somente escolheus tendo em conta sua maldade.
Porque seu propósito era ser traido, padescer e ser imolado como foi.
Portanto o principio da cegueria e da surdez foi a má vontade deles, por isso não puderam ser libertos pelo Filho e continuaram a ser escravos até os dias de hoje.
Aqui Rabano Mauro: "O coração dos hebreus foi endurecido pela própria maldade e devido as obras más e iniquidades não podiam compreender a doutrina do Senhor."
O que de certo modo fora dito pelo próprio Jesus: Aquele que ama a iniquidade foge da luz para que suas obras não sejam vistas por todos.
Não foi a homens de boa vontade que Cristo impediu de ver, ouvir e entender ensinando através de parabolas, mas a homens que sabia serem incapazes de ver, ouvir e entender segudo a malignidade da vontade livre.
Houvesse boa vontade neles e Cristo tudo lhes teria dito as claras, tal e qual disse a mulher de Samaria, porque teve conhecimento de sua boa vontade.
Outro que teve boa vontade foi Nicodemos, o qual não tendo compreendido a principio o que o Senhor queria dizer não cessou de perguntar durante uma noite interia e mereceu ser instruido.
E Iusif Ben Gorion (de Ar matain) também teve boa vontade e se uniu ao Senhor.
Os demais porém acabaram por se decepcionar diante das parabolas ministradas e lhe voltaram as costas.
Tanto melhor pois assim pode cumprir seu tempo entre os mortais, e preparar, e instruir, e dignificar, e santificar, e confortar a sua Shahaba.
Conclusão: "Para que não creiamos que a "dureza de coração e a surdez de ouvido" procedem da natureza deles e não de sua vontade, expressa o Senhor que o pecado é filho da liberdade ao dizer: taparam seus ouvidos (de mau grado/vontade ouviram)." Jerônimo de Stridon
Nenhum comentário:
Postar um comentário