Alega também Lc 2,34:
"Simeão abeçoou-os e disse a Maria sua mãe: este menino esta destinado a ser causa de queda e de elevação para muitos em Israel e sinal que provocará contendas."
E comenta sem qualquer cerimônia: "Estas palavras nos indicam que os não eleitos foram regeitados."
Efeivamente em todo lugar que lhes convem - se fazer o minimo caso do contexto - os calvinistas sempre emprestam as expressões 'cair' e 'perder' um sentido expiritual que lhes permite insinuar um decreto de queda ou perdição.
Eles figem cinica e descaradamente ignorar que tais palavras e expressões são comumente empregados pela escritura canonica em sentido temporal ou profano tendo em vista, por exemplo, a perca, por parte dos judeus de seu monopolio ou privilégio espiritual, alias, tema bastante corrente nas páginas sagradas do NT.
Entretanto o desespero perante a quase que total ausência de provas a favor do 'decreto horrendo' lhos força a agir assim tão desonestamente e a juntar todo material possivel, se se certificar bem da procedência.
E como, no campo da pena Evangélica, as palavras infaliveis de Jesus lhos desamparam irremissivelmente, poem-se a catar as palavras do hagiografo, ou de Simeão ou até mesmo de algum rabino ou fariseu... para lança-las contra o livre arbítro.
Entretanto o pobre Simeão se bem que profeta não era dos bem orientados, ao menos em matéria de Cristianismo. Pois teve a vã e estulta pretenssão de abençoar aquela que foi saudada por Gabril e a respeito da qual disse Isabel - Cheia do Espírito Santo - Quem me dá que a mãe do meu Senhor venha até mim!
Se é que não teve mesmo a audácia de abençoar ao menino, pois o contexto é bastante obscuro dando vezo a tal possibilidade...
Efetivamente um bom numero de teologos e comentaristas afirmam que ousou faze-lo!
Ousou pois abençoar a Deus encarnado!!! Aquele que é fonte de toda benção espiritual para os seres humanos!!!
Só nos resta cogitar os motivos que levaram-no a cometer semelhante loucura:
Ou ele ignorava a natureza divina do Senhor ou estava já senil...
De um modo ou de outro edificar dogmas sobre as palavras dum profeta hebreu muito mal informado sobre o Cristianismo - sobre o futuro temporal do Senhor estava muito bem informado - ou afetado pela senilidade não me parece muito prudente...
Entretanto para os calvinistas tudo quanto esteja escrito de genesis a apocalipse pode ser elencado ao lado mesmo das palavras de Nosso Senhor a favor de qualquer doutrina... sejam os palavrões proferidos por Saul, as palavras eventualmente atribuidas ao Demo no livro de Jó ou no episódio da tentação do Senhor, as lucubrações de qualquer personagem hebreu referido das crônicas políticas de Israel ou enfim qualquer provérbio pagão atribuido ao filho de David tudo para eles é igualmente sagrado, divino, celestial, e apto a ensinar a doutrina Cristã!!!
O pior de tudo é que o pobre rabino, quiçá filho de Hillel, sequer cogitou em um decreto de regeição para a vida eterna.
Pois quando disse: "Será causa de queda para muitos e de elevação para outros."
referiu-se certamente aos judeus que haveriam de cair perdendo seus privilegios religiosos e aos pagãos que iriam ser elevados pelo anuncio do Evangelho ou - caso tomemos ao pé da letra a palavra israel - aos senhores do Templo cujo sacerdócio seria retirado e os primeiros Cristãos, todos de origem humilde e obscura que se converteriam em pilares da Santa Igreja Católica e grangearia a veneração de todos os povos da terra.
O que alias já fora proclamado pela própria Virgem Mãe do Senhor: Ele derruba os poderosos de suas catedras e eleva os humildes.
Querendo dizer com isto que os saduceus e fariseus seriam alijados de suas catedras e desaraigados da cidade santa enquanto doze pescadores e setenta plebeus seriam alçados ao governo da Santa Mãe Igreja e firmados como pilares da fé ortodoxa.
Fale por nós o Nisseno:
"Por isso deviam ser alijados de seus antigos privilegios os hebreus e pagar com penas mais graves que as demais nações, pois se recusaram a crer no que fora profetizado e a adorar aquele que deles nasceu."
Quanto ao 'provocar contendas entre o povo' o próprio Senhor nos esclarece sobre o sentido desta frase ao afirmar que: "Irmão entregará irmão a morte, o pai denunciara o Filho e os filhos trairão aos pais por causa do meu nome."
No entanto em parte alguma do Evangelho esta escrito que o próprio Jesus operaria tais ações violando a livre vontade de seus agentes.
Ou que tivesse predestinado tais pessoas a trair, denunciar ou entregar seus parentes.
Provocou Jesus certamente tais contendas ao conceder oportunidade para que elas acontecessem ou seja como causa instrumental e não como causa material, provocando-as ele mesmo.
Tais contendas procederam certamente da má vontade dos contendores e não de qualquer atuação coercitiva exercida sobres eles da parte de Jesus.
Nenhuma determinação ou decreto eterno transparece nesta passagem mas apenas e tão somente um vaticinio sobre certas mudanças, já temporais, ja espirituais operadas pela encarnação do Verbo tendo em vista a reação livre das vontades que com ele privaram.
Reações livres provocadas pela encarnação e pelo ministério do Senhor, reações que acabaram por extinguir o sacerdócio dos judeus (e fazendo seu clero cair) e por estabelecer o sacerdócio Cristão (elevando assim os pescadores).
"O propósito divino É A SALVAÇÃO DE TODOS. Sem embargo a ruina de uns e a elevação de outros PARTE DA INTENSÃO DE CADA QUAL, CONFORME SEJA CRENTE OU INCRÉDULO." Iden
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