14) No capitulo III, parágrafo 03 recorre a II Tes 2,13:
"Assim devemos render graças a Deus por vós outros, amados irmãos, por vos ter Deus escolhidos desde o principio para a salvação, a santificação no Espírito e a fé na verdade."
Outra passagem que silencia por completo sobre a teoria da regeição e da reprovação ativa.
E já podemos dizer, conforme o estimado leitor pôde acompanhar, que a grande massa de textos citada por Zanchius em apoio as doutrinas de seu mestre J Calvino, diz respeito em sua maioria a simples eleição sem entrar em maiores detalhes.
Afimam tais textos que os destinatários e leitores das cartas foram eleitos por Deus, sem afirmar que o mesmo Deus tomou a inicativa de regeitar o resto dos seres humanos desde toda a eternidade. Mas é justamente tal afirmação que gostariamos de encontrar...
Pois todos aceitamos que sendo Deus imutavel desde toda a eternidade e não de improviso deliberou restaurar a humanidade, tendo em vista sua salvação, santificação e fé.
Para tanto porém - para deliberar restaura-la, salva-la, santifica-la e revelar-lhe a verdade - teve de certificar-se que o homem era capaz de ser restaurado, justificado, santificado e informado ou seja de colaborar com a obra de sua restauração.
Não cabe alegar aqui que alguns seriam capazes e outros não, pois está escrito: "Somos todos da mesma massa."
Quanto aos verdadeiramente incapazes, que são os retardados e alienados mentais incapazes de exercer juizo ou de tomar decisão neste mundo serão perfeitamente capazes de toma-la no mundo espiritual que existe entre este e o mundo futuro, ou seja no estado intermediário de existência sobre o qual muito teremos de falar.
Quem dúvida seriamente que desde a eternidade Deus tudo dispoz para a nossa justificação, santificação, aperfeiçoamento e resturação?
Do que duvidamos é que alguns tenham sido excluidos de antemão desta meta e objetivo.
Pois se a carta do apóstolo dirigi-se particularmente aos eleitos da Igreja de Tessaloniki não exclui por isso mesmo que houvessem eleitos nas outras igrejas ou no futuro, aos quais sem embargo não se dirige neste trecho, pois tem em mente apenas os cristãos de Tessaloniki e não todos os cristãos e muito menos todos os eleitos ou seja todos os homens.
Ele nada diz ou pretende dizer neste passo sobre a causa ou o motivo da resistência ou da apostasia de alguns.
Não lha atribui nem a Deus nem a eles mesmos, ao menos neste passo.
Nos porém, firmados no verso 15, inferimos que aqueles que se afastam do caminho e se perdem fazem-no levados por sua má vontade e não por decreto divino.
Segundo exorta aos irmãos "PERMANECEI FIRMES E CONSERVAI AS TRADIÇÕES QUE VOS FORAM MINISTRADAS..." ii,15
Como quem exorta a vontade livre dos mesmos, pois houvesse decreto para que permanecessem firmes ou decreto para que caissem sua exortação seria inutil... para que exortar ou advertir aqueles cuja sorte e destino já estão fixados desde toda a eternidade?
Para que apelar a vontade de seres que não são livres?
Estaria o apóstolo representando?
Entretanto diz noutro passo: "Se é que permaneceis sólidos e firmes na fé, E NÃO VOS MOVEIS DA ESPERANÇA DO EVANGELHO." Col 1,23
Posto esta que o homem sendo livre pode mover-se por si mesmo da esperança do Evangelho.
Como se sucedeu a Alexandre e outros sobre os quais diz o apóstolo:
"DESPREZARAM E NAUFRAGARAM NA FÉ." I Tm 1,19
Não diz: que Deus os fez naufragar ou que naufragaram por decreto, mas que pura e simplismente naufragaram: por si mesmos, enquando seres livre e sem culpa alguma da parte de Deus.
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