
Como as provas elencadas por Calvino fossem inermes e inadequadas tiveram de ser suplementadas por diversos de seus sucessores os quais foram acrescentando um número cada vez maior de versos e passagens sacras em prol da predestinação.
Dir-se-ia que os Tamburinis, Gomarius, Topladys, etc viam um texto prova em cada página das sacras escrituras.
Entretanto o fato de Calvino, habil conhecedor das escrituras, não te-los citado, indica que ele certamente não captou o mesmo significado que eles. Do contrário lhos teria citado e não omitido.
Cumpre examinar de passagem todas as passagens alegadas por esses mestres ímpios com o objetivo de dessaraigar por completo o calvinismo e destruir cada uma de suas supostas bases.
Assim o faremos pois o amor que tributamos a Nosso Senhor Jesus Cristo e a seu Glorioso Pai exige que a reputação de ambos e a honra divina seja vindicada perante os ateus e incrédulos.
Porque o calvinismo sempre foi e ainda hoje é pasto de revolta e incredulidade.
Faz-se pois mister certificar que nem o Evangelho, nem a tradição apostólica, nem a santa igreja católica e apostólica professam essa doutrina suja e escabrosa, refiro-me ao qadarismo Cristão ou decreto de eleição incondicional e perpétuo.
I - Zanchius
Dentre os que se levantaram com o objetivo de suplementar as alegações do francês foi o italiano Zanchius (1516 - 1590) educado - e isto não é coincidência - na ordem agostiniana, supostamente fundade pelo Bemaventurado Agostinho e adepta de sua teologia gracista.
Ainda jovem Zanchius caiu sob o influxo do heresiarca Pedro de Vermiglia, homem todo empesteado e abominavel, tendo sido o primeiro dentre os modernos impios a afirmar que a Pura, Imaculada e Santa Mãe de Nosso Deus e Salvador engendrou diversos filhos após gerar o Filho divino em suas entranhas vizitadas pelo Espírito de Profecia.
E muitas outras idéias malignas e perniciosas como o iconoclasmo esse missionário do inferno, enfiou na cabeça do jovem Zanchius.
Na quadra dos trinta Zanchius já havia lido quase que toda obra de Lutero, Melanchtonius, Calvino e outros deformadores e seu espírito já havia sido totalmente conquistado pelas inovações.
Por isso cerca de 1550 nosso homem teve de abandonar a Itália para não se converter em carne de fogueira por ordem do tribunal romano do santo Oficio, porquanto os mestres da igreja romana eram completamente ineptos para dar cabo do protestantismo nos termos da doutrina e da controvérsio tal e qual fizera nosso Eutimio com os Paulicianos e vogomilhos ao descer da montanha santa com as obras dos doutores e padres e a tradição legítima em suas mãos.
Desprovida e erudição, gênio e capacidade só restava ao papado verter o sangue dos dissidentes e semear e propagar a heresia, pois conforme dissera o grande Tertuliano "sangue de martir é semente de Cristãos.".
Não só de cristãos mas de hereges e infiéis tambem pois toda vítima de violencia e coerção acaba por converter-se em herói e em môdelo a ser seguido.
Efetivamente a heresia não encontrou braço mais forte em seu favor que o da inquisição papista.
Mas vamos a Zanchius...
Após escapar as chamas do fogareiro papólatra, Zanchius tomou o caminho da Inglaterra, entretanto não chegou a ela parando em Genebra - a qual era então o quartel general da heresia - para tomar lições de Calvino e seguindo posteriormente para a Alemanha.
No entanto como o protestantismo é e sempre fora um 'saco de gatos' no qual ninguém se entende e todos se arranham e mordem uns aos outros foi logo acusado de heresia pelos filhos de Lutero.
Enquanto pôde Zanchius foi empurrando o problema com a barriga e insinuando que o conteudo da eucaristia: mero pão ou o Logos divino, era irrelevante (!!!).
Com a chegada de J. Marbach a Strasburgo porém a situação tornou-se insustentavel pois o dito ministro luterano exigiu - nos pódromos do livre examinismo - que todos os ministros e doutores assinassem a fórmula da concórdia, já porque Calvino exigira o mesmo dos habitantes de Genebra sem condescendencia ou respeito para com os luteranos...
Premido Zanchius e os seus resolveram assinar com grande consternação para Calvino, o qual entretanto logo baixou a sepultura e se juntou aos pais.
Diante disso Zanchius abandonou Strasburgo e retirou-se para a pequenina cidade de Chiavenna nos alpes irridentos, isto pela era de 1563. Todavia mesmo ali não se viu livre das controvérsias...
Desde dos idos de 1517 quando Lutero divulgou abertamente suas teorias do biblismo e do livre examinismo um furor insano apossou-se de todos os europeus... e doravante em cada vila, praça ou esquina os homens passaram e discutir e a combater por causa de dogmas e opiniões teologicas, com prejuizo do que verdadeiramente importa: a vida...
E ainda hoje as coisas não sairam disto.
Inda na semana passada estavam os hereges e sectários da sessão em que trabalho a polemizar sobre as escrituras e a discutir sobre os significado das mesmas com grande diversidade de opiniões e doutrinas.
Tal era a condição da pequena Chiavenna onde Zanchius teve de se haver com um pequeno grupo de Unitários ou neo arianos, os quais lhe arruinaram a saude...
Passados cinco anos Zanchius tomou o caminho de Hiedelberg, antes bastião do luteranismo, ora convertida em praça calvinista por obra e graça do eleitor Frederico III, calvinista fervoroso.
Como bom conhecedor dos escritos de Tomas de Aquino, ocorreu a Zanchius compor uma nova Suma teologica ou melhos uma Suma teologica reformada, destinada a conciliar o tomismo e o calvinismo.
Sendo assim principiou por compor um tratado sobre a 'Santa Trindade' e diversos outros dentre os quais a 'Demonstração da predestinação absoluta' obra cujas alegações pretendemos rebater nos próximos capitulos e artigos desta exposição.
Apesar de toda sua disposição Zanchius não pode completar sua obra magistral, pois em 1576 seu protetor baixou a sepultura sendo sucedido por seu irmão Luis VI, cria dedicada a Lutero.
Resultado, mais uma vez Zanchius teve de tomar o caminho do exilio...
Passados seis anos, em 1583, Luis VI veio a falecer sendo substituido por um irmão de João Casimiro. Em decorrência disto a religião foi mudada pela enésima vez e o calvinismo restabelecido e Zanchius convidado a retomar sua catedra em Heidelberg.
Entrado em anos todavia declinou da oferta, completou sua derradeira obra, intitulada "Da religião Cristã" e veio a falecer com cerca de setenta e quadro anos na era de 1590, durante uma vizita a Heidelberg e consta que foi inumado na cripta da universidade onde aguarda a ressurreição final.
É com este Zanchius que haveremos de travar combate nos próximos capitulos examinando como já foi dito todos os textos e passagens do Novo e Perpétuo Testamento aos quais ele atribuiu um sentido predestinacionista.
Depois, caso seja util, terçaremos armas com os Tamburinis e Topladys, vindicando a sagrada doutrina do semi-pelagianismo ensinado por todos os Padres e martires das terras sagradas do Oriente conforme lhes fora ensinado pelos teoforos apóstolos e discípulos do Verbo encarnado.
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