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A consciência histórica do Cristianismo

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Os textos de Zanchius II











02) Zanchius também faz petição a Mat 19,30:


"Porém muitos primeiros serão derradeiros e muitos derradeiros serão os primeiros."


"Polloi de esontai prwtoi escatoi kai escatoi prwtoi."


"Muitos que são primeiros serão ultimos e muitos dos que são últimos serão primeiros."




Que tais palavras em nada favoreçam a teoria ímpia da predestinação salta a vista.


Já porque se são primeiros e últimos é com relação ao mesmo objeto ou prêmio.


Posto está que os primeiros são aqueles que chegam mais próximo a meta divina - como Paulo refere na comparação sobre os atletas em I Cor IX e Clemente em sua Carta - e os ultimos ou derradeiros são aqueles que não se esforçaram tanto e não chegaram tão próximo assim de nosso supremo môdelo.


Não se tratam pois de sortes ou de destinos diversos como: paraiso e inferno, mas da mesma sorte o lugar com gradações ou posições diversas.


Tampouco diz o texto que a diferença entre os primeiros e os últimos se deve a sua vontade ou que predestinou cada qual a seu lugar.


Por isso afirmamos que os primeiros são os que se esforçaram mais, corresponderam melhor e melho cooperaram com a vontade e a graça divinas, enquanto os últimos são os que se esforçaram menos e não colaboraram tanto.


Parece ainda que o texto refere-se a duas categorias especificas de primeiros e últimos, conforme nos indica o contexto ( verso 28 ) referindo-se as doze tribos de Israel.


Efetivamente nossos padres e doutores sacaram desta alusão que os primeiros que ficaram para trás na divina corrida são os hebreus, pois tendo sido chamados primeiro que os gentios, apartaram-se de Cristo nosso prêmio (mas nem todos - os apóstolos eram judeus - por isso diz MUITOS OU MAIORIA e não todos pq alguns hebreus passaram a Santa Igreja). E que os ultimos são os que foram chamados depois, os gentios, mas que entrando na comunhão de Cristo ultrapassaram aos hebreus.


Os primeiros que serão últimos são os hebreus apóstatas que por um tempo se apartaram de nosso Supremo bem após terem-no pregado na Cruz e os ultimos que serão os primeiros são os pagãos (a humanidade toda) que foram chamados para substituir aos hebreus...






Outra interpretação possivel esta relacionado com o pedido feito ao Senhor por Salomé com relação a seus dois filhos os apóstolos Tiago e João.


Neste caso é possivel que Jesus esteva querendo dizer aos apóstolos que muito mais importante do que o tempo em que se aderiu ao Reino é a dedicação com que se trabalha por ele.


De modo que se um dos primeiros Cristãos e amigo dos apóstolos tiver se dedicado menos ao trabalho e um dos Cristãos pertencentes a última geração tiver se dedicado mais do que ele, este último no tempo será o primerio em galardão estando mais próximo de Cristo.


O termos primeiros e últimos seriam referentes as gerações de adoradores: dos apóstolos aquela derradeira que precederá a sua gloriosa Parousia.


No Berachot II,08 há uma parabola que ilustra esta tése.


Segundo esta fábula o rei Salomão durante a construção do templo contratou um turma para trabalhar nas obras desde cedo, e percebendo que um dos homens trabalhava com mais energia e dedicação, tomou-o a parte para comversar consigo enquanto observava os trabalhos. No fim do dia quando chamou os trabalhadores para o acerto pagou a este que andara consigo por mais de seis horas o mesmo tanto que pagará aos demais e quando estes se queixaram de que trabalhara menos respondeu-lhes: Este jovem durante duas horas trabalhou mais do que vós trabalhastes o dia inteiro...





Outra interpretação corrente refere que aqueles que são os primeiros para os homens ocupando os primeiros lugares nos templos e igreja e usurpando seu nome podem não ser os primeiros para aquele Deus que conhece o coração de cada um e que não julga segundo as aparências.






03) Em seguida recorre a Mat 24,22.



"E se tais dias não fossem abreviados, carne alguma se salvaria, mas por causa dos eleitos serão abreviados tais dias."



Neste passo não precisamos recorrer aos originais porque a tradução é idêntica.


Segundo Calvino, Beza, Zanchius, seu aluno Gomarius, Turretini, Toplady, Alford e outros membros da seita, este verso possui um sentido escalogico dizendo respeito aos ultimos dias.


Creem pois os Calvinistas que nos últimos dias se sucederão coisas espantosas ou como referem uma grande tribulação e que se Cristo não tivesse diminuido ou abreviado o tempo desta tribulação sequer os predestinados se salvariam.


Tal o sentido que dão ao texto.


Para eles tal salvação é espiritual, tal tribulação referente ao Dajal ou anti-Cristo, os eleitos são os predestinados pelo qadar e o tempo a que Jesus Cristo alude as vésperas de sua Parousia.


Entretanto se não estamos de acordo com relação aos tempos indicados pelo Senhor não entramos em acordo algum sobre o significado dos demais vocabulos.


Não podem pois os Calvinistas admitir que o presente verso não esteja relacionado com a Parousia sob pena de lho perderem para a ortodoxia.


Resta-nos contextar com base no contexto mais próximo que ao menos este verso não diz respeito a Parousia e aos tempos finais mas a outro tempo.


Efetivamente o verso vigésimo primeiro emprega o termo "VOSSA" indicando que alguns dos que ali estavam ouvindo-o presenciariam tais eventos e aconselha tais pessoas a pedirem a Deus para que sua fuga não se sucedesse no dia de preceito para os hebreus: o sábado.


"Rezai para que VOSSA fuga não se suceda no sábado."


Devemos pois concluir sem hesitação ou sombra de dúvida que a oponião daqueles que compreendem tais palavras como referentes aos últimos tempos da história ou a Parousia é totalmente falsa e absurda.


Pois a menos que creiamos na fábula do Judeu errante ou naquela superstição segundo a qual o apóstolo João apenas dormia em sua tumba na cidade de Éfeso, sabemos que nenhum dos santos que acompanharam o divino Mestre e ouviram suas palavras vive para testificar os derradeiros dias e a preparação de sua Parusia.


Donde o termo "VOSSA" não caberia aqui mas o possessivo "Deles" para designar os derradeiros Cristãos.


Outra prova de que não se trata das últimas gerações de Cristãos é que Jesus se refere a guarda do sábado, entrentanto o povo de Cristo - incluindo os calvinistas - não guarda o sábado do sétimo dia, mas o domingo ou dia do Senhor (kiriaké emera) que é o primeiro dia da semana. A menos que a profecia diga respeito aos sabatistas não pode aplicar-se a parousia.





Devemos pois admitir que a tribulação descrita aqui refere-se a segunda vinda de Jesus em espírito para destruir o templo, desarraigar os sacerdotes e escribas e revogar definitivamente o mosaismo conforme se sucedeu cerca de quarenta anos após o inicio da pregação de Nosso Senhor no ano 70 d C quando o imperador Tito Flávio, após sitiar a cidade, invadiu-a e poz fogo ao templo de Salomão.


Refere-se pois o Senhor aos Santos pertencentes a Igreja de Jerusalem, os quais juntamente com os infiéis participaram da agruras do cerco até que a mão do Senhor os poz a salvo na cidadezinha de Pela.


Assim refere Eusébio na "Historia Eklesiastiké" que havendo os roumi aberto cerco em demanda do deserto: "Assim migragam Para Pela na Peréia conforme os vaticinios do Senhor e então os roumi retomaram o cerco."


E depois narra tudo quanto se sucedeu aos apóstatas de Jerusalem baseado na narrativa extraviada de Eusébio. Podeis ler tais narrativas tanto mais resumidas na obra da profecia adventista Ellen Withe capítulo primeiro.


Em todos estes resumos e narrativas vos deparareis com coisas espantosas porque quando os cristãos partiram - após terem sido rudemente tratados pelos hebreus - a cidade estavam repleta de peregrinos que haviam chegado para a Pascoa e que se recusaram a abandonar a cidade esperando um livramento divino, entretantos os roumi regressaram e o segundo cerco foi ainda mais terrivel que o primeiro. A fome grassou pela cidade, cadaveres humanos e ratos foram consumidos pelos sitiados em que pese a lei de Moisés, mães chegaram a assar e a devorar os frutos de suas entrenhas... conforme estais bem informados sobre tudo isto.


Quanto aos sinais que muitos atribuem aos últimos tempos Josefo e outros cronistas gentios e Cristãos registram que precederam a ruina de Jerusalem.


Pois foi um tempo de eclipses, terremotos, enchentes e guerras que convulcionaram o Império.


Não nos espantemos diante do fato de que Jesus refere-se a guarda do sábado dos judeus por esses Cristãos de Jerusalem, pois até a queda do templo sua igreja não esteve completamente separada do templo e dos costumes dos judeus, e muito tempo depois eles ainda eram conhecidos como judeu/cristãos, ebionins ou nazareus devido a seu apego as velhas leis abolidas.


É bastante provavel que venerassem os dois dias: o sabado de seus pais e o domingo do Senhor.


Portanto a salvação que receberam não foi a salvação espiritual para a vida eterna, mas a salvação temporal da mão dos romanos.


Pois se não tivessem fugido para a pequenida Pela, sob a égide de S Simeon seu Oscof, teriam prerecido todos sem que restasse carne de Abraão no seio da Igreja de Deus e sem que completassem seu testemunho.


É desta forma que devemos compreender a partícula: nenhuma carne se salvaria.


Nenhum Cristão de Jerusalem ou judeu Cristão teria sobrevivido ao cerco de Tito perecendo todos.


O Senhor porem concedeu-lhes uma chance e oportunidade porque eram servos da cruz.


Não há pois nenhuma parousia, tribulação final ou determinação para a salvação e a vida eterna neste texto.


Mas profecia sobre o juizo enviado pelo Senhor aos hebreus - o qual sobre eles desceu como justo juiz para abolir seu culto - e sobre o livramento do pequeno rebanho de judeus Cristãos de Jerusalem para a vida do corpo e o testemunho do poder e da benevolencia de Nosso Senhor Jesus Cristo para com seus servos fiéis.






Também esta registrado que antes, durante e pouco depois destes eventos (v 24) ergueram-se diversos falsos profetas entre os hebreus, os quais se apresentaram como Cristos e Salvadores do povo, os primeiros foram Teudas e o Egipcio, depois se levantaram muitos outros como Bar Gioras e Giscala, até os dias daquele Bar Koziba, o qual foi apresentado por Akiba como Bar Kocheba.


Todos estes sedutores tentaram um após o outro atrair a raça de Jesus Cristo e alista-los em suas fileiras.


Entretanto aqueles que souberam corresponder a eleição geral (os eleitos correspondentes) e valoriza-la não puderam ser enganados, não porque estivessem sob o poder de algum decreto, mas porque haviam sido muito bem instruidos nos oraculos proféticos e no Evangelho Santo pelos apóstolos de Nosso Senhor, era pois impossivel que fossem enganados, porque Jesus mesmo lhes dissera: Não acrediteis!


Eles ouviram esta palavra profética de Jesus e coadjuvados pela graça puderam obedece-la e permanecer firmes.


Naquele tempo nenhum dos santos cairam e todos permaneceram de pé, não por decreto ou força de mágia, mas porque sabiam o Evangelho e as profecias.


Sabia Jesus que eles teriam conhecimento de suas palavras e que tendo conhecimento delas não viriam a cair.





Alguns acrescentam que até mesmo o tempo do cerco dos infiéis foi abreviado pelo Senhor para que alguns pudessem escapar, dar testemunho do Senhor perante as nações e enfim para que sua semente pudesse receber o Evangelho.


Afinal pelo que sabemos sobre o cerco de Tito podemos presumir que caso se prolongasse por muito tempo transformaria Jerusalem num cemitério e aniquilaria todo povo judeu.


Tito mesmo alegava que a divindade lhe abriu aquelas soberbas e invenciveis muralhas concedendo-lhe a vitória e pondo fim ao sítio enquanto ainda haviam alguns milhares de hebreus vivos dentro da cidade, os quais puderam ser levados a antioquia e a Roma e vendidos como escravos. Assim foi preservada a semente dos judeus...





Seja duma forma ou de outra os textos em questão nada teem a ver com o fim dos tempos, a salvação e a predestinação para a vida eterna.


Seu sentido é tanto mais próximo cronologicamente falando, do Senhor e sua geração e tanto mais político ou temporal que espiritual.











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