O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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domingo, 26 de julho de 2009

Adenda II - A propósito de um texto do Testamento antigo










Preâmbulo -




Tanto Zanchius, quanto Turretini, Toplady e Boettner, misturaram um bom número de citações do Testamento abolido as referências sacadas ao Novo e perpétuo Testamento.

Ao deparar-me com as palavras divinas do Verbo ao lado das palavras de um Moisés, de um Samuel ou de um David - citados como se tivessem sido chamados pelo próprio Senhor ao apostolado - até senti saudades das 'Institutas' de Calvino, pois a pretensa demonstração de Calvino sobre o decreto é praticamente toda fundamentada no Novo Testamento.

É assaz sabida por todos a opinião de Calvino sobre esses teologos de fancaria que vivem a buscar alusões a Santa Trindade nos escritos dos judeus... opinião que temos por judiciosa e sábia.

Pois cada odre contem um tipo de vinho... a doutrina cristã só é contida nos odres do Evangelho e no resto do Testamento Novo.

Odres velhos não prestam para conter vinho novo...

Entretanto misturaram a pena apostólica com a pena evangélica, a pena evangélica com a pena profética, a pena profética com a Torá e foram nivelando as verdadeiras palavras de Deus com as palavras dos sacerdotes e escribas dos judeus, homens isentos de graça e de verdade.

Aprouve a essa canalha infecta igualar a palavra de seu Senhor as palavras dos emissários, inclusive daqueles emissários que só viram sombras...

Tendo o sol da justiça diante de sí foram pedir luz as sombras e tendo diante de sí a fonte das águas vivicadoras foram cavar poços no deserto...

Que Zanchius, Turretini e mesmo Toplady tenham procedido deste modo va lá!

Pois viveram em eras mais recuadas do que a nossa...

Que o Sr Boettner lho tenha feito é absolutamente vergonhoso!

Que os calvinistas façam-no ainda hoje é o cúmulo da malignidade!

Quando pois recorrerem a autoridade de Josué ou Habacuc em matéria de doutrina Cristã, atalhe-mos com toda sobriedade> Vai discursar neste sábado na sinagoga dos judeus, talvez os rabinos te aplaudam e ovacionem lá.

Fora com teus sábados, sinagogas e citações do Testamento Velho.

De fato elas são verdadeiras palavras de Deus quando cumprem seu propósito: anunciar o Cristo e testificar sobre ele.

Quando empregadas com outra finalidade porém são palavras de homem e palavras de confusão. Como poeira lançada pelo adversário nos olhos do lutador honesto.

Combatamos pois o bom combate sempre a Luz, a Luz do Evangelho, a Luz do Sol, a Luz do Verbo, a luz de Cristo...

Acaso no terreno do Evangelho nos faltará algo?

Somos gratos ao Pai pelo testemunho profético que o Testamento Velho contem sobre o Cristo, pois é caminho, senda e vereda apta para conduzir todo homem de boa vontade até ele e para faze-lo assentar-se a seus pés...

Entretanto a lição e o aprendizado emanam dos lábios dele e não de outro...

O Filho apenas foi enviado pelo Pai com palavras de vida eterna para anunciar abertamente toda verdade. Nele não há pecado, nem deficiência, nem limitação...

Nele tudo é perfeito...

Seus exemplos, gestos, palavras....

Sobre ele apenas disse a voz vinda do céu: Este é meu Filho amado> ouvi-o!

Quem tem ouvidos e lhos dá a ele chegou ao termo da peregrinação, chegou a verdade, atingiu a verdade que liberta.

Não precisa mais de anuncios, vatícinios, sombras e enigmas.

Esta a luz, a luz do meio dia, do dia que jamais terá fim.

Os que a exemplo dos judeus tornam a olhar para trás ou para as figuras é como se tivessem um véu diante das vistas, pois deixando de honrar e de buscar exclusivamente ao Verbo vão perdendo o Verbo de vista e confundindo o Senhor com os servos e ministros até que se tornam aptos para judaizar ou passar ao islan...


Que os hebreus discutam suas crenças com base em Moisés... nós porém somos Cristãos.


Não somos discípulos dos profetas mas daquele que foi profetizado.


"Um só é vosso mestre: O Cristo"


Por isto não perderemos nosso tempo precioso descendo a arena do Testamento Velho, sujo teor fatalista por sinal reconhecemos...


Não jogaremos fora nosso tempo discutindo sobre a Taurat, os Ketubiin ou os meghilots...


Abandonamos pois a Mikra, os targuns e as vãs disputações sobre o hebreu aos judaizantes.


Nós só aceitariamos discutir com os sectários dentro dos LXX sabendo que esta foi a versão empregada pelo Santo e por seus abençoados apóstolos...


E disto não haveria proveito algum...


Cortaremos pois o passo indo primeiramente aos apóstolos beber das palavras deles e depois ao Verbo sempiterno e todo poderoso encerrando nossa demonstração com chave de ouro ou melhor com a chave da eternidade e do mundo invisivel que é o Senhor Cristo.


Sem embargo de tudo quando acima foi escrito haveremos de discutir um desses textosnesta sessão, um texto apenas. Texto pertencente a pena profética e amplamente empregado pelos calvinyya em suas demonstrações...


Pois a liberdade com que empregam o referido texto despertou nossa indignação.


Por isto resolvemos ir a liça, vindicando o sentido do texto.






Explanação -



Refiro-me obviamente ao quinto verso do primeiro capitulo da profecia de Jeremias:


"Antes que tua mãe te engendrasse em seu seio eu ja te conhecia, antes do teu nascimento já te consagrara, e te havia escolhido como profeta das nações."


Nesta pequena e singela passagem a trupe de Calvino é capaz de enchergar a salvação da alma, a graça irresistivel, a segurança do crente e até mesmo o decreto de reprovação. (!!!)





Examinemos pois, examinemos:





1) "Antes que tua mãe te engendrasse em seu seio eu ja te conhecia."


Qual o significado deste misterioso versículo?


O sentido é literal: Antes que o profeta fosse gerado ou concebido Deus já o conhecia ou seja conhecia seus atos e operações livres desde toda eternidade.


Eh?


Refere apenas a presciência ou a precognição divina segundo a qual, Deus, estando para além das categorias finitas do tempo e do espaço tem pleno conhecimento sobre as ações e operações de todos os seres humanos...


Segue-se dai que por conhecer nossas ações e operações desde toda eternidade lhas determine ou crie ele mesmo?


Acaso o fato de vôce saber que seu vizinho morrerá vitimado por um cancer incuravel em menos de três meses implica em que vôce seja a causa do câncer?


Sabemos quando choverá ou estiará sem sermos a causa da chuva ou da seca, sabemos que o Delta do Nilo ou do Chat el arab aumenta de ano a ano sem sermos a causa deste aumento...


Por isso o texto não diz: 'ja te salvará' ou 'te presdestinará a salvação' mas te conhecia, porque deus conhece todas as coisas, inclusiva as que não causa.





2) "Antes do teu nascimento eu já te consagrará"


Mas porque o consagrará antes de nascer?


O termo precedente é que nos mostra a causa da consagração expressa neste termo.


Foi consagrado ou separado porque antes fora conhecido.


Separou-o pois porque antes soube que serviria perfeitamente ao objetivo que tinha em mira.


Pois se soubesse que morreria na infância, que seria dado a bebidas fortes, que cultivaria o amor as riquezas em seu coração ou que desenvolveria certas moléstias não lho teria consagrado ou separado, mas a um outro.


Tendo sabido que seria saudavel, bem proporcionado, virtuoso, espiritualizado, etc consagrou-o.


Consagrou-o devido a seus méritos ou predicados pessoais, pois soube que cooperaria ativamente com seus planos. Separou-o porque conheceu sua boa vontade, sua capacidade e sua fidelidade.


Afinal como escreveram Tomás de Aquino entre os nossos e Iben Khaldun entre os infiéis a profecia depende em parte da natureza e do cárater do elemento receptor que é o profeta.


De modo que o profeta deve ter o organismo saudavel, a mente equibrada, o espírito virtuoso e certas disposições mentais que nós certamente ignoramos.


Deus porém lhas conhece muito bem e por isso conhece os melhores instrumentos ou canais para comunicar as profecias.


Todos e cada um dos profetas foi cuidadosamente escolhido pelo Pai dos espíritos tendo em vista a qualidade ou a forma dos oráculos comunicados.




3) "Pois havia te escolhido como profeta das nações."


A ordem do verso é esta: no segundo inciso indica que Jeremias foi consagrado ou posto a parte, no primeiro dá a causa material porque fora consagrado: porque fora simultaneamente conhecido e conhecido como util a obra do Reino...


Entretanto - caso o texto parasse por aqui - restaria ainda uma pergunta: Certamente separado porque conhecido, entretanto para que conhecido e separado?


Refiro-me pois a causa final ou ao objetivo divino.


Felizmente o texto prossegue e nos esclarece sobre o porque do conhecimento e da separação.


Jeremias fora separado para ser 'profeta entre as nações'.


E não paga ganhar de bandeja a vida eterna ou para ser salvo.


Pois a escritura não diz: "E te elegi para a vida eterna ou para ser salvo" mas para o ofício de profeta, como pregoeiro da encarnação, como mensageiro de sua vinda...


Foi para preparar seus caminhos e nivelar suas veredas que Jeremias fora conhecido, separado e escolhido e não para habitar o Reino celestial.


No que tange a salvação eterna o profeta estava como todos nós na dependência da liberdade e da boa vontade e não de um suposto decreto...






Fica pois desfeita a manobra dos calvinistas e patenteado que a predestinação de Jeremias foi para o ofício profético e não para a aquisição da vida eterna.


Foi conhecido e separado para ser vindente e não para ser salvo.




Ps.: Tudo quanto aqui foi escrito aplica-se e até com mais propriedade a escolha do apóstolo Paulo.


Daí ter recebido a alcunha de 'vaso de eleição'.






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