O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

O textos de Loraine Boettner I



"O que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte é ladrão e roubador." Jo 10,1








Para a maior glória de Nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo e a vindicação de seu cárater Santo e benevolente chegou a nossas mãos um exemplar do livro de Boettner sobre a predestinação.



No capítulo sobre o decreto horrendo de par com os textos já analisados por nós - todos muito mal traduzidos e pessimamente comentados (sem se fazer o mínimo caso do contexto) - o teologo Yankee logrou juntar mais estes:


- Mt 7,6


"Não lançeis coisas santas aos cães e nem atireis pérolas aos porcos."


Diante desta passagem a profetiza calvinista conclui: "Sustentar pois que Cristo mandou anunciar plenamente o Evangelho a cada pessoa em especial é uma contradição."


Entretanto Mateus 28,19 refere: Ide e fazei discipulos meus entre todas as nações.


E marcos 16, 15: Ide e anunciai o Evangelho a toda criatura.


Portanto quem contradiz a determinação do Senhor - T O D A C R I A T U R A - são os calvinistas com sua interpretação forçada de Mt 7,6


Pois aqui o ele empregou um termo bastante comum entre os antigos hebreus:


"Não deiteis perolas aos porcos, nem disperdiceis a sabedoria COM AQUELE QUE NÃO RECONHECE SEU VALOR." Talmud


Recomenda pois o Senhor a seus discípulos que ao anunciar o Santo Evangelho tomem em consideração as disposições livres ou a boa vontade ou ainda o interese dos ouvintes.


Não se trata pois de sonegar o Evangelho a quem quer que seja mas de se levar em conta a personalidade ou o carater daqueles que são por assim dizer o objeto do anuncio.


Pois a uns será mais conveniente fazer um anuncio generalizado e superficial porquanto não demonstram muito interese pela mensagem, a outros convem anunciar com mais detalhes e profundidade e a outros enfim - a terra boa da parabola do semeador - anunciar sem quaisquer reservas expondo todos os mistérios e saciando sua fome e sede espiritual.


Não disse nem quiz dizer aos seus que ocultassem sua mesagem aos não predestinados, mas que cuidassem de despejar o Evangelho todo, duma só vez, mas almas que não estivessem dispostas ou preparadas para acolhe-lo.


Foi tendo em vista estas palavras que os santos apóstolos elaboraram um Kerigma destinado ao anuncio publico do Evangelho tendo em vista os primeiros elementos ou bases da fé.


Não iniciavam pois a doutrinação pelos mistérios mais elevados e profundos como a Trindade ou a encarnação do Verbo, mas pelo pecado que era o estado comum daqueles tempos, pela comunicação da graça, pela lei do amor e pela salvação e a glorificação.


O Kerigma como um todo estava voltado para o sujeito e suas necessidades espirituais deixando de lado as doutrinas puramente abstratas ou transcendentes como a Trindade divina ou mesmo a divindade do Senhor.


Conforme a mensagem inicial do kerigma despertava interese nas pessoas eles iam gradativamente sendo informada sobre os demais mistérios ou instituições da Igreja. Esta iniciação progressiva era intitulada 'disciplina do arcano'.


O Kerigma era um anuncio elementar do Evangelho dirigido não há alguns predestinados mas a todos os seres humanos, tal e qual fora determinado pelo Senhor.


As pérolas a igreja detinha consigo e reservava apenas aos que viessem a corresponder livremente ao anuncio elementar desejando um alimento mais sólido.


O kerigma era o leite concedido as crianças na fé ou seja aos catecumenos e neófitos, as pérolas ou dogmas eclesiásticos - o alimento sólido referido pelo apóstolo - ou pérolas da igreja eram entregues apenas e tão somente aqueles que já haviam sido santificados pela água.


Segundo os antigos compreenderam esta determinação do Senhor com referência a entrada no corpo da Igreja e a repecção dos mistérios.


Assim refere o divino Crisóstomo: "Refere-se ao Batismo, a graça que se concede por meio do sagrado corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a coisas da mesma ordem, tais mistérios são as pérolas, pois do mesmo modo que as pérolas se encontram dentro das conches nos fundos dos mares, assim os mistérios divinos se encontram na profundida das sagradas escrituras e envolvidos pelas palavras do Senhor... Não se deve lançar o que é Santo aos cães; conforme o batismo e os demais sacramentos estão reservados aos filhos da fé."


Por isso que os apóstolos, mártires e padres não acharam por bem receber os gentios na igreja logo após o anuncio do kerigma ou seja sem antes provar a boa fé e a sinceridade dos mesmos.


Tal a origem da insituição do catecumenato destinada a provar aqueles que desejavam aderir a fé imaculada e a impor-lhes penitência.


Durante todo este tempo eles eram informados apenas sobre o kerigma e o sacramento do Batismo, mas de modo algum sobre a Crisma e a Eucaristia. Como mistérios de santidade mais elevada estes só eram comunicados aos que desciam as fontes e delas saiam como Filhos de Deus.


Tal o método pelo qual a Igreja logrou exterminar o paganismo antigo, inspirado na prudência recomendada pelo Senhor, prudência que no entanto jamais excluiu qualquer pessoa ou categoria de pessoas, como se ja estivessem condenadas.


A igreja jamais empreedeu dois anuncios ou reteve o Evangelho deixando de proclamar em alto e bom som 'o essencial' (o Kerigma) levando-o a toda e qualquer criatura.


Ela jamais desesperou - a priori - quanto a salvação de qualquer ser humano, mas a todos encarou com possibilidades -maiores ou menores - de cura.


Não se trata, como insinua a sra Boettner, de desobedecer ao Senhor sonegando ou restringindo o Evangelho da verdade, mas de ministrar o Evangelho terapeuticamente ou seja em dozes.


A interpretação descabida dos calvinistas é que contradiz formalmente a ordem do Salvador pertinente a T O D A C R I A T U R A.






- Mt 24,31:



"E enviara seus anjos para que recolham seus eleitos dos quatro cantos da terra."


Eleitos que no entanto precisaram mostrar-se dignos da eleição persseverando até o fim conforme esclarece o verso décimo terceiro.


Eleitos que precisaram cooperar com a graça divina que lhes foi reservada.


Eleitos que precisaram corresponder ao chamamento e a vocação pela manutenção da boa vontade.


E que portanto não estavam definitivamente seguros no bem e na salvação.


Infere-se pois que a eleição dos mesmos foi genérica e condicional.


Diante deste texto só nos cabe perguntar a senhora Boettner:


E quem de nós dúvida de que cada salvo ou santo seja um eleito?


Quem nega que os plano de Deus para eles, como o próprio Deus alias, seja eterno?


Quem questiona que a persseverança dos eleitos seja desejada pelo Senhor desde toda a eternidade?


Nós não negamos eleição alguma para a salvação.


O que negamos certamente é a deseleição. Deseleição que vós afirmais sustendo que o Senhor elegeu apenas a alguns e regeitou aos demais.


Nada temos quanto a eleição que é divina, mas contra a regeição que é satânica.


A eleição para resturação no Verbo da vida reverênciamos com toda piedade enquando sinal que é do amor de Deus.


Quanto a deseleição ou repúdio isto sim regeitamos porquanto não cremos num deus que seja capaz de odiar ou de exercer vingança.


A este simulacro ou caricatura de deus afirmado pelos antigos hebreus, opomos o Pai amoroso revelado pelo Senhor Jesus Cristo, aquele que amou tanto o mundo que entregou seu filho e que abandonando as noventa e nove ovelhas veio buscar a ovelha perdida. Este é o deus verdadeiro e a vida eterna...


Boettner entretanto recorre a autoridade de seu mestre Calvino, o qual assim se expressou sobre a questão:


"Não pode haver eleição sem seu oposto que é a reprovação." Institutas III, 23


Pena que Calvino não é santo padre e tampouco apóstolo, hagiografo ou coisa parecida.


Portanto seus comentários bem como os de Lutero - que viveram dezesseis séculos depois de Cristo - para nós não vem ao caso.


Preferimos as escrituras inspiradas e infaliveis como se diz ou - a falta delas - os padres que viveram nos primeiros séculos subsequentes a composição das mesmas.


Que os 'calvinistas' ponham seu mestre acima dos padres da igreja e quase ao lado das escrituras como uma espécie de Papa ou interprete infalivel é problema exclusivamente deles.


Quanto a possibilidade de que haja escolha ou eleição sem regeição ou reprovação testificam as dezenas de textos apresentandos pelos calvinistas a favor da eleição, os quais entretanto silenciam por completo a respeito da regeição ou da reprovação...


São os calvinistas que a partir da eleição deduzem ou conjecturam sobre a regeição ou reprovação fundamentados em alguns poucos textos de significação obscura.


Todavia Collete em seu livro sobre as inovações romanas afirma que protestante algum recebe dogmas por via de dedução a semelhança dos escolásticos.


E os principais teologos e doutores protestantes costumam repizar frequentemente esta alegação, juramentando que não admitem a inferência de novos dogmas por via de especulação racional.


Tal a posição da ortodoxia.


Não recebemos deduções teologicas (qyas) ou especulações fundamentadas nas escrituras canonicas como astigos de fé procedam elas de quem quer que seja: Agostinho, Lutero, Calvino, Gomarius...


Os calvinistas entretanto - na falta de textos claros, diretos e objetivos sobre o decreto de regeição - apresentam-nos as deduções de Agostinho, Lutero, Calvino, Zanchius, Turretini, Toplady, Boettner e outros sobre os textos referentes a eleição.


Leem nas escrituras sobre a eleição e declaram:


Não pode haver eleição sem reprovação.


Mas sabemos muito bem a quem cabe o ônus da prova...





Diante de tais deduções resta-nos deduzir de modo diverso:


Não, não é necessária a existência de um Diabo ou anti-Deus para que Deus subsista.


Deus é o único ente necessário patenteado pela razão.


Não, não é necessária a existência de um Dajal ou anti-Cristo para que Cristo subsista.


Cristo subsiste por si mesmo, sem necessidade de qualquer Dajal, fábula tosca inventada pelos rabinos judeus.


Não, não é necessária a existência do mal ou do pecado para que subsista o bem ou a virtude.


Pois o bem é absoluto e susbiste por si mesmo enquanto Ser.


O mal por sua vez não passa de desvio da vontade como confesou o Bemaventurado Agostinho.


Logo a eleição para a vida eterna não necessita de qualquer reprovação ou regeição.


Porque a eleição é fruto do amor de Deus e o amor de Deus não necessita ser limitado.





A grande confusão calvinista.




Quando os calvinistas afirmam que a eleição exige a reprovação partem do falso principio segundo o qual o homem é um ser totalmente depravado ou corrompido.


Sendo isento de sanidade e liberdade o homem é inacapaz de cooperar com Deus na obra de sua redenção.


Não há pois qualquer possibilidade de resistência ou de colaboração da parte dos seres humanos.


Não é dado ao homem desejar ou regeitar a eleição ou a oferta da salvação.


De modo que a salvação não lhe é concedida mas verdadeiramente imposta.


Tampouco se pode dizer que os eleitos se submetem ou que obedecem a Deus. O calvinismo não é sistema de submissão ou obediência porque se supõe que a submissão seja uma ato voluntârio da parte daquele que se submetendo poderia ter resistido.


Como não há possibilidade de resistência da parte do eleito segue-se necessariamente que não haja submissão ou obediência...


Então o que?


O deus calvinista não auxilia suas criaturas para que possam chegar a salvação.


Salva-as sem consideração de sua vontade.


Quando os calvinistas alegam que é impossivel que os eleitos pequem ou apostatem esta implicita a afirmação de que não pecam nem se revoltam porque não possuem liberdade ou seja porque são dominados ou controlados pelo poder divino. Não pecam e não apostatam porque são incapazes de consentir.


Logo suas ações são diretamente criadas ou controladas por Deus, não há possibilidade de mudança ou alteração porque não há liberdade alguma. Se disserem que a vontade dos eleitos não pode se inclinar para o mal lhes reponderemos que tal vontade não é livre...


Alguns deles - pois são engenhosos - alegam que embora sejam solicitados para o mal jamais poderiam consentir. Não podem consentir porque Deus alteraria sua vontade tendo em vista a eleição... portanto se deus teria de improvisar e alterar repentinamente a vontade dos seus sói melhor crer que determinou a vontade dos mesmos desde toda a eternidade impossibilitando-os de desejar ou de cometer o mal.


Não são pois livres os eleitos - se se admite que o comportamento deles deve ser ilibado - em seus atos pessoais, estamos pois no terreno do fatalismo e do destino.



A maioria dos calvinistas entretanto teve de abrir mão da doutrina da santidade e de aderir ao antinomiasmo.


Alegam que os atos humanos são livres e admitem que os eleitos não só podem pecar mas viver pecando uma vez que a eleição não esta fundamentada na precognição de obras ou méritos futuros, mas na liberalidade ou na soberânia de Deus.


Donde inferem que: "... sim, de fato deus pode perfeitamente espalhar cólera e perdição entre os inocentes e fazer graça e miserisórdia aos celerados..." Arbitro escravo I, 730


Querem dizer com isto que pode muito bem concedido a graça do paraiso a dinástia dos Chamberleins (familia de médicos calvinistas responsavel pela invenção do forceps e POR SUA EXPLORAÇÃO FINANCEIRA POR QUASE DOIS SÉCULOS INTEIROS COM O PREJUIZO DE MILHÕES DE MULHERES!!!) ou o Dr Truman (que mandou lançar aquelas bombas sobre os civis inocentes e indefesos de Hiroshima e Nagazaki) e fechado suas portas ao abbe Pierre, a irmã Dulce e a madre Tereza... e não cabe a ninguém increpalo por isto, pois ele é sempre justo...


Justo 'Justo fazendo o mal como o homem é iniquo fazendo o bem.', arremata Lutero. Weimar XVIII - 709


Bem dizia Wesley e depois a Sra White que esta doutrina frutificou corrompendo a sociedade como verdadeiro câncer.


Ninguém mais se preocupava em auxiliar ou em servir aos semelhantes como fora determinado por Jesus, pois diziam que fazendo ou não o bem estavam já predestinados ao céu ou desarraigados.


Assim viviam cada qual a sua moda certos de que nada do que fizessem poderia alterar o decreto.


Pautados nessa bela doutrina os criminosos continuaram a cometer seus crimes, sem cuidar de conversão e menos ainda de reparação, os bons por sua vez arrefeciam...


Tais as bases de nossa sociedade individualista e ególatra e as fontes do sistema capitalista.


Pois nada do que for feito poderá separar um predestinado ímpio ou aproximar um não predestinado virtuoso da magestade divina.


Crendo que seus atos morais são de todo ignorados pela balança divina os homens se permaneceram ou se tornaram imorais.


Não disse que se tornaram escandalosos, porque os antigos fariseus tampouco era escandalosos... mas que associaram a iniquidade a afetação religiosa e o fanatismo...





Lutero - que depois de ser esmagado por Erasmo soube emendar-se - resolvendo o problema a sua moda, deu mais um passo a frente e afirmou que: "Deus opera em nós o mal e o bem que quer." Weimar XVIII - 635


Interrogado pelos 'santinhos' porque motivo Deus não nos constrange a praticar apenas e tão somente boas obras, se é santo e amigo da virtude por um lado e realiza tudo em nós por outro?


Lutero respondeu tal e qual os mistificadores calvinistas respondem sobre o decreto de regeição:


É O SEGREDO DE SUA MAGESTADE...


Doutra feita porém respondeu: Já não sabemos se o Diabo é Deus ou se Deus é o Diabo...


Conforme havia escrito em seu comm ao Genesis que este mundo foi criado por um ente maligno!





Seja duma forma ou de outra o ser humano é sempre passivo, tão passivo quanto uma cavalgadura - a comparação também é de Lutero - no que diz respeito a vida eterna.


Seja porque Deus lho constranja desde toda a eternidade ou ato continuo a fazer apenas o bem, seja porque lho predestine sem consideração de obras ou enfim porque execute o bem e o ma nele, o calvinista jamais cogita da liberdade humana.


Se o homem não é livre como poderia resistir a ação da graça?






Nós porém, partindo do fato de que o homem é livre, afirmamos que a eleição é verídica mas condicional.


Sabendo desde toda a eternidade que a maior parte dos homens empregaria bem a liberdade colaborando consigo, o Senhor elegeu ou escolheu ao gênero humano como um todo, sem excluir a quem quer que fosse, mesmo aqueles que haveriam de resistir... Para que a iniciativa dele e a resposta deles ficasse manifesta.


E assim se manifestasse a um lado a generosidade incompreenssivel de Deus e doutro a estupidez de alguns...


Portanto a escolha feita por Deus foi geral. Deus desejou e quiz que todos os homens se salvassem, preparou uma salvação para todos, convocou a todos e com todos instou.


Ninguém foi regeitado ou preterido da parte dele.


Entretando considerando que o homem é livre e que - os calvinistas adoram este texto - OS DONS DE DEUS (a liberdade inclusive enquanto DOM DE DEUS) SÃO PERPÉTUOS E IRREVOGAVEIS, cumpre que o homem após ser alertado sobre o plano de Deus se disponha a colaborar com ele na obra de sua salvação.


Por isso se diz que a eleição é condicional, porque a condição para que ela se efetive é que o homem sendo livre corresponda a ela, queira recebe-la, aceite-a...


Deus certamente fez tudo quanto poderia ter feito por sua vinha - a cruz no-lo revela - de sua parte. Todavia para que a obra seja consumada e a sua vontade cumprida faz-se mister obter a resposta do homem, a qual em alguns casos poderá ser e é negativa.


Neste caso Deus não pode agir porque agindo estaria anulando a liberdade pessoal, liberdade que ele mesmo comunicou ao homem como dom...


Por isso que o homem se salva parte pela graça que procede de Deus e parte pela submissão ou a obediência que parte de sua vontade livre.


Conlusão: a obediência ou a submissão - sendo sempre uma ato voluntário que parte do homem e jamais ato coercitivo que parte de Deus - tão recomendada pelas sagradas letras só é possivel dentro de um esquema semi-pelagiano.


No esquema calvinista a submissão ou obediência é sempre impossivel e por uma razão elementar: Todo bem executado pelo predestinado não é ele mesmo quem lho executa mas Deus nele e apesar dele.


É sempre Deus que submete ou viola a liberdade da pessoa impondo a sua soberana vontade.


O servo obediente pelo contrário em nada é violado no que diz respeito ao fôro interno de sua personalidade.


A igreja lho convida ao pacto da graça e lhe apresenta a mensagem da Cruz.


Ele então, tocado pela mensagem da cruz e fortalecido pela comunicação da graça decide sujeitar-se livre e voluntariamente a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Não é Deus quem constrange sua vontade, viola sua liberdade e constrange-o a servi-lo como se fosse um boneco de cordas ou uma marionete. É ele mesmo que persuadido pelo sacrificio do Verbo, animado pelo amor e estribado na comunhão divina escolhe tomar sobre si o jugo do Cristo e observa-lo.


Somente nesta caso, havendo decisão livre, a culpa da parte daqueles que regeitam tão grande e generosa oferta.


Não se pode entretanto dizer que hava mérito - refiro-me aqui ao pecador inveterado, sobre sua conversão - na escolha e por uma razão bem simples: ninguém age meritoriamente ao tentar escapar dum navio prestes a naufragar ou duma edificio em chamas...


Inda que sua ação seja livre o merecimento cabe exclusivamente aquele que lhe oferece os recursos ou meios sem os quais estaria perdido, no caso da salvação deste mundo para a vida eterna o único merecimento cabe a Nosso Senhor Jesus Cristo.


Isto no que se refere a justificação que é o primeiro passo em direção a felicidade eterna ou o primeiro estadio no processo espiritual a que fomos chamados.


Pois no que refere a conservação da justificação - pela manutenção da pureza da alma - e mais ainda no que se refere obras de piedade que partem de sua livre iniciativa, podemos e devemos admitir que são meritórias pela simples razão de que foram feitas em Cristo ou seja em união com ele.


E sabemos que tudo o que é feito em Cristo é abençoado, santificado e vivificado por ele, até mesmo a oferta de um misero como de água fria a um de seus servidores mais humildes.


É tesouro recolhido nos silos celestiais e invisiveis tendo em vista a liberdade humana - pois tal ação poderia não ter sido realizada - de um lado e o amo com que foi prodigalizado do outro.


O calvinismo porém nada sabe sobre tais mistérios do amor e da comunhão em Jesus Cristo.


Porque nele o homem, como um pedaço de pedra ou uma arvore, nem compreende, nem colabora, nem obedece, nem merece... deus é quem realiza tudo nele e ele praticamente nada.


É deus obedecendo a si mesmo...


E salvando não sabemos quem ou o que...







Pode pois haver e há decreto de eleição: universal e condicional.


Universal enquanto todos os homens foram designados para a salvação em Jesus Cristo.


Condicional porque depende deles ou melhor de sua opção livre obte-la ou não.


Mas não há necessidade alguma de um decreto de regeição ou banimento, ao menos da parte de Deus...


Se há regeição esta regeição parte dos próprios homens enquanto ato livre daqueles que não desejam viver em Deus...


E aquele Deus que lhos fez livres respeita suas liberdades.


Afinal o que parece ser necessário para uns não o é de forma algumas para os outros.


Esperamos pois que os calvinistas ponham um tantinho mais de vergonha em suas caras, deixando de citar os textos referentes a eleição a favor do decreto de regeição ou de reprovação.


Pois estão fartos de saber que não discutimos a eleição, mas apenas e tão somente o decreto de reprovação.


É pois de todo inutil esse imenso trabalho de citar dezenas e dezenas de textos sobre a eleição acompanhados de deduções que para nós não são convincentes.


Deduções por deduções ficamos com as nossas...

















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