O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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terça-feira, 21 de julho de 2009

Obras de Toplady, Berridge e os Hill II - Rom 1,21









Cita em seguida Romanos 1,21sgs:


"Porque tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram nem exaltaram, mas extraviados por seus pensamentos, o coração se lhes obscureceu e se tornou estúpido...


Por isso Deus entregou-os aos desejos de seus corações, a iniquidade e assim injuriaram seus próprios corpos...


E assim foram entregues a paixões aviltantes..."


Destas passagens inferem os calvinistas, precipitadamente, que tais pessoas - no caso os pagãos - foram regeitadas por Deus desde toda a eternidade.


E tecem quimeras a respeito da razão e da vontade humanas, alegando que segundo estas passagens foram completamente obscurecidas pelo pecado.


Procuram pois assentar sobre elas o dogma satânico da 'corrupção total da natureza' sobre o qual se assenta todo o edificio do protestantismo enquanto sistema anti-humanista e mágico.


No entanto se bem consideradas tais passagens testificam claramente contra este dogma.


Por depravação total querem dizer os protestantes que todas as faculdades ou capacidades do homem foram afetadas pelo pecado.


Segundo afirmam eles o intelecto foi obscurecido e um de seus símbolos reza que o homem "não pode sequer pensar no bem." e que "Não julga retamente sobre as coisas divinas." Cfsão Helvetica VIII e IX


Sustentam ainda que "o homem não regenerado não tem livre arbítrio para o bem." querendo dizer que antes de crer ou aderir a fé não há boa vontade ou vontade que deseje o bem.


Isto é o que dizem em seus tratados e panfletos dando seguimento aos erros de S Agostinho e cogitando sobre a necessidade duma iluminação ou graça precedente para que o homem adira a verdade. Graça que Agostinho e seus sequazes encaravam como condicional e não como irresistivel mas que eles - os calvinistas - encaram como irresistivel, logo coercitiva.


Vejamos todavia o que o presente texto afirma sobre as capacidades racionais do homem.


E verifiquemos se tais capacidades foram de fato obscurecidas pelos pecado ancestral.


Examinemos, investiguemos e interroguemos os oráculos sagrados:


v 18 - "...Assim eles suprimem/anulam a verdade pela maldade/injustiça."


Como só podem suprimir ou anular o que são aptos para captar concluimos necessariamente que o homem natural é apto para captar a verdade.


Pois suas capacidades intelectuais não foram afetadas pelo pecado ancestral.


Mas apenas sua vontade foi - não suprimida - mas fragilizada.






# (A doutrina ortodoxa sobre o pecado - cumpre adiantar - proclama que o homem natural - isento de graça - é incapaz de persseverar no bem e na virtude.


Não é inapto para conhece-la ou para deseja-la, optando conscientemente por ela; mas apelas e tão somente para nela persseverar.


A adesão a fé, a esperança da imortalidade e ao amor sobretudo confirindo-lhe um novo nascimento de ordem espiritual, capacita-o a cumprir a lei de Jesus Cristo e a nela persserar adquirindo aquela santidade e perfeição exigidas pel a divindade do Evangelho.


Capacita pois a graça o homem para dar pleno cumprimento aquilo que antes conheceu, desejou e abraçou sem ela. Capacita-o a permanecer no bem ou seja a permenecer em Cristo mesmo.)


A corrupção da natureza é pois parcial e não total ou absoluta como postulam os adeptos de Agostinho, Lutero, Calvino e - neste caso - mesmo Arminius e Wesley.#







Por isso afirma mais adiante: "Pois o que pode ser sabido sobre Deus eles sabem com evidência verdadeira." v 19


E continua na mesma linha: "A produção deste mundo e os atributops divino PODEM SER CLARAMENTE OBSERVADOS ATRAVÉS DO QUE ELE PRODUZIU (suas obras), por isso que eles não possuem álibi." v 20


Diante de tais textos é preciso ser muito mas muito mesmo cínico ou malicioso para afirmar que o homem natural é incapaz de conhecer algo de verídico sobre seu Senhor e artífice!


Acaso foram os bárbaros e selvagens judeus que elencaram aquelas soberbas provas sobre a existência de Deus que até hoje servem de base sólida e inamovivel a Revelação divina?


Acaso foram os antigos hebreus que discorreram com tanta lucidez e brilho sobre a imortalidade da alma humana e seu destino?


Não, não foram pois a teologia racional só foi cultivada por eles no tempo de AviKebron, Avempacem e Maimonida após o décimo século desta era!


Foram os gregos pagãos foram Sócrates, Platão e Aristoteles esses gregos geniais que desenvolveram a argumentação racional sobre Deus inda que envolvidos pela densa treva do paganismo e da idolatria!


Apoiam pois os fatos tudo quanto foi escrito pelo Apóstolo e testificam contra as falsas doutrinas que os protestantes retiraram não da escritura canonica mas de suas mentes corrompidas.





Batido mas não vencido o opositor clama: Em todo caso não eram capazes de desejar aquilo que compreendiam, pois estavam predestinados a condenação segundo podemos ler:


"Entregou-os aos desejos de seus corações... entregou-os as paixões monstruosas..."


&


"Não há nenhum justo, nem um justo sequer

Não há homem que seja prudente e que busque a Deus

Todos se extraviaram e perverteram, e não há um sequer que execute o bem." Rom. 3,10



Da primeira respondemos: Efetivamente está escrito que os idólatras foram entregues aos desejos e paixões imundas, O QUE DE MODO ALGUM ESTA ESCRITO É QUE SEUS DESEJOS E PAIXÕES FORAM POSTOS POR DEUS NELES DESDE TODA A ETERNIDADE...


Portanto os desejos e paixões não procedem da vontade de Deus, não foi Deus que os fez pecar.


Os desejos e inclinações partem deles.


Tendo em vista tais desejos e inclinações o Senhor deixou de socorre-los com sua graça.


Quer dizer que antes da encarnação e paixão de Cristo a nenhuma criatura foi concedida a possibilidade de não pecar tendo em vista os merecimentos dele.


A única excessão que fazemos - tal e qual o Bemaventurado Agostinho - para a glória do Senhor é a Mãe do Senhor, a qual chegando a idade do pecado - a idade da razão - não cometeu pecado porque sempre esteve e permaneceu em Deus.


Todos os seres humanos que viveram antes da Encarnação do Verbo foram abandonados por Deus e experimentaram o jugo do pecado. Todos cometeram ao menos alguns pecados e nenhum deles foi perfeitamente Santo.


Panteno, que segundo o abençoado Fócio fora ouvinte dos apóstolos, em sua Epistola a Diogneto explica que "segundo os planos de Deus a humanidade fora abandonada ao pecado nos tempos antigos para que chegando ao abismo fosse levada a procurar a graça de nosso Senhor Jesus Cristo."


Foi como que sonegada a mesma provisão e medida de graça aos que precederam esta era para que a experiência de fragilidade e pecado - registrada para sempre nas fontes históricas - conduzi-se aos que viveram depois aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Por isso nossos sábios e mestres - como Clemente, Origenes, Minutio Felix, Arnóbio, Lactancio e Eusébio - puderam elencar os crimes dos antigos e seus sucessores como Balmes, Baudrillart e Dawson descrever minuciosamente o contributo da divina revelação a evolução social do homem.


Apesar disto, quando lemos que tais gerações de homens de má vontade foram abandonados por Deus não devemos concluir, como os protestantes, que foram condenados por seus crimes e punidos com punição eterna. Antes o Senhor - tendo cumprido seu propósito temporal e demonstrado a força e o poder do pecado - exerceu misericórdia para com eles, indo em espírito - logo após sua morte - anunciar-lhes o Evangelho e chama-los e penitência no mundo espiritual. Afirmou-o Pedro expressamente em sua primeira epistola designando-os pelo maior contingente: aqueles que haviam perecido repentinamente durante o dilúvio. (a figura do diluvio diz respeito aos antigos que morreram em estado de pecaminosidade)


Permitiu pois o Senhor ao abandona-los, que fossem completamente escravizados por seus desejos e inclinações tendo em vista a proclamação daquela liberdade, graça e santidade que dimanam de sua Encarnação.




Da segunda respondemos que o sentido estrito que lhes dão - não o apóstolo nem a escritura - mas os protestantes é forçado e incompativel com o resto das escrituras.


Antes porém advertimos que tais palavras não procedem de Cristo Jesus mas de um antigo Salmo.


E como não amamos as trevas, a obscuridade e a dissimulação afirmamos desde já que não nos submetemosa autoridade do Velho Testamento EM MATÉRIA DE DOUTRINA CRISTÃS, mas apelas aos oráculos divinos, puros, imaculados e infaliveis proferidos por Nosso Senhor e Deus Jesus Cristo.


Ao testamento antigo acatamos e veneramos sempre que cumpre seu propósito especifico> aunciar e proclamar a vinda do Mestre da Verdade.


Recebe-lo-mo como Deus mesmo o estabelceu: como aio ou pedagogo e não como Mestre.


Não somos judeus, não damos ouvidos a rabinos, não frequentamos sinagogas, não adoramos no sábado, não cremos em mitos e fábulas...


Admitimos entretanto que o uso argumentativo que o apóstolo faz desta passagens dos Salmos é pertinente com o fim a que se propõe que é estabelecer um fato incontextavel: Todos os homens que viveram antes de Cristo experimentaram o jugo e o aguilhão do pecado.


Nenhum homem judeu ou pagão que tenha precedido a vinda do Senhor caminhou em perfeita santidade diante do Pai.


Por isso diz: 'Não há um justo, um justo sequer.' querendo dizer que todos tinham conhecimento experimental ou pessoal da iniquidade.


E não - como afirmam os protestantes - que nenhum deles amasse ou pudesse amar a justiça e odiar o pecado.


Porque o livro dos Salmos é livro poético, é o Tehilim ou hinário dos antigos hebreus, e não um compêndio de teologia Cristã ou mesmo hebraica.


Como antologia de poemas que é sua linguagem é livre, é linguagem poética e não tecnica comportando o uso de hipérboles de que a linguagem técnica jamais lançaria mão.


Por isto diz: "Homem prudente ignoro que busque a Deus."


Entretanto os antigos hebreus a que os protestantes tanto apegam tinham conhecimento de tais homens que mesmo sob o jugo do pecado amavam e desejavam a santidade e a virtude.


De que temos exemplo naquele Danel citado na profecia de Ezequiel. (14,14)


Os protestantes em geral alegam que esta passagem se refere ao profeta Daniel juizo de todo insustentavel pelas seguintes razões:


Ezequiel fora levado a Babilônia como cativo cerca de 597 quando ja era HOMEM MADURO. (comm de Abingdon - in praef. Ez)


Daniel porém fora levado em 405-3 quando era adolescente.


Donde se segue que Ezequiel era bem mais velho que ele.


Ezequiel iniciou seu turno profético em 592 e encerrou-o em 570 após vinte anos de carreira. (José Carlos Rodrigues in Estudo sobre o Velho Testamento vol II)


Daniel estava apenas iniciando sua carreira profética nesta ocasião.


O Danel de que falamos todavia é citado entre dois homens falecidos há muito tempo: Noé e Jó, donde se conclue pelo contexto que estava já morto a séculos quando Ezequiel fez alusão a ele e que não se trata do profeta quase homonimo Daniel.


Trata-se pois do héroi Danel bastante citado nos documentos de Ugarit.


O qual é reconhecido como amante da justiça.


O pentateuco alias refere-se diversas vezes ao virtuoso Hobab ou Yetro sogro de Moisés.


O livro de Judite refere a outro pagão virtuoso de nome Aquior (filho da luz).


Tobias refere a sabedoria de Ahicar outro pagão muito estimado pelos antigos hebreus.


Conclusão: os próprios hebreus encaravam tais palavras do Salmo como poéticas ou hiperbólicas admitindo que mesmo entre os pagãos existiam homens prudentes que amavam a virtude e aspiravam pelo Reino da graça.




"Todos se extraviaram e perverteram e não há um só que execute o bem."


Tal a finalidade porque o apóstolo recorre ao testemunho deste Salmo.


Quer dizer que em virtude do exemplo ancestral toda sociedade sem excessão tornou-se pecaminosa e como que veículo do pecado.


Não havia sequer um dentre os antigos que não houvesse pecado.


Era pois o pecado - como são as imagens do mal em nossas mentes - uma experiência comum a todos os antigos.


A eles não fora dado - como a nós - resistir ao pecado e permanecer incontaminados.


Por isso diz: 'Não há um que execute o bem." querendo dizer obviamente que não havia um ser humano sequer, que antes da vinda do Senhor Jesus Cristo tivesse executado apenas o bem e não que o homem natural sabe apenas pecar.


Afirmar que os homem natural não era capaz de práticar boas ações antes ou após o advento do Senhor é uma doutrina já mentirosa já repugnante, pois supõe que quando os irmãos Graccos morreram pelo povo romano, sustentando o direito e a justiça contra a prepotência dos grandes senhores cometeram um pecado ou uma iniquidade.


Tal a malignidade farisaica que esta doutrina impura engendra nos corações daqueles que foram chamados a ter um coração limpo.


Ademais toda esta controvérsia sobre justos e injustos antes da vinda do Senhor é resolvida pelo contexto do próprio Salmo que os protestantes reputam por inspirado, pois no verso 5 declara: "Esta Deus com os justos."


Evidenciando que haviam pessoas que amavam a justiça já antes da vinda do Senhor, tanto judias quanto pagãs.


Passemos agora a demonstração.


Os protestantes afirmam que entre os pagãos que viveram antes ou até depois de Cristo e que viviam em estado de natureza eram totalmente corruptos na mente e na vontade e incapacitados para executar uma só boa obra ou obra que fosse agradavel a Deus.


Não eram sequer capazes de pensar em Deus ou no bem, quanto mais de executa-lo.


Conforme eles pensam que o abençoado Paulo ao referir-se ao pecado ancestral afirmou a depravação total da natureza.


Vejamos porém o que afirma aquela escritura escrita pelo Evangelista Lucas, amigo pessoal e discípulo de Paulo.


Refiro-me ao livro dos "Atos dos Santos apóstolos" livro em que os predestinacionistas cuidam ter 'dois pilares'. Vejamos porém o que este mesmo livro afirma sobre os pagãos em estado de natureza:


Todos os reformadores, teologos e doutores protestantes e tantos quantos sustentam a falsa doutrina da depravação total, do solifideismo, da predestinação, etc e tudo que é heresia teem precisamente nesta passagem seu 'leito de procustes' ou seu 'suplício de Tântalo'. Pois cada verso deste capítulo é uma flagrante desmentido e vibrante apologia contra suas teorias escabrosas.


Donde procuram igonora-lo pura e simplismente (po-lo de lado, tal como fazem com a epistola de Tiago e o texto do jovem Rico, para cuidar apenas de carta de S Paulo aos romanos que é o Evangelho, Atos e epistolario deles) ou quando desafiados lançar poeira sobre ele tentando obscurece-lo.


É pois um texto que merece ser dissecado e que recomendamos estar na pontas das linguas de todos os filhos da fé.


01 - Alguns protestantes insinuam que Cornélio já havia aderido ao judaismo - confundindo judaismo com Cristianismo como sempre - e sido circuncidado.


Resposta - Segundo Rule, Champlinn e todos os comms o termo 'Temente a Deus' oriundo do Testamento antigo e amplamente empregado nos escritos judaicos coetâneos, servia para designar aqueles que frequentavam as cerimônias da sinagoga ou que simpatizavam com o povo e a crença dos judeus.


O Talmud e Midrash se referem a tais homens como homens da casa e pacto de Noé.


Tratam-se de termos bastante precisos pois nos permitem distinguir claramente Cornélio e sua casa dos assim chamados prosélitos. Porque os prosélitos como os nossos catecumenos eram aqueles que estavam prestes a receber o sinal da circuncisão.


Portanto Cornélio sequer estava prestes a ser cincundidado.


Por isso que o verso quadragésimo quinto o designa como pagão.


Não havia sequer recebido ou cogitado em receber a sombra do sacramento do batismo e entrando no pacto dos judeus.


Segundo o verso vigésimo oitavo os judeus lho consideravam profano e impuro justamente porque era incircunciso.


Não estamos pois diante dum prosélito circunciso!




01 - Diante disso os protestantes alegam que:

Cornélio havia se informado com os judeus sobre a promessa ou esperança do Messias...

Que a graça invisivel e antecendente operou nele...

Quem alguém provavelmente já lhe dissera algo sobre o Cristianismo...


E todas estas respostas toscas só traduzem uma coisa: desespero.


a) Sobre Cornélio ter sido informado pelos judeus sobre a esperança so Messias é de todo impossivel já porque do verso vigésimo quinto se infere que ainda era praticamente idólatra e filho da superstição.


Sequer era prosélito.


Enquanto a esperança e a promessa do Messias eram doutrinas ciosamente guardadas e mantidas em segredo com relação aos profanos ou pagãos.


b) Sobre qualquer operação de graça invisivel ou antecedente nenhuma alusão, nenhuma palavra, nenhuma virgula, ponto ou til, nada mesmo.


Aos que alegam que o anjo enviado foi como que uma personificação da dita graça antecendente, retrucamos citando o verso 04 segundo o qual o anjo lhe disse: "TUAS PRECES E ESMOLAS SUBIRAM A PRESENÇA DE DEUS COMO MEMORIAL DE PIEDADE."


Precederam pois as obras ao anuncio do anjo ou da graça e segundo as palavras do mesmo anjo as ditas obras é que foram merecedoras da graça da convocação para a fé.


c) Talvez Cornélio já tivesse ouvido falar em Jesus.


Mas onde a palavra inspirada e infalivel de Deus diz uma coisa destas?


Pura suposição sem outro fundamento que as teorias anti-evangélicas e anti-cristãs de Agostinho e Calvino segundo as quais a natureza humana é incapacitada para conhecer e desejar o bem e a justiça.





Alias a relação das obras e méritos de Cornélio com relação a fé é repetida literalmente no verso trigésimo primeiro para que não haja duvida ou escapatória sobre a causalidade.




Entretanto como Cornélio pode merecer se não estava ligada a videira verdadeira pela fé?



Porque estando já Jesus encarnado, morto e ressuscitado comunicou sua munificente graça a todos os homens de boa vontade que amavam a justiça e detestavam o pecado sob cuja escravidão jaziam e um destes homens era Cornélio.


Primeiro Cornélio foi perdoado de seus pecados e entrou na amizade de Cristo no dia em que o Senhor levantou-se dos mortos e levou consigo o cativeiro cativo.


Estando vinculado ao Senhor como rebento a videira verdadeira as esmolas e preces do centurião tornaram-se meritórias a ponto de merecerem a convocação não para a graça mas para a fé.


De modo que a ordem espiritual foi esta: graça - mérito e fé.


Não uma graça antecendente ou violação da liberdade, mas aquela única graça da união com Cristo obtida pela boa vontade.


A graça unida as obras engrendrou o mérito e este mereceu o anuncio e convocação para a fé e as ordenanças, para que a graça aumentasse ainda mais.


Esta mesma ordem perdura até os dias de hoje pois com relação aos pagãos de boa vontade - que ignoravam sem culpa a vinda do Senhor - a graça precede a fé e o batismo ao invés de ser comunicada por eles. Todo homem cuja vontade esta posta para Deus é regenerado diretamente pelo próprio Cristo conforme o grande sacramento de sua encarnação.


Pois ao encarnar-se Jesus assumiu toda carne predisposta a recebe-lo.


A doutrina segundo a qual todos os pagãos são homens malvados, pecadores inveterados, apartados de Cristo e destinados a eterna condenação não procede do Evangelho ou da nossa tradição, mas de Agostinho e dos deformadores protestantes.


Nós cremos com Justino, Clemente, Origenes e Eusébio que o Logos ao encarnar-se iluminou a tantos quantos desejavam a luz e por ela esperavam.






#Aceitamos pois o testemunho do abençoado Paulo e do Salmo citado por ele, mas levando em consideração o contexto do Salmo e o corpo das Santas escrituras.


Cremos pois e confessamos a transmissão do pecado pelo exemplo gravado no inconsciente dos filhos, na transmissão social e psicologica das imagens do mal, que todos os homens ainda hoje são sugestionados para o pecado e que todos os homens que precederam a vinda do Senhor cometeram pecado pessoal.


Não cremos todavia na imputação do pecado pessoal de Adão aos demais seres humanos pois os judeus mesmos ja diziam: Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos embotaram, JAMAIS DIREIS TAL PALAVRA EM ISRAEL... A ALMA QUE PECAR ESTA MESMA MORRERÁ. Ez 18


É pois falsa a doutrina do pecado original inventada pelo Bemaventurado Agostinho e ensinada pelos latinos.


Ninguém pode ser condenado antecipadamente pelo pecado de outrem...


Não cremos na imputação mágica, medicinal ou juridica deste pecado de Adão.


Por pecado ancestral compreende a igreja o mau exemplo dos primeiros homens e de toda a sociedade segundo o qual todos recebemos em nossas mentes imagens que nos sugestionam ao pecado ou sementes de pecado, as quais poderão germinar ou não nos fiéis.


Tais sementes germinaram em tantos quantos viveram antes da vinda do Senhor e muitos deles se voltaram para o pecado, deleitaram-se e por isso foram abandonados neste triste estado para exemplo das gerações futuras.



Não cremos na corrupção total da natureza humana, mas apenas e tão somente numa corrupção parcial pelo enfraquecimento da vontade, vontade que isenta da divina graça ou da comunhão divina não pode perseverar nas boas obras.


Por isto cremos que Aseneth, Danel, Ciro, Haikar, Aquior, Epimênides, Cornélio e alguns outros mesmo tendo cometido pecados amaram e desejaram o bem e a justiça.


Tal a econômia natural e imutavel segundo a qual o pecador hoje tendo noticia da encarnação de Deus, seus padecimentos e sua morte, é levado a crer - sem nenhuma necessidade de iluminação interna ou graça antecedente - a detestar seus pecados, a amar o Senhor, a receber o Batismo e a perseverar tornando-se doravante santo e convocado a perfeição. Sempre colaborando com Cristo pela boa vontade.#




Considerações finais: A passagem em questão não afirma que qualquer homem tenha sido regeitado por Deus ou predestinado ao pecado e a condenação desde toda a eternidade, mas a homens de má vontade, que não souberam estimar o bem e a justiça e que por isso foram abandonados a sua própria sorte para que viessem a servir de testemunho as gerações futuras.


E em se tratando de homens que viveram antes da Encarnação do Verbo podemos e devemos crer que foram vizitados e iluminados por ele durante aqueles três dias em que sua alma esteve separada do corpo, antes da ressurreição gloriosa.


Portanto nem mesmo as consequências do abandono em que foram deixados pelo Senhor eternizaram-se neles.


Pois os que aproveitaram esta segunda oportunidade certamente que foram recebidos em paz pelo Senhor.














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