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A consciência histórica do Cristianismo

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

V - Panorama político do Império Romano por ocasião do nascimento de Jesus Cristo

Quando Jesus Cristo veio ao mundo, cerca do ano 8 antes desta nossa Era, Caio Otavio, filho de Átia, sobrinho e legátario de Julio César e sobrinho neto de Caio Mario, contando com cerca de 55 anos de idade, detinha o título de 'Augusto' e reinava, discretamente, sobre cerca de sessenta milhões de seres humanos.

Em termos geográficos seu domínio estendia-se das colunas de Hércules ao Eufrates, das Gálias ao Norte da África e aos confins da Núbia. Em termos de Império Augusto só perde para Dário e Alexandre, isto porque Gengis e Tamerlão não ocuparam as terras percorridas ou conquistadas.

Dário, Alexandre e Augusto, ocuparam-nas e governaram-nas durante todo o tempo em que viveram.

Confinavam os domínios de Augusto com o Reino dos partos ou partiena, cujo trono era ocupado por Fraates IV. Este pastoreava outros vinte milhões de seres humanos...

Após o declinio e fim da dinástia Maurya, fundada por Sandaracoto (Chandragupta), estava a India mais uma vez cindida em diversos principados. Desde o tempo de Asoka difundia-se o Budismo, o qual no tempo de tempo de Adriano atinge Skandaria, para o extremo oriente e ilhas difunde-se o jainismo; sem que apesar disto o hiduismo deixe de existir e de manter a supremacia na região.

Há China encontrava-se unificada há alguns séculos e sob a tutela da dinástia Han. Ali o imperador Ping reinava sob 57 milhões de seres humanos, ele foi substituido pelo usurpador Wang Mang, o qual fortaleceu-se ainda mais no poder após a morte da velha imperatriz Zhengjung. Alguns séculos antes os chineses haviam adotado a lei do sábio Confúcio.

Assim sendo os dois maiores impérios da terra eram o romano e o chines separados um do outro pelo reino dos partos e pelos pequenos reinos da India.

Cerca de duzentos e quarenta milhões de seres humanos vagavam sobre o pó, quando o Criador e Senhor dos universos optou por vizitar-nos.

No entanto ele não quiz nascer e viver próximo dos grandes potentados fosse em Roma, Ctsifonte, Patala ou Chang an, mas nas regiões inóspitas da Palestina, mais precisamente nos confins da Galiléia, o que tem suscitado inumeras críticas por parte de nossos adversários, os quais costumam a indagar porque razão Jesus Cristo teria escolhido uma provincia tão obscura para manifestar-se, mormente quando seus propósitos declarados eram católicos ou seja universais.

Outros se perguntam porque Deus teria esperado tanto tempo para encarnar-se, já porque os antigos impérios da China, de Harappa (India), de Aratta (Pérsia), de Susa, da Suméria e do Egito contavam já com milhares de anos por ocasião de suma vinda.

A tais perguntas daremos oportuna resposta no próximo capítulo.

Por ora convem acrescentar que o Império romano fechara por assim dizer seu círculo de conquistas em torno do mediterâneo (Mare nostrum) cerca de 31 a C, com a derrota de Antonio e Cleopatra em Actium e a conquista do Egito.

Trinta anos antes, por ocasião da morte da rainha Alexandra Salome, o pequeno reino judaico dos hasmoneus ou macabeus fora convulsionado por uma guerra civil. Combatiam pelo trono de Alexandre Janeu, dois de seus filhos: Hircano II e Aristóbulo.

Foi quando Cneu Pompeu desceu a Síria e destronou os seleúcidas. Os dois irmãos não pederam tempo enviando cartas e ofertas ao general romano, com pedidos de arbitragem e intervenção.

Pompeu, não se fazendo rogado, invadiu a Judéia, sitiou Jerusalem e conquistou o monte do templo, após desalojar os partidários de Aristobulos, o qual foi conduzido a Roma acorrentado junto ao carro do grande general.

Em seu lugar foi constituido procurador Antipater, filho de Antipas de Asquelon, e pai do famoso Herodes. Arquelau no entanto rebelou-se logo após a partida de Pompeu...

E como César e Pompeu rivalizassem, lograram Aristóbulo e Antigono, seu filho, regressar a Judéia e sublevar os naturais do pais, sempre propensos a rebelarem-se.

Aprisionado novamente foi Aristóbulo remetido a Roma e pouco tempo depois envenenado em circunstâncias misteriosas.

Diante disto Antigono veio a Skandaria, ter com Julio Cesar e acusar Antipater e Hircano de terem envenenado seu progenitor e de oprimirem o pais. Antipater no entanto, cortara seu passo e já apresentará a Cesar um dossiê no qual as atividades revolucionárias de Antigono e seu pai eram pormenorizadamente descritas. Diante disto Cesar nomeou Hircano sumo sacerdote e este confirmou Antipater como procurador.

Antigono no entanto, com o apoio de Lisânias, filho de Ptolomeu, filho de Meneus, tornou a Judéia, compos um grande exército e tendo obtido o apoio dos Partos, atacou Jerusalem, expulsou Herodes e aprisionou seu tio Hircano - o qual fez mutilar para que jamais pudesse obter a dignidade sacerdotal novamente - e Fasael, irmão de Herodes, o qual fez envenenar.

Herodes e seu irmão Joset, tendo escapado passaram a Iduméia e dai a Roma, onde narraram ao Senado o conluio de Antigono com os Partos. Diante disto Antigono foi declarado inimigo do Império. Venditius tendo vindo a Síria deu combate aos partos que se retiraram para além do Eufrates... enquanto Herodes compos exército em Ptolomais.

Ironicamente a Judéia apoiou Herodes enquanto a Iduméia, a Samaria e a Galiléia permaneceram fiéis a Antigono. Todavia como Macheron fora enviado da Síria por Vinditius, Joset, irmão de Herodes, sentindo-se forte, sitiou Jerico, ocasião em que veio a ser derrotado e a perder a vida.

Diante disto passou Antigono a Jerusalem. O Senado romano no entanto havia mandado Sosion com a missão de entronizar Herodes a todo custo.

Antigono fechou-se na cidade e Sosion armou cerco, durante o Sábado, enquanto todos descansavam Sosion penetrou na cidade e apesar dos rogos de Herodes, mandou passar a fio de espada todos os habitantes, inclusive velhos, mulheres e crianças. O sangue mais uma vez correu pelas ruas da cidade...

Antigono abandonou a fortaleza e lançou-se aos pés de Sósion, pedindo pelas vidas de seus compatriotas.

Sosion obtendo a vitória fez apressar a 'Antigona' e envia-la Roma.

Entrementes Marco Antonio detinha do poder em Roma, ao lado de Lépido e Augusto.

Cerca de 40 a C, Herodes - filho de Antipatro e Cipiros (A qual Josefo designa por Arebeisus) - tendo ido a Roma - com uma grande soma de dinheiro - obteve de Marco Antonio a execução de Antigono e o domínio definitivo da Judéia.

Após a batalha de Actium, Augusto confirmou-o no poder. Para fazer juz a realeza, Herodes, que era idumeu/nabateu, havia casado com Mariane, uma bisneta de João Hircano, a qual no entanto, passado algum tempo, fez matar. E como um de seus filhos tivesse a ousadia de censura-lo pelo assassinato de sua mãe, mandou suplica-lo da mesma forma...

Diante disto o Imperador Augusto costumava dizer que era muito melhor viver como um porco nas pocilgas de Hedores do que ser seu filho.

Herodes também fez supliciar grande número de rabinos e fanáticos que se sentiam incomodados pela presença dos emblemas romanos na cidade Santa.

Construtor exímio mandou edificar o terceiro templo em proporções gigantescas, as torres de Hippico, Mariane e Fasael na cidade Santa, o túmulo dos patriarcas em Hebron, o Herodium, as fortalezas de Massada e Macheron, etc É tido ainda como fundador das cidades de Sebasta e Cesaréia da Palestina.

Após quase quarenta anos de reinado Herodes veio a falecer vitimado pela gangrena de Fournier, com cerca de setenta anos de idade. Para que o povo fosse forçado a lamentar sua partida ele mandou aprisionar um grande número de homens ilustres da nação, determinando que fossem executados logo após sua morte. A qual, segundo parece, deve ter ocorrido cerca do ano 5  ou 4 a C.

Após sua morte a posse da Palestina foi dividida entre seus três herdeiros: Arquelaus, Antipas e Filipe.

Seu túmulo gigantesco foi descoberto por Netzer em 2007, segundo Nicolau de Damasco, querendo rivalizar com o emblemático David, Herodes fez sepultar consigo um vultoso tesouro.

Este rei paranóico ou esquisofrênico foi que mandou executar os Santos inocentes, por ocasião da vinda do Salvador com seus pais a Belém, acreditando assim ter se livrado dele.





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