O verbo se fez carne...

O verbo se fez carne...

A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Da existência histórica de Jesus Cristo

Já vimos que tanto os rabinos quanto os polemistas anti cristãos dos primeiros séculos, encaravam Jesus Cristo como uma personalidade real, embora o lapso de tempo que os separe do divino Mestre seja bem menos do que o lapso de tempo que nos separa deles mesmos.

Tais homens que viveram sob a ordem do Imperio Romano - a mesma sob a qual viveu Jesus Cristo - bem poderiam ter procurado informar-se a respeito dele nas fontes legadas pelo império e dar facilmente com o logro. Foram inclusive convidados a fazer isto, ao menos por um dos nossos Tertuliano.

Nenhum deles no entanto deu com o 'mito' ou a 'fabula' de Jesus Cristo.

E não se imagine que Luciano, Frontão, Celso, Hierocles, Jamblico, Profirio e Juliano fossem pessoas crédulas e insignificantes. Pois o primeiro deles era rematado cético habil em desmascarar as patranhas dos deuses e sacerdotes, enquanto Frontão era hábil retórico e conselheiro imperial, Celso filósofo epicurista, os outros três filósofos de grande renome e o último Imperador, tendo a sua disposição toda a máquina do imperio romano com seus arquivos, registros e bibliotecas ainda intactos. E no entanto todos convem numa coisa: Jesus Cristo existiu no tempo e no espaço enquanto figura História e real.

E como tal, como ser existente e adversário de peso foi tratado por eles.

Disto se segue que deve haver lá alguma fonte profana que diga respeito a personagem Jesus Cristo. Embora pudessemos esperar justamente o contrário em se tratando duma figura provinciana que viveu na periferia do império, como tantas outras milhões de personagens que desapareceram sem deixar quaisquer vestígios, inclusive seus nomes. E no entanto (além do já citado Talmud) - e ao contrário do que poderiamos supor - possuimos algumas referências externas sobre sua pessoa.

Alistemos sem mais delongas tais testemunhos como convem a uma obra de vulgarização:

  • Josefo - Nas antiguidades judaicas. Na verdade rios de tinta já correram com o intuito de anular este testemunho dando-o como simples glosa intriduzida pelos Cristãos na obra do escritor judeu.
          De fato em sua forma atual percebesse claramente que a passagem sofreu retoque de mão Cristã, pelo simples fato de que segundo Origenes "Josefo jamais reconheceu as revindicações de Jesus."

A questão que se coloca no entanto é se a referência a Jesus Cristo foi de todo criada ou apenas ampli-
          ada. Ora o testemunho de Origenes esclarece-nos mais uma vez porque ele faz alusão a dita passagem em que Jesus discorre a respeito do Mestre.

Alegar que a dita passagem não foi citada por Irineu, Justino ou Tertuliano é cair simplesmente no ridículo - argumento do silência (sofistico) - pelos simples fato de que não possuimos todas as obras destes escritores. Por outros lado possuimos os testemunhos de Eusébio, Jerônimo, Ambrósio, Cassiodoro, Sozomeno, Isidoro de Pelusio, Nikephoros, etc Além do já citado testemunho de Origenes.

          A Dra Irina Sventsitskaia, marxista e atéia, assim se expressa: "Hoje encontramos o original em ques-
          tão, bem mais curto, mais verdadeiro, na obra do Bispo Copta Agapius que viveu no século IX desta
          Era e que fez uso não da versão greco/Cristã mas da versão siríaca hoje perdida. Nesta versão Jose-
          fo limita-se a mencionar a figura de Jesus sem - como fariseu que era - reconhecer sua messianidade.

          Então parece que encontramos o nucleo do texto referido por Eusébio e Origenes."

Do contrário teriamos de admitir que todas as cópias de Josefo, em todas as versões e traduções, estava em posse dos Cristãos sendo ele um escritor judeu. O que parece ser patente absurdo.

Eis o texto original segundo a versão árabe de Agapius:

"Sobre esse tempo apareceu Jesus, um homem prudente. Ele chamou a si muitos judeus. E quando Pilatos, por denúncia daqueles que são os principais entre nós, condenou-o à cruz, aqueles que pela primeira vez o amavam não o abandonaram. Assim a tribo dos cristãos não cessou de crescer até hoje."
  •      O texto de Suetônius, na vida dos Césares - Caput pertencem a Claúdio - onde se diz que os judeus foram expulsos da cidade, cerca de 47/48 por terem causado um tumulto devido a ação de um certo 'Chresto':   "Judaeos, impulsore Chresto, assidue tumultuantes (Cláudio) Roma expulit" (Clau., xxv )
          É bastante provavel que nosso homem até pensasse que o próprio Cristo estivesse em Roma    provocando tais sedições, em todo caso não duvidava de que fosse uma pessoa real e tomava seu nome por Chresto que em grego significa bondoso.

 Isto condiz perfeitamente com o tempo em que Pedro chegou a cidade procedente de Antakia, doze anos após a morte do Salvador.

Pouco mais adiante ele louva o imperador Nero por ter mandado supliciar um bando de pessoas supersticiosas e grosseira que le cognomina 'Christiani'.

  •     O texto de Tácito - considerado por Voorst como o maior dentre todos os historiadores romanos - "Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à extrema punição [i.e crucificação] por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a Judéia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma."
          Nem é preciso dizer que alguns eruditos desonestos e maliciosos - Romer, Wellesley, Wuilleumier 
repudiam o texto pelo simples fato
          de que faz alusão a Jesus. E como sempre ocorre em tais casos, julgam o documento partindo
          de suas próprias crenças (na inexistência de Jesus) e mergulhando no subjetivismo crasso e desbra-
          gado.

          Isto porque no paragrado em questão há cinco tropos ou elementos alusivos a figura de Cristo e
          que estão de pleno acordo com aquilo que lemos nas epistolas paulinas e nos Evangelhos: 1 - Cristo
          2 - Cristão,  3 - Tibério   4 - Pilatos  5 - E extrema punição que é punição capital ou a morte. E ne-
          nhuma evidência objetiva de que não faça parte do original ou que tenha sido introduzido pelos
          Cristãos.

  • De maior importância é a carta de Plínio, o Jovem, ao imperador Trajano (110 d C), em que o governador da Bitínia consulta sua majestade imperial quanto à forma de lidar com os cristãos que vivem dentro de sua jurisdição.
         "Pela aurora prestam reverências a Cristo como se fosse um deus (QUASI DEO)." diz ele em sua décima epistola, 97 sgs

  • A carta de Mara bar Serapion a seu filho, encontrada na Nitria, pertencente aos Curetonianos e datada por F F Bruce como tendo sido composta cerca de 73 d C,  por ocasião da tomada de Samosata
          Eis seu conteudo: "Que vantagem os habitantes de Samos obtiveram por terem queimado Pitágoras? Acaso a cidade deles não foi engolida pela terra?
Que vantagem os atenieneses obtiveram da condenação de Sócrates? Fome e peste acometeram-lhes após nefando crime.
Que vantagem os judeus obtiveram da execução de seu santo rei? Após tais acontecimentos o reino deles foi destruido.
Com justiça  Deus vinga a morte dos sábios.
Os atenienses pereceram pela fome
Os de samos engolidos pelo mar
E os judeus aniquilados e expulsos de sua terra, passando a viver dispersos...
Nem o rei santo esta morto mas vive nos ensinamentos que deixou."

Que o autor da carta não é judeu, salta a vista.
Que não seja Cristão é igualmente certo, pois do contrário teria dito que o Rei vive porque ressurgiu dos mortos e não que vive apenas através de seus ensinamentos.
Trata-se portanto duma fonte pagã, muito provavelmente monoteista e procedente da Síria como Numenius e Nicolau de Damasco.
O fato de designar Jesus como Rei dos judeus, diz respeito certamente a inscrição que Pilatos mandou por sobre a Cruz.
Que se trate de Jesus Cristo é evidente porque os judeus só foram dispersos duas vezes: Por Nabucodorosor, seis séculos antes de Cristo; e pelos romanos no ano 70 desta nossa Era.
Antes de Nabusodorosor porém não há notícia de qualquer Rei Santo assassinado pelos próprios Judeus. Josafa, que até os dias de hoje constitui o modelo de rei santo para os hebreus, foi Morto pelos exércitos egipcios de Necau e não por seus súditos.
Após darem morte a Jesus no entanto foram eles expulsos de Jerusalem e dos arredores e seu templo destruido; fatos a respeito dos quais alude claramente o autor da Epistola, a qual, caso Bruce esteja correto, foi escrita cerca de quarenta anos após a morte do Salvador. Por outro lado, supondo que tenha sido composta durante a guerra da partiena (165) temos um espaço de cento e trinta anos; neste caso o testemunho seria coêvo ao de Luciano.


  • Thalo (52 d C) citado por Julius, Africanus (sec III) na sua 'Crônica':
"Thalo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol - o que me parece ilógico:

"Na Crucificação de Jesus, o mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva... As pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados".

  • Flegon:
"Durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia".

Filiponos in 'Criação do mundo' II,21, assim se expressa:

"E sobre essas trevas... Flêgão meciona-as em Olimpiadas (o título do livro que escreveu) e declara:

"Flêgão mencionou o eclipse que aconteceu durante a crucificação do Senhor Jesus Cristo e não algum outro eclipse; está claro que ele não tinha conhecimento, a partir de suas fontes, de qualquer eclipse (semelhante) que tivesse anteriormente ocorrido... e isso se vê nos próprios relatos históricos sobre Tibério César".

Naturalmente que este testemunho é indireto.

  •  Numenius, o pitagórico
Origenes refere (Contra Celso IV,51) No terceiro livro sobre o bem "Ele reproduz uma parabola de Jesus, ainda que não mencione seu nome."


Certamente que também se trata de um testemunho indireto. Ademais a referida obra de Numenius encontra-se perdida.

  •  Lampridius. Já nos referimos ao testemunho indireto de Lampridius a respeito dos homens idosos, onde havia registrado ter travado conhecimento com alguns personagens curados ou mesmo ressuscitados por Jesus Cristo.

Então temos - a contar com o Talmud - seis testemunhos diretos a respeito da existência histórica de Jesus Cristo: Josefus, Tácito, Suetônio, Mara e Plínio; sendo o de Tácito de primeira categoria e o de Josefus bastante seguro.

E mais quatro testemunhos indiretos: Thalo, Flegon, Numenius e Lampridius.

Num total de dez testemunhos. Conjunto apreciavel.

Então precisa ser muito desonesto, sem vergonha e cara-de-pau para repudiar um conjunto inteiro de testemunhos.

Não é a existência Histórica, física e humana de Jesus, objeto de FÉ como pretendem alguns ignorantes, mas fato histórico certificado por no mínimo dez fontes de origem extra Cristã.

Não é objeto de fé mas de pesquisa Histórica cientificamente elaborada e exata.

Não é objeto de crença ou de religião mas acontecimento real, seguro e sério.





Nenhum comentário:

Postar um comentário