O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

No labirinto da incredulidade...

Embora os positivistas zombem do argumento profético e tudo façam com o objetivo de apresentar as profecias como documentos elaborados 'a posteriori', a força dos testemunhos em seu conjunto levou-os a argumentar que tudo quanto na narrativa evangélica corresponda a tais vaticinios tenha sido pura e simplesmente inventado...

Destarte as profecias seriam originais e antiquissimas, mas o cumprimento das mesmas na pessoa e obra de Jesus Cristo é que teria sido forçado...

Então percebam como a argumentação mudou...

Antes as profecias haviam sido indubitavelmente escritas a posteriori...

Havendo quem supuzesse inclusive que certas partes da pena profética tivessem sido compostas por mão Cristã ou forjadas en Alexandria...

Os manuscritos do Mar Morto no entanto...

Evidenciaram que três séculos antes desta Era já estava lá, na profecia de Isaias, o fragmento do Servo sofredor... e que nos registros de alguns outros videntes a sorte de algumas cidades então florescentes já estava descrito...

Era mister fazer com as profecias o que Marx fizera com a dialética de Hegel: inverter todo esquema...

E assim foi feito...

Segundo propõe que os hagiografos construiram uma espécie de Frankstein com retalhos de profecias antigas. Seria pois o Cristo da profecia ou o Cristo profético um Cristo artificial produzido pelos apóstolos...

Agora tomemos os quatro Evangelhos em seu conjunto.

Se o cumprimento das profecias pelo Verbo não partiu delas ou do Verbo mas dos apóstolos, porque não discordaram a respeito do significado desta ou daquela profecia produzindo Cristos mais ou menos diferenciados???

Afinal se o cumprimento dos oráculos não é dado pela História, fica a mêrce das veleidades subjetivas daquele que lê... do que resulta interpretações opostas e discordantes e narrativas diferentes...

O Evangelho, inda que subsistindo em quatro ou cinco (de considerarmos o Evangelho dos Hebreus) registros independentes, possui uma espinha dorsal comum.

Por outro lado se alguém disser que os quatro ou cinco foram escritos pelo mesmo autor...

Isto significaria ignorar por completo a problemática das fontes, a qual por trás dos quatro Evangelhos, parece antever uma dezena de fontes...

Outra evidência poderosa e forte que reverte a nosso favor, certificando que nossas fontes foram compostas por pessoas diferentes e sem prévio acordo ou combinação, são as já admitidas 'discrepâncias' acidentais, apontadas pela crítica materialista. A respeito de tais discrepâncias podemos dizer que se a um lado não atingem a essencialidade do relato, por outro evidenciam que não podem ter sido construidos de comum acordo.

Do contrário mesmo tais 'arestas' haveriam de ser 'polidas' em buscas daquela perfeição artificiosa que surge dos acordos e da ação e atuação comum.

A existência de cenários e discursos diferentes, a variação de alguns minutos, a troca dum nome, etc neste caso; evidencia a autonomia das narrativas. Enquanto a inexistência de contradições essenciais, evidencia a veracidade do que é narrado ou seja do conteúdo... do contrário teriamos quatro cristos bem distintos, mas não temos.

Por outro lado, a admitir-se esta teoria disparatada de uma autoria única dos Evangelhos, esperariamos que nos fornecessem ao menos o nome do autor oculto, ao qual certamente mereceria o título de gênio.

Quanto a tese da combinação também parece carecer de fundamento mais sério.

Pois ao que indicam as pesquisas Marcos teria composto seu relato cerca de 55 em Roma, Mateus cerca de 55 (as logia em aramaico) ou 75 (nossa verssão), Lucas cerca de 65 na Síria e João, cerca de 75 ou 95 na Ásia Menor. Temos diante de nós quatro décadas e quatro lugares diferentes... o que dificulta bastante a possibilidade de uma combinação ou de uma obra comum.

Dir-se-a que as quatro ou cinco fontes escritas derivam da mesma tradição que é a tradição da Igreja, destarte a Igreja teria forjado a Estória de Jesus...

Aqui surge logo a tentação de imaginar-mos uma 'igreja' nos moldes do Vaticano - com papa e tudo KKKK - pelos idos do ano 55 ou 75.

Para aqueles que foram educados na Escola do papismo e que beberam seus preconceitos desde o berço, facil é imaginar Simão Pedro ou Cefas, o pescador galileu, a maneira de um Pio IX, com triplice coroa, sede gestatória e caligas... e no entanto tudo isto não passa de imaginação ou fantasia.

O papado no entanto é fruto dum processo histórico (processo puramente natural) cujas raizes mais profundas remontam a Nicolas e as falsificações que mancham seu nome e cujo 'acabamento final' remonta ao ambicioso Hidelbrando (século XI).

Já para aqueles que foram educados no Catolicismo Ortodoxo, seria tentador imaginar a figura de dois ou três Patriarcas... já dissemos no entanto que o primeiro a receber este título - Batrak (que foi tomado ao lider dos judeus) foi Heraclios de Skandaria em meados do século III, segundo foi registrado por Girgis abdl Hamid dito Elmacin.

Grosso modo, quando dizemos 'A Igreja' no seculo I, estamos dizendo 'Os apóstolos' e sendo redundantes.

Ademais supondo que a Igreja, aperecendo pouco tempo após a existência do 'Jesus Histórico', poz-se a confeccionar logo um Jesus fantástico, enquanto os adversários do mesmo Jesus ainda estavam vivos e na posse do poder é pura e simplesmente absurdo. Pois compondo o 'romance' e ludibriando as massas, enquanto a maior parte dos personagens ainda vivia, como poderia a Igreja escapar a denuncias de falsificação e manipulação da História que fariam éco até as sifras medieviais e os criticos pagãos dos séculos subsequentes...

Como toda esta manipulação praticamente coeva aos fatos passaria em silêncio, desapercebidamente... face aos inumeros adversários da instituição Cristã??? Porque teriam eles apelado a ferro e a fogo, convulsionando o Império, se poderiam ter trazido toda esta 'história' a tona e confundido a consciência Cristã.

Porque Celso, Porfirio ou Juliano não disseram logo que o Jesus dos Evangelhos foi forjado pela Igreja com fins apologéticos???

Aqui mais uma vez a cruz ou a caldeirinha.

Pois se os Evangelhos não foram compostos assim tão tardiamente (século II) a ponto de possibilitar a formação expontanea de um mito na consciência das massas, nem tão cedo a ponto de anular - como querem os heréticos - a mediação da Igreja e da tradição, é sempre bom lembrar que a Igreja e a tradição eram ativamente fiscalizadas pela sinagoga e pelo Império. E que a confecção dos Evangelhos não podia deixar de levar este fator em consideração.

De fato a Igreja não poderia ter agido deste modo e maneria durante o tempo em que fora perseguida já pela Igreja, já pela sinagoga e atacada já pelos mestres e rabinos nas sifras; já pelos neoplatonicos e epicureus em seus ensaios.

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