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A consciência histórica do Cristianismo

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dos fundamentos históricos do Cristianismo - Paulo e os apóstolos

Enunciadas as fontes judaicas e pagãs a respeito de Jesus Cristo, convem examinar as principais fontes Cristãs pernitentes a sua pessoa.

Naturalmente que dentre todas avulta a figura de Saulo ou Paulo de Tarso.

Filho de um rico tapeceiro ou fabricante de tendas da tribo de Benjamim, assentou-se este personagem aos pés do grande rabino Gamaliel, neto de Hilel.

Duas são as fontes pertinentes a sua pessoa: A biografia oferecida pelo médico grego Lucas no livro dos Atos dos Santos apostolos (Praxeis agia Apostoliké) e suas próprias cartas, no mínimo sete admitidas como autênticas até mesmo pela crítica incrédula, materialista e atéia, tal o peso das evidências internas e externas.

Tal o caso das duas cartas escritas a Igreja de Corinto, a que foi endereçada a igreja de roma, as que foram endereçadas as igrejas da Galácia, de Tessalinica e de Filipos e a que foi endereçada a Filemon.

Segundo a mesma crítica a mais antiga delas (ano 49/50) precede, muito provalvelmente a autoria dos dois primeiros evangelhos: Marcos e o texto aramaico de S Mateus, para não falarmos em Lucas, em João e no Evangelho não canônico dos hebreus. Todas estas peças biográficas parecem ter sido escritas após as primeiras epistolas de S Paulo; e as últimas após a conclusão do 'Corpus paulinum'.

Portanto o primeiro testemunho referente a pessoa histórica de Jesus Cristo ou ao Jesus Histórico encontra-se nas primeiras Epistolas de Paulo e não nos nossos Evangelhos.

Os registros a que aludimos no paragrafo acima são a primeira carta aos tessalonicenses, a carta aos filipenses e a carta a Filemon. E no entanto sem que saibam a biografia o centro de tais epistolas é a figura de Jesus Cristo.

Já ali refere-se ele a morte e a ressurreição de Jesus como fatos ou acontecimentos reais; o que implica antes de tudo na existência de Cristo, pois um ser que jamais existiu jamais seria capaz de ressuscitar.

Mais além, em Filipenses faz alusão a sua existência humana sob a forma de servo, declara que ele sempre fora submisso a lei moral e que fora pregado na cruz.

Reflitamos pois um pouco.

Por em dúvida a existência de Paulo é impossivel pois suas epistolas são declaradas autênticas ou reais e as epistolas exigem um autor ou seja um Paulo. Elas mesmas testificam que Paulo foi um homem de carne e osso, uma pessoa de verdade, como eu e o estimado leitor, ou seja, como nós.

Até mesmo o roteiro de suas viagens foi exaustivamente percorrido com paciencia beneditina pelo Dr Willian Ramsay, e dado como absolutamente exato em cada passo, tal e qual as descrições dos Atos e das epistolas.

Outrossim não devemos ignorar que Paulo deixou discípulos, como Clemente, que pastoreou a Igreja de Roma no final do século I e que por diversas vezes rememora a figura e os ensinamentos de seu ilustre mestre. Ora este Clemente também legou uma epístola considerada autêntica por todos os críticos sem excessão. No entanto da mesma forma como um Clemente pede um Paulo, um Paulo exige um Jesus!!!

O qual por isso mesmo é o tema das epistolas escritas por Paulo, nas quais é tratado como um personagem real...

Por outro lado, caso Jesus jamais tenha existido, o fenômeno Paulo fica sem qualquer explicação...

Pois esteva ele a persseguir os Cristãos, trilhando a estrada de Damasco...

Donde se infere que para odia-los e persegui-los devia saber algo sobre ele e suas crenças. E saber que a personagem adorada por eles não passava duma emanação produzida por suas próprias mentes, duma alucinação, dum fantasma, dum mito...

Neste caso a própria perseguição não faz qualquer sentido; pois caso Jesus jamais tivesse existido bastaria a Paulo e aos demais judeus, desmoralizar os alucinados perante o grande público...

Loucos raramente são tomados a sério ou perseguidos mas ridicularizados com a verdade dos fatos.

Bastaria que os sacerdotes e rabinos tivessem gritado como Emilio Bosi: Jamais existiu, para que o Cristianismo perecesse no berço, por falta absoluta de credibilidade.

Sabemos no entanto que já no século I um Dionisio de Atenas, um Tiranos, um Sérgio, um Senador Pudens, um Lino de Volterra; dentre outros; abraçam já a nova fé... e no século seguinte um Justino, um Panteno, um Tertuliano, etc homens de inclinação filosófica e larga instrução...

O fato é que Paulo ao invés de rir ou de chasquear, preferiu perseguir os tais adoradores do homem que jamais existiu...

E que o mesmo Paulo, num dado momento, a crença até então odiada e proscrita e torna-se seu principál divulgador. Sem ter se dado conta de que Jesus só existia nas mentes de seus servidores!!!

Santos céus!!! Isto é fazer de Paulo um perfeito idiota e menos do que um retardado mental.

Pois vivendo em Jerusalem e circulando por toda Judéia e Palestina, fora incapaz de averiguar que todos os fatos relacionados com a figura de Cristo eram inconsistentes e irreais. É no entanto de esperar-se que o mesmo Paulo tenha indagado a respeito do assunto tanto antes quanto depois, inclusive aos escribas e fariseus seus amigos e que estivesse mais ou menos informado...

Sabendo ao menos que se Jesus jamais ressuscitara como alegavam os fanáticos ou que se jamais nascerá de Virgem, morrerá crucificado na cidade santa e fora dado a luz num determinado lugar. Ao menos a respeito do nascimento e da morte de seu desafeto a um tempo, e Mestre a outro, Paulo deve ter efetuado certas pesquisas.

De modo a convencer-nos que o homem existiu...

Nem afirmamos que tal suposição passou pela cabeça de Paulo, como jamais passara pelas cabeças dos sacerdotes, escribas e doutores de israel, e que ele por algum momento duvidou a respeito daquilo que era de conhecimento geral. O que afirmamos é que ao converter-se ele desejou informar-se melhor e saber o assunto mais profundamente e com maiores detalhes. Passando do conhecimento vulgar ou corriqueiro para um conhecimento tanto mais exato.

E o resultado disto é que Paulo perseverou no sistema que havia abraçado até ser decapitado cerca de 67 desta Era, sob Nero, junto a pirâmide de Caio Cestius e a via ostiense.

Já foi dito ser impossivel compreender o caminho de Damasco sem a presença de Jesus.

Nem direi que sua presença era objetiva e externa como querem as escrituras, mas por ad hominem, contentar-me-ei em defini-la como mental, interna e subjetiva. Estava já o pensamento de Paulo impregnado de Cristo? Como poderia estar impregnado de algo que jamais existiu???

Seria um dos alunos de Gamaliel capaz de deixar-se ludibriar por mitos e fábulas assim tão 'fresquinhos' ou de forja tão recente sem dar com a patacoada.

A simples idéia de um Jesus fantasma, inexistente e ficticio produzido pelas mentes dos rudes galileus implica em converter Paulo de Tarso num autêntico truão, num imbecil, num quase anencefalo...

Agora os padres e mártires declaram ter tido contato real com os apóstolos...

Policarpo alegou ter sido instruido por João.

Clemente e Hierotheos Thesmotetes alegaram ter sido instruidos por Paulo.

Papias foi instruido por Filipe.

Grafté, Hermas e Ignatius de Antakia foram iluminados por Pedro.

Para as principais sés e Bispos os apóstolos eram homens reais, afinal eles tinham seus túmulos ou melhor dizendo seus 'Trophaia' troféus diante das vistas.

Por outro lado não faz qualquer sentido que os doze tenham inventado ou imaginado a pessoa de Jesus Cristo e se deixado morrer ou matar por uma invenção ou uma alucinação.

Os apóstolos existiram e por assim dizer 'deixaram-se decapitar' para não desonrar a memória de Cristo, acho prudente acreditar no testemunho deles justamente porque se deixaram decapitar quando poderiam ter se salvado muito facilmente e gozado das recompensas que os imperadores geralmente destinavam aqueles que cumpriam suas determinações.

Dar os apóstolos por inexistentes seria dar dúzias de padres antigos por idiotas... dar Jesus Cristo por inexistente seria dar os apóstolos por loucos ou por charlatães.

Postular que eram loucos não faz sentido porque mostraram acordo e os afetados raramente entram em acordo mesmo em se tratando de dois ou três. Da-los por trambiqueiros é fazer de suas mortes um mistério inexplicável; pois via de regra os trambiqueiros retratam-se diante da morte conforme a debilidade típica do cárater defeituoso.

Eis porque devemos considerar tanto mais seriamente o testemunho de Paulo e dos demais apóstolos adicionando-os aos anteriores.

E concluir que consoante tantos testemunhos Jesus não pode deixar de ter existido.

Ao menos como um judeu que viveu na Palestina, durante a primeira metade do século I, que destacou-se pela nobreza de seu cárater e que acabou sendo crucificado depois de chocar-se com as autoridades religiosas do pais.

Assim já sabemos um tantinho sobre sua pessoa e bem podemos chama-lo de 'o crucificado'.





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