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A consciência histórica do Cristianismo

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jesus megalomaniaco ou divino???

Disse Jesus certa vez: Aquele que ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim & noutra ocasião: Abençoado aquele que deixar a esposa e os filhos por causa do serviço do Evangelho...

Com base em tais palavras o Dr Binet Sanglé formulou seu afamado diagnóstico a respeito da loucura de Jesus.

É de fato estranho: Lutero encontra Diabos num saco de castanha... e é 'normal'... Maomé ouve repiques de sinos antes de rolar pelo chão... e é 'normal'... Tereza Davila, Pio IX e outros com seus achaques e delírios são considerados 'normais'... Jesus no entanto, com base em duas ou três frases é declarado louco pelos tribunais...

Isto porque o homem mais normal do mundo ousava apresentar-se como divino.

"Quem vê o Pai, vê o Filho... meu Pai trabalha e eu trabalho com ele." asseverou Jesus.

Eis porque os fariseus e escribas replicaram: 'Homem sendo tu buscas usurpar a natureza divina.'

E registraram em suas sifras e no Toledoth que o Nazareno foi suspendido por ter ousado declarar-se igual a Deus.

De tantas e tão repetidas passagens atribuidas a Jesus pelos quatro Evangelhos, origina-se um dilema muito verdadeiro: Ou tem razão a Igreja Ortodoxa, por professar a fé nicena ou atanasiana ou tem razão o Dr Binet Sanglé ao apresentar como demente aquele que apresentamos como Verbo.

Como um verdadeiro justo ou profeta mereceria semelhante título após ter revindicado para sí mesmo em termos tão categóricos, um predicado que de fato não possui, a saber, a natureza divina.

Neste caso sendo lúcido seria mentiroso e não o sendo seria doido... por outro lado não sendo nem louco nem mentiroso seria divino...

E como tal credor de nosso amor no mais elevado gráu.

Está pois a narrativa evangélica posta numa linha de coerência face as decorrências da fé atanasiana, para a qual Jesus Cristo é a manifestação da Consciência Suprema neste mundo.

Quem ousará por em duvida que a divindade, a lei universal, a mentalidade operante, o Supremo Ser, a alma do mundo... mereça ser estimada acima daqueles que nos comunicaram a vida do corpo???

Não se trata aqui de não amar os progenitores ou a família, mas apenas e tão somente de dedicar aquele que concebeu a existência dos pais, da família e de todos os tipos, categorias e formas de bem, um afeto tanto mais amplo e profundo.

Pois enquanto verdadeiros bens procedem pais, filhos e família da mesma fonte que é a bondade divina. E como dons e dádivas não merecem ser estimados acima do Supremo doador.

O qual chamou-nos a existência para que pudessemos participar das infinitas riquezas do seu Ser e auferir desta participação a suprema bemaventurança, com relação a qual os bens de que fruimos no tempo presente não passam de sombras e figuras.

Sombras e figuras que em hipótese alguma convem situar acima do Supremo Criador e Benfeitor.

Exige pois a hierarquia dos seres, que amemos acima de tudo, aquele ser Necessário, Eterno, Ilimitado, Infinito e sumamente perfeito que designamos como Senhor e Deus. A ele devemos tributar o mais vivo e sincero afeto no máximo gráu possivel.

Eis porque reza a lei dos judeus: Amaras o Senhor teu Deus com todas as forças do teu coração, da tua alma e do teu espírito, acima de todas as coisas, isto é das coisas criadas.

Outro não é o sentir dos maometanos, dos mazdeistas e mesmo dos pagãos mais ilustrados como Sócrates, Platão e Aristóteles os quais ensinaram seus discípulos a buscarem antes de tudo o Reino divino.

Jamais passou pela cabeça de alguém que admite a existência de Deus, classificarem-no como segundo ou terceiro a ser estimado, após as entidades criadas.

Os teistas todos de todos os tempos e lugares deram por certo que as prímicias de nossos sentimentos mais nobres devem ser dedicadas aquele que nos chamou a existência ou seja a Deus.

Aqui a conclusão salta a vista. Pois admitido que Jesus, ao invés de mentiroso ou demente, seja divino não poderia ter deixado de revindicar para sí o afetou dos mortais em gráu mais elevado sem violar sua própria natureza...

Quanto ao serviço e dedicação especial que lhe tributaram os apóstolos e discipulos tendo e vista a disseminação da Lei divina ou seja do Bem, da Verdade e do Belo, todos os seus esforços e sacríficios foram abundantemente remunerados no mundo espíritual, lugar em que eles desfrutam da Suprema Glória logo abaixo do próprio Senhor Jesus Cristo e de sua abençoada Mãe.

Portanto a questão aqui não é se Deus deve ou não ser amado com um amor mais intenso que suas criaturas... mas se Jesus é puro e simples homem ou se é 'Emanuel' ou seja Deus conosco. Sendo puro e simples homem a vitória pertence ao Dr Binet Sanglé e aqueles todos que encaram-no como louco... sendo algo a mais, a vitória pertence a Igreja e a Ortodoxia nicena.

Eis porque não percebemos nada de extraordinário em tais passagens, porque apostamos com a Igreja e identificamos Jesus Cristo com a Suprema forma de Consciência e lei responsável pela existência daquilo que convecionamos chamar de Cósmos. Para nós Jesus é a inteligência e a força que mantem este Cósmos agregado impedindo que se converta em Caos.

Então nós convecionamos que ele merece ser amado, estimado e servido acima de nossos pais, de nossos filhos e de nossas famílias; pois o verdadeiro amor que nos leva a amar todas estas categorias de ser dele procede.

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