O verbo se fez carne...

O verbo se fez carne...

A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Contradições em torno do relato da ressurreição... II - A hora

Aquilatemos pois o calibre da critica anti Cristã direcionada a ressurreição para ver se de fato é persuasiva.

Inumeras são as críticas tecidas por Strauss, Renan e outros as quais respoderemos uma a uma detalhadamente em nossa 'Apologia', aqui contentarnos - e - mos em replicar o que os próprios inimigos encaram como sendo o 'filé' ou o tutano da crítica e que consequentemente costumam apresentar como absolutamente irrefutável e irrespondível, alardeando vitória.

A primeira inconsistência apontada por tão denodados críticos é com relação a hora exata em que as santas mulheres chegaram ao sepulcro...

Eles certamente gostariam que Madalena ou alguma de suas companheiras portasse um cronometro para assinalar se possivel até o segundo ou o milésimo de segundo que chegaram ao sepulcro.

Como positivistas de carteirinha no entanto devem saber e muito bem que mesmo o sistema de dividir as horas é contraditório e defeituoso...

Seja como for o argumento deles consiste em insinuar que há alguma discrepância séria entre os sinóticos - o que como veremos logo abaixo denota desonetidade - para enfim alardear que a discrepância subsiste entre os sinóticos e João de modo irrefragavel...

Reza são Marcos "No primeiro dia da semana, ao elevar-se o Sol".

Naturalmente que isto implica minutos ou segundos antes ou depois de levantar-se o sol e não no instante exato, pois sabemos que o momento exato em que o sol se levanta - o que de certo modo é um processo - implica segundos e milésimos de segundos... Devemos pois compreender enquanto o Sol se levantava...

"Estava ficando claro." registra S Mateus, o que de forma alguma contradiz o relato de S Marcos já porque certa claridade precede o despontar do Sol, já porque a mesma claridade acompanha o processo e já porque mesmo após o despontar subsistem sombras...

Já S Lucas declara que "Era muito cedo." o que de modo algum se choca com os relatos anteriores.

Então, apesar de todo o alarde viperino não há contradição real entre os sinóticos a respeito do tempo. Os três convem que as mulheres chegaram ao túmulo durante o processo através do qual o Sol se levanta.

Acontece que o Evangelho de S João, segundo os críticos, diz lá outra coisa bem diferente:

"Veio até o memorial enquanto estava escuro."

Logo, antes do processo chamado alvorecer.

Destarte ou estão corretos os sinoticos, que declaram: durante o processo chamado alvorecer ou antes. Porque o mesmo fato não pode se suceder antes e simultaneamente face a outro evento, ao menos que seja prolongado e continuo; o que não se aplica a uma chegada.

Então é muito simples: "Estamos diante duma contradição insoluvel."

Será mesmo assim???

Comecemos por desmarcarar a safadeza positivista ou materialista, ou ateística ou sei eu lá mais o que; porque a 'ralé' dos 'cristãos' estúpidos tem sido demasiado condescendente para com eles.

Primeiramente eles declaram que existem contradições insoluveis aqui e ali, entra este texto e outro... e quando sugerimos alguma outra possibilidade ou apontamos outra solução que não corresponda aos intereses ou ao modo de pensar deles, somos desleais e embusteiros!!! Nem mais nem menos...

Para a ralé positivista, buscar imprecisões em sua argumentação é inadmissivel!!!

E no entanto tais imprecisões são bem mais do que aparentes:

Num primeiro momento convem assinalar que os sinóticos citam expressamente as demais mulheres enquanto que João menciona apenas Madalena.

Que loucura ou pecado há em supor que de fato Madalena saiu para vizitar o sepulcro antes da aurora, enquanto ainda estava escuro, que passou pelas casas das amigas e que chegaram juntas enquanto o Sol acabava de despontar???

De fato é preciso ser muito desonesto para ver qualquer anormalidade nisto. Então nós não precisamos dizer com o Dr Geisler que Maria foi duas vezes ao sepulcro, uma sozinha e outra com as companheiras mas que juntou as companheiras no trageto - feito as escuras - até que atingiram sua meta enquanto o Sol nascia.

Esta simples tentativa de conciliação basta para enfurecer os críticos de nossa santa e imaculada fé, uma vez que eles mesmos admitem antecipadamente a fraqueza de suas cogitações, confessando abertamente: "Pior seria que um assinalasse a manhã, outro a tarde e outro a noite como sendo o momento da vizita, O QUE TODAVIA NÃO SE SUCEDE."

E porque não se sudece, havendo harmônia no contexto geral (Até onde permite a contagem do tempo segundo a cultura daquela epoca, que neste sentido era precária)??? Porque tais fatos podem ter sido reais e não imaginários ou inventados...

Enfim os positivistas se lamentam porque os cristãos malvados "Que é dizer que o que está escrito tem outro sentido do que o sentido costumeiro e lógico."

Mas que sentido costumeiro é lógico se o sentido e a lógica dos positivistas do século XIX, predominante até nossos dias, sequer corresponde ao sentido costumeiro é lógico dos antigos gregos e romanos, cujas obras eles fingida ou abertamente deploram???

De modo algum pretendemos repudiar qualquer sentido lógico; o que repudiamos e muito bem embasados é s simples suposição ou hipóteses de que os hagiógrafos pretenderam escrever biografias completas de Jesus Cristo nos moldes do positivismo cientificista...

O que por sinal é expressamente declarado por S João: "Caso pretendessemos escrever uma narrativa completa de tudo quanto Jesus realizou, não haveria papel e tinta suficientes."

De modo que como todos os antigos eles selecionaram o material que empregaram, DONDE SE CONCLUI QUE SEUS RELATOS TOMADOS A PARTE SÃO INCOMPLETOS E QUE NO CONJUNTO COMPLETAM-SE E HARMONISAM-SE ESSENCIALMENTE UM AO OUTRO.

Isto esta perfeitamente conforme a mentalidade do tempo e ao fim a que os ditos evangelistas se propuzeram: traçar um esboço da vida de nosso abençoado Salvador CORRESPONDENDO AS NECESSIDADES E EXIGÊNCIAS DAS COMUNIDADES EM QUE VIVIAM.

E como tais necessidades e exigências eram distintas por decorrência da cultura evidentemente que o material selecionado ou empregado era em parte distinto, distinto sim mas não contraditório; incompleto sim mas não incoerente!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário