O verbo se fez carne...

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A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Se Jesus foi mau filho ou destratou sua mãe...

Habeis são os protestantes em emitir opiniões que posteriormente são adotadas pelos adversários do Cristianismo e lançadas contra Nosso abençoado Mestre.

Uma destas objeções consiste em afirmar e suster que o divino Mestre jamais tratou a Santa Virgem com verdadeiro afeto filial, destratando-a algumas vezes inclusive para dar exemplo a Igreja Católica... Tal a rematada cegueira e loucura dos sectários.

Disto sacam os materialistas e ateus, e com plena razão, que Jesus Cristo não constitui bom exemplo para os seres humanos...

Eu mesmo quando moleque, ao ouvir as críticas dirigidas pelos fanáticos ao culto tributado pelos romanos a Virgem Mãe de Cristo e as observações nada reverentes que faziam a respeito de sua pessoa, classificando-a como 'Uma mulher ordinária', deduzia já a falsidade do sistema criado pelo Dr Lutero, pois não compreendia como alguém pode amar determinado fruto e rebaixar ao máximo a árvore responsável por sua produção... e estava persudido que a dignidade do fruto deve corresponder a excelência da árvore.

Mais tarde, durante a adolescência, quando lí sobre o respeito tributado pelos muçulmanos a memória da Ahmina, mãe de Maomé e de como ele verteu copiosas lágrimas sobre a sepultura da mesma; e quando li sobre a veneração dedicada a Maha Maya pelos budistas, certifiquei-me a respeito da insensatez protestante.

Partindo deste ou daquele texto pessimamente interpretado julgam eles que o Salvador bendito folgava em desonrar publicamente sua mãe... e que é dever deles imitar semelhante procedimento e proferir as mais grotescas vulgaridades a respeito dela.

A primeira fonte a que os sectários costumam apelar é a narrativa do primeiro milagres ou seja a conversão da água em vinho durante as bodas oficiadas na cidadezinha de Caná da Galiléia, bodas que a segundo reza a tradição, teriam sido as bodas do quarto evangelista... ou seja do próprio S João.

Felizmente nem todos os protestantes primam pela desonestidade.

Felizmente há um erudito do quilate de Russel Normann Champlinn:

"Esta teoria - do desrespeito ou da repreenssão - NÃO SE APLICA AO IDIOMA FALADO POR JESUS, OU SEQUER AO GREGO. A despeito do fato de que em Grego, que não comporta qualquer tipo de desrespeito...

2. A própria forma de tratamento em questão não envolve qualquer laivo de desprezo, e nem mesmo a qualquer tipo de reprimenda. AUGUSTO ASSIM SE DIRIGIU A CLEOPATRA, RAINHA DO EGITO (apud Dio Cassio, in Lange) e Jesus, mais tarde, assim tratou a Maria Madalena, e respeitosamente segundo lemos em João 20,15. NOS ESCRITOS CLÁSSICOS DAS TRAGÉDIAS GREGAS, ESTA FORMA DE TRATAMENTO É CONSTANTEMENTE DIRIGIDA A RAINHAS E SENHORAS DE DISTINÇÃO." R N Champlinn loc cit

Quanto a expressão: "Que tenho eu contigo." pode muito bem ser traduzida como: "Que temos eu e tu a ver com isto." e compreendida como um simples "Não te importes com esta questão, não nos diz respeito."

O que tampouco implica qualquer tipo de repreenssão.

Por outro lado caso a Virgem merecesse qualquer tipo de reprenssão por ter solicitado a intervenção do Senhor, mais digno de repreenssão seria ele por te-la repreendido e em seguida executado seu pedido e convertido em água e vinho. Digam os protestantes aquilo que quizerem, gritem e batam os pés, o certo, o exato, é que por fim Jesus atendeu a súplica de sua mãe e concedeu o que ela lhe pediu...

Para que os protestantes tivessem um pingo de não deveria existir qualquer milagre ou evento denominado Bodas de Caná... a simples existência da narrativa intitulada 'as bodas de Caná' implica no fato de que, em que pesem os obstáculos postos pelos protestantes e toda verborragia de seus comentaristas, Jesus Cristo atendeu a súplica de sua mãe. E ponto...

E ele poderia muito bem ter se feito surdo e deixado de atende-la, mas não o quiz fazer porque não era animado pelos mesmo espírito que os protestantes.

A segunda passagem a que recorrem os protestantes diz respeito a aclamação dirigida a Nosso Senhor  por uma mulher do povo: Bendito o ventre que te gerou e os seios que te amamentaram.

Aclamação a qual o próprio Salvador teria oposto a seguinte observação: "Antes benditos aqueles que escutam a palavra divina, creem e executam."

Diante disto alegam os fanáticos que a Virgem não seria bendita ou que sua ligação com o divino Mestre não seria digna de consideração.

No entanto se desejamos compreender o sentido da aclamação feita pela mulher judia, devemos ter em mente que os judeus costumam valorizar excessivamente os laços de parentesco ou sangue com que estavam ligados ao patriarca Abraão, asseverando inclusive que tais laços equivaliam a bem aventurança celestial e a título de salvação eterna...

Naturalmente que a concepção materialista que inspirara a aclamação feita pela mulher estava errada, precisando ser corrigida pelo Mestre imortal.

Caso a única ligação existente entre Nosso Bom Mestre e sua mãe fosse puramente material, biológica ou carnal, restringindo-se a geração física, pouco seria o merecimento obtido pela Virgem.

Ocorre no entanto, como diz S Ambrósio, que "Antes de gera-lo em suas entranhas a Virgem gerou o Verbo pela fé em seu coração.", eis porque o próprio Espírito Santo declarou: "Bendita és tu que acreditaste nas palavras que te foram dirigidas."

Portanto, quando disse o Salvador que 'Antes são bem aventurados os que ouvem a palavras, acreditam e executam.' de modo algum exclui a Virgem sua mãe. Pois ao contrário do que supõe a tolice protestante foi pela fé dela e pelo sim proferido por ela que "O Verbo se fez carne e habitou entre nós."...

Só mesmo a mente desviada para conceber a Santa Mãe do Senhor como uma hesitante, incrédula ou mulher de pouca fé. Quando as mesmas santas e divinas escrituras declaram: 'As gerações todas me proclamarão Bem aventurada.' E por que? Porque acreditou!

Merece pois a Virgem ser tida em conta de Santa, bendita e Imaculada, não apenas por ter gerado em suas entranhas o corpo de seu próprio Criador, mas sobretudo e antes de tudo por ter acreditado nele e colaborado com ele. Porque seus laços com o divino Mestre, ao contrário do que supunha a mulher judia, não se limitavam a superficialidade da carne e do sangue, mas comportavam, pela fé, a esperança e a caridade, um íntimo parentesco espiritual.

Então podemos já dizer e declarar que se a nós não é dado escolher nossas próprias mães, tal foi concedido a natureza divina, eterna e imortal, a qual desde toda eternidade selecionou aquela que seria, juntamente com o Espírito Santo, agente o mistério sublime da encarnação. E se nós sendo maus saberiamos escolher as melhores mães para nós mesmos, como deixar de crer que Deus escolheu para si a mais excelente dentre todas as mulheres? Como crer ou supor que a Natureza perfeita escolheria para si uma mãe ordinária? Como ousar supor que a Natureza Santa e abençoada escolheria para si uma mãe defeituosa e grosseira quando mesmo uma criança humana não deixa de escolher para si o melhor dos brinquedos disponíveis???

Aqui a loucura protestantes manifesta-se a plena luz do dia... e por isto blasfemam dizendo que o Senhor tratou sua mãe com rispidez ao referir-se a ela sob o termo de 'mulher' o que, como já foi dito, esta de pleno acordo com a cultura do tempo e o trato em vigor naquela época.

Ou que insinuou não haver qualquer ligação entre ambos, ou ainda que ela não faz juz ao título de bendita... e outras obcenidades e impudicices com que bridam não só a mãe mas antes de tudo ao Filho divino. Pois deleitam-se eles em pensar que a mãe daquele que adoram era igualzinha as mães deles... assim imaginam um deus demasiado vulgar.

A guiza de justificação, tendo em vista a fundamentação de seus preconceitos, alardeiam os protestantes que Jesus não estava sujeito a sua mãe e que não lhe devia qualquer tipo de consideração porque era divino ou deus...

E os pastores por puro e simples ódio a 'mulher' vão alimentando esta teologia putrefata, mesmo quando não ignoram o que esta por detrás disto tudo.

Seus mestres e doutores no entanto estão perfeitamente cônscios de que todo e qualquer ataque a maternidade divina de Maria, é tiro dado no próprio pé na medida em que põe em duvida a Cristologia Calcedoniana... atingindo não a Virgem, mas a união hipostática existente entre as duas categorias divina e humana de Nosso Senhor, a comunhão de bens, as operações teândricas, etc Tudo isto fica exposto ao chumbo grosso fundamentalista...

E das 'cinzas' de Calcedônia, que é o selo da Ortodoxia Católica e perfeito complemento da teologia nicena ou atanasiana, surge a 'fênix' nestoriana (jamais professada pelo próprio Nestório - cf o 'Bazar de Heráclides' - mas por alguns de seus seguidores fanáticos) e a fênix monifisita ou eutiquiana...

Rios de tinta ja foram escritos a respeito de como os protestantes por puro e simples preconceito ou ódio teológico, tem chafurdado miseravelmente no pântano das cristologias furadas dos sucessores de Nestório, de Eutiques e de Juliano de Halicarnasso; na prática banidas e repudiadas por todas as Igrejas apostólicas a partir do século XIII. Vivem no entanto as aberrações Nestoriana e Eutiquiana nas tabas de Lutero...

No frigir dos ovos alardear que Nosso Senhor não estava obrigado a honrar sua mãe ou a trata-la com deferência porque era deus ou divino é pura e simples balela caso admitamos com a ortodoxia que além de deus, era o Cristo igualmente perfeito homem, em tudo igual a nós exceto no pecado...

Corrijamos pois a teologia capenga dos protestantes: Cristo ou Jesus não é deus, mas verdadeiro Deus e verdadeiro homem e como verdadeiro homem submisso a lei moral ou a lei da consciência, enquanto emanação da vontade divina. Como autêntico representante da raça humana estava Jesus, sob pena de pecado, obrigado a observar os preceitos sagrados do decalogo, dentre os quais: Honrar pai e mãe, inclusive sendo tolerante e condescendente quando pecam por ignorância... o que sequer se aplica a Virgem Santa... Destarte não poderia o Salvador ter destratado ou menosprezado sua santa mãe sem ter pecado e como tal se mostrado puramente humano...

Eis porque os ateus, materialistas e incrédulos acabaram embarcando no reboque do protestantismo.

Por outro lado, caso os protestantes admitam a condição humana do Salvador e insistam sobre a separação existente entre a Virgem e a condição divina, a qual ela proveu de um corpo físico e alma racional; devem admitir com os nestorianos que a ligação entre as duas naturezas ou categorias era meramente externa e artificial. E que na verdade existem dos Cristos ou dois jesuses, um humano e um divino bem separados um do outro e unidos apenas moralmente, como o esposo e a esposa pelos laços do matrimônio... Se os protestantes desejam que paguem tributo a esta teologia asquerosa e apresentem a humanidade dos jesuses ou dois cristos separados para sua suprema vergonha. Só assim a mãe do homem não será igualmente mãe de Deus pela intima ligação existente entre as duas naturezas, a qual assemelha-se a ligação existente entre nossas almas e corpos... a qual nos permite classificar nossas mães como nossas verdadeiras mães e não como 'mãe de nossos corpos'...

Fossem honestos, nossos protestantes principiaram por tratar suas mães consoante Cristo tratava a sua e apresenta-las dizendo: "Eis a mãe do meu corpo." Eles no entanto aplicam sua teoria ao Redentor apenas, por ódio a Virgem e destarte partem o mistério em dois e tomam o caminho da blasfêmia. Afinal se Deus não tem mãe, também não tem sangue, nem corpo, nem cruz, nem morte... alias Deus nem sofre...

Posto esta que este Deus não é o Deus plenamente encarnado dos Cristãos mas um híbrido externo e monstruoso. Um Frankestein teológico construido pelos anti marianos...

Aqui tudo é péssimo: a moral, a exegese, a teologia, etc um acervo abominável de sofismas e sandices assadas no forno do livre exame.

Nós no entanto como cremos que Deus verteu seu sangue, padesceu e morreu no complemento de sua natureza humana cremos igualmente que Deus teve mãe pelo complemento da mesma natureza com o qual ele é um só e não dois.

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