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A consciência histórica do Cristianismo

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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Examinando contradições...

Cinco são os tropos ou assuntos a respeito dos quais os adversários da narrativa evangélica concentram suas baterias asseverando que implicam em contradição; e destarte em impossibilidade:

  • As duas genealogias de Jesus apresentadas em S Mt (1,1 sgs) e S Lc (3,23sgs)
  • O ciclo da natividade e infância (Evs de Mt e Lc)
  • Certas narrativas de milagres. (Evs de Mt e Mc)
  • A semana da paixão do Senhor (entre sinóticos e S Jo)
  • & a narrativa da ressurreição e exaltação do Sr (entre sinóticos e S Jo principalmente)
Uma polêmica adicional diz respeito aos discursos de Jesus feitos na Galiléia (sinóticos) e os discursos feitos em Jerusálem.

Examinemos atentamente cada tropo para ver se conseguimos oferecer alguma resposta a tão refinados críticos:

As duas genealogias


Duas como dissemos são as listas genealogicas do Salvador apresentadas, uma por S Mateus, no primeiro capítulo de seu Evangelho e outra por S Lucas no terceiro capitulo do seu.

E uma bem distinta da outra.

Pois uma informa que o nome de seu avô era Jacó enquanto outra informa que o nome de seu avô era Eli.

A primeira vista bem poderia ser que o avô parterno do Salvador tivesse dois nomes, o que entre os judeua era até comum.

O problema é que os demais membros das duas listagens são bem distintos pertencentes a famílias e casas diferentes...

Donde só resta aos que pretendem serem as ambas as genealogias de José, recorrer a válvula do levirato - o que efetivamente se sucede - ou admitir que alguma delas foi inventada...

Pois mesmo que se tratassem de construções puramente simbólicas e artificiais, em se tratando da mesma pessoa, alguns elementos haveriam de 'bater', o que não se sucede...

Então só nos resta aderir a explicação fornecida por Fr Annius de Viterbo no décimo quinto século desta nossa era, e admitir que uma das genealogias: a de Lucas certamente, não diz repeito a José, mas a sua consorte a Virgem Maria.

Que os críticos Católicos de hoje tenham repudiado esta explicação denota apenas o quanto são idiotas.

Efetivamente os críticos Católicos de hoje, sempre guiados pela máquina protestante; recorrem já a diversos argumentos sacados a praxis judaica com o objetivo de infirmar nossa assertativa.

Primeiramente dizem que as geneologias femininas eram pura e simplesmente desconsideradas pelos antigos judeus.

Acontece que uma genealogia masculina de qualquer mulher poderia ser facilmente composta partindo da linhagem masculina de seus tios paternos.

Neste caso era perfeitamente possível faze-la.

En seguida dizem e declaram que os antigos judeus não costumavam a valorizar o elementos feminino.

Aqui um erro capital.

Pois o autor do terceiro Evangelho não é judeu, mas grego de Antioquia, grande metrópole da Síria.

Por outro lado seu Evangelho é dedicado aos gregos ou a igreja Paulina, que é a mesma Igreja Católica e não aos judeus ou a qualquer Cristandade judaizante.

E já sabemos que durante o período helenístico a mulher gozou de certo prestígio no mundo grego, especialmente na Síria, onde as divindades femininas predonimavam, plasmando uma cultura até certo ponto igualitária. Lucas é tributário desta cultura e não da cultura judaica e assim seu público e a a mensagem Cristã.

Tampouco a postura de Jesus face ao elemento feminino estava de acordo com os preconceitos nutridos por seu povo. Coube a Lucas capta-lo e apresentar o divino Mestre praticamente como um feminista; na medida em que vivia cercado por mulheres e respeitando a dignidade das mesmas...

Basta-nos recordar o episódio do encontro com a mulher de Samaria, registrado em no capítulo quarto do quarto Evangelho (S João) onde é relato que o Mestre permaneceu durante algum tempo sozinho com ela junto ao legendário poço de Jacó, o que era terminantemente proibido pela lei mosaíca.

Outo aspecto que salta a vista do erudito é a liberalidade com que o Salvador trata a mesma mulher de Samaria. Enquanto os rabinos de sua geração - e não o sínodo Cristão Ortodoxo de Macon!!! - discutiam se a mulher possuia uma alma imortal e anatematizavam aquele que ousasse ensinar a lei a uma mulher...

Jesus no entanto permite que a prostituta israelita discorra abertamente a respeito das profecias e oráculos sagrados, tal e qual permitia a Marta e a Maria com as quais confabulava a respeito dos mistérios divinos em Betânia... e a dar-mos ouvido a certas tradições apócrifas de origem duvidosa, permitia que Madalena ouvisse certas instruções suas dadas apenas aos apóstolos...

Destarte podemos já compreender que predisposto pela cultura ancestral, Lucas foi perfeitamente capaz de captar o exemplo dado por Jesus Cristo...

Enquanto os demais se escandalizavam e blasfemavam (como Lutero) imaginando que o Senhor procurava fornicar com elas, percebeu Lucas o alcançe da atitude assumida por ele face a questão da mulher, numa perspectiva de redenção e liberdade.

Jesus valorizava as mulheres.

Lucas também e foi esta inclinação sua, que segundo nossa tradição, levou-o a visitar, entrevistar e quiçá pintar um retrato da Virgem Mãe de Cristo Nosso Deus.

Eis porque não há nada demais em admtir que após te-la entrevistado, optou por compor sua genealogia e anexa-la ao seu Evangelho.

Outro motivo para tanto era o de oferecer a igreja a única genealogia física, carnal ou real do divino Mestre, uma vez que seu predecessor Mateus havia composto sua genealogia Legal, partindo do pai adotivo José.

Naturalmente que a genealogia legal satisfazia plenamente as exigências dos leitores judeus aos quais eram dedicado o primeiro relato. As consciências pagã e Cristã no entanto haveriam de suspirar por algo mais concreto como pela genealogia carnal do Senhor... Sendo Lucas de origem pagã, estava mais do que todos apto para captar esta necessidade e exaltar o principio da Encarnação do Mestre indo até as 'fontes' de sua carne...

O simples destaque dado a mulher por Lucas em seu retado autoriza-nos a cogitar na genealogia de Maria Santíssima. Todo o contexto marial em que a lista esta inserida sugere fortemente esta nossa interpretação.

A postura vanguardista do Mestre face ao problema das relações entre os dois sexos e da dignidade feminina só faz reforça-la.

Nem Jesus nem Lucas estavam presos aos decantados preconceitos judeus que porventura obscureciam as mentes de alguns discípulos.

Destarte fica o problema solucionado de maneira bastante fácil: Mateus, que era um judeu escrevendo para judeus, fornece-nos a genealogia legal de Cristo, transmitida por seu pai putativo e Lucas que era (no plano da cultura) pagão, escrevendo para fiéis procedentes do paganismo fornece-nos a genealogia carnal do Senhor partindo do pai de sua santa mãe.


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