O verbo se fez carne...

O verbo se fez carne...

A mãe do Verbo Encarnado

A mãe do Verbo Encarnado

A consciência histórica do Cristianismo

A consciência histórica do Cristianismo

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Satanás, Lucifer, Belzebub, etc

Já vimos que nos domínios sagrados do Evangelho, ao contrário do que se sucede nos cangêres do pentecostalismo, Satanás, Lucifer, Belzebub, etc são entidades que jamais possuem corpos humanos...

No Evangelho apenas os espíritos imundos ou malignos, também designados por Daemon; são apresentados como 'obcessores'.

Ora no grego daqueles tempos 'daemon' significava apenas 'espírito' podendo muito bem corresponder a espírito humano desencardado, ou seja ao hebraico Dibuk.

De modo que se há mesmo algo de real por trás das possessões; algo que não se esgote no terreno da medicina mental, este algo a mais não são 'anjos caidos' retirados da mitologia rabínica; mas dibuks ou espíritos obcessores que origem puramente humana.

Resta-nos esclarecer o significado dos nomes Satanás, Lucifer, Belzebub, etc

Porque alguns de nós enchergam apenas nomes que possuem um significado genérico, enquanto que outros encaram tais nomes como designativos pessoais.

Dizem e declaram eles que se Jesus mencionou tais nomes é porque tais nomes correspondem a entidades reais.

E Disto decorre, para eles, a doutrina da existência pessoal ou real do Diabo, a qual consideram como parte efeitiva do credo Cristão.

Tais pessoas chegam a dizer que se 'Deus existe deve existir um Diabo." ou que "Se existe o bem, há de existir o mal."...

Nada direi a respeito de tais 'raciocínios' dualistas...

Direi apenas que de minha parte, Deus apenas tenho como necessário e o mais como contingente...

Não conheceço segundo ou terceiro Ser necessário; mas apenas Deus o Uno.

Por outro lado minha religiosidade encontra plena satisfação na pessoa de Jesus Cristo, ou seja, em seu amor, sua graça, sua posse, etc Naturalmente que eu reconheço a existência do ódio, da desgraça, da separação, do castigo, etc mas não como 'realidades' eternas e portanto subsistentes em Deus para todo sempre e de algum modo divinas. Não creio em ódios, iniquidades, punições, etc como fenômenos divinos sob qualquer forma ou aspecto, mas como fenômenos puramente humanos, contingentes e transitórios.

Assim sendo eu não sinto falta de um anti Deus ou de um deus do mal; nem vejo que deus precise lacaios defeituosos para servi-lo ou do 'coxo que abre a porta da carrugem'...

Um deus que a maneira de um rei possua um côrte ou um tribunal parece humano, demasiado humano para ser considerado... já a existência de um deus do mal parece-me assaz primitiva...

Acaso o amigo não vê a existência do mal no mundo???

Não só vejo, como ouço e até sinto.

Então como rejeita de modo tão obstinado a existência do capeta? Acaso suas obras não o manifestam???

Acontece que eu aplico aqui a navalha de Okchan

Navalha de que???

A navalha de Okchan...

O sr quer dizer gilete???

Não quero dizer Okchan mesmo, William Okchan...

???

Implica a navalha de Okchan em optar sempre pela explicação ou solução mais próxima ao invés de buscar soluções inuteis ou adicionais.

Observo a existência de seres livres de carne e osso e concluo que tais seres são a causa do mal que há no mundo sem qualquer necessidade de recorrer a um Diabo.

O amigo não admite que o Diabo impulsiona o homem para que ele faça o mal???

Porque deveria crer que um Diabo impulsiona o homem se o homem é perfeitamente capaz de mover a si mesmo???

Por outro lado caso o homem precise dum Diabo para ser movido porque o tal Diabo não precisaria também ele de outro Diabo para ser movido e assim sucessiva e infinitamente???

Porque o Diabo é perfeitamente capaz de mover a si mesmo, dirá voce.

Exatamente, porque o ser humano é perfeitamente capaz de mover a si mesmo, de conceber e de praticar o mal sem qualquer necessidade de um Diabo.
Então porque tantas pessoas alegam que cometeram este ou aquele crime movidas pelo Diabo???

Se ninguém acreditasse na influência de um Diabo elas não recorreriam a semelhante estratagema.

Quando alguém alega que cometeu est ou aquele crime é apenas e tão somente porque não tem coragem suficiente para assumir toda culpa, esperando inclusive obter certo relachamento por parte da justiça na medida em que atribui parte da responsabilidade que lhe cabe a um ser imaginário.

É conveniente atribuir parte da culpa ou da responsabilidade a um ser invisivel, especialmente quando há alguma chance de sensibilizar a opinião publica e obter algum benefício concreto em termos de diminuição da pena ou do castigo; puro e simples oportunismo.

Seria de se esperar que tais pessoas ao menos tivessem a dignidade de assumir a totalidade da culpa pelo que fizeram; aqui porém o homem torna-se verdadeiro Diabo de si mesmo...

Acontece, replica nosso contendor, que Jesus dirige-se a Satanás ou a Belzebub, como a uma pessoa real...

Jesus dirige-se a Satanás ou a Bebzebub como pessoas reais correspondendo as espectativas de seus ouvintes, para os quais um e outro eram pessoas reais...

A menos que Jesus desejasse ser acusado de heresia e executado antes de seu tempo, estava fadado a dialogar com a cultura em que nasceu e vivia; a qual era de um tipo atrasado, primitivo e fetichista.

Portanto não havia a mínima oportunidade de que Jesus apresentasse o verdadeiro significado de 'Satanás' ou Belzebub para aquele povo bárbaro... tentar explicar-lhes que Satanás, Bezebub, Lucifer, etc nada mais são do que a presença ou a existência do mal no mundo redundaria no mais miserável fracasso porque a mentalidade deles não estava a altura de semelhante concepção...

Para eles cada tempestade ou cada epidêmia era resultado concreto da intervenção de milhares de Diabos, os quais também eram responsáveis pela seca, pelos terremotos, etc como antes deus ou os deuses eram responsáveis por tudo isto... pois eles nada sabiam a respeito do ciclo da água, das bactérias e virus, das placas tectônicas, etc

Então para eles tudo eram diretamente movido por deuses e/ou diabos... a admissão de outros tipos de explicações era simplesmente impossivel.

Eis porque o Verbo divino envolvido com aquele povo teve que compor um discurso infantil, fazendo uso das figuras mitológicas que eles encaravam como reais e que possuiam certo significado para eles. Portanto quando Nosso Senhor queria designar a presença ou a ação do mal no mundo falava em 'Lucifer' ou 'Satanás' e era facilmente compreendido.

Portanto para nós a presença de tais nomes no livro sagrado será sempre compreendida como a presença e a ação do mal no mundo, mas produzido por nós mesmos seres humanos e destinado a 'destruição' pela correção da vontade auxiliada pela divina graça.

Quanto aqueles que admitem a fábulas dos anjos caidos ou dos anjos que se apaixonaram por mulheres humanas devem estar muito bem preparados para responder aqueles que solicitarem as razões de suas esperanças e que perguntarem porque o poder de sedução das mulheres mortais logrou ser mais forte do que a contemplação do Ser divino ou porque sabendo deus - pois é onisciente - que a maioria de seus anjos e dos próprios seres humanos haveria de apostatar, optou por cria-los dispondo-os a castigos e sofrimentos 'perpétuos'???

Nós não precisamos responder a tais perguntas pois afirmamos que a existência do gênerou humano como um todo foi concebida por Deus tendo como fim último a posse de sua Natureza i é a felicidade eterna. Somente nesta perspectiva a existência converte-se em verdadeiro bem face a inexistência.

Pois para os deserdados ou réprobos do sistema infernista a inexistência é certamente um bem muito superior ao tipo de existência que fruem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário