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A consciência histórica do Cristianismo

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sábado, 18 de abril de 2009

Todo poderoso - Hierarquia de atributos

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Os hebreus - por serem uma gente carnal - acreditavam que o poder fosse o mais nobre e eminente dentre os predicados divinos e por isso costumavam referir-se a Deus como o Todo Poderoso. Gn 17,1 Assim os maometanos, para os quais a divindade é ante de tudo onipotente, a maior parte do paganismo antigo e a religião de modo geral.

Alias a ideia de onipotência esta frequentemente relacionada com a ideia perniciosa de milagres, de modo que para a gente rude e iletrada o poder de Deus é medido pelo número de milagres que executa em favor de seus adoradores. Raramente eles consideram a Divindade em si mesma sob outros aspectos como o amor, a bondade, a benignidade, a verdade, a justiça, etc E serviriam de bom grado a ala ou a jave ou mesmo a trimurti hindu caso tais deuses se mostrassem mais milagreiros do que os santos de nossa religião, aos quais amiúde dirigem-se com o objetivo de obterem graças ou favores de caráter imediatista.

É exatamente desta mentalidade 'irreligiosa' ou melhor supersticiosa, que os leva a encarar o Sumo Bem como um milagreiro ou taumaturgo e a querer utilizar-se dele como um 'meio' para obterem coisas que os pentecostais, os heréticos, os embusteiros e os charlatães tiram farto proveito, adquirindo farta clientela entre os nossos e convertendo a Instituição Cristã numa espécie de tenda de milagres. Cristianismo para eles é sinônimo de pajelança.

Nós no entanto é que somos culpados e responsável por tão triste estado de coisas uma vez que não ensinamos os nossos a considerar Deus no conjunto de seus atributos, insistindo doentiamente a respeito de sua onipotência. E no entanto a concepção teológica do Evangelho é muito mais rica, ampla e profunda.

Por que então os antigos padres optaram por apresentar a divindade como Toda Poderosa?

De fato os padres estavam afastados por apenas dois séculos e meio da Era apostólica com seus portentosos prodígios. Afastados em menos de um século da Era dos Mártires cuja resistência a dor - Ora compreendida em termos puramente psicológicos - era encarada igualmente como divina e coevos face ao triunfo da igreja sobre o paganismo antigo. Roma sequer havia caído e do islã não havia sequer sinal... Viviam portanto os padres niceno constantinopolitanos um momento triunfalesco e só podiam atribuí-lo a santa divindade.

Não estava em poder deles adivinhar ou conhecer o futuro e considerar que tal apreciação não seria sempre adequada ou conveniente. E que em outras conjunturas, épocas, Idades e Eras, teria a mãe Igreja de explorar outros atributos divinos. Tal o sentir de nossa Idade, que é mais madura, além de passar por uma grande crise.

Na própria medida em que a igreja vai se educando a luz do Evangelho e se tornando mais civilizada tende a aprofundar a consideração de Deus, de amplia-la, de aperfeiçoa-la enfim. Desprendendo-se dos conceitos limitados que recebera do judaísmo e que mantivera face ao declínio do paganismo antigo.

Consideremos portanto os atributos da divindade em seu conjunto antes de examinarmos o tema da onipotência divina.

Sabemos assim que acima do poder divino está a Sabedoria ou inteligência divina a qual cognominamos Onisciência. Por isso já o Salmista dizia: "FIZESTES TODAS AS COISAS COM SABEDORIA." SL 104,24

Da mesma maneira como os homens mais eminentes destacaram-se mais pelo brilho do intelecto ou pela compreensão do que pela simples força física, Deus é tanto mais glorioso e apreciável pela sabedoria com que concebeu as leis que regulam o universo, do que pelo poder que as sustenta.

Por outro lado também sabemos que acima da sabedoria de Deus está sua justiça, segundo esta escrito: "JUSTO ÉS EM TODOS OS TEUS CAMINHOS E SANTO NA TUAS VEREDAS TODAS." Sl 139,137

Afinal se não basta a um homem qualquer ser inteligente se não é justo ou Ético, como teríamos um Deus Ético caso não dispusesse sua sabedoria para a cominação da justiça?

A justiça no entanto é apenas uma categoria enquanto Bem.

A natureza divina, além dela, possui uma gama muito mais larga de Bens; enfim todos os bens imagináveis e possíveis.

Por isso é nosso Deus a Bondade Plena ou o Sumo Bem.

Eis porque declarou o Senhor Jesus Cristo: "UM SÓ É BOM: DEUS." Mt 19,18

Afinal é o Pai das luzes e todos os bens existentes, ainda que remotamente falando, dele procedem.

Dentre tantos elementos positivos e excelentes, destaca-se no Ser divino a misericórdia, conforme está escrito: "SOU EU O DEUS CLEMENTE E MISERICORDIOSO." Ex 34,6

Assim a Liturgia refere-se a ele como: Generoso, Magnânimo, Excelente, Filantropo, Benevolente, Amável e Amigo dos homens.

Por fim acima de todos os atributos acime está a Caridade que de todos os bens é o mais nobre porquanto: "DEUS É AMOR." I Jo 4,8

Amor porque como já fizemos observar reflete a relação entre Pai e Filho, relação marcada sobretudo pelo sentimento do Amor.

Dai um dos papas romanos mais recentes ter dito com plena razão: É Deus nosso Pai e nossa mãe. Assim o é.

Por isso os Cristãos de hoje são convidados a recitar: Creio em um só Deus Pai que é Todo amor.

Assim num Deus que perdoa bem mais do que setenta vezes sete vezes e que, a exemplo daquele Pai extremoso da parábola, esta sempre disposto a perdoar o Filho Pródigo, que a ele se volta contrito e arrependido.

É Deus amor e por isso não faz acepção de pessoas e para ele já não existe judeu, grego ou romano. Chines, indiano, árabe, russo, etíope ou peruano. Negro, indígena, caucasiano ou nipônico. Ele não se guia por critério de raça ou etnia e não considera as separações e distinções arbitrárias criadas pelos homens: Operários, mendigos, párias e sudras são todos igualmente acolhidos e amados por ele. Pois ele deseja que todos os homens sejam salvos e pela comunicação da verdade plena. Não alguns, poucos ou uma ínfima minoria, mas todos, o gênero humano, a espécie humana!


A soberania divina


Temos no entanto de considerar a Onipotência ou o poder de Deus.

Pelo simples fato de que, a partir do conceito de onipotência, desvinculado dos demais atributos divinos e considerado isoladamente, tem os homens sacado conclusões irreverentes e blasfemas.

Assim para os maometanos e para os sectários cristãos legatários de Calvino devemos compreender a onipotência divina como uma permissão para fazer o mal ou para pecar sem pecar. 

Os protestantes, como os juristas absolutistas (Estes pautados no Digesto), costumam declarar que Deus por ser onipotente ou soberano esta acima de suas próprias leis podendo fazer o que bem quer, inclusive o que a Lei dada aos homens, classifica como pecaminoso. Destarte embora a lei dada aos mortais estipule: Não matarás, a ele Deus é permitido não só matar a quem quiser (por meio de supostos castigos temporais ou catástrofes como imaginavam os estúpidos hebreus - Assim epidemias) como autorizar outros homens a matarem em seu nome! Tal os judeus, tal os calvinistas que os seguem em seus raciocínios carnais. O Evangelho no entanto declara que o Maligno, este sim, e não o Deus Bom, é assassino desde o princípio. Logo, como Deus haveria de ser imitador seu, e carniceiro e matador???

Todavia como o antigo testamento, numa perspectiva totalmente errada, apresenta deus como matador, mentiroso, etc Os bibliólatras assinam embaixo e apresentam da mesma forma o Deus do Evangelho, corrompendo-o.

Aqui porém a perspectiva é totalmente outra, sendo impossível que Deus faça o mal.

Não porque lhe falte forças para tanto.

Sendo Deus Onipotente não lhe falta força para fazer o mal, pecar ou prevaricar. Certamente Deus pode fazer o mal, mas não faz.

Agora por que não o faz?

Por que além de ser um poder, no caso cego; é Deus uma sabedoria, uma vontade, uma consciência que dispõem de um poder.

Assim não faz Deus o mal porque não pode querer fazer o mal?

Isto é que Deus não pode!

Agora porque não pode Deus querer fazer o mal?

Simples: Porque é Bom. Porque é o Sumo Bem. Porque esta imutavelmente fixo no Bem. Porque é perfeito...

Assim a perfeição leva-o a decidir-se pelo Bem e a imutabilidade a fixar-se no bem sem oscilação.

E amando o Bem apenas e amando-o imutavelmente desde toda eternidade odeia Deus o mal.

Logo como poderia praticar o que odeia?

E como poderia passar de um oposto ao outro sem mudar?

E como mudando e sendo mutável poderia ser divino?

Afinal não é o Deus dos apóstolos Imutável e sem sombra de variação?
Pode Deus mudar?

Certamente não pode porque deixaria de ser imutável.

Logo não pode pecar.

A menos que esteja fixado imutavelmente no mal e seja mau.

Assim Deus só pode ser Bom e fazer o que é Bom.

Sendo imutável constitui lei ou regra para si mesmo.

E a Lei que regula os homens só é boa porque regula a essência divina.

Não existe uma Lei para os homens e outra Lei para a divindade.

Impondo Deus as criaturas a mesma norma que regula a si mesmo.

Por isso a lei natural pode ser cognominada Lei divina. Não apenas porque procede de Deus mas porque esta em Deus.

Resulta de tudo isto não ser Deus livre.

Afinal liberdade implica alteração, e Deus...

Deus não se move porque sendo perfeito nada busca. Achando-se imutavelmente fixo no Bem.

Escolher equivale sempre, a no mínimo, poder realizar uma ação inferior ou menos perfeita. Nem isto pode fazer Deus. Não porque lhe faltem forças, mas como já dissemos porque lhe falte vontade.

Sendo absolutamente perfeito, Deus só pode realizar atos perfeitos no mais alto grau e jamais uma operação inferior ou imperfeita.

Assim o que corresponde uma virtude nas criaturas, na divindade corresponderia a uma aberração.

Gozam as criaturas racionais de liberdade para que após terem conhecido o mal por experiência, possam abandona-lo voluntariamente após terem tomado conhecimento do bem e da virtude, adquirindo méritos.

Foram criadas em estado temporário de imperfeição para que livremente possam tornar-se perfeitas por meio da correção da vontade.

Em Deus, que é absolutamente perfeito, a liberdade e a mutabilidade não fazem sentido algum.

Por isso declaramos que Deus não é livre para querer e menos ainda para fazer qualquer coisa e que nele não ha sombra de vontade caprichosa.

Deus poderia fazer o mal apenar se pudesse querer o mal. Agora como poderia querer o mal se é Santo e Bom? E como poderia pecar ou prevaricar sem atuar contra sua boa vontade? Como poderia atuar contra si mesmo sem mudar? Por isso declaramos que a perfeição, a imutabilidade e a bondade precedem o poder divino e regulam-no. Não sendo o Deus dos Cristãos, o Deus do Evangelho, o Deus de Jesus Cristo um poder cego e arbitrário. Mas consciência virtuosa e santíssima!

Não Deus jamais age de improviso, por capricho ou arbitrariamente como os homens. Todas as suas ações e operações são manifestações sapiíssimas de uma vontade eterna.
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