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A mãe do Verbo Encarnado

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A consciência histórica do Cristianismo

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sábado, 18 de abril de 2009

Pai





"Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome." Mt 6,9



Não a maior revolução no que diz respeito a natureza divina não foi a afirmação e triunfo do monoteísmo, como acredita a maior parte dos homens, mas certamente a afirmação da Paternidade de Deus feita por Jesus de Nazaré há cerca de mil novecentos e poucos anos.

Ali menos uma mutação em termos de quantidade, o que é relativamente importante.

Importante é reconhecer que Deus seja um só, uma vez que esteja perfeitamente cônscio a respeito do caráter do Uno.

Afinal de bem pouca valia seria ficar com um Assur, com um Javé, com um Zeus ou com um Quetzalcoatle. E teríamos ai um Uno muito, mas muito desagradável.

Logo mais importante do que apresentar a divindade como Unidade é apresenta-la como correspondendo ao Sumo Bem.

Um deus malvado será sempre uma diabo ou demônio, jamais Deus.

Um deus rancoroso, colérico, vingativo, repressor, policial, etc jamais passará de imagem equivocada construída pelos homens, será sempre ficção, não Deus.

Ademais, se há algo que os homens adoram, a atribuir a divindade seus mais baixos instintos - Como o desejo de vingar-se - e de projetar nela os crimes que aspiram cometer. Concebendo assim deuses assassinos, impudicos, mentirosos, etc Claro que não há Deus algum em tudo isto.

Percebei agora como o altivo senhor javé devia ser suplantado ou morto para que o Deus verdadeiro triunfasse!

E o coveiro de javé outro não senão o Senhor Jesus Cristo.

E já declarei em diversas ocasiões que o mero 'homem' Jesus - Dado que não fosse igualmente divino - é certamente muito mais elevado que javé e ala em termos de moralidade ou ética.

Que pensar sobre um deus rancoroso que jamais perdoa ou limita sua misericórdia e sobre um Homem que manda-nos perdoar setenta vezes sete vezes???

Percebem como o dogma da paternidade de Deus comporta um elemento totalmente novo e revolucionário???

Busquemos então explora-la e compreende-la o quanto seja possível.

Antes de tudo devemos considerar que o vínculo entre Pai e Filho é vínculo natural concretizado por meio da geração. Por meio da geração o Pai comunica ao Filho sua própria essência. Eis porque a caninidade é transmitida somente por um cão e a felinidade comunicada apenas por um gato. Gatos não geram cães, cães não produzem gatos e ratos não engendram leões! Pois o laço existente entre pais e filhos é a comunicação da essência. Gerar é fazer existir dentro duma condição dada.

Assim a divindade excelsa só poderia gerar algo divino e não algo humano. Afinal somos criaturas e não entidades divinas!

Neste caso que geração há em Deus e de que modo somos ou nos tornamos filhos seus?

Calma lá, vamos por partes para ver se compreendemos.

Claro que Deus sendo Pai deve ter um Filho divino, eternamente gerado por si e da mesma essencial sua o co existencial. Agora quem será este tal Deus Filho que não o conhecemos por meio da razão?

Homem houve, uma apenas, que ousou apresentar-se como Filho Único de Deus o Pai, viver como um Deus sobre a terra e morrer segundo viveu. Tal Jesus de Nazaré para o Dr Binet Sanglé um doido varrido para bilhões de seres humanos exatamente aquilo que afirmava ou dizia ser. O Deus encarnado, a pessoa do Filho eternamente gerado.

Eis o candidato.

Examinem-no, pois não teme ser examinado.

Apontai seus crimes, pecados, maldades...

Direi apenas que os divinos Sócrates e Aristóteles com as mais excelentes doutrinas que amente humana jamais conceberá e após terem envidado um esforço colossal não puderam salvar o mundo antigo da catástrofe e da destruição.

O Cristianismo antigo é que retomou os ideais afirmados por estes dois grandes homens e levou-os adiante realizando-lhe ao menos em parte o plano traçado por eles. Tal a República bizantina dos séculos IV a X com uma plêiade de instituições destinadas a promover e resgatar a dignidade da pessoa humana em todos os sentidos: Orfanatos, Jardins de infância, Escolas, Universidade, Dispensários, Ambulatórios, Hospitais, Hospedarias, Asilos, Museus, Bibliotecas, etc Magnífica esta civilização bizantina em sua época de ouro ou desabrochar (século IV) e não penso que ficasse a dever qualquer coisa a Atenas, exceto quanto a forma ou estrutura democrática.

Além disto indicou ele como fundamentos da nova cidade ou da nova república, o amor ao próximo e a capacidade de identificar-se com o outro.

Entre o desequilibrado e o divino, aposto no último conceito.

Localizamos o Filho do Pai, eternamente por ele gerado.

Deus de Deus, pessoa ou Realidade divina com seu Pai e o Espírito Santo.

Eis o Filho Natural do Pai. Eis seu Filho único.

Neste caso por que teria ele o Cristo ensinado os Cristãos a evocar deste Deus como Pai?

Sendo Filho natural, partilha seu dote com os mortais e pela fé, esperança e caridade nos faz participar de sua natureza. Pelo Santo Sacramento do Batismo, aqueles que acreditam no Legislador e Mestre Jesus Cristo tornam-se filhos adotivos assumidos pelo Pai. Tornam-se filhos nele e por ele Jesus Cristo enquanto membros seus, cuja natureza e condição quis assumir ao Encarnar-se!

Somos filhos adotivos do Pai e por ele assumidos por intermédio do único Filho natural. Tal a dignidade dos Cristãos batizados!

Que implica isto?

Não somos meros homens apenas mas participantes doutra geração e duma geração ou princípio superior e incorruptível. Somos filhos do céu e não apenas da terra.

Por natureza filhos dos homens, dos ancestrais, dos antigos; designados simbolicamente pelo termo 'Adão'  fomos misticamente reformados por outro princípio comunicado por Jesus Cristo, por sua amizade, por sua comunhão, por sua unidade. Aproximou-se Jesus Cristo tal modo de nós ao fazer-se homem a ponto de poder viver naqueles que creem nele e de implanta-los com ainda mais intensidade em si mesmo.

Aparelhos que éramos, desligados da tomada e incapazes de trabalhar, podemos agora, após termos sido religados, trabalhar inalteradamente, pois ele Jesus, é nossa fonte inesgotável de energia.

Se antes, sem ele, como ramos separados da videira, nada podíamos fazer, como ele tudo podemos fazer e assim viver como ele viveu na observância da Lei moral.

Pela adoção filiar fomos como que reativados para o bem e para a virtude, podendo florescer em santidade e perfeição. Tal e qual deveria ser um filho de deus!

Refeitos, restaurados, recriados, reformados e revitalizados internamente pelo Cristo nos tornamos outros tantos Cristos cópias suas. Dai o nome Cristão, o qual para nós latinos sabe a aumentativo...

Doravante, enquanto filhos não somos servos porque são categorias diferentes. O servo teme seu senhor. O Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai, é outra relação, totalmente distinta. Por isso o apóstolo proclama: O amor lança fora o temor.

A quem no entanto devemos temer por ser capaz de remeter o homem ao juízo e a punição? Ao pecado e a maldade, isto é o que Jesus Cristo nos ensina a temer em verdade.

E quanto a Deus, que diz ele?

"Que pai humano ao ouvir o filho pedindo um ovo lhe dará uma pedra? Ou que ouvindo-o pedir um peixe lhe dará uma serpente? Que direis então do Pai e Deus celestial?"
Eis o que diz Jesus Cristo, querendo significar que de Deus procedem apenas as coisas boas e excelentes. Daí ser cognominado Pai das luzes.

Do homem é que procedem os males e pecados pelos quais a morte da mente entrou no mundo já dizia o livro greco judaico da Sabedoria.
Diante disto temer o que?

Certamente só nos resta pagar com amor aquele que nos ama e obedecer-lhe, e observar-lhe os mandamentos, os quais 'não são pesados'. 
E para poder observa-los regularmente e honorificar nossa condição adotiva, enquanto filhos de Deus, clamemos cheios de fé e esperança:

"PAI, PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS, SANTIFICADO SEJA O VOSSO EXCELSO NOME."


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