14 - Quarenta anos após a profanação executada por Bento VIII, o cardeal Humberto em sua bula de excomunhão contra os verdadeiros Cristãos e Católicos teve a audácia de afirmar que nós ortodoxos é que haviamos removido a partícula dos originais do Símbolo!!!
Eis até onde chega a cegueira dos latinos!
15 - Justiça seja feita ao bemaventurado Agostinho pois em suas exposições sempre reconheu o Pai como fonte 'principal' do Espírito Santo.
Entretanto Anselmo o escolástico regeitou sem mais tal afirmação e nisto foi seguido pelo Ilustre Aquinate.
Conclusão:Não partilhamos das opiniões extremistas segundo a qual o Filioque seja uma heresia.
Para nós não passa duma opinião teologica como tantas e tantas outras. (confessamos até ter uma quedinha por ele)
Não é necessário que os latinos nos apontem os nomes dos padres antigos que lho admitiram - é trabalho inutil - pois também poderiamos lhes mostras uma lista ainda maior de Padres antigos e reconhecidos como ortodoxos pela igreja papalina e que não lho admitiram.
Se há padres a favor e padres contra é justamente porque não se trata de um artigo de fé, mas de pura e simples teoria, ficando cada teologo e mesmo cada fiel livre para aderir ou não a ela.
Portanto nossa questão não é a doutrina ou teoria do Filioque, a qual para nós é indiferente e ociosa, MAS APENAS E TÃO SOMENTE SUA INCLUSÃO NO SÍMBOLO DE FÉ:
Primeiramente por dois sínodos regionais - logo faliveis - que não estavam empossados de autoridade para tanto (e cujos membros exorbitaram de suas respectivas competências).
E depois por parte da Igreja Católica, ou seja, por sua parte ocidental, sem qualquer consulta ou consideração para com a tradição oriental desta mesma igreja!
A introdução do Filioque no Símbolo foi - como vários teologos honestos do Ocidente já reconheceram - um ato de prepotência e acima de tudo um pecado contra a caridade.
Pois tudo quanto é anexado no Símbolo é recebido como dogma ou artigo de fé pela igreja.
É justamente aqui que não há acordo pois nossos padres como S Teodoro de Mopsuestes, S Teodoreto de Cirro e os Capadócios jamais professaram este dogma!
Ora a ortodoxia sendo imutavel guardiã da divina revelação não admite a adição de novos dogmas...
Pouco se nos dá que os latinos (reunidos em Florença), a guiza de 'piedade', tenham garantido aos ortodoxos o direito de não acrescentar a dita particula ao Símbolo, DESDE DE QUE ACEITASSEM A TEOLOGIA LATINA DA DUPLA PROCESSÃO...
Está errado.
Pois esta doutrina não foi professada por grande parte de nossos padres e não faz parte de nossa tradição.
Portanto não passa como já foi dito de 'teologia' latina e nenhuma igreja ou mesmo fiel pode ser constrangido a abdicar de sua liberdade no campo da teologia. Exigi-lo é violar a dignidade tanto das Igrejas quanto dos fiéis, uma abuso de poder.
No gozo de nossas liberdades não estamos obrigados a receber nada além dos artigos de fé ou dogmas unanimemente transmitidos pela tradição comum a todas as igrejas apostólicas.
Ora não é este o caso do Filioque...
Não pode a Igreja ortodoxa admiti-lo no Símbolo ou admitir qualquer outra coisa que não faça parte da tradição universal da igreja e da pregação comum e que não tenha sido sancionada por um Concilio geral.
Não reconhecemos como fundamento de nossos dogmas nem as sentenças isoladas dos padres enquanto teologos, nem sínodos particulares, nem teologias e tampouco decretos amitidos pela corte romana, mas apenas a tradição imutavel de todas as Santas Igrejas de Deus plantadas pelos gloriosos apóstolos.
Assim sendo, uma vez que os latinos encetaram provocativamente a alteração, procurando com isso atingir a ortodoxia em seu coração mesmo (que é a estabilidade da fé), muito dos nossos tem se sentido inclinados a ler o Símbolo conforme nossa tradição, e afirmar em alto e bom som:
Ek mono tou Patros.
Somente do Pai procede.(Mesmo porque como já dissemos estamos nos referindo apenas a processão temporal e externa do Espírito, quanto a sua processão eterna, que é o alvo da controvérsia, nos abstemos.)
Assim, aplicando o "olho por olho dente por dente." caem no risco de engrendrar um dogma oposto ao dogma romano.
Tal o amargor das disputas vãs e das lutas teologicas, pois como dizia Jerônimo de Strindon: "Num combate ninguém mede os golpes que desfere no adversário."
Melhor ficar com o apóstolo das gentes e evitar as vãs disputações e as guerras teologicas.
Pois o mandamento supremo de nossa religião é a caridade.
Deploramos que os latinos tenham inserido a dita partícula, inda que verídica, no símbolo, mas não achamos correto pagar com a mesma moeda.
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