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A consciência histórica do Cristianismo

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sábado, 18 de abril de 2009

Buscando compreender a origem deste universo






Das circunstância em que teria se dado a produção deste universo 


Como conciliar a Criação com a doutrina da imutabilidade de Deus.


Segundo Agostinho a criação estava desde toda a eternidade na mente de Deus enquanto intenção e, sendo assim apenas veia a realizar-se no tempo. Estaria assim no plano eterno de Deus enquanto potência convertendo-se em ato no tempo e enquanto tempo.

Aqui enquanto a ideia possa ser aceitável, a expressão 'mente' de Deus, mostra-se inadequada e infeliz pelo simples fato de insinuar que Deus seja um Ser composto... E consequentemente formado por mente, corpo, membros...

Deus no entanto é a Mente. De modo que a criação estava em Deus enquanto intenção a ser concretizada no tempo e enquanto tempo.

Não podendo agir por improviso sempre desejou trazer a existência o elemento material. Logo a aspiração de produzir a matéria é eterna.

Deus não concebeu duma hora para a outra a ideia de criar, tal ideia sempre esteve presente nele, sendo co eterna com ele.

Já segundo Justino de Roma, Clemente de Alexandria (este em suas Ypotupouseis - cf Fócio Biblioteca) Orígenes e Diodoro sugerem que a matéria seja eterna e incriada. Apresentando-a como um elemento passivo eternamente organizado pelo Espírito. Teríamos assim uma sucessão eterna de universos materiais que após terem sido organizados por Deus, dissolvem-se, revertendo ao caos; apenas para serem reorganizados. De modo que o processo organizador do Espírito ou elemento ordenador sob o elemento material ou passivo corresponderia a um evento (processo) eterno e imutável.

Os padres no entanto, de modo geral, acompanharam a Tertuliano em suas invectivas contra Hermóneges. Sendo suas opiniões desenvolvidas por Philiponos. De fato eles não podem admitir que a matéria seja um elemento passivo sobre o qual atue a Deidade, ou que seja de algum modo divina.

Era no entanto, absolutamente necessário que a Matéria existisse desde sempre e que o ciclo organização/dissolução se repetisse eternamente, para assegurar a imutabilidade divina. Assim se Deus aspirava agir como admite Agostinho e criar - ainda que estendamos este processo, numa perspectiva evolutiva, por alguns milhões de anos - como admitir que simplesmente cesse de criar ou de produzir, sem admitir que tenha sofrido alteração?

O problema então não é Deus ter querido produzir algo e produzido, mas cessar de produzir e tornar-se inativo após este nosso mundo ter atingido seu fim. Este é o cerne do problema, Deus ter desejado agir, agido e enfim ter se tornado inativo.

Se Deus é de fato imutável e sua atividade um bem, deve ela estender-se imutavelmente desde toda eternidade. A questão aqui não é se Deus pode ou não produzir coisas a partir do nada ou da inexistência como declara Teófilo. Mas se a produção da matéria a partir do nada não implicaria alteração? Pois se a produção da matéria ex nihil implica alteração só nos resta optar pela eternidade da matéria. A matéria deve ser eterna para que Deus jamais cesse de trabalhar sobre ela. E de conduzir novos seres a perfeição. Enriquecendo eternamente a si mesmo.


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